Qual é a relação entre memória é aprendizagem?

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Resumo

O objetivo deste trabalho é relatar os conceitos de Memória e Aprendizagem, demonstrando a inter-relação entre os processos e a importância destes na vida acadêmica de um indivíduo com dificuldades de aprendizagem. Pretende-se também apresentar os diversos tipos de memória, bem como as suas etapas, segundo a literatura, e a relevante interferência dos moduladores de memória na ativação do processo. A pesquisa envolveu um estudo de caráter qualitativo, bibliográfico e descritivo. Trata-se de um estudo de caso realizado na Clínica de Psicopedagogia do ISECENSA. O estudo proposto teve como fonte de dados:  Observações diárias, Testes, Intervenções, Artigos e Bibliografias recentes. Os dados analisados sugerem que é de fundamental importância que o sujeito esteja motivado, com níveis de atenção e ansiedade apropriados e que os estímulos sejam coerentes ao seu Modelo de Aprendizagem e estado emocional, para que haja um bom aproveitamento e melhor desempenho escolar deste sujeito, apesar de suas dificuldades.

Palavras-chave

Memória Aprendizagem Moduladores de memória

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Qual é a relação entre memória é aprendizagem?

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Como Citar

Dias, F. M. de A., Pessanha, R. G. B., & Nicolaru, C. C. B. de A. (2018). A INTER-RELAÇÃO ENTRE MEMÓRIA E APRENDIZAGEM. Humanas Sociais & Aplicadas, 8(21). https://doi.org/10.25242/887682120181345

Referências

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Qual é a relação entre memória é aprendizagem?

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar a importância da memória e objetiva desenvolver e aprofundar os conceitos inerentes à mesma, bem como as suas implicações nos processos mentais, cognitivos e percetivos no processo de acesso à informação. Neste sentido, foi realizada uma revisão da literatura, que forneceu contributos fundamentais para um referencial teórico lógico, e que localizou reflexões sobre as temáticas da psicologia cognitiva, concretamente a memória sensorial, memória a curto e memória a longo prazo e a sua influência no processo de aprendizagem.

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Introdução

Neste trabalho pretende-se identificar os diferentes tipos de memória quer em termos de duração temporal quer em termos de capacidade de armazenamento de informação, e ainda identificar e hierarquizar os fatores capazes de influenciar a memória.

A memória ajuda-nos a definir quem somos, na verdade ela é essencial para a construção da identidade da pessoa. O conjunto de experiências armazenadas na mente do indivíduo e a facilidade com que se acede a elas, é vital para que possamos interpretar o que se passa à nossa volta e possamos tomar decisões.

Pretende-se ainda analisar a influência da memória no processo de aprendizagem e a interdependência da aprendizagem e da memória, uma vez que a estrutura e material a ser aprendido está em grande parte dependente do conhecimento retido na memória, ou seja daquilo que o indivíduo já sabe e é capaz de recordar. O atual conhecimento não só influencia a aprendizagem de novos conhecimentos e informações, mas também o modo como esses conhecimentos e informações são organizados, de forma a serem recuperados no futuro.

Partindo das definições dos conceitos de memória e de aprendizagem, será analisada a relação entre os dois, e em que medida um condiciona e influencia o outro. Será ainda dada especial relevância ao processo da memória na retenção de saberes durante a aprendizagem.

1 Enquadramento Teórico

A memória humana é um elemento fundamental nas tarefas de compreensão verbal e escrita, no cálculo e raciocínio. Ela representa um papel indispensável no sistema cognitivo e poderá ser considerada responsável por algumas diferenças importantes ao nível do desempenho dos sujeitos nas tarefas escolares, profissionais, do dia a dia, na execução e performance das tarefas a realizar.

A memória consiste num conjunto de procedimentos que permite ao indivíduo manipular e compreender o mundo, tendo em conta o contexto e as experiências individuais. Estes procedimentos envolvem mecanismos de codificação, retenção e recuperação. Sabe-se que a memória humana possui limitações, isto é, o indivíduo é apenas capaz de memorizar um número limitado de informações.

A memória é uma das componentes que faz parte integrante dos processos cognitivos. Para Sternberg (2000) a Psicologia Cognitiva trata do modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a informação.

Os psicólogos cognitivos estudam as bases biológicas da cognição, as imagens mentais, a atenção, a consciência, a perceção, a memória, a linguagem, a resolução de problemas, a criatividade, a tomada de decisões, o raciocínio, as mudanças cognitivas durante o desenvolvimento ao longo da vida, a inteligência humana, a inteligência artificial e vários outros aspetos do pensamento humano.

Para uma melhor compreensão centífica da memória humana têm sido adotadas diferentes perspetivas. As perspetivas mais frequentes podem designar-se por perspetiva estrutural e a perspetiva processual. Segundo a perspetiva estrutural, a memória seria constituída por vários sistemas responsáveis pelo armazenamento e retenção da informação quer a curto prazo quer a longo prazo. De acordo com a perspetiva processual, a informação daria entrada na memória, permanecia lá durante um certo tempo e por fim seria usada.

Todos os dias recebemos inúmeras informações, as quais são selecionadas (de forma consciente ou não), para posteriormente serem armazenadas ou eliminadas. É ao processo de armazenamento das informações que podem ser recuperadas no futuro que designamos de memória.

