Introdu��o
�Envelhecimento � a conseq��ncia de altera��es, que os indiv�duos demonstram, de forma caracter�stica, com progresso do tempo, da idade adulta at� o fim da vida� (MEIRELLES, 1997). O envelhecimento � inevit�vel. A cada dia percebemos um aumento do n�mero de idosos no Brasil e no mundo. O envelhecimento vem aumentando consideravelmente, trazendo juntamente com ele aumento da expectativa de vida da popula��o. Por�m, precisamos n�o s� aumentar como melhorar a expectativa de vida e proporcionar condi��es de vida mais saud�veis para nossos idosos.
Segundo afirma Porto (2008), busca-se atrav�s de programas de atividades f�sicas uma diminui��o do stress, inibir o sedentarismo e principalmente manter a capacidade funcional do idoso, fazendo assim com que eles sintam-se �teis, realizando suas tarefas di�rias.
Atualmente percebe-se que existe falta de profissionais interessados e de certa forma at� mesmo capacitados para desenvolver programas de atividade f�sica espec�fico para idosos. Profissionais que estimulem a pr�tica de atividades f�sicas, o que certamente contribuiria consideravelmente para um envelhecimento menos traum�tico, evitando assim a baixa auto-estima, monotonia, exclus�o social, perdas f�sicas e afetivas (MELLO; BAGNARA, 2011).
O presente estudo busca relacionar a import�ncia da pr�tica de atividades f�sicas para idosos, e suas conseq��ncias no conv�vio social dos mesmos, al�m de encontrar alternativas para tornar o idoso mais saud�vel e fisicamente ativo, proporcionando assim uma vida mais saud�vel.
Terceira idade e envelhecimento
Ser velho � uma chance que cada dia mais pessoas conseguem alcan�ar. Atualmente existe um n�mero cada vez maior de pessoas idosas vivenciando uma vida saud�vel; � importante n�o s� viver mais, mas sim viver melhor, mantendo o corpo em constante atividade f�sica a fim de conservar as suas fun��es vitais em bom funcionamento (OTTO, 2000).
Juntamente com o processo de envelhecimento v�rios aspectos v�o se modificando; aspectos biol�gicos, fisiol�gicos e ps�quicos, o que influencia diretamente dentre outros fatores nas rela��es s�cio afetivas dos indiv�duos. Juntamente com outros aspectos, esse processo possibilita aos idosos uma enorme tend�ncia de se sentirem sozinhos, abandonados.
Uma das principais causas apontadas para a sensa��o de solid�o e abandono as quais s�o submetidos os idosos pode ser destacada a aposentadoria que muda consideravelmente a rotina di�ria da vida. Isso faz com que os idosos necessitem de readapta��o a uma realidade nova, onde t�m muito tempo dispon�vel e poucas atividades programadas para fazer, e os idosos precisam sentir-se �teis.
Para Meirelles (2000, p.13) �envelhecer com lucidez e dignidade, em pleno corpo e em pleno esp�rito, � a realiza��o total da aventura humana no planeta em que vivemos e sobrevivemos�. Ainda para esclarecer melhor este ponto abordado por Meirelles, seguimos, onde �a sa�de n�o � tudo na vida, mas sem sa�de tudo � nada�. �Tudo� na velhice envolve desde amizades, visitas, amigos, parentes, passeios, eventos, viagens, encontros, enfim, atividades que englobem uma forma de se relacionar com outras pessoas.� (SCHOPENHAUER apud MEIRELLES 2000, p.87). E, esse tudo, somente pode ser plenamente atingido quando o idoso possui autonomia funcional para desenvolv�-lo.
Na velhice, o idoso precisa se readaptar, se reorganizar e reprogramar seus dias, suas semanas. Eles percebem que tem muito tempo livre como apontado anteriormente e com isso, precisam preencher esse tempo aproximando-se dos amigos, fazendo viagens, passeios, precisam estar em companhia de outras pessoas, sentir-se jovens, praticar exerc�cios f�sicos.
Por�m, apesar de existir teorias que explicam e caracterizam o processo de envelhecimento, o mesmo varia bastante de pessoa para pessoa e � influenciado tanto pelo estilo de vida quanto por fatores gen�ticos. Especialistas em envelhecimento acreditam que o ser humano poderia viver at� 115 a 120 anos se o estilo de vida e seu perfil gen�tico fossem os ideais (NIEMAN 1999). Da mesma forma, especialistas afirmam que o ser humano poderia alcan�ar uma expectativa de vida muito maior que a apontada anteriormente, desde que mantivesse um estilo de vida ativo, alimenta��o correta e da mesma forma fosse brindado com perfil gen�tico adequado, e, n�o ignorando a pr�tica regular de exerc�cios f�sicos.
Import�ncia da atividade f�sica para terceira idade
Segundo Meirelles (2000) o desempenho f�sico � modificado com o decorrer dos anos. Havendo a pr�tica de atividades f�sicas adequadas e regulares, respeitado-se a individualidade biol�gica, essas modifica��es ser�o restringidas, favorecendo o prolongamento da vida e a qualidade de vida, contribuindo na reabilita��o das fun��es org�nicas interdependentes.
