Qual foi a principal causa política da expansão marítima e comercial portuguesa entre os séculos XV e XVII?

  • Tratado de Tordesilhas - Linha divide mundo entre Portugal e Espanha
  • Expansão marítima - Inglaterra, França e Holanda contestam Tordesilhas
  • Grandes navegações - A expansão marítima espanhola

A descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500, foi o resultado de uma persistente e bem sucedida política de expansão marítima colocada em prática ao longo de muitos anos pela monarquia portuguesa.

A construção das grandes embarcações e a organização de expedições marítimas que passaram a explorar os oceanos nos séculos 14 e 15 dependeram do progresso da náutica, com o desenvolvimento de instrumentos e de técnicas de navegação. Isso tudo só pôde se concretizar à medida que eram destinados expressivas somas de riquezas, as quais somente o tesouro de um Estado organizado e forte poderia suportar.

Dinastia de Avis

O pioneirismo português nas grandes navegações marítimas - que culminaram nas descobertas de novas terras, na expansão do comércio e na propagação da fé cristã - se iniciou em 1385, data da subida ao trono de dom João 1º, conhecido como Mestre de Avis. O reinado de dom João inaugurou em Portugal a dinastia de Avis. Ele obteve o apoio da nobreza e dos comerciantes do reino, setores sociais que naquele período eram mais influentes política e economicamente.

Com isso, dom João 1º pôde promover uma acentuada e progressiva centralização do poder monárquico, o que fez Portugal surgir como um Estado independente e bem armado militarmente. O país alcançou a estabilidade política e a paz interna, fatores que propiciaram o florescimento e crescimento do comércio estimulando, desse modo, as riquezas do reino. Essas condições foram fundamentais para colocar em prática a política de expansão marítima destinando recursos para as grandes navegações.

Posição geográfica de Portugal: de cara para o Atlântico

Em sua origem, a expansão marítima portuguesa esteve associada aos interesses mercantis da burguesia do reino, ávida na busca de lucros por meio do comércio marítimo com outras regiões, sobretudo com o Oriente.

Essa era uma forma de superar as limitações do mercado europeu, que estava em crise pela carência de mão-de-obra, pela falta de produtos agrícolas e a escassez de metais preciosos para cunhagem de moeda. Interessava a essa burguesia apoiar o poder real no empreendimento da expansão marítima, por meio das navegações oceânicas e dela extrair seus benefícios.

Portugal também gozava de uma localização geográfica privilegiada na península ibérica. Grande parte do seu território está voltada para o oceano Atlântico. Essa posição geográfica, juntamente com as condições sociais e políticas favoráveis, permitiram ao país se projetar como potência marítima. Coube ao infante D. Henrique - filho de D. João 1o - as iniciativas para fazer Portugal inaugurar as grandes navegações oceânicas.

Escola de Sagres

D. Henrique era um amante das ciências e, sob sua iniciativa, foi fundada a Escola de Sagres, que reuniu diversos especialistas como cartógrafos, astrônomos e marinheiros que possuíam conhecimento do que de mais avançado se sabia na época sobre a arte de navegar.

Foi na Escola de Sagres que foram realizados, em 1418, os primeiros estudos e projetos de viagens oceânicas. Foi nela que foram aprimoradas embarcações como a caravela e aperfeiçoados os instrumentos náuticos necessários a longas viagens, como a bússola e o astrolábio, que haviam sido inventados no Oriente.

Portugal passou a obter sucessivos êxitos no empreendimento ultramarino. O marco inicial foi a conquista de Ceuta, em 1415, localizada na costa do Marrocos. Em seguida, empreendeu esforços para chegar às Índias pelo mar, contornando a África.

Primeiro os portugueses conquistaram as ilhas atlânticas dos arquipélagos dos Açores, Madeira e Cabo Verde (1425-1427) para em seguida explorar a costa africana.

