A Crise de 1929 foi um abalo econômico que teve início nos Estados Unidos logo após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. O capitalismo internacional foi alvo dessa crise e marcou a decadência do liberalismo econômico. Show
O republicano Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente em 1933, apresentando o chamado New Deal como solução para a crise, ou seja, maior participação do Estado na economia. A crise teve impacto na economia e na sociedade mundial. No Brasil, a produção cafeeira entrou em colapso, e a oligarquia que estava no poder foi enfraquecida, abrindo espaço para a Revolução de 1930. Leia também: O que é liberalismo? Resumo sobre a Crise de 1929
Videoaula sobre a Crise de 1929Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Antecedentes da Crise de 1929Com o final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, a Europa estava arrasada por conta do conflito. Por outro lado, os Estados Unidos se tornaram a maior potência capitalista, e sua liderança começou a ser reconhecida no mundo todo. Enquanto os europeus começavam a década de 1920 tentando se reconstruir, os americanos estavam em um momento de prosperidade e bonança. Começava o período de euforia, com crescimento econômico motivado pela superprodução e pelo consumo desenfreado. A expansão do crédito facilitava esse cenário de prosperidade. Se até a Primeira Grande Guerra a Europa era o modelo a ser seguido pelo mundo, os Estados Unidos assumiram esse posto na década de 1920. Surgia o American Way of Life, isto é, o “jeito americano de se viver”, que se tornou o padrão na busca por felicidade. A família de classe média dos Estados Unidos se tornou o molde almejado. O consumo de eletrodomésticos, a exaltação do prazer e a sensação de que aquela euforia seria eterna marcaram esse novo jeito de se viver. A Europa sozinha não conseguiria ser reconstruída após a guerra. Por conta disso, os Estados Unidos emprestaram enorme quantidade de dinheiro para que os países europeus assim fizessem. A economia norte-americana estava em tamanha ascensão que não era cobrado dos europeus o pagamento do empréstimo concedido. Esse “boom” econômico fez com que o norte-americano começasse a investir seu dinheiro no mercado financeiro, aumentando a especulação monetária. As ações das empresas na Bolsa de Valores tiveram aumento significativo. Os investidores compravam essas ações para depois revendê-las, dando a sensação de prosperidade, o que não correspondia à realidade. Nessa época, quem estava no poder nos Estados Unidos era o Partido Republicano. Os presidentes, até então, adotavam o liberalismo econômico e o princípio da não intervenção do Estado na economia. Dessa forma, as ações na bolsa de valores não eram fiscalizadas pelo governo, permitindo que o mercado conduzisse sozinho as atividades financeiras. Além disso, o crédito concedido para os consumidores internos e para os países europeus se reconstituírem não era regulado, ou seja, o dinheiro era oferecido sem nenhuma condição de pagamento. Leia também: Anarcocapitalismo – doutrina política e econômica que prevê a adoção da ética libertária Causas da Crise de 1929As principais causas da Crise de 1929 foram:
Quebra da Bolsa de Valores de Nova YorkO dia 24 de outubro de 1929 entrou para a história como a Quinta Feira Negra, pois foi quando a economia norte-americana quebrou. Neste dia, os investidores colocaram 12 milhões de ações à venda, o que gerou pânico no mercado financeiro. Nos dias seguintes, esse movimento de venda de ações só aumentou, o que gerou a desvalorização dessas ações. Era o fim do período de prosperidade e euforia para os Estados Unidos. Não demoraria para que a crise se alastrasse pelo país inteiro, colocasse na pobreza quem passou os últimos anos consumindo exacerbadamente e levasse o caos econômico e social para o mundo todo. Consequências da Crise de 1929As principais consequências da Crise de 1929 foram:
Ao diminuir os empréstimos internacionais, os Estados Unidos deixaram de investir na recuperação europeia. Isso fez com que a crise atravessasse o Atlântico e chegasse à Europa, afundando o continente em uma grave recessão econômica. Com a economia em crise, o desemprego aumentou, o que motivou greves e manifestações sociais. Os industriais europeus começaram a financiar grupos extremistas, como os fascistas liderados por Benito Mussolini, na Itália, e os nazistas, na Alemanha, sob o comando de Adolf Hitler, para manter a todo custo a ordem social e conter as greves e revoltas que se tornaram uma constante nas ruas das principais cidades da Europa. Em 1933, Franklin Delano Roosevelt chegou ao poder com a promessa de solucionar a crise que afundou a economia americana