Qual a importância do alinhamento estratégico para uma boa governança de TI?

RESUMO 

Esse artigo abordará assuntos significativos para demonstrar a importância da Governança de TI na organização, sendo possível, detectar as etapas pertinentes de uma governança. Mostrando de forma simples e objetiva que TI deve ser trabalhado em conjunto com o negócio e que em um local onde os papéis e responsabilidades não são definidos há grandes possibilidades de conflitos, falta de autonomia e erros constantes, podendo impactar nos negócios. 

Palavras chaves: 1. Governança de TI. 2.Negócios. 3. Entrevistas. 4. Modelos 

 1 INTRODUÇÃO 

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a dificuldade do profissional de TI e os impactos na organização, partindo de autores que apresentam modelos que possam direcionar o profissional e sua organização a obter resultados positivos.

Esta pesquisa tem como foco mostrar ao profissional de TI sobre a importância das boas práticas e modelos para apoiar na sua rotina de trabalho e assim promover mudanças, quando essas forem necessárias.

Será mencionando a importância da Governança de TI na organização, suas etapas e que não existe um método para implantá-la, mas, modelos, referenciais que possam contribuir na execução de suas tarefas. A Governança de TI não se restringe a aplicação de modelos, tem o papel de direcionar os recursos tecnológicos para atender os negócios. Além de destacar a sua importância, analisaremos os domínios da governança, permitindo o desdobramento da estratégia de TI.

Em seguida mostraremos que a governança corporativa e TI são assuntos atrelados, e para evitar conflitos e retrabalho na organização, é preciso alinhar as estratégias, definir os papéis e responsabilidades. Sem tal definição, podemos nos deparar com grandes obstáculos.

Também encontraremos demais modelos e concepções, sobre a função da Governança de TI em algumas organizações, e que a Governança não se aplica somente em grandes empresas, é presente nas de pequeno e médio porte.

Enfim, neste trabalho será possível analisar sobre a Governança de TI, modelos de aplicação, sua função e importância, podendo assim tomar uma posição final para descobrir qual a dificuldade do profissional de TI.

 2 TEMA 

Profissional de TI 

 3 JUSTIFICATIVA 

Devido as mudanças constantes que ocorrem na área da tecnologia da informação, muitas vezes projetos de melhoria ou atualizações de um determinado sistema ou hardware, não são aprovadas pela alta gestão, que normalmente, não tem conhecimento técnico para a tomada de decisão. Dando importância somente ao custo envolvido e não aos benefícios apresentados. Sendo assim, correm sérios riscos nos negócios e segurança do ambiente tecnológico. 

“Os dirigentes dessas empresas são, geralmente, pequenos empreendedores e self-made men, muitos sem uma trajetória de estudos formais e bastante intuitivos.” (ABREU e FERNANDES, 2014 p.571) 

Realmente, essa questão pode estar atrelada a diversos fatores. Seja nível de escolaridade, questão financeira, falta de interesse e confiança na proposta apresentada ou necessidade de implantar uma Governança de TI para facilitar o entendimento dos projetos e assim, orientá-los nas tomadas de decisões. 

 4 OBJETIVOS  

 4.1       Objetivo geral:               

           Identificar a dificuldade do profissional de TI e os impactos na organização.

  4.2       Objetivos específicos: 

• Os benefícios em implantar a governança de TI em uma organização que não demonstra importância ao assunto; 

• Detectar quais fatores são necessários para adquirir patrocínio da alta gestão; 

• Amadurecer a importância de um plano de contingência e investimento tecnológico nos negócios. 

 5 PROBLEMA DE PESQUISA 

Quais os principais desafios do profissional de TI em uma organização limitadora nas tomadas de decisões? 

 5.1       Delimitação do problema de pesquisa 

A pesquisa apresentada neste trabalho, visa esclarecer as dificuldades e falta de autonomia para o profissional de TI em uma organização limitadora. Destacar a importância de definir funções e responsabilidades em uma organização e demonstrar que TI e negócio, devem ser tratados em conjunto para evitarmos impactos nos negócios. 

