Qual e a importância da arte para a formação do aluno?

RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar uma proposta de estimular o ensino de Arte na educação infantil, dando a devida importância como as demais matérias, promovendo de uma forma significativa o processo de aprendizagem para o aprimoramento da formação de cada educando. Sendo assim, proponho neste documento uma reflexão sobre a contribuição que a arte traz no desenvolvimento do aluno na educação infantil, e também destacando a necessidade de um ensino mais dirigido e estruturado com práticas e técnicas, trazendo professores mais preparados com formação mais aprimorada. O mais importante dentre todos os argumentos que serão citados, é que o aluno adquira o hábito de valorizar a Arte e não necessariamente que se torne um artista, mas esclarecendo que cada um tem seu jeito próprio de desenhar, pintar, entre outras habilidades artísticas, e que todos devem ser valorizados e respeitados, estimulando suas habilidades artísticas no processo de aprendizagem.Palavras-chave: Educação Infantil; Arte; Estímulo;

INTRODUÇÃO

Pretende-se com este artigo destacar como a Arte é importante nos anos iniciais da educação uma vez que estimula o universo lúdico de cada criança, por ser um campo fértil para criatividade e imaginação. Porque é nesta fase que demonstram grande prazer nas atividades artísticas e infelizmente este encanto vai desaparecendo, pois as expectativas de cada uma delas se tornam mais amplas, assim também como outros fatores. Analisar o olhar do professor sobre suas práticas neste campo, proporcionando subsídios para que possam buscar o aperfeiçoamento da área, sabendo das contribuições que a Arte traz para aprendizagem da criança. Espera-se que o tema abordado possa mobilizar reflexões, discussões, pesquisas que contribuam para o fortalecimento e democratização da educação escolar também na área artística, dando sua devida importância assim como as demais disciplinas.

QUAL A IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO DA ARTE NOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO?

