Qual a importância do movimento na educação e desenvolvimento geral dos alunos da educação infantil e ensino Fundamental I?

Introdu��o

    O presente artigo tem como metodologia revis�o bibliogr�fica. De acordo com Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional, na Educa��o Infantil, primeira etapa da Educa��o B�sica, idade de quatro e cinco anos entende-se que � o per�odo pr�-escolar e tem como finalidade o desenvolvimento integral da crian�a. Segundo Scarpato (2007) pode-se considerar a Educa��o Infantil como fase do desenvolvimento das habilidades espec�ficas do ser humano ou movimentos fundamentais, pois acontece entre os dois e sete anos.

    O desenvolvimento motor � um processo continuo e demorado, pois as mudan�as mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida. Segundo Tani (1988) o per�odo do nascimento aos seis anos de idade � considerado anos cruciais para o individuo, neste processo que ocorre durante toda a vida do ser humano as experi�ncias das habilidades b�sicas que acontecem principalmente na inf�ncia s�o fundamentais. Na Educa��o Infantil, a Educa��o F�sica utiliza-se de jogos e brincadeiras como um poderoso instrumento para auxiliar o desenvolvimento das crian�as, seja no plano motor, afetivo ou cognitivo. A relev�ncia do trabalho focado no desenvolvimento motor consiste no conhecimento da aplica��o de atividades que explorem o movimento considerando o aspecto das fases e est�gios adequando-as as necessidades de aprendizagem das crian�as pr�-escolares.

    Este trabalho teve como objetivo mostrar a import�ncia do movimento no desenvolvimento motor infantil de 4 a 5 anos, pois � atrav�s dele que a crian�a realiza as aquisi��es de outras habilidades importantes, dando ao mesmo tempo uma base para o desenvolvimento em outras �reas: cognitiva, social-afetivo e principalmente motora.

    O movimento aqui descrito pode ser observado em tr�s categorias, movimentos estabilizadores, movimentos locomotores e manipulativos ou a combina��o destes tr�s. O trabalho da educa��o f�sica na Educa��o Infantil deve priorizar estes movimentos, pois a maior express�o infantil se d� atrav�s do ato motor.

    Cabe ao professor de educa��o f�sica selecionar e organizar seu trabalho de forma que a crian�a possa vivenciar as mais diversas atividades e jogos onde seu acervo motor seja desenvolvido num ambiente pautado na ludicidade.

A Inf�ncia

    A inf�ncia � a idade do poss�vel, pois utilizando sua imagina��o, a crian�a vai muito al�m do mundo real, podendo assim se projetar sobre ela a esperan�a de mudan�a, de transforma��o social e renova��o moral.

    Sendo tamb�m portadora de uma imagem de inoc�ncia: esta imagem se encontra associada � natureza primitiva dos povos, um mito que representa a origem do homem e da cultura.

    A imagem de inf�ncia � reconstitu�da pelo adulto por meio de um duplo processo: de um lado, ela est� associada a todo um contexto de valores e aspira��es da sociedade, e, de outro, depende de percep��es pr�pria do adulto, que incorporam mem�rias de seu tempo de crian�a (KISHIMOTO, 2000, p.19).

    Segundo Kishimoto (2000) nas antigas concep��es, a crian�a era vista como homem em miniatura, por�m revelava uma vis�o negativa, pois era um ser inacabado, sem nada espec�fico e original, sem valor positivo. Mas com passar dos anos, a partir do s�culo XVIII, Rousseau, defende a especificidade infantil, sendo assim, a crian�a passou a ser vista como portadora de uma natureza pr�pria que deve ser desenvolvida.

    De acordo com o RCNEI (1998):

    As crian�as possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito pr�prio. Nas intera��es que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe s�o pr�ximas e com o meio que as circunda, as crian�as revelam seu esfor�o para compreender o mundo em que vivem.