Em 1488, a esquadra comandada por Bartolomeu Dias conseguiu transpor o Cabo da Boa Esperança, localizado no extremo sul da África. Dez anos depois, a esquadra comandada por Vasco da Gama conseguiu ir adiante e navegar pelo oceano Índico, aportando em Calicute, extremo sul da Índia, em 20 de maio. Ambos os navegadores estavam a serviço de Portugal.

A expansão marítima europeia, ocorrida entre os séculos XV e XVII, foi essencial para tirar o Velho Continente da crise dos séculos XIV e XV. Além de ter sido um período profícuo para o desenvolvimento das atividades comerciais entre diferentes continentes (Europa, América, África e Ásia), também foi um momento histórico de construção de conhecimentos geográficos e contato com culturas distintas.

Ao longo deste artigo apresentaremos um panorama da expansão europeia realizada através das Grandes Navegações, apontando para as suas consequências na história. Esse é um conteúdo de grande relevância para o vestibular, então, fique ligado!

Fatores fundamentais para a Expansão Marítima Europeia

Historicamente, a expansão marítima europeia teve como pano de fundo a busca pelo aumento de possibilidades comerciais, podendo as Grandes Navegações serem chamadas de empreendimentos marítimos. Veja quais foram os fatores que contribuíram para o crescimento do alcance marítimo europeu.

Centralização política e Formação do Estado Nacional

Para que o empreendimento das Grandes Navegações se tornasse possível, foi essencial a centralização do poder político e a formação do Estado Nacional, pois somente assim se pode criar uma complexa estrutura de navios, navegadores, armas, entre outros itens. Somente com tal aparato os europeus puderam expandir seu alcance.

Aliança entre o rei e a burguesia

Recursos financeiros eram imprescindíveis para formar uma frota de navios preparados para os desafios dos oceanos, a aliança rei-burguesia foi fundamental.

Desenvolvimento técnico

As Grandes Navegações puderam se tornar realidade devido ao desenvolvimento técnico da área náutica, com destaque para o nascimento da cartografia, acúmulo de conhecimentos geográficos, criação de instrumentos, como a bússola e o astrolábio, assim como a construção de embarcações, como naus e caravelas, com capacidade de realizar viagens extremamente longas e desafiadoras.

Motivações econômicas

Um dos fatores predominantes para impulsionar a expansão marítima dos países europeus foi a motivação econômica. O Velho Continente precisava ampliar a sua capacidade de produção de alimentos (a população estava crescendo rapidamente), dar fim ao monopólio de cidades italianas no Mediterrâneo, encontrar fontes de metais preciosos para sanar a sua escassez, entre outras motivações.

Motivações religiosas

A Igreja Católica visava converter pagãos por meio de ação missionária, expandindo, assim, o alcance do cristianismo.

Expansão Marítima eEuropeia: o processo nas diferentes nações

Acompanhe como foi o processo de expansão marítima pelo viés das diferentes nações.

Expansão marítima de Portugal

Portugal contou com uma série de fatores favoráveis que contribuíram para seu sucesso na empreitada das Grandes Navegações. O país tinha um ambiente interno de paz, sua localização geográfica é estratégica para esse tipo de atividade e contava com uma burguesia mercantil fortalecida.

Além disso, Portugal tinha formado um Estado Nacional sólido, a centralização política, como mencionamos, era de grande relevância para desenvolver a estrutura necessária para a expansão marítima. A Dinastia de Borgonha (a partir de 1143) foi a primeira dinastia de Portugal e seu foco foi a expansão territorial interna.

O movimento político que entrou para a história como a Revolução de Avis, ocorrido entre os anos de 1383 e 1385, foi preponderante para a centralização política da nação ibérica. Basicamente, consistiu na aliança entre a burguesia mercantil portuguesa e D. João, o metre da Ordem de Avis. A expansão externa portuguesa tornou-se o foco da Dinastia de Avis.

Expansão marítima da Espanha

No ano de 1469, a Espanha tornou-se um Estado Nacional através do matrimônio entre Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Em 1492, o navegador Cristóvão Colombo se pôs à disposição dos reis da Espanha. A ideia de Colombo era chegar ao Oriente navegando para Oeste, no entanto, acabou encontrando algo inesperado, a América.

