Quando estamos resfriados ou gripados não conseguimos perceber o sabor dos alimentos

Olfato e paladar são órgãos dos sentidos que trabalham juntos, informando as características dos alimentos ao nosso cérebro. Quando sentimos o cheiro de algo que nos agrada, já imaginamos o sabor que aquilo tem. Às vezes, o que consideramos sabor em um alimento é, na verdade, seu o odor, percebido pelas células especializadas em identificar partículas de odor.

O que chamamos de sabor é, na verdade, uma combinação de odores e gostos percebidos pelo olfato e paladar. Conseguimos perceber o cheiro antes do sabor porque o nosso olfato é mais sensível que o nosso paladar, e as sensações olfativas são mandadas ao cérebro com maior rapidez, se comparadas às sensações gustativas. Por esse motivo, quando estamos resfriados ou gripados e não conseguimos sentir o cheiro das coisas, também não conseguimos sentir o sabor.

Com a atividade prática sugerida abaixo, o professor poderá trabalhar com os alunos em sala de aula esses dois sentidos.

Materiais necessários para a experiência:

→Gelatina pronta de vários sabores (se o professor preferir poderá trabalhar outros tipos de alimentos com os alunos);

→Colheres;

→Copos;

→Água para beber;

→Três vendas para tapar os olhos dos alunos.

Realizando a experiência:

→A turma ou o professor deverá escolher nove alunos, sendo que:

            -Três alunos tentarão identificar os alimentos de olhos vendados;

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            -Três alunos colocarão os alimentos na boca dos colegas que estarão com olhos vendados;

            -Três alunos anotarão os resultados de cada parte da experiência.

→Na primeira parte da experiência os alunos provadores deverão ficar com os olhos e nariz tampados, provar um pouco de gelatina e identificar seu sabor;

→Depois de provar a primeira gelatina, os alunos provadores deverão tomar um pouco de água, e as colheres deverão ser trocadas. O aluno responsável pelos resultados deverá anotar o que aconteceu;

→Após tomarem água, os alunos provadores, ainda com olhos e nariz tampados, deverão provar outro sabor de gelatina;

→Na segunda parte da experiência, a atividade é repetida, mas os alunos provadores devem estar com o nariz destampado.

→Todos os resultados devem ser anotados em uma tabela como esta:

Discussão:

Professor, repasse à turma os resultados obtidos e peça a eles que os compare para responder às questões propostas.

1-      A sensibilidade dos alunos provadores foi igual para todos os sabores provados?

2-      Em qual parte da experiência foi mais fácil a identificação dos sabores? Por quê?

Paula Louredo
Graduada em Biologia

Compreenda mais sobre o olfato, um sentido que nos torna capazes de perceber os odores.

Como é bom poder sentir o cheiro de uma rosa, o perfume de uma pessoa querida ou o cheiro maravilhoso da comida da mãe. É através do sentido do olfato que isso se torna possível. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse sentido tão valioso?

O principal órgão do sentido do olfato é o nariz. A percepção dos odores ocorre graças a uma região localizada na parte superior das cavidades nasais chamada de epitélio olfatório. É nesse epitélio que encontramos células sensoriais especializadas chamadas de quimiorreceptores. Elas são caracterizadas por possuírem prolongamentos que ficam mergulhados no muco, são os chamados cílios olfatórios.

As moléculas odoríferas dispersas no ar são capazes de estimular esses cílios. Elas gerarão um impulso nervoso que chegará até o bulbo olfatório (área do cérebro que é responsável por receber a mensagem e enviá-la para outras regiões do cérebro onde a mensagem será interpretada). Acredita-se que o homem seja capaz de distinguir cerca de 10 mil cheiros diferentes.

Uma característica muito interessante desse sentido é o fato de ele estar intimamente relacionado com o paladar. Você já deve ter percebido que, ao comer alguma coisa quando se está resfriado, o gosto fica muito difícil de ser distinguido. Isso ocorre em razão do fato de que o sabor é uma mistura de gostos, cheiros e texturas. Quando pegamos o alimento, vários odores estão sendo liberados e, ao mastigarmos, fazemos com que mais cheiros se espalhem. Quando estamos gripados, a grande quantidade de muco nos impede de sentir o odor e não conseguimos captar o sabor.

Você sabia que existem pessoas que conseguem sentir nenhum cheiro? A perda total desse sentido é chamada de anosmia. Acredita-se que pelo menos 1% da população é atingida. Algumas doenças estão relacionadas com essa perda da capacidade de perceber odores, entre elas está o mal de Parkinson. A poluição também parece influenciar na perda desse sentido.

A capacidade de perceber odores é fundamental para a sobrevivência de animais! Alguns machos conseguem perceber o odor característico da fêmea quando esta está pronta para reprodução. Além disso, podem perceber que determinado alimento está estragado ou que algo está queimando. Sem contar a capacidade de sentir o cheiro de um predador ou de uma presa.

Esse sentido é tão importante para nós humanos quanto para os outros animais. Acredita-se que os bebês já são capazes de reconhecer o cheiro da mãe na primeira semana de vida. Além disso, nós somos capazes de associar instantaneamente um cheiro com alguma situação pela qual já passamos. Quem nunca sentiu um perfume e lembrou-se de uma pessoa querida?

Por Vanessa dos Santos
Graduada em Biologia

Aproveite para conferir nossa videoaula relacionada ao assunto:

Porque que quando estamos resfriados ou gripados não conseguimos perceber o sabor dos alimentos?

Quando não se sente o gosto da comida?

Como voltar a sentir o gosto da comida quando está gripado?

Por que quando estamos com o nariz entupido temos dificuldades para sentir o gosto dos alimentos?