    Atrav�s do brinquedo a crian�a pode desenvolver sua parte cognitiva, propondo um mundo imagin�rio, fazendo com que a mesma incorpore, reproduzindo n�o apenas objetos, mas uma totalidade social, pois o brinquedo metamorfoseia e fotografa a realidade. Ele sup�e uma rela��o intima com a crian�a, permitindo de v�rias formas, desde a manipula��o at� a realiza��o de brincadeiras, estimulando a representa��o, e, a express�o de imagens que evocam aspectos da realidade.

    Segundo Kishimoto (2000):

    O principal objetivo, dar � crian�a um substituto dos objetivos reais, para que possa manipul�-los. A inf�ncia expressa no brinquedo o mundo real, com seus valores, modos de pensar e agir e o imagin�rio do criador do objeto, sendo assim o criador de brinquedos cria um objeto, n�o somente utilizando formas do mundo real, mas introduzindo imagens que variam de acordo com a sua cultura, pois cada cultura tem maneiras de ver, tratar e educar a crian�a.

    Hoje, a inf�ncia � enriquecida, contando com o aux�lio de concep��es psicol�gicas e pedag�gicas, que reconhecem o papel e a import�ncia dos brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na constru��o do conhecimento infantil.

    Quando brinca, a crian�a assimila o mundo � sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua intera��o com o objeto n�o depende da natureza do objeto, mas da fun��o que a crian�a lhe atribui (PIAGET, 1971, apud KISHIMOTO p. 59).

    A partir do brincar a crian�a expandi sua imagina��o, levando-a a criar fantasias imaginativas, podendo come�ar a compensar as press�es que sofrem na realidade do cotidiano. O brincar, �s vezes de maneira involunt�ria, auxilia a crian�a no aspecto cognitivo, afetivo-social, e, motor, ajudando-a a construir a confian�a, e tamb�m a superar obst�culos da vida real, tornando-as capazes de lidar com complexas dificuldades psicol�gicas no dia-a-dia.

    � atrav�s de seus brinquedos e brincadeiras que a crian�a tem oportunidade de desenvolver um canal de comunica��o, uma abertura para o di�logo com o mundo dos adultos, onde ela estabelece seu controle interior, sua auto-estima e desenvolve rela��es de confian�a consigo mesma e com os outros (GARBARINO e col., 1992 apud Kishimoto, p. 69).

    Sendo assim o brinquedo a brincadeira introduz a crian�a em um universo de sentidos n�o somente de a��es, valorizando o imagin�rio em detrimento de um realismo estreito, tornando o mundo representado mais desej�vel pela crian�a, pois possibilita que a mesma saia do real para descobrir outro mundo, atrav�s da imagina��o.

Fases da inf�ncia

    Segundo Gallahue (2005), o per�odo da inf�ncia � de 2 aos 10 anos de idade, que � dividida em tr�s fases, o per�odo de aprendizagem (24 � 36 meses), a inf�ncia precoce (3 � 5 anos) e a inf�ncia intermedi�rio-avan�ada (6 � 10 anos).

    A crian�a se desenvolve atrav�s do movimento, ao executar diferenciadas formas de se movimentar, ela melhora a coordena��o e a precis�o da a��o, podendo trabalhar com a sua imagina��o em brincadeiras e jogos simb�licos, pois as mudan�as mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida.

    Do nascimento aos seis anos, s�o anos cruciais para o indiv�duo. As experi�ncias que a crian�a tem durante este per�odo determinar�o, em grande extens�o que tipo de adulto a pessoa se tornar� (HOTTINGER, 1980, apud TANI 1988, p.65).

    Na faixa etaria de 4 a 5 anos a crian�a j� compreende melhor o mundo � sua volta, tornando-se gradualmente menos egoc�ntrica e com melhor compreendimento de que suas a��es podem afetar as pessoas � sua volta.

    Nesta fase a Educa��o F�sica tem um importante papel, seu objetivo � promover o desenvolvimento integral por meio de seus conte�dos e seu car�ter l�dico. Ao apropriar-se do universo infantil as potencialidades da crian�a ser�o desenvolvidas nas aulas a partir de sua pr�pria cultura corporal.