e deixou milhões na pobreza. Com o New Deal, o democrata pretendia fazer o caminho inverso dos seus antecessores. Com o liberalismo em crise, a solução foi que o Estado intervisse diretamente na economia, com a fiscalização das atividades bancárias e a construção de obras públicas para gerar emprego àqueles que estavam desempregados por conta da crise. Consequências da Crise de 1929 no BrasilNo final da década de 1920, a principal atividade econômica do Brasil era a exportação do café. Os Estados Unidos eram os maiores compradores da produção cafeeira, o que levou os latifundiários a produzirem em larga escala para atender à demanda. Com a Crise de 1929, a economia americana parou, e um dos sinais dessa paralisação foi a queda na importação. Isso afetou diretamente a produção cafeeira do Brasil, que teve desvalorização no mercado externo. Para solucionar o problema do negócio de café, o governo brasileiro comprou as sacas estocadas pelos cafeicultores, aguardando a valorização do preço, para vendê-las quando isso acontecesse, porém essa medida não teve o êxito esperado. A solução foi investir na indústria de base, o que deu início à industrialização brasileira, com o apoio do governo. A Crise de 1929 e a desvalorização do café enfraqueceram as oligarquias que estavam no poder àquela época, abrindo espaço para que a Revolução de 1930 mudasse a realidade do Brasil com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. Leia também: Era Vargas — período da história brasileira iniciado em 1930 Exercícios resolvidos sobre a Crise de 19291) (Enem 2019) A depressão que afetou a economia mundial entre 1929 e 1934 se anunciou, ainda em 1928, por uma queda generalizada nos preços agrícolas internacionais. Mas o fator mais marcante foi a crise financeira detonada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 abr. 2015 (adaptado). Perante o cenário econômico descrito, o Estado brasileiro assume, a partir de 1930, uma política de incentivo à a) industrialização interna para substituir as importações. b) nacionalização de empresas estrangeiras atingidas pela crise. c) venda de terras a preços acessíveis para os pequenos produtores. d) entrada de imigrantes para trabalhar nas indústrias de base recém-criadas. e) abertura de linhas de financiamento especial para empresas do setor terciário. Resolução: Letra A. A partir de 1930, Getúlio Vargas começou a investir na indústria de base, não somente para afastar o Brasil da crise do café, mas para desenvolvê-lo economicamente. 2) (Aprender — adaptado) Em 1932, o governo estadunidense de Franklin Roosevelt empreendeu um plano econômico para controlar a crise econômica iniciada com a quebra da bolsa de valores em 1929. Como esse plano ficou conhecido e qual sua principal característica? a) New Deal — propôs a intervenção do Estado na economia. b) Plano Marshall — desenvolveu a economia investindo na recuperação europeia pós-Primeira Guerra. c) Doutrina Monroe — expandiu o mercado para a América Latina. d) Doutrina Truman — evitou a expansão do comunismo. e) Macartismo — promoveu uma reforma política no país. Resolução: Letra A. Por meio do New Deal, Roosevelt pretendia tirar os Estados Unidos da Crise de 1929, adotando medidas que ampliavam a presença do Estado na economia, como a regulação das atividades bancárias e a construção de obras públicas para gerar emprego aos desempregados. Que fatores conduziram à crise de superprodução nos finais da década de 20?Uma das causas da crise, foi a elevação do consumo aliado à superprodução agrícola e da indústria. Nessa época, as pessoas também passaram a especular na bolsa de valores. A produção foi elevada a tal ponto, que tinha mais produtos sendo oferecidos no mercado, do que pessoas para comprar.
O que gerou a crise de superprodução?Foi causada pela superprodução, falta de regulação da economia, excesso de crédito e pela bolha de especulação. Teve início com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Fez com que milhares de empresas falissem e milhões de trabalhadores ficassem desempregados.
Que fatores levaram os EUA a Grande Depressão?Entre os principais motivos que levaram a crise está o crescimento descontrolado da produção americana, assim como a quebra da bolsa de valores. O colapso afetou em graus diferentes diversos países, mesmo a economia americana sendo a principal base mundial na época.
O que contribuiu para a crise de 1929?O principal fator que contribuiu para a Crise de 1929 foi a expansão de crédito, emitido pelo Federal Reserve System – Sistema de Reserva Federal – (uma espécie de Banco Central Americano) desde 1924, ainda sob o governo do presidente Calvin Coolidge.
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