 5.2       Levantamento teórico inicial 

           Minha base teórica foi desenvolvida por meio de livros, artigos, rodas de conversas, indicações de leituras e pesquisa na internet.

           Para confrontar a pesquisa bibliográfica, elaborei um questionário com dezoito questões que tem o objetivo de identificar as dificuldades que os profissionais de TI, possivelmente encontrarão no seu cotidiano.

  6 METODOLOGIA 

           Para identificar os principais desafios do profissional de tecnologia da informação em uma instituição limitadora nas tomadas de decisões, terei como apoio, a pesquisa bibliográfica e estudo de caso com apoio de questionários, elaborados pela plataforma de formulários da empresa Google. Assim, consigo coletar dados apresentados nessa pesquisa em maior proporção. Podendo enriquecer a pesquisa bibliográfica e facilitar nas considerações finais dessa pesquisa.

           Além de leituras e análise de artigos, a maior parte deste trabalho tem contribuições de Abreu e Fernandes que destaca em seu livro “Implantando a Governança de TI” aspectos fundamentais para direcionar a minha pesquisa.

           Os autores conseguem em boas palavras, explicar de forma conceitual o que é governança de TI, os papéis da governança, a governança para pequenas e médias empresas e apresentam uma quantidade considerável de modelos de boas práticas em situações adversas. O livro atrela negócios e tecnologia.

           Para enriquecer o estudo de caso, apliquei um questionário com dezoito questões quantitativas e uma qualitativa. Com a afinidade de extrair informações precisas sobre os desafios dos profissionais da área de tecnologia da informação em diversas regiões do Brasil. Porém, os participantes e suas organizações, não serão expostas.

           Essa pesquisa terá um fator decisivo para contribuir em minhas considerações finais. 

 7 A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA DE TI 

           Neste capítulo serão apresentados, fatores que demonstram a importância da Governança de TI, independentemente do tamanho da sua organização.

           Aqui trataremos sobre a definição de Governança de TI, domínios/etapas que a governança percorre, e seus benefícios para os negócios.           

 7.1       O que é governança de TI 

Hoje nos deparamos com uma infinidade de explicações sobre Governança de TI. Seja por meio de especialistas, artigos, revistas e normas. Todas contém definições plausíveis ao explicar, seus aspectos e objetivos. Mas para alinhar o nosso pensamento a ISO/IEC 38500 define o seguinte: 

“A Governança de TI é o sistema pelo qual o uso atual e futuro da TI são dirigidos e controlados. Significa avaliar e direcionar o uso da TI para dar suporte à organização e monitorar seu uso para realizar planos. Inclui a estratégia e as políticas de uso da TI dentro da organização” (ABREU e FERNANDES, pag.13); 

A governança de TI, tem o papel de direcionar os recursos tecnológicos para atender os negócios. A área não se limita em implantar frameworks. Ela faz parte de um cenário estratégico com a finalidade de planejar, controlar, monitorar, avaliar e dar suporte. Nada mais que, alinhar a TI ao negócio e garantir a continuidade do serviço. Seja na infraestrutura, sistema ou operacional.

A ideia é “governar a TI”, ou seja, acompanhar os processos, contribuir com os objetivos da empresa, garantir que a tecnologia está sobre controle, e que não impactará nos negócios e o mais importante, auxiliar a alta gestão, nas tomadas de decisões. 

 7.2       A governança de TI e seus domínios. 

Para facilitar o entendimento da Governança de TI, podemos analisar os quatro domínios/etapas da governança. Permitindo o desdobramento da estratégia de TI em conjunto com a estratégia organizacional. Que envolve operacional e serviços.

O primeiro domínio fala sobre o alinhamento estratégico e compliance. Nessa etapa, nos deparamos com componentes importantes, para desenvolvermos o plano de tecnologia da informação.