    Segundo Harrow (1983) essa fase � o per�odo sens�vel para que as formas motoras b�sicas sejam desenvolvidas corretamente na crian�a. Dessa maneira as atividades pr�-escolares devem fundamentar-se nas formas motoras b�sicas desenvolvidas pela educa��o f�sica, favorecendo assim o desenvolvimento das crian�as.

    As crian�as s�o altamente ativas em geral, constantemente explorando o mundo � sua volta. As crian�as passam tamb�m a aprender que na sociedade existem coisas que eles podem ou n�o fazer.

    Crian�as desta faixa et�ria 4 e 5 anos, come�am a desenvolver os aspectos b�sicos de responsabilidade e de independ�ncia, subsidiando-as para o pr�ximo est�gio da inf�ncia e os anos iniciais do Ensino Fundamental.

Desenvolvimento motor infantil

    O desenvolvimento motor pode ser dividido em fases e habilidades espec�ficas. Segundo Gallahue (2005), a maior parte dos movimentos envolve um elemento de estabilidade, quando analisado pelo equil�brio, como todas as atividades locomotoras e manipulativas s�o, em parte, movimentos estabilizadores. Segundo o mesmo autor citado a cima, �os movimentos axiais e v�rias posturas de equil�brio est�tico e din�mico s�o componentes principais da estabilidade�.

    Segundo Gallahue (2005, p. 229) �os movimentos axiais e v�rias posturas de equil�brio est�tico e din�mico s�o componentes principais da estabilidade�.

    Os movimentos axiais s�o os movimentos do tronco ou dos membros quando em posi��o est�tica, como alongar-se, girar, virar-se e curvar-se. As posturas fazem com que haja manuten��o do equil�brio din�mico ou est�tico, como rolar, sentar-se, parar, subir se equilibrando em galhos, balan�ar-se e equilibrar-se em apenas um p�. Segundo Gallahue (2005) �os movimentos locomotores fundamentais envolvem a proje��o do corpo no espa�o em plano horizontal, vertical ou diagonal�.

    A locomo��o � um aspecto fundamental no aprendizado do movimentar-se, envolve a proje��o do corpo no espa�o externo, alterando sua localiza��o, atividades como caminhar, correr, pular e saltar obst�culos s�o movimentos locomotores fundamentais (GALLAHUE, 2005, p. 252).

    Os movimentos da locomo��o podem ser realizados sozinhos ou juntamente com a manipula��o de algum objeto, por exemplo, ou com movimentos estabilizadores como caminhar e correr sobre uma determinada linha. Trabalhando assim mais de uma habilidade fundamental ao mesmo tempo. De acordo com Gallahue (2005) �movimentos manipulativos fundamentais envolvem a aplica��o de for�a aos objetos e/ou a recep��o de for�a deles�.

    A manipula��o � dividida em dois tipos de movimentos, os movimentos propulsores que s�o atividades em que o objeto � movimentado para longe do corpo, como arremessar, chutar, rolar e bater. E os movimentos amortecedores, s�o atividades em que o corpo ou parte dele se direciona no caminho do objeto que esta em movimento, com a inten��o de parar ou desviar o trajeto desse objeto, como por exemplo, apanhar, aparar e desviar (GALLAHUE, 2005 p. 256).

    Segundo Gallahue (2005), n�o se deve esperar uma estimada efici�ncia na execu��o de movimentos manipulativos, enquanto as habilidades locomotoras e estabilizadoras ainda estiverem desenvolvendo. S� ap�s que esses padr�es sejam bem estabelecidos, � que os movimentos manipulativos v�o apresentar efici�ncia. Nesta perspectiva durante a inf�ncia (4 a 5 anos), as aulas de Educa��o F�sica devem inicialmente desenvolver o equil�brio e habilidades locomotivas.

Fases do desenvolvimento motor

    Segundo Gallahue (2005), o desenvolvimento motor � dividido em quatro fases:

  • Fase motora reflexa, que s�o os primeiros movimentos que o feto faz, � involunt�ria que formam a base para o desenvolvimento motor.

  • Fase de movimentos rudimentares, s�o os primeiros movimentos volunt�rios realizado pela crian�a do nascimento at� por volta dos 2 anos de idade, s�o movimentos necess�rios para sua sobreviv�ncia.