O termo memória é uma ampla denominação para o elevado número de processos que formam as pontes entre o passado e o presente.

A memória é o processo cognitivo que compreende a retenção e a recuperação da informação. É um sistema aberto em que a informação é adquirida (aquisição e codificação), armazenada (retenção), podendo depois ser recuperada ou evocada (recordação). Lembrar implica um processo ativo de reconstrução das informações e estímulos anteriormente adquiridos, codificados e armazenados.

De acordo com Albuquerque (2001), para caraterizar o conceito memória, podemos orientar-nos por três perspetivas diferentes. No início a memória foi referida como uma representação interna do que foi aprendido, sendo neste caso, autobiográfica, uma vez que estaria referenciada no episódio de processamento.  De seguida a memória é considera como um processo que conduz à recordação. Pode ser então definida como o conjunto dos processos de  codificação, retenção e recuperação da informação. Na última perspetiva, a memória consiste na sua interpretação como uma estrutura, permitindo assim, a distinção em memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo.

2.1 Definição do Conceito

Segundo Sternberg (2000) a memória é o meio pelo qual se recorre às suas experiências passadas, a fim de usar essa informação no presente.

A Memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar as informações disponíveis. Para Lent (2001), há uma sequência de eventos nos processos mnemónicos, o primeiro é a aquisição da informação, segue-se o armazenamento e por último a recuperação da informação através da recordação.

2.2 Fases da Memória

A memória ocupa um lugar central entre as temáticas que são estudadas no âmbito da Psicologia Cognitiva. A sua definição revela-se difícil, devido à sua abordagem ter sido perspetivada de acordo com duas correntes diferentes e por vezes antagónicas: a perspetiva estruturalista (memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo) e a perspetiva processual (diz respeito às atividades mentais que executamos tendo em vista a codificação, retenção e recuperação da informação da memória).

A conceção estruturalista mais estudada, mostra-nos que há várias memórias, que diferem entre si e encontram-se na unicidade e interdependência de funcionamento.

A prespetiva orientada pelos processos, tem ajudado a compreender que as estratégias usadas em qualquer das fases do processo mnésico: aquisição, retenção e recuperação da informação, são fundamentais e interdependentes, ou seja a utilização de uma estratégia numa das fases, condiciona o desempenho otimizado se não estiver presente na noutra fase.

Sternberg (2000), descreve que os psicólogos cognitivos identificaram três operações comuns da memória: codificação, armazenamento e recuperação.

  • Aquisição: antes de recordar temos de aprender, sem aprendizagem não há memória. A aprendizagem pode ocorrer de diferentes formas e depende da atenção que dámos ao evento ou acontecimento. Através da atenção, ignoramos os estímulos que não têm interesse para nós e retemos os que consideramos importantes, mas para os conservar é necessário a sua codificação. A codificação diz respeito à forma como um item de informação é colocado na memória.
  • Retenção ou Armazenamento: é a capacidade de reter e conservar as informações, e serão utilizadas sempre que necessário. A retenção pode permanecer por períodos mais ou menos longos. Para que seja recordada, a experiência codificada tem de deixar algum registo no sistema nervoso (traço mnésico), este tem de ser armazenado de forma permanente para permitir a sua utilização futura. A retenção é uma condição necessária para a recuperação pois não se recorda o que não se sabe.
  • Recuperação ou Ativação: quando se torna necessário as informações são ativadas e recuperadas, para as utilizar na experiência presente. É o momento em que o indivíduo tenta lembrar-se dos conteúdos que armazenou anteriormente. Uma das formas de recuperar as informações armazenadas é através da recordação, que diz respeito aos nossos esforços para produzir informação a partir da memória, em resposta a um determinado estímulo. Os processos de recordação são responsáveis pelo acesso à informação retida na memória e incluem, entre outros, processos explícitos ou diretos como a evocação e reconhecimento e processos implícitos ou indiretos como a reaprendizagem e ativação (priming). 

 A memória é um fator importante na aprendizagem, ela significa a aquisição, a formação e a conservação de informações. No fundo gravamos o que aprendemos e lembramos o que gravamos.

É graças à memória que podemos identificar e categorizar sons, sinais, gostos e sensações, reter e manipular informações adquiridas durante a nossa existência...

Qual é a relação entre memória e aprendizagem?

A memória e a aprendizagem lidam com a capacidade do cérebro de mudar o seu funcionamento em resposta a experiências. A aprendizagem ocupa-se da forma como a experiência altera o cérebro, enquanto a memória concentra-se na maneira como essas mudanças são armazenadas e posteriormente ativadas.

Qual o papel da memória na aprendizagem?

A memória tem um papel fundamental na aprendizagem, pois permite o reaproveitamento das experiências do passado e do presente e ajuda a garantir a continuidade do aprendizado. A memória é um processo ativo de codificação, armazenamento e recuperação de nossas experiências.

É responsável pela memória e aprendizagem?

O hipocampo está envolvido na formação de novas memórias e também está associado ao aprendizado e às emoções. O hipocampo desempenha um papel crítico na formação, organização e armazenamento de novas memórias, além de conectar certas sensações e emoções à essas memórias.

Qual a relação da atenção motivação e memória com a aprendizagem?

É preciso motivação para aprender. A atenção é fundamental na aprendizagem. O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida. A formação da memória é mais efetiva quando a nova informação é associada a um conhecimento prévio.