Qual o efeito da droga doce?

LSD é a abreviação de dietilamida do ácido lisérgico (do alemão Lysergsäurediethylamid), uma das drogas alucinógenas mais potentes que existem.

O LSD é uma substância líquida sintética (criada em laboratório) sem cheiro, sem cor e com gosto amargo. Sua forma de utilização mais comum é através da via oral, com a ingestão de gotas diluídas em água ou absorvidas em micropontos de papel.

O LSD é uma droga de uso, posse e comercialização proibidas e, na maioria dos países, criminalizadas. Dependendo da região, o LSD também é popularmente chamado de ácido, doce, papel ou quadrado.

A forma de comercialização mais comum de LSD é através de micropontos de papel nos quais a substância é pingada e absorvida.

Efeitos do LSD

Monitoramentos da atividade cerebral comprovaram que o LSD aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro e cria conexões entre neurônios.

Diversos experimentos já demonstraram que o LSD aumenta a atividade neural e cria conexões entre diferentes partes do cérebro. Esses efeitos ocasionam inúmeras alterações na percepção, que se iniciam cerca de 1 hora após a ingestão da droga e podem durar até 12 horas. Além disso, os efeitos mais comuns envolvem:

Efeitos físicos

  • Aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos e da pressão arterial
  • Insônia
  • Desidratação
  • Pupilas dilatadas
  • Tontura
  • Falta de apetite

Efeitos psicológicos

  • Alucinações
  • Confusão mental
  • Ataques de pânico e ansiedade
  • Euforia
  • Perda da noção de espaço
  • Dissociação do corpo e da realidade

O LSD também é considerado uma substância enteógena, ou seja, que proporciona estados alterados de consciência, permitindo que os usuários tenham experiências de cunho espiritual.

O LSD é tão potente que sua dosagem é sempre feita em miligramas. É possível que uma pequena dose de 50 miligramas (para contextualizar, as doses podem chegar até 400 miligramas) cause efeitos que durem por mais de 12 horas. Além disso, é comum que um indivíduo que tenha ingerido LSD experimente flashbacks (episódios de recaída dos efeitos) em algum momento futuro mesmo sem novas utilizações da droga.

Quais os riscos para a saúde?

A substância não causa dependência química, mas os efeitos de euforia e dissociação da realidade podem causar dependência psicológica, sobretudo em usuários com tendências depressivas. Além disso, alguns estudos apontaram que a utilização reiterada da droga pode aumentar a predisposição à esquizofrenia.

Histórico e origem do LSD

O LSD foi sintetizado pela primeira vez em 1938 pelo cientista suíço Albert Hofmman, que desenvolveu a substância através do ácido lisérgico encontrado no fungo claviceps purpurea. No entanto, as propriedades alucinógenas da droga só foram descobertas anos depois.

Em 19 de abril de 1943, data que ficou conhecida como “Dia da Bicicleta”, Albert Hoffmman efetuou um experimento em si próprio e ingeriu 0.25 miligramas de LSD. Em menos de 30 minutos, enquanto ia para a sua casa de bicicleta, o cientista experimentou intensas mudanças de percepção e sentimentos de ansiedade, paranoia e felicidade. O Dia da Bicicleta é celebrado pelas comunidades psicodélicas como a data da descoberta do LSD.

Albert Hoffman, criador do LSD e de outras substâncias alucinógenas.

Em 1947 o LSD foi introduzido no mercado sob o nome “Delysid” como um medicamento com diversos usos psiquiátricos.

A partir da década de 50, os experimentos com LSD geraram mais de 1000 teses científicas, dezenas de livros e seis conferências internacionais. Na época, a substância foi prescrita como tratamento para mais de 40.000 pacientes. Além disso, experimentos mostraram que LSD era uma forma efetiva de combate ao alcoolismo e de aumento de criatividade em artistas.

Na metade da década de 60, o governo americano removeu o LSD de circulação e tornou a utilização da substância, sob qualquer forma, ilegal. Com o tempo, as mesmas medidas foram tomadas no resto do mundo.