  • Fase de movimentos fundamentais s�o movimentos conseq�entes dos movimentos rudimentares, � a fase que a crian�a explora, descobre e experimenta as capacidades motoras de seus corpos.

    • Segundo Gallahue (2005), os movimentos fundamentais s�o divididos em tr�s est�gios, o estagio inicial, o estagio elementar e o estagio maduro.

      • O estagio inicial � uma fase de movimentos fundamentais que representa as primeiras tentativas da crian�a orientada para o objetivo de desempenhar uma habilidade fundamental. Os movimentos da maioria das crian�as da idade de 2 anos est�o no n�vel inicial, com algumas exce��es de crian�as que podem estar al�m deste n�vel (GALLAHUE, 2005, p. 226).

      • O estagio elementar envolve maior controle e melhor coordena��o r�tmica dos movimentos fundamentais. Aprimora-se a sincroniza��o dos elementos temporais e espaciais dos movimentos, mas os padr�es de movimento neste estagio s�o ainda geralmente restritos ou exagerados, embora mais bem coordenados. Muitas crian�as e at� adultos n�o v�o al�m do estagio elementar (GALLAHUE, 2005, p. 226).

      • O estagio maduro na fase de movimentos fundamentais � caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados. Geralmente as crian�as t�m potencialidade de desenvolver se para o estagio maduro quase com 5 ou 6 anos de idade, este estagio � quando a crian�a tem maior controle de execu��o, coordena��o e efici�ncia mec�nica na maioria das habilidades fundamentais. Alguns indiv�duos n�o conseguem alcan�ar este estagio e permanecem no estagio elementar pela sua vida toda (GALLAHUE, 2005, p. 227).

  • Fase de movimentos especializados s�o resultados da fase de movimentos especializados. Nesta fase o individuo tem a capacidade de realizar atividades motoras mais complexas em sua vida di�ria ou em atividades esportivas ou recreativas.

A Educa��o Infantil

    Segundo Kuhlmann (2004) as pr�-escolas surgiram a partir de mudan�as econ�micas, pol�ticas e sociais que ocorreram na sociedade: pela incorpora��o das mulheres � for�a de trabalho assalariado, mas por outras raz�es tamb�m, por raz�o que se identificam com um conjunto de id�ias novas sobre a inf�ncia, sobre o papel da crian�a na sociedade e de como torn�-la, atrav�s da educa��o, um individuo produtivo e ajustado �s exig�ncias desse meio social.

    A Educa��o Infantil � a primeira etapa da Educa��o B�sica entende-se que � o per�odo pr�-escolar e tem como finalidade o desenvolvimento integral da crian�a at� os 6 anos de idade. A Educa��o infantil hoje � considerada parte da educa��o B�sica, mudan�as que ocorreu ap�s a Lei de Diretrizes e Bases de 9394/96.

    Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional n�. 9394/96, nos artigos 21� e 29�, estabelece que a Educa��o Infantil, primeira etapa da educa��o b�sica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da crian�a at� seis anos de idade, em seus aspectos f�sicos, psicol�gico, intelectual e social, complementando a a��o da fam�lia e da comunidade. (Brasil 1996).

    Segundo (Freire, 2003):

    O que se espera � que as crian�as possam da melhor forma poss�vel, apresentar em cada per�odo de vida uma boa qualidade de movimentos, de acordo com certos modelos te�ricos apresentados.

    Segundo Craidy e Kaercher (2001), a partir da Constitui��o Federal de 1988, a crian�a brasileira passou a ser tratada como sujeito de direitos que est� em pleno desenvolvimento e diante disto deve ser atendida e cuidada, com prioridade em rela��o �s suas necessidades. Um dos direitos citados na Constitui��o, com respaldo no Estatuto da Crian�a e do Adolescente e da LDB � a educa��o.

    Dentro desta etapa Educacional temos duas divis�es: creches e pr�-escolas que procuram adequar o atendimento das crian�as de acordo com suas peculiaridades e necessidades e devem ser oferecidas em institui��es de car�ter educacional e n�o simplesmente assistencial (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p.24).