“O plano de tecnologia da Informação consiste no principal produto do processo de alinhamento estratégico.”(ABREU e FERNANDES, 2014, pag. 20)        

O componente inicial requer alinhamento estratégico. Momento que envolve uma análise ampla sobre a arquitetura, infraestrutura, aplicações e processos, com a finalidade de alinhar as necessidades atuais e futuras da organização. Nesta etapa não executamos.

O componente de alinhamento requer conhecimento sobre os princípios de TI. Nada mais que regras, padrões que todos envolvidos devem seguir. Em seguida é destacado a gestão de demanda e necessidades de aplicações. Aqui fica nítido a importância da governança de TI no negócio e que realmente devem ser atrelados.

A gestão de demanda e aplicações de TI tem o objetivo de analisar o negócio e identificar a necessidade de novos recursos tecnológicos, novos serviços ou melhorar os serviços existentes. Devemos analisar os processos e ferramentas utilizadas, e se estão atendendo a demanda do negócio com suas aplicações.

Outro fator importante para a estratégia do negócio é a visão sobre a arquitetura de TI .

“[…] a organização lógica para dados, aplicações e infraestrutura, representada por um conjunto de políticas, relacionamentos e escolhas técnicas para buscar a integração desejada do negócio e da integração e padronização técnica.” (ABREU e FERNANDES, pag.18) 

Ou seja, está relacionada a questão lógica dos dados e busca a integração e padronização do negócio.

A Infraestrutura de TI é responsável pela comunicação interna e externa. Envolve pessoas, equipamentos, aplicativos e redes. Deixando os recursos computacionais para apoiar os negócios.

Ainda no domínio estratégico, devemos acompanhar os objetivos de desempenho que direcionam a gestão de TI para atender as metas estipuladas por seus stakeholders.

Em relação a capacidade de atendimento da TI, envolve a questão operacional, recursos humanos e tecnológicos, análise do espaço físico e estado da infraestrutura para tal ambiente.

Outros componentes relevantes nesse domínio têm a ver com a estratégia de sourcing, ou seja, definir os serviços que deverão ser realizados por um parceiro especializado. Dessa forma a organização, mantém o foco nos negócios e continua atingindo suas metas.

Quanto a política de segurança da informação, define regras que envolvem a forma que deve ser utilizada os recursos tecnológicos. Tem por objetivo manter um ambiente seguro e confiável. Essa política se aplica a todas pessoas e parceiros envolvidos com a instituição.

O componente competências, requer pessoas com habilidades e conhecimentos sobre a implantação das iniciativas e gestão da mudança.

Sobre a etapa processos e organização, define como os serviços de TI serão desenvolvidos, gerenciados e como será entregue ao usuário final

Finalmente chegamos ao componente final. Plano de TI, que descreve todos os objetivos, ações, indicadores, pessoas envolvidas, investimentos e custeios, entre outros. 

Figura 1 – Plano de tecnologia.

  Fonte: Implantando A Governança de Ti (ABREU; FERNANDES 2014 pag. 21)

 O segundo domínio descreve sobre decisão, compromisso, priorização e alocação de recursos. Aqui é necessário definir os responsáveis pela TI na organização. Ter um portfólio de TI, ou seja, métodos para avaliar o nível de priorização de investimento para cada projeto, evitando a escassez.

O terceiro domínio discorre sobre estrutura, processos, organização e gestão. Os componentes desse domínio estão relacionados a operações de serviços, relacionamento com o cliente e fornecedor.

Operações de serviços estão atrelados aos locais de atendimento da TI, suporte, sistemas, processos e apoio ao CIO.

Relacionamento com o cliente, entende-se a interação do usuário interno ou externo com a equipe de TI. Abrangendo processos de como, quem pode, e em qual momento o cliente deverá solicitar um serviço.

Relacionamento com o fornecedor é semelhante ao aplicado com o cliente. Aqui é definido qual será o meio de comunicação, como será solicitado, qual o prazo de atendimento e como o desempenho do fornecedor é controlado.

