Último país a abolir a escravatura

Há 132 anos era abolida a Escravidão no Brasil

O Brasil utilizou-se do trabalho escravo desde o início da sua colonização e foi o último país a abolir o regime escravocrata. Isso só aconteceu no século XIX, após o imperador D. Pedro II não resistir mais à pressão da Inglaterra, de outros países europeus e da sociedade brasileira da época para libertar os negros.

A abolição da escravatura demorou quase quatro séculos para chegar e ainda assim veio aos poucos. Primeiro, foi com as pressões internacionais, lideradas principalmente pela Inglaterra que exigia o fim do tráfico negreiro. Os negros eram trazidos da África e vendidos como mercadoria no Brasil após aportarem no Rio de Janeiro, em Salvador, em Recife e no Maranhão.

O governo imperial relutava em extinguir o tráfico, firmando acordos, porém descumprindo-os, porque sabia que se os aceitasse atingiria interesses econômicos da elite agrária e escravocrata brasileira. Essa elite, além de usufruir o tráfico internacional, também se valia do contrabando interno, recebendo no Sudeste uma imensa quantidade de negros vindos do Nordeste.

Além das pressões internacionais, D. Pedro II também teve que lidar com as reivindicações internas, vindas de profissionais liberais, de intelectuais e indiretamente de cafeicultores do oeste paulista que, por conta própria, em determinada época, passaram a não utilizar mais a mão de obra escrava em suas lavouras.

Em 1850, mais um empecilho surge para os escravocratas, e ele veio em forma da promulgação da Lei Eusébio de Queirós, que decidia pelo fim do tráfico. A medida não aboliu a escravidão, mas dificultou sua continuidade.

Em 28 de setembro de 1871, 21 anos após a promulgação da Lei Eusébio de Queirós, que decretava o fim do tráfico, foi criada a Lei do Ventre Livre, considerada a primeira lei abolicionista.

Essa medida libertou os filhos de escravos nascidos a partir daquela data, mas, apesar disso, ela determinava que até os 21 anos esses filhos de escravos ficavam sob o controle de seus senhores.

Em 1880, a luta contra a escravidão acentuou-se: multiplicaram-se os grupos e os clubes que exigiam o fim da escravidão; a imprensa também denunciava a situação, e os partidos políticos contrários ao regime escravocrata reivindicavam a liberdade para os negros; os movimentos chegavam à arrecadação de dinheiro para libertar os escravos; as fugas não eram um fato raro, impondo receio a muitos fazendeiros que, para evitar mais conflitos, chegavam a alforriar seus escravos, não sem antes castigá-los cruelmente.

Em 1884, as províncias do Amazonas e do Ceará libertaram seus escravos. Um ano depois, promulgou-se a Lei dos Sexagenários (ou Lei Saraiva-Cotegipe), que dava liberdade aos negros com mais de 60 anos. Nesse clima de instabilidade, a escravidão foi oficialmente abolida pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888; aproveitando-se de uma viagem do imperador, ela assinou a Lei Áurea.

Enganam-se os que pensam que assim ficava tudo resolvido. Mesmo libertos, os negros continuaram lutando, porém agora com novas formas de opressão.

Licenciatura Plena em História (Faculdade JK-DF, 2012)
Pós-graduação em História Cultural (Centro Universitário Claretiano, 2014)

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A escravidão designa-se como o ato de sujeição para com alguém ou em relação à opressão dos fortes sobre os mais fracos, sendo permitidas a posse e a comercialização de escravos em vários períodos da história.

Surgiu desde os povos da antiguidade (Mesopotâmia, Gregos, Romanos, etc) tendo permanecido até aos dias de hoje no mundo de maneira ilegal por parte de alguns países e sociedades. Pode-se, portanto designar como uma prática ou sistema social e o seu fenômeno variou durante a época e os contextos, com a sua abolição em alguns casos corre de maneira gradual. Estima-se que ainda existam hoje entre 21 a 46 milhões de escravos.

Começando pelos primeiros registros históricos na Antiguidade no início do século VI a.C. Sólon em Atenas decreta a abolição da escravidão libertando os cidadãos atenienses nessa condição. Seguiu-se o ano de 326 a.C. quando com a “Lex Poetelia Papiria” é decretada a abolição da servidão. Também no Império Máuria no século III a.C. e na Dinastia Qin e Xin ocorreu o mesmo.