    De acordo com Gallahue (2005) as crian�as na Educa��o Infantil rapidamente expandem seus horizontes, afirmando suas pr�prias personalidades, desenvolvendo habilidades e testando seus pr�prios limites e os da fam�lia e de outros ao redor.

    As experi�ncias que as crian�as v�o obtendo ao longo dos anos s�o para elas uma forma de linguagem, atrav�s dos movimentos v�o descobrindo os seus limites corporais, introduzindo suas personalidades, pouco a pouco desenvolvendo algumas habilidades b�sicas.

A Educa��o F�sica na Educa��o Infantil

    A Educa��o F�sica n�o � apenas educa��o do ou pelo movimento: � educa��o de corpo inteiro, � um corpo em rela��o com outros corpos e objetos, no espa�o.

    O movimento n�o acontece sozinho, pois toda a��o tem uma inten��o, podendo ser expressiva ou funcional � determinada sempre pela sua dimens�o cultural como, por exemplo: uma dan�a, um jogo quaisquer que seja o gesto, ou movimento � sustentado por um significado.

    O benef�cio da atividade f�sica no desenvolvimento da crian�a � atrav�s do brinquedo e da brincadeira que � inquestion�vel, pois � um universo da crian�a em que os atos motores s�o indispens�veis, atrav�s do mundo simb�lico o professor usa de atividades simb�licas para explorar n�o somente o motor, mas tamb�m o cognitivo, por outro lado a crian�a tem um relacionamento com o mundo real, concreto, com o qual ela se relaciona, assim as experi�ncias motoras come�am surgir a partir do momento em que se uniram os dois a uma atividade corporal.

    N�o se passa do mundo concreto � representa��o mental sen�o por interm�dio da a��o corporal. A crian�a tem a capacidade de transformar o mundo simb�lico em experi�ncia corporal, assim �quilo que era imagin�rio ela pode experi�ncia corporalmente. O movimento na educa��o infantil seria um instrumento utiliz�vel para facilitar a aprendizagem de outros conte�dos. (FREIRE, 2003, p. 36).

    Na Educa��o Infantil a Educa��o F�sica � um espa�o onde a crian�a aprende brincando com a linguagem corporal, ou seja, com seu pr�prio corpo, com o movimento, visando assim proporcionar a elas experi�ncias que auxiliem no desenvolvimento motor, a fim de desenvolver n�o somente o ato motor, mas tamb�m um conhecimento do seu pr�prio corpo, pois o movimento � a ess�ncia da inf�ncia.

    Durante a inf�ncia a crian�a come�a construir suas experi�ncias motoras, nesse processo de desenvolvimento ocorre-se uma jun��o dos movimentos constru�dos pela crian�a, com os movimentos culturais e sociais que cada uma possui, levando em conta que est� constru��o depende tanto dos recursos biol�gicos, psicol�gicos e condi��es do meio em que ela vive.

    De acordo com Paim (2003):

    A Educa��o F�sica adquire um papel important�ssimo � medida que ela possa estruturar o meio ambiente adequado para a crian�a, oferecendo experi�ncias, resultando num grande auxiliar e promotor do desenvolvimento humano, em especial ao desenvolvimento motor e garantir a aprendizagem de habilidades especifica.

    A constru��o de movimentos varia de individuo para individuo, a organiza��o constru�da pelo sujeito, dependem tanto dos recursos biol�gicos e psicol�gicos de cada pessoa, quanto das condi��es do meio ambiente em que ela se encontra.

    Por isso o ser humano n�o precisa somente do que est� presente nele, parte do que ele precisa para viver esta tamb�m no mundo l� fora, no meio ambiente, e ao seu redor.

    Segundo Freire (2003) para que a crian�a se adapte ao mundo, para agir sobre o mundo, transformando-o e resolvendo problemas, � preciso que ela construa seu pr�prio movimento corporal especifico isso s� poder� ocorrer atrav�s de esquemas de a��o, pois � atrav�s deles que o ser humano expressar� em todas as ocasi�es de sua vida seus movimentos, lembrando que a primeira fase da inf�ncia � crucial, pois � a partir dela que se desenvolvem as movimenta��es b�sicas de movimenta��o corporal.