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  • Droga

Especialistas explicam se o LSD pode causar ou não dependência e também por que não possui uso medicinal

O LSD-25 ou LSD (dietilamida do ácido lisérgico), conhecido popularmente como "doce" ou "ácido", é um alucinógeno sintético que causa mudanças de humor e alucinações. Ele é comumente consumido em casas noturnas e festas, sendo, portanto,usado com mais frequência pelo público adolescente e jovem adulto.

Essa droga ilícita, ou seja, de uso proibido, é produzida em laboratórios a partir da substância ergotina, obtida do fungo Claviceps purpurea (ergot), que se desenvolve no centeio e outros grãos.

LSD (Alexander_P - Shutterstock)

Diferentemente de outras drogas, o LSD não possui cor, cheiro ou sabor. E o seu consumo pode ser muito variado - em sua maioria é feito por via oral ou sublingual, na forma de papel (papel filtro ou selos de cartas) ou gotas. Contudo, embora menos frequente, a droga pode ser injetada, inalada ou fumada.

O LSD foi descoberto acidentalmente em 1938 pelos cientistas suíços Arthur Stoll e Albert Hofmann. Com o objetivo de sintetizar um estimulante para dor de cabeça, os pesquisadores acabaram descobrindo essa droga.

No entanto, as propriedades do LSD só foram reconhecidas em 1943, quando Hofmann deliberadamente se auto-administrou uma dose extremamente pequena desse composto para explorar seus efeitos. De acordo com Maria Beatriz Brisola dos Santos, psiquiatra do Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês, o cientista experimentou uma mistura de confusão, tontura, distorção perceptual e medo de enlouquecer após o consumo da droga.

Por ter efeitos muito parecidos com aspectos da psicose, o LSD passou a ser usado em experiências de psiquiatras nas décadas de 40, 50 e 60. Nesta mesma época, os Laboratórios Sandoz passaram a vender a substância para ser usada no tratamento de diversos tipos de distúrbios psiquiátricos. Os cientistas interessados recebiam a droga de forma gratuita, o que levou a muitas pessoas passarem a usar o LSD de forma recreativa.

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O LSD é uma substância psicotrópica muito potente e pequenas doses já são capazes de produzir grandes alterações no corpo. Segundo Elizabeth Zamerul Ally, Mestra em Psiquiatria e Psicologia e Especialista em Dependência Química pela UNIAD - UNIFESP, doses de 50 microgramas produzem efeitos com quatro a 12 horas de duração.

Os efeitos do LSD no funcionamento do cérebro são complexos e não totalmente compreendidos. Entretanto, o que se sabe é que a droga afeta de forma perturbadora o sistema nervoso, provocando alterações no funcionamento do cérebro e aumentando o tônus do tronco cerebral, o "quadro de distribuição" do sistema nervoso.

LSD (BorysYankovoy - Shutterstock)

"Essa substância contém em sua estrutura o núcleo indol, que também está presente em um neurotransmissor do cérebro, a serotonina. Por esta característica, a droga interfere no mecanismo de ação da serotonina", indica Elizabeth Ally. A serotonina é um neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura e sensação de bem-estar num geral.

Como no uso de qualquer outro tipo de droga, os efeitos do LSD dependem da sensibilidade da pessoa, do ambiente, da dose e da expectativa diante do uso. Contudo, seus efeitos psicossensoriais são mediados principalmente pela ativação dos receptores serotoninérgicos (principalmente do 5HT2A, encontrado em áreas ricas em serotonina no corpo).

Os principais efeitos físicos do LSD são:

  • Dilatação das pupilas
  • Sudorese ou calafrios
  • Aumento da frequência cardíaca
  • Redução do apetite
  • Insônia
  • Aumento de temperatura
  • Tremores
  • Boca seca
  • Náuseas e vômitos
  • Hiperglicemia.

Os efeitos psíquicos são os mais habituais e preocupantes e incluem:

  • Delírios
  • Aumento do estado de alerta
  • Alucinações visuais e auditivas
  • Distorção do senso de tempo e espaço
  • Sinestesia: cores têm sons, sons têm textura
  • Mudanças extremas de humor (euforia, sensação de bem-estar ou ansiedade, crises de pânico)
  • Onirismo: sensação de que está sonhando acordado(a)
  • Despersonalização, a pessoa se sente estranha a si mesma
  • Piora da concentração e aceleração do pensamento.