No ano de 1504, Américo Vespúcio declara que a terra descoberta por Colombo era um continente até então desconhecido, ou seja, um Novo Mundo. Fernão de Magalhães foi responsável pela primeira viagem de circunavegação do globo, no período entre 1519 e 1522.

Portugal x Espanha

Havia intensa rivalidade entre as duas nações ibéricas por serem as que tinham melhores resultados em se tratando de expansão marítima. Visando evitar conflitos de grandes proporções, os dois países decidiram assinar um acordo, que foi proposto pelo Papa Alexandre VI, em 1493. Porém, inicialmente, Portugal não concordou com as proposições, assinando em 1494 o Tratado de Tordesilhas.

O documento dividia as terras recém-encontradas e as que ainda viriam a ser descobertas, as outras nações europeias não reconheceram o documento como oficial, pois também desejavam ter uma parte no Novo Mundo.

Expansão marítima de França, Inglaterra e Holanda

Essas três nações tiverem um processo de expansão marítima tardio, em decorrência do atraso da sua centralização política. Inglaterra e França estiveram em conflito na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e, após terem saído deste longo período belicoso, enfrentaram situações internas complicadas.

Os ingleses viveram uma guerra civil (Guerra das Duas Rosas, entre 1455 e 1485) enquanto os franceses passaram por lutas ao longo do reinado de Luís XI (1461 a 1483). As duas nações apenas começaram a sua expansão marítima após superar esses conflitos.

Por sua vez, a Holanda passou por um processo de centralização política tardio porque era um feudo espanhol. Quando a Espanha ficou enfraquecida, a nação holandesa aproveitou para conquistar sua independência e dar início às suas Grandes Navegações.

Consequências históricas da Expansão Marítima Europeia

A expansão marítima europeia teve grande importância por representar um grande salto na história da humanidade, que passou a contar com mais conhecimento a respeito da geografia do nosso planeta e com uma relação comercial unificada entre diferentes continentes.

A ampliação dos horizontes comerciais levou à decadência das cidades italianas que, até então, dominavam o mercado. O eixo econômico mundial se deslocou do mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico e o Sistema Colonial se formou. A Europa deu início a um processo intenso de retirada de metais preciosos da América, usando para isso mão de obra escrava.

Esse foi um período histórico regido pelo eurocentrismo (a hegemonia dos povos europeus) e pelo início da consolidação social do capitalismo através do acúmulo primitivo de capitais.

A expansão marítima europeia teve grande relevância para a configuração do mundo como conhecemos hoje e, por isso, é um tema que vale a pena pesquisar para saber mais a respeito.

Para conferir outros conteúdos e dicas sobre Enem e vestibulares, fique de olho no Blog do Hexag!

Qual a principal causa da expansão marítima dos séculos XV e XVI?

Nesse contexto, a expansão marítima europeia teve como finalidade principal a superação da crise econômica dos séculos XIV e XV e o desenvolvimento da economia mercantil com a conquista de novos mercados.

Quais eram as principais causas da expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV ao XVIII?

A necessidade do europeu lançar-se ao mar resultou de uma série de fatores sociais, políticos, econômicos e tecnológicos. A Europa saía da crise do século XIV e as monarquias nacionais eram levadas a novos desafios que resultariam na expansão para outros territórios.

Qual o principal motivo da expansão marítima pelos portugueses?

O primeiro motivo que levou os portugueses ao empreendimento das Grandes Navegações foi a progressiva participação lusitana no comércio europeu no século XV, em razão da ascensão de uma burguesia enriquecida que investiu nas navegações no intuito de comercializar com diferentes partes do mundo.

Quais foram os principais motivos para a expansão marítima?

Seus objetivos eram retomar o comércio direto de especiarias, encontrar novas fontes de metais preciosos e converter populações nativas ao cristianismo.