    O desenvolvimento infantil dos aspectos nesta idade segundo Gallahue (2005) est�o definidos na fase dos movimentos fundamentais. Refere-se aos atos de pegar, gatinhar, andar, correr, saltar, girar, rolar, s�o esses movimentos que constatamos na fase da educa��o infantil. As crian�as de 3 a 4 anos as atividades s�o tarefas motoras de estabiliza��o, locomo��o e manipula��o podendo ser coordenadas por movimentos. As crian�as de 4 a 5 anos as atividades come�am a aceitar melhor as regras e compreend�-las, elas j� come�am a apresentar a maior aten��o e concentra��o, come�am a se organizar em grupos esse � um elemento muito importante nessa fase a de aceitarem as outras crian�as.

O Professor de Educa��o F�sica na Educa��o Infantil

    O professor de Educa��o F�sica � um grande mediador e transmissor de conhecimentos, atrav�s destas aulas a crian�a brinca e ao mesmo tempo conhece seus pr�prios movimentos. O docente deve respeitar o interesse do aluno e trabalhar a partir de atividades espont�neas, ouvindo suas d�vidas e formulando desafios � capacidade de adapta��o da crian�a.

    Durante o processo de constru��o do conhecimento, deve haver uma rela��o de respeito m�tuo, de afeto e confian�a para favorecer o desenvolvimento da autonomia da crian�a, cabe ao professor elaborar atividades coerentes, que fa�a com que a crian�a se sinta confiante, criando estrat�gias para que a mesma possa interagir de forma confiante com o meio, saciando sua curiosidade, descobrindo,imaginando, construindo seu pr�prio conhecimento.

    � importante que o professor elabore atividades de car�ter educativo e ao mesmo tempo l�dico, pois na fase de 4 a 5 anos, a crian�a brinca e tem o maior prazer de brincar, cabe a ele desenvolver brincadeiras, jogos educativos com o intuito de ampliar o conhecimento da crian�a n�o somente corporal mais tamb�m como um todo.

    O conhecimento motor tem como fonte de desenvolvimento o objeto, pois � a partir dele que a crian�a recebe informa��es facilitando assim a assimila��o atrav�s da manipula��o e observa��o, lembrando que � fundamental que o mediador esteja por perto para orientar e transmitir informa��es quando necess�rio e auxili�-lo quando for preciso.

    H� alguns anos atr�s, havia-se uma discuss�o complexa em torno do papel da educa��o f�sica, pois a crian�a deveria ter aulas somente com um professor, ou seja, era mais adequado a crian�a ter aulas com o mesmo professor (pedagogo), assim o grau de conhecimento cognitivo, afetivo e motor seria maior.

    Mas com o passar dos tempos o profissional de Educa��o F�sica mostrou o seu potencial, provando que s� quem realmente entende de movimento e atividade adequada para cada idade � que seria o mais apto a ministrar uma aula. Segundo Freire (2003), �o mais importante e fundamental � que a crian�a n�o seja privada da educa��o f�sica a que tem direito�.

    A crian�a tem como direito se movimentar, experimentar e viver novos movimentos, pois � assim que a come�a a obter um maior conhecimento, das suas possibilidades corporais, sociais, e intelectuais, durante a inf�ncia que o movimento � a ess�ncia da crian�a, ou seja, ela aprende pelo movimento, se expressa e comunica, cabe ao professor de Educa��o F�sica estruturar as aulas tendo como eixo o movimento.

    De acordo com Moura, Trindade e Santos (2007):

    O profissional desta �rea pode encontrar diversas formas de promover est�mulos que levam ao desenvolvimento de uma forma descontra�da. As aulas podem ser ministradas atrav�s de brincadeiras e jogos, tendo o foco a ludicidade, fazendo com que estas n�o sejam �mecanizadas�, pois sendo trabalhada de forma repetitiva tornam-se mon�tonas, causando o abandono e desinteresse por partes dos alunos, que nada mais seriam se n�o objetos, m�quinas.

