Revista: CE Contribuciones a la Economía ISSN: 1696-8360PRESSÃO DEMOGRÁFICA E DESENVOLVIMENTO Show
Autores e infomación del artículoAlexandre Magno de Melo Faria * Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil
Resumo Population Pressure and Development Abstract Presión Demográfica y Desarrollo Resumen Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: Alexandre Magno de Melo Faria (2017): “Pressão Demográfica e Desenvolvimento”, Revista Contribuciones a la Economía (octubre-diciembre 2017). En línea:
Este trabalho aborda os principais pilares na discussão sobre a evolução da pressão demográfica e do uso de tecnologias na produção de alimentos e as suas interações com o meio ambiente. A evolução social pode ser analisada por diversas correntes teóricas. Neste trabalho, discutir-se-á brevemente os principais pilares dos modelos de Malthus (1997), Boserup (1987), Barlett (1976), Wilkinson (1974) e Johnson e Earle (1987), que consideram a pressão demográfica como o principal mecanismo na mudança das relações entre sociedade, tecnologia e meio ambiente.
Malthus ficou conhecido pela expressão: “a população, quando não controlada, cresce numa progressão geométrica. Os meios de subsistência crescem apenas numa progressão aritmética. Um pequeno conhecimento de números demonstrará a enormidade do primeiro poder em comparação com o segundo” (MALTHUS, 1996: 246). Esta relação implica em um enorme obstáculo que atua sobre a evolução populacional. Porém, é a própria
população o grande problema, pois sua flutuação em relação à capacidade de geração de alimentos é que gera instabilidades como fome, miséria e deslocamentos.
Ester Boserup (1987) parte de uma visão que coloca o crescimento populacional como variável independente e como o principal fator
determinante das mudanças na agricultura. Em regiões de baixa pressão demográfica, percebe-se uma agricultura extensiva, que utiliza a técnica de “corte e queima”, com alta produção em duas ou três safras e abandono do lote, que ficará em pousio durante vários anos. Esta técnica garante uma alta produtividade por mão-de-obra, visto que o fogo substitui o esforço humano. Se há extensas áreas disponíveis devido à baixa densidade populacional, pode-se utilizar uma agricultura itinerante com muitas
áreas em pousio longo. Contudo, se há uma elevação do tamanho da população, o período de pousio deve ser reduzido para garantir a oferta de alimentos. Para Boserup, a redução das áreas de pousio representa umaintensificação agrícola, que incorpora importantes mudanças. No pousio mais curto, há a necessidade de incorporação de técnicas de fertilização, antes desnecessárias (BOSERUP, 1987).
Analisando o caso de intensificação agrícola na Costa Rica, Peggy Barlett (1976) procura demonstrar o mecanismo de evolução agrícola focando sobre as causas da evolução e a tomada de decisão individual dos agricultores. De forma geral, o modelo boserupiano se ajusta ao caso costarriquenho, pois o crescimento populacional tem reduzido as áreas de pousio, houve uma crescente utilização de novas tecnologias e as
áreas mais intensivas são menos eficientes, ou seja, a intensificação reduziu a produtividade por trabalhador. Contudo, a contribuição de Barlett é a especificação da tomada de decisão a nível individual. A chave seria a diferenciação interna, onde algumas famílias teriam acesso a áreas maiores e, portanto, não estariam tencionadas a reduzir suas áreas de pousio, mantendo a capacidade dos solos pelo baixo nível de uso.
No terceiro enfoque proposto, o modelo de evolução social de Wilkinson, parte de um ponto onde a população humana em um dado espaço é tão diminuta que a baixa produção orgânica dos ecossistemas “naturais” é suficiente para
sustentá-la. Pode-se dizer que o homem participa de um “nicho ecológico” que garante o suprimento de recursos para a sua sobrevivência sem alterar sua relação com o meio ambiente relevante. Porém, quando a população humana se eleva muito, ela extrapola o “nicho ecológico” e os recursos necessários para sustentar esta população excede a capacidade do meio ambiente de fornecer os fluxos de provisão. A escassez aguda de recursos essenciais força a sociedade a alterar o seu padrão de relacionamento
com o meio ambiente para superar a crise ecológica. Há, basicamente, duas formas de resolver o problema. Primeiro, passa-se a importar recursos para preencher a lacuna. Dois problemas são derivados desta ação: i) deve-se especializar em algum produto de exportação para lastrear a importação; e ii) a importação depende do excedente de outras regiões, que podem interromper o fornecimento a qualquer momento.
