Antibiótico na veia faz efeito em quanto tempo

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Cuidados Primários de Saúde

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul | 24 agosto 2009 | ID: sofs-2545



Antibióticos são medicamentos usados para tratar infecções causadas por bactérias. Existem muitos tipos diferentes de antibióticos, sendo uma das medicações mais prescritas atualmente.
A medicina tradicional chinesa já descrevia curas para infecções usando plantas com propriedades semelhantes aos antibióticos há mais de 2500 anos. Contudo, foi somente com a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, que os antibióticos começaram a ser amplamente utilizados, causando grande impacto na prática da medicina e na cura de doenças infecciosas no mundo todo.
Um antibiótico pode ser classificado como bactericida ou bacteristático. No primeiro caso ele atua matando diretamente as bactérias. Já no segundo caso, ele impede que as bactérias se multipliquem, permitindo que o próprio sistema imunológico da pessoa doente elimine a infecção. Contudo, as bactérias podem se adaptar e encontrar maneiras de sobreviver aos efeitos de um antibiótico, se tornando “resistentes”. Quanto mais frequentemente usamos um antibiótico, maior a probabilidade de uma bactéria se tornar resistente a ele, especialmente se a dose for menor do que a dose necessária, se ele não for tomado precisamente nos horários recomendados ou se o tratamento for interrompido precocemente.
Existem muitos fatores que influenciam no tempo necessário para que o antibiótico produza alívio dos sintomas, entre eles o tipo de antibiótico, as características pessoais de quem está fazendo uso dele, o tipo de bactéria e seu perfil de resistência microbiana, o local da infecção, a via de administração, a administração com ou sem alimentos e a escolha correta do antibiótico, entre outros. Portanto, fica muito difícil determinar qual o tempo esperado para que o antibiótico alivie os sintomas, devendo este tempo ser sempre avaliado caso-a-caso. Entretanto, está correto afirmar que seu tempo de ação é mais prolongado do que algumas medicações utilizadas corriqueiramente, como por exemplo analgésicos (ex:paracetamol) ou medicamentos para tratar a hipertensão arterial (ex: captopril), que produzem resultado já alguns minutos depois da administração.
É muito importante lembrar também que os antibióticos atuam somente contra bactérias, não apresentando efeito algum sobre os vírus. Infecções virais são muito mais comuns que as infecções bacterianas. Todos os resfriados e a maior parte dos quadros de tosse e dor de garganta são causados por vírus. Muitas vezes (especialmente quando os usuários optam por se automedicar) os antibióticos são usados equivocadamente, e nestes casos, não ocorrerá a melhora dos sintomas, independente da duração do tratamento.


Bibliografia Selecionada:

  1. Brunton LL, Lazo JS, Parker KL. Goodman & Gilman´s the Pharmacological Basis of Therapeutics. 11rd ed. New York: McGraw-Hill; 2006.
  2. Health A-Z – Conditions and treatments [Internet]. England: NHS Choices. 2009 [cited 2009 Aug 21]. Disponível em: http://www.nhs.uk/Conditions/Pages/bodymap.aspx Acesso em: 24 agosto 2009.
  3. Wikipedia [Internet]. 2009 [cited 2009 Aug 21]. Disponível em: www.wikipedia.org Acesso em: 24 agosto 2009.
  4. Pelczar MJ, Chan ECS, Krieg NR. Host-Parasite Interaction; Nonspecific Host Resistance. In: Microbiology Conceptsand Applications, 6th ed. McGraw-Hill: New York; 1999. p. 478-9

Ao ter uma dor de garganta, gripe ou um resfriado mais forte, mesmo sem prescrição médica, muitas pessoas dão um jeito para tomar um antibiótico e resolver o problema. Isso é um grande erro.

Além de nem sempre funcionar para tratar a doença que você tem, o uso desses medicamentos sem orientação médica pode tornar as bactérias mais resistentes e trazer diversas complicações à saúde. No Brasil, dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) apontam que cerca de 25% das infecções registradas são causadas por micro-organismos multirresistentes —aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos. Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) revela que, até 2050, tais bactérias poderão matar anualmente 10 milhões de pessoas no planeta, número maior que a mortalidade por câncer, que até lá atingirá cerca de 8,2 milhões de pessoas ao ano.

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Julival Ribeiro, médico infectologista da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e membro da Apua (Aliança Para o Uso Prudente de Antibióticos) pontua que é necessário muito cuidado ao se tomar um antibiótico. "Primeiro, precisamos ressaltar que antibiótico serve para matar bactérias e não vírus (que são os causadores da gripe, resfriado, covid-19 etc.). O uso indevido desses medicamentos pode fazer com que essas superbactérias se tornem mais eficazes e mais difíceis de dominá-las", alerta.