    O profissional de educa��o f�sica precisa ter a linguagem e rela��o entre crian�a/adulto e crian�a/crian�a e que n�o pode prescindir da orienta��o. No entanto este trabalho s� pode ser realizado com profissionais que estejam conscientes, ativos, que sejam din�micos, realizadores e transformadores.

A Educa��o F�sica na Educa��o Infantil na perspectiva desenvolvimentista

    O movimento � fundamental durante a vida do ser humano, pois � atrav�s dele que o mesmo aprende sobre o meio social em que vive. As primeiras experi�ncias motoras da crian�a durante a inf�ncia s�o de grande import�ncia para o desenvolvimento cognitivo, pois o movimento � a ess�ncia da inf�ncia.

    Segundo Neira e Mattos (2005) todo movimento tem um significado, n�o existe um movimento pelo movimento, pois toda a��o tem uma inten��o, independentemente expressiva ou funcional ser� sempre determinada pela sua express�o cultural, temos como exemplo: um jogo, uma express�o, uma dan�a, conclus�o cada gesto � sempre sustentado por um significado.

    Para se adquirir um hist�rico motor e futuramente conseguir realizar movimentos mais complexos, resultando em uma seq��ncia de desenvolvimento motor, � importante que a crian�a obtenha experi�ncias motoras. A Educa��o F�sica entra com um papel importante no desenvolvimento da crian�a, pois oferece experi�ncias motoras adequadas.

    Atrav�s do movimento a crian�a vai aprendendo a pensar e planejar a sua movimenta��o, e ao mesmo tempo vivendo cada movimento, n�o s� utilizando o lado motor, mas tamb�m a cabe�a para planejar os seus movimentos de acordo com suas necessidades e limites.

    A execu��o de sequ�ncia de movimentos dados a um indiv�duo pode ser a mesma, o que difere � as velocidades de progress�o que varia de um individuo para outro individuo. De acordo com Keogh (1977) pode se dizer que a ordem em que as atividades denominadas dependem mais do fator maturacional, enquanto que o grau e a velocidade em que ocorre o dom�nio est�o mais na depend�ncia das experi�ncias e diferen�as individuais.

    A capacidade de se movimentar � essencial para o ser humano interagir com o meio em que vivi, tanto f�sico como social. Diariamente, realizamos atividades motoras que assim precisa-se de um determinado movimento para se obtiver uma determinada a��o. E cada crian�a possui o seu pr�prio grau de desenvolvimento, a maneira de se expressar, criar, e desenvolver seu pr�prio movimento depende de cada indiv�duo. De acordo com Halverson e Roberton (1979, apud Tani et al 1988), a Educa��o F�sica adquire um papel important�ssimo � medida em que ela pode estruturar o ambiente adequado a crian�a, oferecendo experi�ncias, resultando numa grande auxiliar e promotora do desenvolvimento.

    Na verdade a Educa��o F�sica pretende atender �s reais necessidades e expectativas da crian�a, visando obter uma melhor compreens�o sobre o que realmente a crian�a necessita, compreendendo assim as suas caracter�sticas de crescimento e desenvolvimento.

    Pois um dos principais objetivos da Educa��o F�sica � atender as necessidades do pr�prio processo de mudan�a no comportamento motor ao longo do desenvolvimento, que prov�m de cada crian�a, possibilitando assim que a mesma, obtenha um maior resultado em adquirir, e reter um amplo repert�rio de habilidades b�sicas durante o seu desenvolvimento motor.

    Lembrando que depende muito do professor para que este processo aconte�a, pois � ele que estabelece conte�dos e tem como dever elaborar atividades nem muito al�m, e nem aqu�m das capacidades reais da crian�a, respeitando assim o limite de cada uma durante a execu��o de movimentos motores.

Considera��es finais

    O movimento � a ess�ncia da inf�ncia, neste trabalho verificou-se a import�ncia do trabalho da Educa��o F�sica na Educa��o Infantil. O intuito foi demonstrar que o movimento � uma base para que a crian�a aprenda a lidar com a complexidade do cotidiano, sendo assim � um instrumento fundamental durante a Educa��o F�sica. Este desenvolvimento � um processo �rduo e continuo, dependendo muito do professor na elabora��o das atividades, pois � dever do educador analisar a idade, os limites da crian�a e as possibilidades de aprendizagem para ent�o elaborar adequadamente as atividades de maneira l�dica contribuindo para o desenvolvimento afetivo, social e principalmente motor.