Como o LSD pode trazer em alguns casos sensações "boas", algumas pessoas podem acabar se iludindo com o uso da droga. Porém, a psiquiatra Elizabeth Ally alerta que essas ilusões e alucinações também podem ser muito desagradáveis.

"Algumas pessoas observam visões terríveis e sensações de deformidade externa do próprio corpo. Outras podem sofrer sintomas de pânico, as chamadas bad trips. Quem tem predisposição genética pode vir a ter um quadro psicótico esquizofreniforme, ou seja, os sintomas da esquizofrenia.", disse.

Além disso, existem casos em que algumas pessoas apresentaram o efeito de flashback: semanas ou meses após o uso da droga voltaram a apresentar sintomas mentais, mesmo sem ter consumido a droga novamente.

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Segundo a psiquiatra Maria Beatriz, os efeitos físicos e psíquicos geralmente começam dentro de 30 a 60 minutos após o consumo da droga e podem durar até 12 horas.

O uso frequente ou a longo prazo de LSD está associado ao desenvolvimento de tolerância, ou seja, passam a ser necessárias maiores quantidades da droga para obter o mesmo efeito. Entretanto, essa tolerância desaparece rapidamente após a interrupção do uso.

"Os usuários de LSD podem manifestar psicoses relativamente duradouras ou depressão grave, em casos raros", alerta Maria Beatriz.

Os riscos e efeitos causados pelo uso de LSD com outras drogas são imprevisíveis e podem ser bastante perigosos. Segundo a psiquiatra Maria Beatriz, drogas ilegais não são controladas e o usuário não sabe exatamente quais substâncias está usando e quais os riscos dela ou de associá-la à outras. Quando o LSD é associado ao álcool, pode levar ao aumento das náuseas e vômitos.

"Dependendo da droga com que o LSD seja misturado, os efeitos podem aumentar dramaticamente ou podem ocorrer reações diferentes e inesperadas. Os riscos podem envolver as bad trips, o desenvolvimento de surtos psicóticos e outros transtornos psiquiátricos e o comportamento suicida", afirma Elizabeth Ally.

Nas décadas de 1960 e 1970, o LSD ganhou grande popularidade nos Estados Unidos e na Inglaterra, principalmente entre universitários e artistas. Logo a comunidade médica mostrou interesse em realizar pesquisas científicas sobre essa droga e outros alucinógenos.

Em 1968, o LSD foi proibido nos EUA e, em seguida, por outros países. A droga também foi impedida pela ONU para fins medicinais em 1971, o que reduziu muito a possibilidade de se pesquisar sobre a substância.

No Brasil, o Ministério da Saúde não reconhece o uso médico, portanto, estão proibidas a sua produção, o uso e o comércio, considerados crime. Caso a pessoa se enquadre em alguma(s) dessa(s) situações, estará sujeita às penas da lei.

Na última década, houve novamente um crescente interesse de pesquisadores sobre o potencial benéfico da substância. Embora ainda não exista uma indicação aprovada para terapia assistida por LSD, a psiquiatra Maria Beatriz afirma que há estudos que apresentam resultados positivos no uso do LSD combinado com aconselhamento para os seguintes quadros: transtornos por uso de substâncias, especialmente no tratamento da dependência crônica de álcool, transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade e depressão em pacientes que sofrem de doenças potencialmente fatais.

No entanto, essas evidências ainda são de baixo impacto, sendo necessários mais estudos de maior impacto para melhor compreensão e segurança para uso com fins medicinais.

Segundo a psiquiatra Laisa Pessoa Botton, as drogas que causam dependência costumam ativar um sistema no cérebro que é chamado de sistema de recompensa, que faz com que o usuário tenha a sensação de bem-estar ao usá-la. O LSD, no entanto, não estimula a ativação desse sistema e por isso não causa dependência, pois a pessoa sente apenas alucinação, não uma recompensa e prazer.

Contudo, embora o LSD, na maioria dos casos, não cause vício e dependência, o uso da droga pode trazer muitas consequências graves.