O quarto e último domínio está relacionado a gestão de valor e desempenho da TI. Aqui nos deparamos com dois componentes; a gestão de valor da TI que define como as atividades são direcionadas, custo, medições e transformações que ocorrerão nos negócios e a gestão do desempenho se referem ao monitoramento dos objetivos de desempenho das operações de serviços.

Analisando os quatro domínios e seus componentes, entendemos que a TI contribui nas tomadas de decisões e deve atender as necessidades do negócio.

  7.3       Governança de TI na organização 

A governança de TI é uma área ampla e muitas vezes atrelada com a governança corporativa. Para evitarmos conflitos internos e fazer esse mecanismo funcionar, é necessário definir os seus papéis/funções e responsabilidades. 

“a falta de papéis e responsabilidades bem definidas é um grande obstáculo” (ABREU, FERNANDES pag. 190) 

Realmente pode se tornar um obstáculo devido aos interesses individuais de cada área. Portanto é preciso definir e enxergar o objetivo do negócio. Não existe um método para definir os seus papéis. Cada organização tem suas metas e prazos para serem atingidos. Por isso, no mundo dos negócios nos deparamos com muitas abordagens sobre o funcionamento e responsabilidades da governança de TI.

Hoje é possível encontrar departamentos de Governança de TI com a função de mostrar ao CIO as necessidades das áreas de TI, seja operacional ou tática.

Ainda é possível nos deparar com organizações que utilizam um profissional para  implantar a Governança de TI. Não existe um departamento específico, nesse caso a intenção muitas vezes é de aplicar as boas práticas e controlar os serviços de TI. Também encontramos com empresas que possuem um departamento de Governança de TI. Muitas delas têm a responsabilidade de aplicar regras, políticas, frameworks ligados a gestão e operação de serviços.

Há casos que o CIO é o líder da mudança, nesse caso utiliza-se o serviço de consultoria para implantar as melhores práticas para o objetivo do seu negócio.

Desta forma, entende-se que não existe um método. A organização define como devem ser os papéis, e onde ela pretende chegar, com a aplicação deles.           

“depende da característica do modelo de Governança de TI desenhado para a organização” (ABREU, FERNANDES pag. 190) 

Nas empresas de grande porte, dificilmente a Governança de TI pode intervir nas áreas de TI. Normalmente, a Governança de TI, faz um trabalho de visibilidade. Nesse quadro, a responsabilidade de intervir e cobrar é do CIO.

Em empresas de pequeno e médio porte o cenário pode ser diferente. Aqui a Governança de TI tem mais força. Podendo implantar as melhores práticas para o negócio, gerenciar os riscos de TI e mostrar aos stakeholders o valor da TI para o negócio.

Portanto, a Governança de TI para atingir seus objetivos, não se limita as suas definições e responsabilidades. É preciso um trabalho em conjunto com as demais áreas da organização.                         

 7.4       Características para implementar a governança de TI em uma organização. 

           Muitos se questionam sobre quais as características necessárias para implantar a governança de TI. Isso, para organizações de pequeno e médio porte em que nos deparamos com obstáculos, em relação ao grau de formação da alta gestão, falta de conhecimento tecnológico, dificuldade em adquirir crédito e os processos, as funções e responsabilidades na maioria das vezes, não são bem definidos.

           Em relação estrutural, empresas de pequeno e médio porte possuem uma infraestrutura simplificada, algumas tarefas são terceirizadas, pois tem o hábito de comprar, em vez de desenvolver internamente, existe pouco controle dos ativos e serviços. Grande parte dos assuntos são tratados por e-mails e não por processos. Além de se deparar com limitações de habilidades em TI na organização. 