Mas tomar antibiótico sem prescrição não é o único equívoco que você pode cometer ao usar esses remédios. Há outros erros que prejudicam a eficácia do tratamento e podem colocar sua saúde em risco. Mostramos alguns deles a seguir, com a ajuda de Ribeiro e de Lessandra Michelin, infectologista na Universidade de Caxias do Sul, mestre e doutora em biotecnologia e vacinologia pela Université de Genève (Suíça).

Abandonar o tratamento antes do final

Após ser ingerido, o antibiótico tem um tempo específico de "vida" em nosso organismo —isto é, um período que a substância permanece no corpo. Com base no tipo e gravidade da doença, bem como a classe de antibióticos e seu tempo de vida, o médico prescreve o remédio para dez dias, sete dias, três dias... Esse período deve ser respeitado, mesmo que você deixe de apresentar sintomas da doença que está tratando.

"Muitas pessoas se sentem melhor nos primeiros dias usando o medicamento e abandonam o tratamento antes do final. Isso tende a tornar a bactéria ainda mais forte, porque ela não morreu e pode gerar uma resistência ao medicamento no qual foi exposta. Ficam resquícios da infecção no organismo e ela pode voltar ainda mais potente", alerta Ribeiro.

Não tomar o remédio no horário certo

O intervalo entre as doses é calculado de acordo com a chamada meia-vida do remédio —tempo que leva para que a concentração da droga no organismo seja reduzida pela metade. Uma dose ingerida antes da hora pode causar intoxicação ou, simplesmente, pode não ser absorvida pelo organismo. E se passar muito tempo da hora de tomar o remédio a concentração da substância irá diminuir e você pode ter uma piora nos sintomas da doença e prejudicar a eficácia do tratamento.

Não ingerir a dose recomendada

Ao escolher a dose, o profissional leva em conta não só a doença, como também peso, idade e doenças relacionadas do paciente. Por isso, a dose também é um fator importante a ser respeitado. Se os sintomas piorarem, informe o seu médico antes de tomar qualquer atitude.

Consumir álcool durante o tratamento

É comum ouvir que ingerir álcool "corta" o efeito do antibiótico. Apesar de não ser exatamente isso que ocorre, a combinação não é recomendada pelos especialistas. O consumo de bebidas em conjunto com o remédio pode gerar reações e efeitos adversos, além de sobrecarregar o fígado —órgão responsável por metabolizar tanto o medicamento quanto o álcool no organismo.

Além disso, o álcool tem efeito diurético e pode fazer com que a concentração do antibiótico no corpo diminua mais rapidamente do que o normal, prejudicando seu efeito entre uma dose e outra (estamos falando da dose do remédio, não da "cachaça", ok?). A bebida ainda prejudica a imunidade e irrita o sistema gastrointestinal, o que também pode acontecer com o uso do medicamento. Por todos esses motivos, o melhor é evitar beber durante o tratamento. O líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de antibiótico é a água.

Usar um antibiótico que sobrou de tratamento anterior

O erro é grave com qualquer medicamento —mas, com os antibióticos, em especial, o perigo é dobrado. Há vários riscos envolvidos: alergia, diarreia, dores no estômago, intoxicação e o não tratamento da doença são só alguns deles.

E além do favorecimento do surgimento de superbactérias —que já falamos—, tomar o medicamento à toa acaba afetando as bactérias naturais do nosso corpo e, muitas vezes, elas tornam-se nocivas e passam a causar doenças.

"Não é porque um medicamento funcionou em um tratamento anterior que ele deve ser usado novamente para o mesmo problema. Por causa de todos os riscos citados, quando você estiver doente, é imprescindível se consultar com um médico, que irá determinar a substância, a dose e o tempo de uso correto do tratamento", diz Ribeiro.

Quantos dias antibiótico na veia faz efeito?

Em geral, o medicamento que atua inibindo a proliferação bacteriana começa a atuar no organismo cerca de 30 minutos após a sua ingestão. Porém uma regressão significativa dos sintomas é notada pelos pacientes apenas 48 horas após o início do tratamento.

Para que serve antibiótico na veia?

Existem basicamente três indicações para o uso de antibióticos venosos: a) Tratamento de exacerbação respiratória: Quando ocorre aumento da tosse e da quantidade de catarro, diminuição do apetite, emagrecimento, febre e cansaço, o uso dos antibióticos orais e nebulizados pode não funcionar.

Quanto tempo o antibiótico venoso fica no organismo?

Depende do antibiótico, uns são eliminados mais rapidamente , outros demoram mais como semanas para sair do organismo... no caso da amoxicilina praticamente em 24 hrs é eliminada. Depende do antibiotico usdo, pois eles apresentam meia vida diferentes.

Como saber se o antibiótico não está fazendo efeito?

Seestá tomando o antibiótico há pelo menos dois dias e ainda não notou melhora dos sintomas, fale com o seu/sua médico/a. Todo antibiótico deve ser utilizado pelo tempo completo prescrito pelo/a profissional para que o tratamento seja efetivo e não permita o desenvolvimento de resistência bacteriana.