Quem eram os trabalhadores da fábrica no início da industrialização?

No início do século XX, a economia brasileira vivia uma situação de caráter transitório. Por um lado, o meio rural ainda representava uma parcela significativa dos contingentes populacionais e da movimentação da economia nacional. Por outro, os centros urbanos cresciam promovendo a criação de fábricas onde uma classe de trabalhadores ganhava espaço paulatino. Mediante essa situação de mudança, acreditamos que o professor possa realizar um trabalho interessante debatendo a situação do operariado nessa época em questão.

recomendamos que o professor exponha à turma uma seleção de dois documentos em que populações fabris são descritas de forma minuciosa. Expondo a descrição em tela grande ou distribuindo o texto em cópias, faça uma leitura desses dois relatos abaixo:

Fábrica 1:

A duração do trabalho diário é de 11 horas úteis. O trabalho é interrompido pelo almoço, que dura uma hora e meia, e pelo café, para o qual os operários têm direito a um quarto de hora. Trabalham nesta fábrica 500 operários, na maioria italianos e espanhóis. (...) Impressão desagradável causa ao visitante o excessivo número de menores em trabalho (...).

Fábrica 2:

Os contramestres são todos adultos, de nacionalidade italiana e
em número de 20. Entre os 374 operários recenseados, a nacionalidade predominante é italiana, vindo em seguida a espanhola e depois a brasileira: dos brasileiros, 44 são menores de 12 anos. Esqueléticos, raquíticos, alguns! O tempo de trabalho varia para as seções [setores] de onze horas e meia a doze horas e meia por dia.

Por meio das informações recolhidas, o aluno pode salientar a grande presença de imigrantes, principalmente italianos, na região. Através desse e de outros dados é possível notar que boa parte dos funcionários especializados dessas indústrias eram de nacionalidade estrangeira. Sob tal aspecto, vemos que a disponibilidade de trabalhadores brasileiros era limitada. Ao mesmo tempo, observamos que a imigração atingiu não só as lavouras de café, mas deixou suas marcas no ambiente urbano.

Além disso, o professor pode trabalhar com as condições de trabalho dos operários daquela época. As longas jornadas de trabalho e a precariedade das instalações de trabalho revelavam o completo desamparo ao qual os operários se submetiam. Ao mesmo tempo, podemos assinalar que, mediante a descrição física dos trabalhadores, deduzimos que os mesmos recebiam baixos salários pela função exercida. Por fim, a questão do trabalho infantil pode ser um outro tema a ser abordado, tendo em vista a proximidade do tema com relação aos alunos.

Feita a discussão sobre o documento, o professor abre um leque de possibilidades para a realização de trabalhos que façam, em boa parte das situações, um contraponto entre a situação dos trabalhadores no passado e no presente. Sobre essas possibilidades, recomendamos a promoção de pesquisas que explorem as atuais leis trabalhistas ou matérias de jornais e revistas que abordem a condição do trabalhador contemporâneo. De tal modo, o aluno pode salientar as continuidades e descontinuidades que envolvem a história deste grupo social.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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No século XII, a produção artesanal era realizada por trabalhadores manuais. Portanto, eles detinham o conhecimento e potencial intelectual para o trabalho. Através de suas próprias mãos, com seus próprios instrumentos e conhecimentos técnicos.

Nesse sentido, a produção geralmente era apenas para o consumo. Não haviam relações trabalhistas entre patrão e empregado nem mesmo utilização de trabalho de escravos.

Apesar disso, o domínio sobre as técnicas de produção dos artesãos foram determinantes para o surgimento do capitalismo

Pois, com o desenvolvimento da sociedade feudalista, a produção de matéria prima passou a ser maior.  Isso permitiu que os artesãos aumentassem a venda de seus produtos.

Assim a demanda do mercadorias chamou a atenção dos capitalistas, grandes detentores de capital da Europa. Eles, por sua vez, passaram a demonstrar interesse pela negociação de mercadoria. Dando início ao processo de capitalismo.

Veja como foi o início do sistema de fábrica

O início do sistema de fábrica, o processo de mudança e o surgimento das primeiras fábricas  ocorreram por volta dos séculos XII e XIV.

Os fatos coincidiram com a mudança da  Idade Média para a Idade Moderna. Neste período também surgiu a burguesia na Europa.