“O estudo de Prates & Ospina (2004) mostrou que os principais entraves para a informatização de pequenas e médias empresas são: a resistência dos funcionários pelo temor de perda de emprego e a falta de treinamento e preparação adequada, assim como a cultura arraigada no modelo atual utilizado para fazer as coisas. Entretanto, o êxito está associado ao envolvimento da cúpula da empresa, que é impelida a informatizar a empresa por razões de sobrevivência e espera, depois de implantar a informatização, benefícios como melhores controles e maior velocidade na tomada de decisões.” (ABREU e FERNANDES, p.572) 

           Ou seja, a organização recorre aos benefícios tecnológicos somente quando se deparam com a necessidade. Não há um plano estratégico, planos, projetos. Simplesmente executam para manterem os negócios em dia. Não se tem um modelo a seguir.

           Um exemplo na área de TI é em relação a falta de investimento e padronização de seu parque tecnológico. Em sua maioria, só ocorrem alterações quando um determinado componente deixa de funcionar, devido a novos requisitos. Isso quando entendem a real necessidade e os riscos que podem enfrentar.

           No cenário apresentado é possível implantar um modelo de governança de TI, independente do seu porte. Porém, para pequenas e médias empresas, essa função se limita a evitar os riscos para a continuidade do negócio. Sendo assim, é necessário um profissional de TI para monitorar e apresentar a alta gestão as possíveis mudanças, riscos e benefícios. 

“A cultura da empresa pode ser bastante tolerante ao risco e desconhecer completamente o uso da TI para o seu crescimento e perenidade.”(ABREU e FERNANDES, p.577) 

           Entretanto, o profissional que assumirá precisa de habilidades técnicas de sistemas e infraestrutura, realizar planejamento, gerenciar, entender o negócio e demonstrar aos “donos” o valor da TI nos negócios.

           Além de um profissional com habilidades específicas, sugiro para empresas de pequeno e médio porte que busquem entidades especializadas em projetos e melhorias, como o serviço prestado pelo Sebrae.

           Portanto, independente do porte da organização é possível implantar a Governança de TI. Mas ter ciência que será um trabalho de longo prazo e amadurecimento.

           Para implementar o programa de Governança de TI é necessário primeiramente, obter patrocínio da alta gestão, acompanhar fatores que poderão influenciar no programa. Seja a situação do mercado atual, nível de maturidade, cultura e o tipo do setor da organização para seguir um modelo próximo a sua realidade. 

 8 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS 

           Foram entrevistados dezenove profissionais atuantes na área de TI. Em relação a formação cerca de onze pessoas possuem graduação na área tecnológica. Porém nos deparamos com três participantes com graduação em outras áreas. Quatro já tem uma pós-graduação e somente um com mestrado. Profissionais com formação técnica não apareceram na pesquisa.

           Sendo assim, na área de TI os profissionais atuantes possuem ensino superior.

           Em relação ao sexo dos dezenove pesquisados, encontramos apenas quatro mulheres na pesquisa, mostrando que há poucas delas atuando na área.

           Quanto a localização dos profissionais participantes, grande parte atuam no Sudeste do país, um na região Centro-Oeste e um no Norte. No nordeste não tivemos respostas e faltou um participante assinalar essa questão.

           Quanto as certificações apenas dez participantes possuem, os outros nove não. Isso para a área, pode ser um agravante. Entretanto, todos os participantes possuem ensino superior. Desta forma podemos associar que a falta de certificação pode estar atrelada a falta de tempo ou devido ao custo delas, que são bem elevadas.

           Os cargos dos entrevistados variam. Sendo doze participantes analistas, cinco supervisores e dois gerentes. Analisando o departamento que atuam, encontramos uma pessoa com banco de dados, uma com desenvolvimento, uma no departamento de engenharia, uma em infraestrutura, três na área de negócios, dois se identificaram como service desk, dois na área de suporte, seis profissionais preencheram o departamento como TI. No departamento de gestão de processos ITIL, apenas uma pessoa.

           Dos entrevistados, doze trabalham em organizações de grande porte, ou seja, acima de 500 colaboradores e sete trabalham em empresas de pequeno e médio porte.