De acordo com Elizabeth Ally, o LSD costuma ser uma "droga de passagem", pois há várias outras substâncias no mercado cujos efeitos são aparentemente mais atrativos para os usuários, especialmente as drogas depressoras (maconha, álcool e outras da mesma classe) e estimulantes (ecstasy, cocaína, crack e outras semelhantes).

O fato de o LSD produzir rápida tolerância e apresentar efeitos de longa duração impedem que essa substância induza indivíduos ao uso repetitivo ou à dependência. Na prática, ainda não são conhecidos quadros de dependência dessa droga, apesar de haver estudos científicos que defendam o potencial aditivo deles.

"A tolerância acontece quando o organismo acaba por se acostumar ou ficar tolerante à droga, ou seja, a droga faz menos efeito a cada uso. Assim, para se obter o que se deseja, é preciso aumentar cada vez mais as doses", diz.

Como o LSD raramente pode causar um vício, a psiquiatra Laisa Botton revela que o que é preciso tratar são as consequências causadas pela droga ou os motivos que levam a pessoa ao consumo. A maior parte dos usuários crônicos de LSD usam a droga para tentar fugir de algum problema do dia a dia.

Além disso, a psiquiatra Maria Beatriz revela que o usuário de LSD normalmente consegue interromper o uso sozinho, sem necessidade de um tratamento específico.

No entanto, é preciso ficar atento pois se essa pessoa mantiver o uso (apesar do desejo de interromper) e houver prejuízo nos relacionamentos, trabalho ou qualquer outra esfera da vida, deve procurar ajuda de um especialista, psiquiatra ou psicólogo, para avaliar o caso e ser orientado da melhor forma.

Caso você conheça alguém que possui vício em LSD, a melhor forma de ajudar a pessoa é ser empático com o sofrimento do usuário, sem preconceitos, e ajudá-la a perceber os prejuízos e a procurar auxílio profissional adequado.

Não há relatos de overdose de LSD, mas Elizabeth Ally garante que se a pessoa usar uma dose 200 a 300 vezes maior do que a efetiva, poderá, sim, ter uma overdose. Talvez por isso sejam raros os casos de letalidade na literatura e estejam, em geral, relacionados a acidentes ou suicídios durante as intoxicações.

Entretanto, em casos raros é possível que a pessoa sofra com acidose metabólica e, ao entrar em coma, também tenha uma insuficiência respiratória. Além disso, Laisa Pessoa Botton afirma que há chances de um usuário de LSD ter Síndrome Neuroléptica Maligna, que causa sintomas como febre, alterações na frequência cardíaca e respiratória, rigidez muscular e alterações no hemograma.


(1) Elizabeth Zamerul Ally, mestra em Psiquiatria e Psicologia e Especialista em Dependência Química pela UNIAD - UNIFESP. 
(2) Maria Beatriz Brisola dos Santos, psiquiatra do Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês 
(3) Laisa Pessoa Botton, psiquiatra da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo

Qual é a brisa do doce?

Efeitos psíquicos Por ser um alucinógeno, o LSD causa delírios, alucinações, confusão mental e sinestesia — condição neurológica na qual os sentidos se misturam ou se confundem, como sentir cheiro pelo tato ou ver sons, por exemplo. Distorções das cores, movimentos e imagens também são sintomas recorrentes.

Quanto tempo dura o efeito de um doce?

Um indivíduo que está experimentando a droga pela primeira vez e consome 50 microgramas, por exemplo, começa a sentir sintomas até 30 minutos depois do uso. E o “barato” pode durar entre 4 e 12 horas, perdendo força ao longo desse tempo.

Quais são os efeitos do doce droga?

Alguns efeitos colaterais podem ser percebidos após o uso de LSD, tais como: pupilas dilatadas, sudorese, batimentos cardíacos acelerados, excitação, aumento da pressão arterial, tremores, boca seca, insônia e falta de apetite.

Como se usa a droga doce?

E o seu consumo pode ser muito variado - em sua maioria é feito por via oral ou sublingual, na forma de papel (papel filtro ou selos de cartas) ou gotas. Contudo, embora menos frequente, a droga pode ser injetada, inalada ou fumada.

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