Na idade Moderna até à Contemporânea inicia o mesmo processo em Portugal com a libertação dos Ameríndios sob o domínio português pelo rei D. Sebastião impulsionado pelos jesuítas. Em 1590 no Japão libertaram os japoneses e os chineses após o fim do Período Sengoku. Sucedeu novamente Portugal com a abolição do tráfego de escravos chineses em 1595, e em 1761 o Marquês de Pombal sob o reinado de D. José I, decreta o fim da importação de escravos das colônias para a metrópole (negros e indianos).

Também em 1792 a Dinamarca com a “Lei da Abolição” dá por terminada a escravidão com negros. No Haiti (1794) quando este era uma colônia francesa, abole a escravidão por ordem de Napoleão Bonaparte. De 1801 a 1815 acontece o mesmo processo nos Estados Unidos com as “Guerras Berberes” perante os Piratas da Barbária (escravidão branca). Seguem a Holanda em 1821 (negros) e a República Dominicana em 1822 (negros e tainos).

Chegou a vez do restante da América Central e do Sul, quando o Chile (1823) aplica a “Lei da Abolição da Escravidão Chilena” assim como Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Guatemala no ano de 1824 a abolirem a escravatura de negros. Em seguida, a Bolívia (1826) e o México (1829) por parte de afro-mexicanos pelo independentista mexicano Vincente Guerrero.

Na Europa o Reino Unido prossegue com a mesma mudança aprovada pelo Parlamento e no Paraguai e Uruguai (1842) igualmente. A França decretou o mesmo na Proclamação da Segunda República Francesa (1848) e em 1851 foi a vez do Equador e da Colômbia. A Argentina fez o mesmo em 1853 com os negros e afro-argentinos. No ano seguinte a Venezuela, Peru e Portugal (afro-portugueses) (1854) e a Rússia para com os brancos em 1861. Em 1863 o Império Colonial Holandês e os E.U.A. baniram a escravidão assim como o Zanzibar (1873), Gana (1874), Turquia (1876) e Cuba (1886). No caso brasileiro o mesmo aconteceu em 1888 através da Princesa Isabel de Bragança pela Lei Áurea. Seguiu a Tunísia (1890). Gâmbia (1894), Madagáscar (1897), China (1906), Serra Leoa (1928), Nigéria (1936), Etiópia (1942). Finalmente na Alemanha Nazi (1945), Marrocos (1956), Arábia Saudita (1962) e finalmente Mauritânia (1981).

Apesar de estes fatos terem ocorrido gradualmente, vários fatos histórico-sociais levaram à abolição da escravidão no mundo. Umas designadas pela libertação conjunta de colônias de um país, outras por influências legislativa e finalmente através de casos isolados no qual as realidades políticas designaram.

Leia também:

  • Abolição da escravidão no Brasil

Referências:

http://testemunhosdaescravatura.pt/pt/cronologia/cronologia-internacional 19.01.2019.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cronologia_da_aboli%C3%A7%C3%A3o_da_escravid%C3%A3o_e_servid%C3%A3o 19.01.2019.

https://www.infopedia.pt/$escravatura 19.01.2019.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/cronologia-da-abolicao-da-escravidao-no-mundo/

Quem foi o último país a abolir a escravidão no mundo?

Além disso, havia a questão dos novos padrões civilizacionais que estavam surgindo e que condenavam a prática do trabalho escravo. Isso colocava o Brasil numa posição vexatória, internacionalmente, uma vez que no continente americano o país foi o último a abolir a escravidão.

Qual o último país a abolir a escravidão negra?

Após 132 anos da abolição da escravatura, população negra do Brasil ainda luta por direitos básicos. Em 13 de maio de 1888, após seis dias de debate no Congresso, foi assinada pela princesa Isabel a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, sendo o último país da América Latina a abolir a escravatura.

Qual foi o primeiro e o último país a abolir a escravidão?

Eras moderna e contemporânea.

Qual país nunca teve escravidão?

Foi a Dinamarca, em 1792 – mas a lei criada nessa data só entrou em vigor em 1803. É importante lembrar que a escravidão – nascida junto com as primeiras civilizações – já havia sido adotada e abandonada diversas vezes por vários povos antigos, como egípcios, gregos e romanos. No Ocidente, os dois últimos países […]