Durante os primeiros anos da nossa vida, nossa evolu��o f�sica � muito r�pida, principalmente nos quesitos de crescimento e desenvolvimento, por�m quando chegamos � terceira idade, ocorre a fase da involu��o. O processo de involu��o ocorre de forma mais lenta que a evolu��o da inf�ncia e adolesc�ncia. Por�m, tal involu��o influencia diretamente e de forma consider�vel na perda das capacidades funcionais do idoso. Quando se pratica atividades f�sicas regulares e adequadas, pode-se auxiliar o corpo nessa readapta��o e diminuir os efeitos �involutivos� do processo de envelhecimento, al�m � claro de ser uma atividade que preenche boa parte do tempo livre do idoso, al�m de promover a integra��o e participa��o ativa no meio social.
�O envelhecimento fisiol�gico n�o acompanha necessariamente a idade cronol�gica, isto varia de pessoa para pessoa, levando em conta muitos fatores, principalmente o estilo de vida de cada um�(SOUZA, 2011). Idosos com estilo de vida ativo, que praticam atividades f�sicas durante a sua vida inteira, e mant�m uma alimenta��o saud�vel, muito provavelmente ter�o um envelhecimento fisiol�gico e consequentemente um processo de perdas funcionais mais lento do que aquele idoso que foi sedent�rio a sua vida inteira ou grande parte dela.
O corpo humano � como uma m�quina, a qual precisa ser movimentada regularmente para manter todas as suas fun��es, se esses movimentos forem limitados � atividades di�rias como caminhar, sentar, levantar, brincar com os netos, a nossa m�quina ir� ficar praticamente parada, fazendo com que nossos m�sculos atrofiem. Assim, percebe-se a import�ncia da pratica de uma atividade f�sica regular e orientada, fortalecendo assim nossos m�sculos, articula��es, ossos, al�m de aumentar a capacidade respirat�ria, a resist�ncia f�sica e facilitar a circula��o sangu�nea, tudo isso fazendo com que a fadiga demore mais tempo para ocorrer (GEIS, 2003).
� importante para os idosos manter suas tarefas di�rias, por�m isso n�o � suficiente para manter o bom funcionamento de nossos m�sculos, ossos e articula��es, o ideal � praticar atividades f�sicas, exerc�cios f�sicos orientados por profissionais, prevenindo assim qualquer dano que possa ser causado � sa�de do idoso por pr�ticas incorretas ou inadequadas para o seu n�vel de aptid�o f�sica espec�fica.
Segundo estudos de Nieman (1999, p. 291)�as pessoas idosas que se exercitam regularmente relatam que dormem melhor, s�o menos vulner�veis �s doen�as virais e possuem uma melhor qualidade de vida do que as sedent�rias�.
N�o h� idade para se iniciar a pratica de esportes ou atividades f�sicas, apenas deve-se escolher o tipo de atividade adequada, de esporte a ser praticado pelos idosos. � necess�rio realizar atividades f�sicas adaptadas � idade, de acordo com as necessidades fisiol�gicas, sociais e emocionais, ainda levando em conta as possibilidades de cada pessoa. Deve-se objetivar uma atividade f�sica relaxante, gratificante e n�o algo competitivo, ou que exija muita t�cnica (GEIS, 2003). Esses cuidados devem ser tomados para n�o desmotivar os idosos quando n�o conseguirem realizar as atividades propostas pelo professor e acabarem por abandonar a pr�tica de exerc�cios.
Percebe-se que a atividade f�sica influencia n�o s� na execu��o das atividades di�rias, ou seja, na manuten��o da capacidade funcional, mas tamb�m no sono reparador dos idosos. N�o existe uma idade limite para iniciar a pratica regular de exerc�cios f�sicos, o importante � que essa atividade seja relaxante e gratificante como apontado anteriormente e que o idoso consiga executar sem muita dificuldade, evitando a decep��o e perda do interesse pela pr�tica.
Para Geis (2003), quando idosos iniciam a pratica de atividades f�sicas, seu corpo vai se modificando, e eles aos poucos come�a a aceitar como ele �. A atividade f�sica tamb�m pode ajudar o idoso a superar a solid�o, pois normalmente essas atividades s�o feitas em grupos. Assim em alguns casos o uso de medicamentos pode at� ser diminu�do como apontam alguns estudos desenvolvidos com este tipo de popula��o.
A atividade f�sica � muito importante para a qualidade de vida dos idosos, pois atrav�s dela consegue-se melhorar os �ndices de sa�de, combater os efeitos do processo de envelhecimento, para que o idoso possa manter uma vida ativa, ser independente e socialmente participativo. A pratica de atividade f�sica afeta tamb�m a �rea psicossocial, onde podemos destacar a diminui��o do stress, da ansiedade, da depress�o, aumento da autoconfian�a, autoestima e da socializa��o. Com a manuten��o da sa�de nessa popula��o os gastos com sa�de p�blica, ser�o significativamente menores (PORTO, 2008).