De acordo com ALBINATI ao explorar a Arte na primeira infância, estimulamos diversas habilidades, tanto no aspecto cognitivo, como o afetivo, pois quando pequenas, as crianças apresentam uma espontaneidade maior, demonstram grande prazer e interesse em desenhar, pintar, recortar, fazer colagens, assim como outras formas de Arte, despertando a curiosidade, sensibilidade, reflexão e o potencial de criação. Sendo assim, o professor pode explorar todos esses elementos que a criança traz espontaneamente ao seu favor, pois desta forma ele consegue ampliar a formação de seus alunos em sua plenitude, uma vez em que estão com todos os sentidos em pleno funcionamento. De acordo com o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil:Por meio de diferentes gestos em um plano vertical (ou pelo menos inclinado), a criança aprende a segurar corretamente o giz e o lápis. Para que a criança adquira um traço regular, precisará trabalhar com certa rapidez, sobre uma grande superfície colocada a sua altura. A criança que não domina bem seu gesto será solicitada a trabalhar, sobretudo, com o ombro e o cotovelo: fará então desenhos grandes. Somente mais tarde, quando os movimentos altura do ombro e do cotovelo tornarem-se desenvolvidos, faremos diminuir as proporções dos desenhos, exigindo assim da criança um trabalho mais específico do punho e dos dedos. (1998, p. 106).Segundo Cunha (1999) a criança é um campo fértil para a criatividade e a imaginação, sendo assim naturalmente curiosa dentro do que lhe desperta curiosidade, portanto, basta deixar a criação fluir, porém, sem se esquecer do papel fundamental do professor, que deve ser o interlocutor, promotor e organizador do processo de criação, sempre respeitando a individualidade de cada um dentro do processo de desenvolvimento, e desta forma conhecendo o ponto de partida para planejar as aulas de Arte. Portanto propor durante as aulas de Artes uma diversidade de materiais, assim também como apresentar uma mesma atividade, de diversas maneiras, promove o despertar da criatividade dos alunos. Ao trabalhar técnicas com materiais simples e barato de se adquirir, como os que se tem em casa, e também com materiais mais sofisticados, exploramos todas as possibilidades para ampliar o repertório de cada criança. Além das técnicas convencionais, como as diferentes maneiras de fazer pinturas, até na utilização de materiais mais clássicos como lápis, giz, carvão, entre outros, pode-se inovar com materiais mais inusitados como escova de dente, açúcar e detergente, pois a criatividade não tem limite. (CUNHA, 1999). Diante de todas as afirmações e justificativas apresentadas até o momento neste artigo por diversos autores que realizam estudos sobre a Arte em seus diversos pontos, fica a seguinte pergunta: Porque no decorrer dos anos na escola, entre o final da infância e o início da adolescência, perde-se o interesse e todo encantamento pelo desenho e pelas atividades artísticas? O que parece ocorrer segundo autora MAURREN (1992) é que nesta fase as expectativas se tornam muito mais amplas, pois querem que seus desenhos sejam muito mais do que identificáveis, mas também visualmente realistas. Acham que o desenho de uma pessoa deve ser parecido mesmo com aquela pessoa, e o de uma paisagem ou natureza morta deve ser parecido com a natureza real de verdade. Sobretudo, creem que um verdadeiro bom artista deve ser capaz de desenhar a partir do que vê ao vivo (Maureen Cox, 1992 p. 6)Podemos diante das afirmações, refletir sobre o papel do professor, vendo que possui uma enorme carga de responsabilidade, pois uma aula mal conduzida cria rejeição nos alunos, e esse é o grande perigo, afastar no caso, a Arte do campo de referência deles. Ou até mesmo como ressalta a autora, não podemos confundir a opção de se ofertar o ensino de Artes mais aprofundado somente para alunos que possuem um “dom”, pois neste presente artigo apresentamos justificativas legais e de conceituados autores, que através de técnicas, podemos desenvolver nos alunos diversas habilidades artísticas, promovendo assim novas perspectivas que ampliam o olhar e desmistificam muitos estigmas sobre o ensino de arte. Durante o preparo das aulas de Artes, deve-se tomar alguns cuidados, como por exemplo, na escolha dos artistas, como ter referências com a realidade dos alunos para que possam encontrar alguma identificação. Alguns artistas figurativos são muito atraentes por retratar em sua infância em suas obras, como Cândido Portinari (Brincadeiras de Criança) e Tarsila do Amaral (formas inusitadas e cores muito alegres do nosso país tropical). Ainda trabalhar com autorretratos para trabalhar a identidade da criança, com Volpi e suas bandeirinhas e mastros, se a intenção for formas simples, entre outros.Segundo ALBINATI (2008) são inúmeras as contribuições que se adquire ao trabalhar com obras de Arte, inicialmente podemos citar a relação da representação complexa entre o artista e sua obra, pois ao nos deparar com uma obra, cada pessoa pode ter uma leitura e sensação diferente, sendo que o artista ao produzir a obra teve uma outra intencionalidade. Também podemos destacar o desenvolvimento de algumas habilidades, que são adquiridas conforme o constante exercício de trabalhar com diversas formas de Arte, ou seja, quanto mais o aluno se apropria das diferentes formas de arte, mais consegue ampliar e aprimorar sua visão, autonomia, socialização, entre outras habilidades:A pintura pode ser definida com a arte da cor. Se no desenho o que mais se utiliza é o traço, na pintura o mais importante é a mancha da cor. Ao pintar, vamos colocando sobre o papel, a tela ou a parede cores que representam seres e objetos, ou que criam formas. (COLL; TEBEROSKY, 2004, p. 30).Quando pensamos em obras de Arte, as cores ganham grande importância, pois além do traçado, elas chamam muito a atenção. De acordo com COLL, elas realmente fazem parte de uma classificação específica que se destaca entre as outras Artes. As cores nos trazem sensações de quente e frio, que são as mais básicas, assim como de outras como alegria e tristeza, além de mais possibilidades que variam até de uma pessoa para outra. Podemos então dizer que as cores despertam nosso lado afetivo, baseando-se na afirmação que o autor nos traz. As cores também remetem principalmente para as crianças, a representação de seres e objetos ajudando até mesmo no reconhecimento dos mesmos, como por exemplo, uma bolinha verde pode ser um limão, porque esta fruta tem a cor verde, e assim por diante. A mistura das cores devem ser exploradas para ampliação do repertório sensorial e criativo da criança.Uma maneira interessante de trabalhar com colagem consiste em cortar ou rasgar formas de figuras de cores e texturas variadas. Começa-se recolhendo papéis, papelões e tecidos de texturas e cores diferentes. Podem ser empregados muitos tipos de papel: lisos, rugosos, brilhantes, grossos, finos… As fotografias das revistas são muito úteis, porque têm uma grande quantidade de cores diferentes. (COLL; TEBEROSKY, 2004, p. 64.).Agora voltando ao principal motivo pelo qual este artigo nos traz aqui, o estímulo do ensino da Arte nos anos iniciais da educação precisa de argumentos legais para promover sua garantia nas instituições de ensino, principalmente nas escolas públicas. São as leis que as regularizam, pois esclarecem seu papel de extremo valor no ensino fundamental, além da sua importância. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Arte tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos no processo de aprendizagem dos educandos.De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 só contempla a música como obrigatória, como já existia essa tradição musical na escola, foi mais fácil que os legisladores – cuja maioria não conhece nada de educação – aceitassem incluir o ensino no currículo. As Artes visuais, o teatro e a dança foram incorporados ao currículo do ensino básico brasileiro no início do mês de maio de 2016, Já que o currículo da Base Nacional Comum será baseado em disciplinas, a ideia é que a área de artes inclua quatro disciplinas: artes visuais, música, teatro e dança. Não é um projeto caro, é um projeto que exige planejamento. Escolas públicas e privadas têm cinco anos para se adequar aos novos padrões. As Artes visuais desenvolvem a capacidade de percepção visual, importante desde a alfabetização até a solução de grandes conflitos da adolescência, a dança amplia a percepção do corpo, assim como a música desenvolve o ritmo e o movimento, exercita o equilíbrio, não só físico mas mental. O teatro desenvolve a comunicação, coloca em pauta o verbal, o sonoro, o visual e o gestual, sendo talvez a mais completa das artes incluídas na escola.Colocando ainda em pauta as leis que nos auxiliam na defesa do objeto em estudo, segundo a Lei de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010) esclarecem que essa proposta curricular deve garantir experiências que explorem o conhecimento de si próprio e do mundo, ao qual estão inseridos, por meio de experiências corporais, sensoriais e expressivas, respeitando o ritmo de cada criança, permitindo brincadeiras que oportunizem o aprofundamento nas diferentes linguagens, sendo elas, verbal, artística, musical e dramática. Dessa maneira, cabe às instituições de Educação Infantil elaborar propostas que integrem essas vivências.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dessa forma, pode-se afirmar que há várias razões para se ofertar um ensino de Arte mais formal, assim como as demais disciplinas, pois ativa todos os sentidos, que auxiliam no desenvolvimento das outras matérias, trazendo grandes benefícios para formação do aluno. Destaco que a Arte está presente em quase todas as manifestações culturais e os conhecimentos e descobertas apreendidos, vão sendo passados de geração a geração, independentemente de se fazer parte de um ensino formal ou informal, assim segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais a Arte tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos no processo. Espera-se que o conteúdo deste artigo tenha proporcionado uma reflexão sobre a importância sobre o estímulo de Arte nos anos iniciais da educação, assim como a valorização da disciplina como objeto de conhecimento. Portanto é necessário que o professor também seja fascinado por Arte, motivando e transmitindo aos alunos a vontade de aprender, principalmente na infância, período que demonstram grande prazer em desenvolver trabalhos artísticos de uma maneira geral, pois nesta fase se tem a vantagem vivenciar no universo lúdico, onde a sensibilidade se mantém em pleno funcionamento, em sua plenitude. Pode-se afirmar que no ensino de Artes, podemos trabalhar com técnicas entre outras bases, pois assim como as demais disciplinas, temos que oferecer suportes, ou seja, alicerces para ampliar o repertório do aluno, isso não quer dizer que a arte seja apenas uma aquisição de habilidades técnicas, mas sim que esta prática contribui significativamente como auxílio na aprendizagem dos educandos nas atividades artísticas. Este assunto pode causar várias inquietações para muitos educadores, contribuindo e motivando para uma reflexão mais profunda sobre suas atitudes tanto práticas como teóricas, para uma verdadeira Educação no ensino de Artes.

