O município é sede da Academia Militar das Agulhas Negras, onde o presidente serviu.
O Ministério Público do Rio suspeita que pelo menos cinco parentes atuavam como fantasmas ou repassavam parte dos salários para membros da suposta organização criminosa.
- Andrea Siqueira Valle: ex-cunhada de Jair Bolsonaro, é irmã de Ana Cristina Vale, mãe de Renan Bolsonaro;
- José Candido Procópio da Silva Vale: ex-sogro do presidente, pai de Ana Cristina e Andrea;
- Maria José Siqueira e Silva: tia de Ana Cristina;
- Marina Siqueira Guimarães: tia de Ana Cristina;
- Ana Maria Hudson: tia de Ana Cristina;
- Guilherme Henrique dos Santos Hudson: também membro da família Hudson
Ana Maria Hudson, tia de Ana Cristina Bolsonaro, também teve o sigilo quebrado. Ela é mãe de Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, que trabalhou no gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara, nomeado em 1º de abril de 2008. Posteriormente, ele migrou para o gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa, assumindo o posto da própria mãe, que foi exonerada na data.
Outro membro da família Hudson, Guilherme Henrique dos Santos Hudson, teve o sigilo quebrado.
Ana Cristina não consta da lista.
O G1 está tentando contato com os citados.
Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro — Foto: Reprodução
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz na lista
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), durante reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) — Foto: Pedro França/Agência Senado
O Ministério Público fluminense solicitou a quebra do sigilo bancário e fiscal, autorizada em 24 de abril de 2019. Na lista do MP estão o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e o ex-policial militar Fabrício Queiroz, que foi ex-assessor e ex-motorista de Flávio quando ele era deputado estadual.
Também terão suas informações bancárias vasculhadas a esposa de Flávio, Fernanda Bolsonaro; uma empresa deles, Bolsotini Chocolates e Café Ltda; as duas filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn; e a esposa do ex-assessor, Marcia.
Investigado foragido
Outros investigados são Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega.
O Ministério Público aponta Adriano como o homem forte do Escritório do Crime, organização de milicianos suspeita de envolvimento no assassinato de Marielle Franco. O ex-capitão do Bope foi alvo da Operação Intocáveis, em janeiro.
O ex-policial, que está foragido, é acusado há mais de uma década de envolvimento em homicídios. Adriano da Nóbrega já foi homenageado por Flávio Bolsonaro na Alerj.
A ordem judicial inclui os sigilos de três empresários de origem americana. Dois moram nos Estados Unidos. Glenn Howard Dillard, Paul Daniel Maitino e Charles Anthony Eldering são donos de duas empresas ligadas ao ramo imobiliário.
O que dizem o senador, defesa de Fabrício e MPRJ
Em nota, a defesa de Fabrício Queiroz afirmou que "ele e família recebem a notícia com tranquilidade, uma vez que seu sigilo bancário já havia sido quebrado e exposto por todos os meios de comunicação, sendo, portanto, mera tentativa de dar aparência de legalidade a um ato que foi praticado de forma ilegal", afirmou Paulo Klein.
O senador Flávio Bolsonaro divulgou uma nota no início da noite em que afirma que a quebra já tinha ocorrido.
"O meu sigilo bancário já havia sido quebrado ilegalmente pelo MP/RJ, sem autorização judicial. Tanto é que informações detalhadas e sigilosas de minha conta bancária, com identificação de beneficiários de pagamentos, valores e até horas e minutos de depósitos, já foram expostas em rede nacional após o Chefe do MP/RJ, pessoalmente, vazar tais dados sigilosos".
No documento, ele diz que o anúncio da quebra divulgado nesta segunda- feira (13) é uma manobra do MP.
"Somente agora, em maio de 2019 - quase um ano e meio depois - tentam uma manobra para esquentar informações ilícitas, que já possuem há vários meses".
Flávio Bolsonaro diz que a intenção é atingir o governo do pai.
"A verdade prevalecerá, pois nada fiz de errado e não conseguirão me usar para atingir o governo de Jair Bolsonaro."
Na segunda-feira (13), o Ministério Público do Rio de Janeiro divulgou uma nota sobre a entrevista que o senador deu no domingo (12) para o Jornal o Estado de S.Paulo em que Flávio Bolsonaro faz acusações sobre atuação do MPRJ no caso Coaf.
Na nota, o MP afirma que "repudia com veemência as declarações de Flávio Bolsonaro, proferidas em entrevista divulgada pelos meios de comunicação social, no dia 12/05/2019. O MPRJ reafirma que sua atuação é isenta e apartidária, pautada nas normas e princípios constitucionais, nos tratados internacionais de regência, na legislação vigente, nas resoluções e recomendações do Conselho Nacional do Ministério Público e na jurisprudência dos tribunais superiores.
A infundada representação em face do Procurador-Geral de Justiça, imputando a divulgação de informações sigilosas, foi sumariamente arquivada pela Corregedoria Nacional do Ministério Público".
Caso Fabrício Queiroz
Investigações envolvendo um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O documento revelou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.
Ex-assessor e ex-motorista de Flávio Bolsonaro movimentou em uma conta o total de R$ 1.236.838 entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017. Durante esse período, Queiroz, de acordo com apontamentos do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), fez saques em espécie no total de R$ 324.774, e teve R$ 41.930 em cheques compensados.
Na época, um dos favorecidos foi a ex-secretária parlamentar, atual mulher do presidente eleito, Jair Bolsonaro, Michele de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, que recebeu cheque no valor de R$ 24 mil.
O presidente Jair Bolsonaro negou qualquer irregularidade nos depósitos realizados na conta da mulher dele, Michele de Paula Bolsonaro, por Fabrício Queiroz.
CASO FABRÍCIO QUEIROZ E FLÁVIO BOLSONARO
R$ 1,2 milhão em operações suspeitas
Flávio Bolsonaro recebeu R$ 96 mil suspeitos, diz Coaf
Caso Fabrício Queiroz: o que é, cronologia dos fatos, personagens
Flávio pagou título de R$ 1 milhão, diz Coaf
Flávio Bolsonaro sobre depósitos e título de R$ 1 milhão
Loja de chocolates de Flávio é alvo de busca e apreensão
Queiroz recebeu R$ 2 milhões em 483 depósitos de assessores ligados a Flávio, diz MP
Flávio pagou R$ 638 mil em dinheiro para 'lavar' compra de imóveis, diz MP
MP diz que PM pagou prestação de apartamento para Flávio e esposa
Em vídeo, Flávio Bolsonaro nega 'rachadinhas' e lavagem de dinheiro
Queiroz recebeu dinheiro de pizzarias de chefe do Escritório do Crime, diz MP
Flávio Bolsonaro é chefe de organização criminosa que desviava dinheiro, aponta MP
PM que pagou boleto de R$ 16 mil de Flávio Bolsonaro diz não lembrar como foi ressarcido
ENTENDA: suspeitas do MP sobre Flávio Bolsonaro em esquema de 'rachadinhas' na Alerj
Fabrício de Queiroz é preso em Atibaia (SP)
Quantas vezes Jair Bolsonaro casou?
Jair Bolsonaro | |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Academia Militar das Agulhas Negras |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar |
Cônjuge | Rogéria Nantes (c. 1978; div. 1997) Ana Cristina Valle (c. 1997; div. 2007) Michelle Bolsonaro (c. 2007) |