A pratica de atividade f�sica principalmente em grupos, nas academias e clubes, ajuda o idoso a sentir-se menos sozinho, a perceber que ele faz parte da sociedade e como consequ�ncia ocorre a melhora da sa�de f�sica e ps�quica. Nos grupos de atividade f�sica ocorre a conviv�ncia com outras pessoas, auxiliando o idoso, em alguns casos at� a diminuir o uso de medicamentos por problemas depressivos e de solid�o.
Com a ado��o de um estilo de vida saud�vel e a pratica de atividades f�sicas, percebemos altera��es nos componentes da aptid�o f�sica relacionados com a sa�de, tais como aptid�o cardiorrespirat�ria, for�a muscular, resist�ncia muscular e a flexibilidade. Essas altera��es ir�o influenciar positivamente na execu��o das tarefas di�rias al�m de auxiliarem na autonomia dos idosos. Percebem-se tamb�m ganhos na composi��o corporal, �ndice de massa muscular, diminui��o de dores articulares, aumento da densidade mineral �ssea, aumento da capacidade aer�bica, melhora do perfil lip�dico, melhora da for�a e flexibilidade e diminui��o de incidentes de quedas e fraturas. (PORTO, 2008).
Objetiva-se com a pr�tica de exerc�cios f�sicos orientados para idosos, ampliar sua expectativa de vida, melhorar a qualidade de vida, promovendo a sua independ�ncia f�sica, fazendo com que o idoso perceba que ele faz parte da sociedade e n�o � um peso para seus familiares. Com a pr�tica de atividades f�sicas gerais e exerc�cios f�sicos orientados, busca-se tamb�m protelar ao m�ximo o aparecimento de doen�as graves e cr�nicas em etapas iniciais da chamada terceira idade.
Considera��es finais
Durante as etapas deste estudo de revis�o bibliogr�fica percebemos a import�ncia de atividades e exerc�cios f�sicos orientados especificamente para idosos. O profissional de Educa��o F�sica deve ser capacitado em avaliar, prescrever e controlar as diversas vari�veis presentes no contexto do exerc�cio f�sico, respeitando as individualidades e necessidades de cada um, a fim de evitar riscos e poss�veis danos pela pr�tica incorreta de exerc�cios, posturas erradas e intensidades inadequadas.
Com h�bitos de vida saud�veis e alimenta��o adequada, aliado a pratica de atividades f�sicas regulares ou exerc�cios f�sicos orientados, podemos proporcionar � popula��o idosa uma vida mais saud�vel e com qualidade. Atrav�s do exerc�cio f�sico pode-se mostrar para o idoso que ele faz parte de uma sociedade, que ele � um membro importante da fam�lia, e que ele possui uma importante e relevante posi��o na comunidade ou local onde vive.
Os programas de exerc�cios f�sicos direcionados para o p�blico idoso t�m como objetivo diminuir a incid�ncia de doen�as cr�nico-degenerativas, doen�as oriundas do sedentarismo e protelar ao m�ximo o aparecimento de doen�as limitadoras, aproveitando assim da melhor forma poss�vel a terceira idade, a melhor idade.
Atualmente, cada vez mais pessoas est�o tendo a possibilidade de envelhecer. Por�m, acompanhando o r�pido crescimento da popula��o idosa, cresce juntamente a necessidade de profissionais capacitados para orienta��o e interven��o junto a este p�blico para tornar a terceira idade mais agrad�vel, motivante e produtiva do ponto de vista pessoal. N�o nos referimos somente a profissionais da �rea de Educa��o F�sica, mas diversas outras �reas de extrema import�ncia para amenizar as perdas fisiol�gicas, sociais, emocionais e funcionais provocadas pelo processo de envelhecimento.
Refer�ncias
GEIS, Pilar Pont. Atividade F�sica e Sa�de na Terceira Idade: teoria e pr�tica. Porto Alegre: Artmed, 5� ed. 2003.
MEIRELLES, E.A. Morgana. Atividade f�sica na 3� Idade. Rio de Janeiro: Sprint, 1997.
MEIRELLES, Morgana A. E. Atividade f�sica na terceira idade. Rio de Janeiro: Sprint, 3� ed. 2000.
MELLO, Rosane Garstka de; BAGNARA Ivan Carlos. A import�ncia de atividades f�sicas recreativas adaptadas para grupos de terceira idade. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 16, N� 155, Abril de 2011. //www.efdeportes.com/efd155/atividades-fisicas-adaptadas-para-terceira-idade.htm
NAHAS, Markus Vinicius. Atividade f�sica, sa�de e qualidade de vida: conceitos e sugest�es para um estilo de vida ativo. 2� ed. Londrina: Midiograf, 2001.
NIEMAN, David C. Exerc�cio e sa�de: Como se prevenir de doen�as usando o exerc�cio como seu medicamento. 1� ed. S�o Paulo: Editora Manole, 1999.
OTTO, Edna exerc�cios f�sicos para a terceira idade. S�o Paulo: Manole 1� ed. 1987.
PORTO, Jeferson Corr�a. Longevidade: atividade f�sica e envelhecimento. Macei�: Edufal, 2008.
Outros artigos em Portugu�s
Búsqueda personalizada |
EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 17 � N� 170 | Buenos Aires,Julio de 2012 |