    Segundo Gallahue (2005) e Tani et all (2005), ambos concordam que os primeiros anos de vida, do nascimento aos seis anos, s�o anos cruciais para o indiv�duo. Conforme a crian�a vai crescendo, ela vai desenvolvendo e aperfei�oando as habilidades motoras. O professor deve aproximar seus objetivos, conte�dos e metodologias � cultura da crian�a, da experi�ncia adquirida e do meio em que se encontra. O educador tem como explicito dever, respeitar seus limites, pois se a metodologia n�o for coerente ao n�vel da fase de desenvolvimento de cada indiv�duo, favorecendo o desenvolvimento das v�rias habilidades fundamentais (locomo��o, manipula��o, e estabiliza��o), a crian�a ent�o se torna inapta a se desenvolver durante sua vida adulta prejudicando e ao mesmo tempo interrompendo seu processo continuo de se desenvolver.

    De acordo com o exposto conclui-se que a escola deve obter iniciativas, desenvolvendo atividades que as estimulem, para que a crian�a explore seus movimentos corporais no �mbito escolar atrav�s da Educa��o F�sica, possibilitando-a a ter experi�ncias novas e explorando ao mesmo tempo experi�ncias j� adquiridas de acordo com sua cultura.

    Pois �s vezes a rotina em casa n�o possibilita que a crian�a desenvolva suas habilidades atrav�s de brincadeiras, cabendo a escola voltar seu olhar para esses fatores e assim com ajuda do professor trabalharem na cria��o de formas variadas para que a crian�a manifeste-se corporalmente, aprimorando pouco a pouco suas habilidades b�sicas.

Refer�ncias

  • BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional, n. 9.394/96 Bras�lia 1996. Dispon�vel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_ATO2004-2006.htm. Acesso em: 22 mar�o 2010.

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Qual a importância do movimento na educação e desenvolvimento geral dos alunos da educação infantil e ensino Fundamental I?

Qual a importância do movimento na educação e desenvolvimento geral dos alunos da educação infantil e ensino Fundamental I?

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 17 � N� 177 | Buenos Aires,Febrero de 2013
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Qual à importância do movimento para o desenvolvimento das crianças na educação infantil?

Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (RCNEI), com as atividades de movimento as crianças possuem a oportunidade de descobrir e começar a conhecer cada vez mais sobre si mesmas e acabam se familiarizando com o seu próprio corpo, descobrindo seus limites para cada momento do seu cotidiano.

Qual à importância das artes e do movimento na educação e desenvolvimento geral dos alunos da educação infantil e Ensino Fundamental I?

A Arte na Educação Infantil é uma importante ferramenta da educação, pois estimula o desenvolvimento das crianças. Afinal, por meio da arte, é possível aprender, adquirir novas habilidades e enxergar diferentes perspectivas e sensações a respeito de um mesmo ponto, por exemplo.

Qual à importância da educação infantil para o ensino fundamental?

A Educação Infantil é essencial para que a criança tenha um convívio social além do núcleo familiar. Ou seja, é um momento importante para que o indivíduo aprenda a se relacionar e viver em sociedade, desenvolvendo habilidades fundamentais à formação humana, além das capacidades cognitivas e motoras.

Quais os objetivos do movimento na educação infantil?

Incentivar o Movimento Corporal, para o desenvolvimento motor e das expressões corporais da criança. Desenvolver habilidades corporais variadas; Agir coletivamente em prol do mesmo resultado.

Qual à influência do corpo e do movimento na aprendizagem?

O corpo é uma forma da criança expressar a sua individualidade, reconhecer a si mesma e perceber as coisas que a cerca. O movimento, como fora visto e vivenciado, ajuda a criança a adquirir conhecimento do mundo que a rodeia através do seu corpo, de sua percepção e sensações.