Os primeiros capitalistas foram os ingleses. Na Inglaterra, com o crescimento do capitalismo, os comerciantes e negociadores necessitavam de métodos de controle para aumentar os lucros.

Assim, para que pudessem concentrar a mão de obra para a produção, criaram o sistema de fábrica. Nele, os artesãos trabalhavam juntos para produzir, de acordo com a demanda dos patrões.

Esse processo se iniciou através de algumas mudanças conceituais importantes. Vejamos:

  • O tempo passou a ser considerado uma moeda de troca no mercado de trabalho;
  • O trabalho passou de uma atividade de penalização para uma forma de “edificar o homem”. Tendo uma conotação positiva na sociedade;
  • A queda do feudalismo, fez com que muitos camponeses ficassem sem-terra e precisassem do trabalho na manufatura para prover suas famílias.

Essas mudanças foram necessárias para a classe dos comerciantes e negociadores. Assim os trabalhadores inseridos no sistema de fábricas passaram a trabalhar para produzir cada vez mais, sob controle dos negociadores, com o objetivo de gerar lucros.

E foi assim que surgiu o sistema de fábrica, administrado pelos capitalistas que exploravam a mão de obra dos trabalhadores. Esses por sua vez, necessitavam do trabalho para sobreviver.

Por que o sistema de fábrica?

Se analisarmos o que foi presentado até agora, vamos perceber que as mudanças foram necessárias para que os comerciantes pudessem exercer o capitalismo em sua essência, ou seja, como método de obtenção de lucros.

Vejamos alguns motivos para que o sistema de fábricas fosse implantado:

  • Era necessário aos comerciantes controlar o comércio de toda a produção artesanal;
  • Para obter lucros, os comerciantes precisavam que os trabalhadores produzissem durante mais tempo e em uma velocidade cada vez maior;
  • Possibilidade de controle da inovação e tecnologia, a fim de gerar acúmulo de capital;
  • Criar uma organização de trabalho para controlar a mão de obra, estabelecendo o sistema de manufatura.

Com o surgimento das fábricas, surgiu também a manufatura, que reunia uma grande quantidade de operários. Eles trabalhavam, ao mesmo tempo, em um mesmo local, orientados pelo proprietário, no caso o capitalista.

Com a necessidade crescente dos capitalistas de obter cada vez mais lucros, as tarefas foram sendo direcionadas para a repetição.

Assim era possível que o trabalhador melhorasse suas habilidades em uma mesma atividade, ampliando a produção e produzindo com cada vez com mais rapidez.

Dicas Enem

Fique ligado!  O nosso tema de hoje sobre a criação do sistema de fábrica na Europa e transformações no processo de produção, é tema garantido no Enem. Além disso, para que você possa entender a fundo esse contexto, sugerimos estudar em conjunto com os seguintes tópicos:

  • Feudalismo e capitalismo
  • Sistema artesanato e manufatura
  • Revolução industrial

São todos temas complementares e que vão lhe auxiliar a compreender essa fase tão importante da história. Além de ela ser essencial para a forma como vivenciamos o comércio e o capitalismo nos dias atuais.

Saiba mais:

  • //www.histosofia.com.br/
  • //historiadigital.org/

Quem era os trabalhadores da fábrica no início da industrialização?

O operariado ou proletariado é o trabalhador operário que surgiu com a Revolução Industrial e que em troca da sua força de trabalho recebe um salário para sobreviver.

Quem trabalhava nas primeiras fábricas?

“Nas primeiras fábricas brasileiras trabalhava, muitas vezes, ao longo dos operários, um bom número de escravos. O fato de que o proletariado surgir no interior de uma sociedade escravista dificultou e entravou, durante muitos anos, o processo de sua formação como classe.

Quem trabalhava nas fábricas durante a Revolução Industrial?

Vários camponeses foram trabalhar nas fábricas e formaram uma nova classe social: o proletariado. O desenvolvimento industrial arruinou os artesãos, pois os produtos eram confeccionados com mais rapidez nas fábricas.

Quem foram os trabalhadores das primeiras indústrias brasileiras?

Esses imigrantes eram prioritariamente italianos, alemães, japoneses, poloneses, entre outros. Os imigrantes, engrossando as fileiras de trabalho das primeiras indústrias brasileiras, no início do século XX, trouxeram da Europa as ideias e teorias em voga entre a classe trabalhadora europeia.

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