           No segmento de atuação das organizações, oito pessoas estão no nicho de prestação de serviços. No comércio apenas duas pessoas, enquanto na indústria encontramos quatro profissionais. Cinco participantes atuam em outras áreas.

           Dos entrevistados, apenas um não tem compreensão do que seria a Governança de TI. Isso indica que na organização desse integrante há possibilidade da empresa ser de pequeno porte, onde as mudanças são realizadas conforme a necessidade da empresa, ou seja, é feito para a empresa continuar no negócio. Há sérios riscos na continuidade do negócio. A organização precisa rever algumas questões.

           Quanto ao modelo de governança de TI apenas doze entrevistados dizem que a organização possui um modelo, sete informaram, que não existe um modelo.

           Ao perguntar, se os colaboradores entendem sobre a necessidade da governança de TI, nove pessoas informaram que os colaboradores têm conhecimento e dez participantes afirmam que em suas organizações os colaboradores desconhecem. Subentende-se que as empresas não tem o costume de proporcionar treinamentos internos.

           Em relação a definição de papéis e responsabilidades, doze participantes afirmam que são bem definidos. Aqui tenho a impressão que esses participantes atuam em empresas de grande porte, onde há uma nível de maturidade nos processos. Os demais participantes dizem que os papéis não estão bem definidos.

           Sobre a realização de serviços que possam impactar em outras áreas, dez participantes informam que a solicitação foi formalizada. Ou seja, provavelmente esses dez colaboradores atuam em uma organização que os papéis e responsabilidades são bem definidas. Os outros nove participantes, dizem que não houve formalização para realizar o serviço. Tendo grandes chances de serem culpados, caso o serviço não seja positivo.

           Quanto ao plano de contingência quinze dos dezenove disseram que na organização que atuam existe um plano de contingência. Sendo assim, há uma quantidade superior que enxerga a importância da contingência. A falta desse plano, poderá impactar nos negócios.

           Na questão de investimento tecnológico, onze pessoas disseram não ter facilidade para adquirir e apenas oito afirmam ter facilidade. Nessa questão é possível identificar que independente do porte da empresa ou segmento há barreiras para obter tal investimento.

           Também levantamos a visão dos participantes em relação aos seus superiores e treze entrevistados, afirmam que seu superior tem competências e habilidades para atuar no cargo. Apenas seis disseram que seu superior não possui conhecimento necessário para atuar na função.

           Foi detectado na pesquisa que para adquirir patrocínio da alta gestão doze dos pesquisados, acreditam que é necessário obter confiança, histórico de bons resultados e organização. Enquanto seis pessoas acreditam que confiança e domínio sobre o assunto são primordiais. Apenas um diz que confiança, boa dicção e escrita é de relevância para conquistar a alta gestão. Entretanto, todos estão de acordo que é preciso obter confiança da alta gestão.

           Quando se trata de TI trabalhando em conjunto com os negócios, dezesseis participantes concordam com isso e apenas três que não acreditam nesse trabalho em conjunto. Sendo que atualmente para o negócio funcionar, todos necessitam de algum dispositivo ou software. Sem eles podemos nos deparar com alguns problemas. Os três que não concordam, devem ter se equivocado ou simplesmente desconhecem.

           A última questão foi qualitativa, e nos deparamos com respostas semelhantes, quando questionado sobre qual a maior dificuldade para o profissional de TI que atua em uma organização que os papéis e responsabilidades não são bem definidos.

           Tivemos muitas respostas semelhantes, uma entrevista diz o seguinte: 

“Muitos acabam deixando de fazer o necessário, pois acredita que outros deveriam fazer.” (Entrevistado 07). 

           Normalmente em organizações com esse perfil encontramos muitos conflitos devido a falta de hierarquia. A cada momento surge um novo responsável e muitas vezes não possui conhecimento específico. 

