Ana Terence citando haguette 1999 refere que a pesquisa-ação é também conhecida como

Todos os anos ardem milhares de hectares de floresta que, de uma forma directa ou indirecta, afectam as populações causando perdas ao nível económico, social e ambiental. As alterações na paisagem e nos espaços florestais, reservados ao recreio, após incêndios, são facilmente percepcionados pelos actores locais, enquanto que existem outras consequências que apenas se tornam mais visíveis ao longo do tempo, como a redução da biodiversidade (manifestada pela diminuição do tipo de espécies faunísticas e florísticas) da área ardida; o risco de erosão e o carbono armazenado pelas árvores ao longo dos anos que é libertado para a atmosfera (RIERA e MOGAS, 2004). No que concerne especificamente aos proprietários florestais, estes sentem directamente que o valor da madeira queimada no mercado diminui, assim como muitos outros produtos ligados à floresta são afectados, nomeadamente a produção de cogumelos e plantas medicinais (RIERA e MOGAS, 2004). Em Portugal, grande parte da floresta é de natureza privada e gerida pelos seus proprietários, cuja intervenção está centrada, na maioria das vezes, na maximização do rendimento económico. De acordo com NOVAIS e CANADA (2009) existem vários modelos de gestão florestal que se aplicam à realidade dos proprietários florestais privados portugueses sendo de salientar o que se baseia numa lógica empresarial e outro mais voltado para o fundo de reserva. No primeiro, os proprietários são motivados por razões técnicas e de rentabilidade, já no segundo, os proprietários encaram a floresta como uma reserva de capital a ser utilizado sempre que necessário (BAPTISTA e SANTOS (2005) citado por NOVAIS e CANADA (2009)). Nos últimos anos verificaram-se mudanças fundamentais no quadro institucional internacional que rege o uso da floresta. Têm surgido novas políticas de governança florestal a nível global que têm sido marcadas pelo envolvimento dos actores privados no processo de tomada de decisão, que anteriormente era apenas um privilégio dos Estados soberanos (VISSEREN-HAMAKERS e GLASBERGEN, 2007). A participação destes agentes permite assegurar que os valores sociais envolvidos no uso da floresta reflectem o tipo de gestão que é praticada e, desta forma, contribuem para a melhoria das decisões que se tomam em torno desta questão (SANTOS et al., 2004). Contudo, o modo como a floresta tem sido gerida e intervencionada em Portugal pelos proprietários florestais nem sempre se coaduna com as políticas e estratégias definidas no âmbito dos instrumentos de gestão florestal. A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS) reconhece que os incêndios florestais constituem o maior risco das florestas portuguesas. A Estratégia Nacional para as Florestas (ENF) salienta que os grandes incêndios, provenientes do espaço rural, são aqueles que atingem as dimensões causadoras dos grandes prejuízos à sociedade. A inclusão dos actores-chave na definição e implementação das políticas e medidas de ordenamento florestal /gestão da floresta poderá ter reflexos ao nível de uma maior consciencialização dos reais problemas, permitindo também o reconhecimento de experiências e a criação de um ambiente de confiança entre os diversos agentes (SANTOS et al., 2004). Esta integração pode ser realizada por meio de workshops participativos, seminários temáticos, sessões de divulgação, entre outros (SANTOS et al., 2004). Este tipo de envolvimento é crucial pois permite uma comunicação interactiva entre os diferentes agentes: por um lado, permite ao poder central a incorporação do ponto de vista daqueles que executam os planos de ordenamento e, por outro, inferir sobre a facilidade ou dificuldade com que esses seriam executados pelos actores. Neste contexto, as organizações e associações florestais podem dar apoio aos proprietários, nomeadamente ao nível técnico, mas também é notória que a abordagem aos proprietários florestais tem vindo a crescer por meio destas associações. O associativismo tem vindo a ser o meio pelo qual os proprietários manifestam as suas ideias, preocupações, etc., quanto ao panorama da gestão florestal. Alguns instrumentos de gestão reconhecem a importância do papel destes agentes e das organizações. Assim, um dos objectivos contemplados na ENF visa melhorar a gestão florestal pelo aconselhamento aos produtores florestais através das suas organizações e cuja principal meta é aumentar o número de produtores florestais que se beneficiam desse mesmo aconselhamento florestal. Porém, o que dizer daqueles proprietários privados que não se fazem representar nessas associações/organizações, não tendo individualmente capacidade para gerir de forma sustentável a floresta? Se a esta situação acrescentarmos o facto de que a maioria da área florestada em Portugal pertence a pequenos proprietários, não profissionais da área, que detêm parcelas florestais de dimensão muito reduzida, podemos perceber porque é tão pertinente a sua inclusão na gestão florestal (COELHO, 2003). É neste contexto que as Zonas de Intervenção Florestal (ZIF’s) se tornam essenciais por incluírem os proprietários de parcelas de pequenas dimensões neste modelo de gestão florestal, prevendo o seu emparcelamento e mais uma vez, promovendo o associativismo. De facto, segundo CARVALHO (s/d), a dimensão das propriedades e a sua rendibilidade constituem o principal problema económico e ambiental associado à floresta. A grande fragmentação das propriedades dificulta o investimento porque não têm dimensão adequada para serem geridas de forma rentável. De acordo com o Programa Nacional de Prevenção Estrutural (PNPE) espera-se que até 2010 sejam integrados nas ZIF’s 500.000 hectares para gestão florestal, o que revela a importância deste modelo de gestão. Este plano visa cumprir a ENF e o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI) e vai envolver um investimento de 219,4 milhões de euros entre o período 2009 a 2010 a ser empreendidos por produtores florestais, Organizações de Produtores Florestais (OPF’s), nas ZIF’s, entre outros.

O que é o método pesquisa

A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e na qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo ( ...

O que é pesquisa

Segundo Thiollent: “a pesquisa-ação é realizada em um espaço de interlocução onde os atores implicados participam na resolução dos problemas, com conhecimentos diferenciados, propondo soluções e aprendendo na ação.” (Thiollent; Michel, 2002, p. 4).

Qual é a principal característica da pesquisa

A principal característica da pesquisa - ação, citada por Lewin e seguida por EIliott, é a de ser um processo que se modifica em espiral15, e compreende - se por quatro etapas: - Diagnosticar a situação problema na prática. - Formular estratégias de ação para resolver o problema.

Como se denomina a pesquisa onde há a associação entre teoria e ação?

j) Pesquisa-ação No formato de pesquisa-ação há a associação entre a teoria e a ação. Dessa forma, os pesquisadores e os participantes da situação ou do problema se envolvem de modo cooperativo ou participativo.