Resumo:Com o aumento da produtividade de café na região sul do estado de Minas Gerais, a exigência dos consumidores por boa qualidade e diversificação de produtos no setor agroindustrial cafeeiro, nota-se a importância de maiores cuidados em tecnologias de colheita; pós - colheita ; beneficiamento (classificação e limpeza); processamento (pela diferenciação de produtos elaborados com a mesma matéria - prima) e fatores que afetam os tempos para os produtos acabados; seus custos de transporte e armazenamento. Estes são fatores chave da logística tanto local, regional, nacional ou global. A distribuição da produção de café do Sul de Minas Gerais se dá por vários elos da sub-cadeia produtiva do café, tais como intermediários, cooperativas, torrefadoras, portos secos, portos marítimos e contrato direto produtor - importador ou mesmo, atacado, Show
Quando se pensa na produção agrícola brasileira, é impossível não pensar no plantio de café. Mesmo não sendo uma planta nativa do Brasil, o clima de algumas regiões do país é favorável para o seu cultivo, sendo que, ainda durante o Brasil Império, a exportação do café tornou-se a principal atividade econômica do país. Na verdade, no século XVII, já se cultivava o café no Brasil, porém isso era feito em pequena escala e era destinado ao consumo interno. Foi somente no século seguinte que o grão passou a ser visto como uma solução para a crise econômica provocada pelo fim do ciclo do ouro. Um dos principais fatores que impulsionaram a exportação do café foi o fato dos Estados Unidos terem parado de comprar o grão da sua ex-metrópole, a Inglaterra. Portanto, por serem grandes consumidores, uma ótima oportunidade de mercado surgiu para o Brasil. Desse modo, o país passou a investir cada vez mais no plantio do café em terras do Sudeste visando a sua exportação. 150 anos depois, a produção e exportação do café ainda é muito importante para o Brasil. Portanto, preparamos um artigo para explicar sobre o papel dos modais ferroviário e hidroviário nessa atividade, confira: Índice do Conteúdo Exportação do café em númerosDesde a metade do século XIX até os dias de hoje, o Brasil ocupa a posição de maior produtor do grão do mundo, sendo responsável por cerca de um terço de toda a produção mundial. Dito isso, antes de explorar o aspecto logístico da exportação do café, vamos entender os números relacionados a essa atividade. Segundo o Conselho Nacional do Café, a produção nacional total de café foi de 63,08 milhões de sacas de 60 kg em 2020. A maioria do plantio foi realizada por pequenas empresas e agricultores familiares espalhados pelo país. A região Sudeste ainda concentra a maioria das plantações do grão, principalmente, em Minas Gerais e no Espírito Santo. Do valor total de produção, cerca de 18,5 milhões de sacas foram destinados ao consumo interno, enquanto 44,6 milhões foram utilizados para exportação. O principal comprador internacional foi os Estados Unidos, com 8,1 milhões de casas, constituindo 18,3%. Já a Alemanha ficou em segundo lugar, com 7,6 milhões (17,1%). O terceiro maior comprador foi a Bélgica, importando 3,7 milhões de sacas (8,4%) do Brasil. Problemas de logística que afetam a exportação do caféO cultivo de café pode encontrar diversos obstáculos, como mudanças climáticas, estiagens, a bienalidade negativa e certas pragas, como a Ferrugem do Cafeeiro, por exemplo. Além disso, boa parte dos problemas relacionados à exportação do café estão ligados à logística. A pandemia do novo coronavírus foi um dos principais fatores que prejudicaram várias atividades econômicas: a exportação do café não foi exceção. Por exemplo, o preço do combustível aumentou consideravelmente durante a pandemia, o que encarece muito os gastos com os serviços de frete. Mesmo antes da pandemia, a infraestrutura de transportes no Brasil já não era exemplar. Um histórico de investimentos destinados exclusivamente ao modal rodoviário sobrecarregou o uso de estradas. A falta de manutenção em muitos trechos ao longo do território brasileiro também prejudica muito a logística. Uma possível solução seria apostar na flexibilidade e combinar o uso de modais diferentes, como o ferroviário e o hidroviário. No caso do café, o transporte através de caminhões nem sempre é o ideal, pois a capacidade de volume é menor em comparação a vagões de trens e embarcações, por exemplo. Veremos, a seguir, como esses dois tipos de transportes podem ser vantajosos na exportação do café. Importância dos portosOs portos são fundamentais na exportação do café, afinal, a maioria da produção do grão utiliza o transporte marítimo para chegar nos seus destinos internacionais. Isso acontece, pois navios e embarcações são capazes de carregar grandes quantidades de produtos por longas distâncias. No Brasil, a exportação cafeeira se concentra em poucos locais. O porto principal é o de Santos (SP). Em 2020, o cais santista foi responsável por exportar cerca de 31,6 milhões de sacas, o que totaliza um pouco mais de 79% de toda a quantia enviada para o exterior. Em segundo lugar, estão os portos situados no estado do Rio de Janeiro. Portanto, o Porto do Rio de Janeiro, localizado na baía de Guanabara, e o Porto de Itaguaí (RJ) exportaram juntos por volta de 5 milhões de sacas no período, constituindo 12,7% dos embarques totais do país. Importância das ferroviasJá sabemos que os portos brasileiros são fundamentais na exportação do café. No entanto, as zonas produtoras do grão nem sempre ficam localizadas próximas ao litoral, por isso, um dos desafios logísticos envolvidos nessa atividade é justamente transportar os grãos até às zonas portuárias. Dito isso, o uso de ferrovias e vagões de carga para realizar o escoamento de grãos de café é uma estratégia mais eficiente do que depender somente do setor rodoviário. Afinal, trens são capazes de carregar grandes volumes de produtos em poucas viagens. Além disso, viagens por ferrovias estão menos sujeitas a acidentes relacionados a erros humanos e também evitam problemas de trânsito e congestionamentos, tornando a rota mais previsível e possibilitando um planejamento logístico mais exato. ConclusãoFoi possível notar que o modal ferroviário e os portos são elementos fundamentais na exportação do café, assim como de grande parte dos produtos agrícolas. Qual é o meio de transporte do café?O transporte do café é 100% feito por rodovias, sendo que 50% do transporte é feito por transportadoras e o restante é dividido igualmente entre frota própria ou autônomos e transportadoras. São utilizados somente caminhão carreta e truck, e o café é transportado, na sua maioria, carga seca ou contêiner.
Quais eram os meios utilizados para transportar o café até os portos?As sacas de café eram transportadas dos armazéns de café, como o da São Paulo Railway, até os navios em carroças e carretões. Lá chegando, eram carregadas para bordo sobre os ombros dos trabalhadores.
Como ocorre o escoamento da produção de café?Pois hoje utiliza-se, quase que exclusivamente, o modal rodovi-ário para este transporte. No entanto, para este produto de baixo valor agregado, os meios de transportes mais indicados, na literatura, são o ferroviário e hidroviário. Para isso, é descrito o desenvolvimento e a difusão do café pelo território brasileiro.
Como as ferrovias auxiliam na produção e no escoamento do café?O objetivo de construção das ferrovias era agilizar o escoamento da produção de café, diminuindo o tempo de transporte entre os locais de produção e os portos de onde a mercadoria era exportada. As ferrovias eram uma das condições gerais de produção necessárias ao crescimento econômico do país.
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