No quinto enfoque proposto, o modelo de Johnson e Earle (1987) utilizam o conceito de evolução multilinear, onde cada sociedade tem uma trajetória particular. Porém, admite-se que o motor gerador de todos os processos de mudanças é o crescimento populacional. Todas as sociedades que evoluíram de uma economia de subsistência de pequena escala para uma economia complexa de grande escala passaram, de uma forma ou de outra, por processos de intensificação da produção, integração política e
estratificação social. Quando a densidade demográfica é baixa, a população se encontra dentro da capacidade de suporte do meio ambiente e não há problemas ecológicos relevantes. Se a população excede esse limite, esperar-se-ia que a taxa de natalidade recuasse e a taxa de mortalidade elevasse, eliminando o excedente, em uma curva “S” de crescimento populacional, onde há um limite claro na relação população e meio ambiente. Porém, a cultura humana superou a biologia e o homem alterou sua relação
com o ambiente retirando-lhe os recursos necessários para suportar o seu crescimento exponencial, em uma curva do tipo “J”. Esta capacidade de manejar os recursos permitiu a evolução humana e a sua complexificação social. 7. Rebatimentos contemporâneos Os debates clássicos sobre a pressão demográfica e a evolução técnica respaldam os fenômenos complexos de interação da sociedade e o meio ambiente. Cada espaço apresenta características distintas, em função das condições edafoclimáticas, demográficas, tecnológicas, sociais, culturais, econômicas, institucionais e outros condicionantes importantes. Em função desta heterogeneidade socioespacial, as
abordagens evolucionistas são pontos de apoio para entender o processo específico de cada sociedade. Conclusões Em síntese, para Malthus, o crescimento populacional depende e está contido pela oferta de alimentos. A inovação tecnológica é uma variável exógena e com pouca influência na resposta ao problema da capacidade de suporte. Boserup inverte esta lógica, onde a população passa a ser o motor da mudança nos processos de produção agrícola. Quanto maior a densidade demográfica maior a intensidade do uso das terras. As
áreas de pousio são reduzidas e as inovações tecnológicas vão sendo incorporadas ao processo produtivo. Para Barlett, esta ideia tem validade quando se avalia um espaço homogêneo. Mas quando se desagrega a análise, percebe-se assimetrias entre agricultores, que dita dinâmicas diferenciadas de acordo com o acesso à terra. Mesmo em uma região de alta pressão demográfica, uma família pode não responder com redução do pousio e incorporação de novas tecnologias, pois a lógica do menor esforço lhes
garante a sobrevivência com técnicas de maior produtividade por homem-hora do tipo corte e queima e pousio longo. Referências
Bibliográficas * Economista (UFMT), mestre e doutor em Desenvolvimento Socioambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Pós-doutor em Gestão e Economia pela Universidade da Beira Interior (UBI/Portugal), com bolsa do Programa Ciência sem Fronteiras da CAPES. Professor Associado I da Faculdade de Economia da UFMT, Campus Cuiabá, Brasil. Recibido: 08/10/2017 Aceptado: 11/10/2017 Publicado: Octubre de 2017 Nota Importante a Leer:
Qual a relação entre o crescimento da população e o desenvolvimento da agricultura?Segundo a mestranda Daniele, “os principais resultados revelam que, com a expansão da população, o preço da terra aumentaria e, em contrapartida, a demanda por este fator diminuiria, assim como a sua disponibilidade para o uso. Além disso, a demanda e a produção de alimentos cresceriam.
Quais os benefícios que o desenvolvimento da agricultura trouxe para a população?A importância da agricultura é, assim, indiscutível, pois é a partir dela que se produzem os alimentos e os produtos primários utilizados pelas indústrias, pelo comércio e pelo setor de serviços, tornando-se a base para a manutenção da economia mundial.
Qual relação dos alimentos com o crescimento populacional?Em mundo mais populoso e gordo, produção de comida terá de crescer 80% até fim do século, diz estudo. A quantidade de comida necessária para alimentar a população mundial até o final do século pode ter de aumentar em quase 80% até o fim do século, aponta um estudo.
Qual a relação entre o crescimento populacional e o aumento das colheitas?O crescimento demográfico é sustentado somente com o crescimento da produção de alimentos, e um declínio na produção per capita leva a uma deterioração do ambiente natural e indica que a capacidade de suporte foi excedida.
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