LUCIANA RODRIGUES DA COSTA Graduação em Letras – Português/ Inglês pela Faculdade Cruzeira do Sul (2008); Pós-graduação em Arte na Educação pela Faculdade Campos Elíseos (2018); Professor de Ensino Fundamental I e Educação Infantil na Escola Municipal de Educação Infantil do Município de São Paulo Mário Graciotti.

REFERÊNCIAS ALBINATTI, Maria Eugênia Castelo Branco. Artes visuais. Artes II. Belo Horizonte. 2008.BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC / SEF, 1998. COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo arte: conteúdos essenciais para o ensino fundamental. São Paulo: Ática, 1999. 256 p.COX, Maurrem. Desenho da criança; tradução Evandro Ferreira. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2007. CUNHA, Suzana Rangel Vieira. Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 1999.LEI DE DIRETRIZES E BASES PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA. 2015

Qual é a importância da arte para a formação do aluno?

As artes têm um papel muito importante na formação integral do aluno, já que são capazes de transformar o estudante por meio da magia, da fantasia, da descoberta e da aventura, possibilitando o desenvolvimento da sensibilidade e da criatividade desde os primeiros anos de vida da criança.

Qual a importância das artes para a educação?

As funções cognitivas são estimuladas com a Educação Artística na escola, pois ao criar e apreciar a arte a atenção é amplamente desenvolvida, assim como a percepção, a linguagem, a memória e as funções executivas do cérebro.