“A realização das tarefas e mudança de responsabilidades entre áreas dos afazeres pois não tem definição de quem é responsável por determinados processos, quando tem processos definidos. “(Entrevistado 11) 

           Um dos participantes relata que a falta de autonomia do profissional de TI atrapalha na execução do serviço, muitas vezes executam conforme solicitado e quando surge o problema é culpado. 

“Em caso de falhas a culpa recai sobre o profissional de TI, isto é, ele não tem autonomia e nem garantia de estabilidade pelo superior.“(Entrevistado 16) 

           Essa situação ocorrecom frequência, quando é solicitado por alguém que não possui as devidas habilidades. O profissional só segue o roteiro, sem pensar nas consequências. Muitas vezes há falta de comunicação, planejamento, negócios em conjunto com a TI.

           Por fim, uma frase que diz muito 

“Sem responsáveis definidos não há sentimento de dono, nem comprometimento com as atividades ”(Entrevistado 19) 

           O profissional precisa ser reconhecido e abraçar as responsabilidades que tem a ver com a sua função na organização. 

 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

           Todos os profissionais que responderam o questionário possuem ensino superior e a maioria dos participantes estão em organizações de grande porte.

           A questão de investimento tecnológico não está atrelado ao porte da empresa, nesta pesquisa ficou nítido, que mais que a metade dos participantes, possui dificuldade para adquiri-lo, demonstrando dificuldade em transmitir aos demais o valor da TI nos negócios. 

“Obter a compreensão de que TI e negócios devem andar juntos, que são parceiros do negócios, e não apenas custos.”(Entrevistado 01)           

           Mas há um descompasso, pois ao mesmo tempo que alegam dificuldade para adquirirem investimento tecnológico, nos deparamos com 78%, afirmando que as organizações se preocupam com um plano de contingência.

           Muitos tem compreensão sobre o papel da Governança de TI, mas falta disseminar a ideia de governança aos demais que compõem a organização. Na pesquisa 52,6% acreditam que os demais colaboradores, desconhecem a necessidade da governança.

           Em relação a definição de papéis e responsabilidades todos concordam ser algo de extrema importância e que deve ser definida. No entanto, sem essa definição nos deparamos com muitos conflitos, retrabalho e deixa de atingir resultados satisfatórios. 

“Se os papéis e responsabilidades não estão bem definidos há grande probabilidade de haver conflitos, trabalhos em duplicidade e nececidade de retrabalhos” (Entrevistado 18) 

           Portanto, a maioria reconhece a necessidade do plano de contingência para continuidade dos negócios e os benefícios da governança de TI na organização.

           Um percentual de 63,2% informaram que os fatores imprescindíveis para obter patrocínio da alta gestão tem a ver com confiança, histórico de bons resultados e organização. Foi possível identificar que os profissionais de TI, se deparam com obstáculos semelhantes com a alta gestão.

“Fazer com que entendam a importância de TI para o negócio não só como custo”(Entrevistado 10)

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ABREU; FERNANDES, Implantando A Governança de Ti - da Estratégia À Gestão Dos Processos e Serviços - 4ª Ed 2014 

GAEA, Gestão de Serviços de T.I. os cinco maiores desafios - Disponível em: https://gaea.com.br/gestao-de-servicos-de-ti-os-5-maiores-desafios-e-como-supera-los/>.Acesso em 02 de Dezembro de 2017 

Portal GSTI, O que é governança de TI - Disponível em: https://www.portalgsti.com.br/governanca-de-ti/sobre/>.Acesso em 10 de Agosto de 2018 

Redalyc, Sistema de Información Cientifica - Disponível em: http://www.redalyc.org/html/2032/203219575003/>.Acesso em 24 de Novembro de 2017 

Teses USP, Digital Library USP - Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-19112003-200926/en.php>.Acesso em 14 de Novembro de 2017

Portal Analiseti, Imgem Governança de TI- Disponível em: http://analiseti.com.br/servicos/governanca-de-ti/>.Acesso em 04 de Abril de 2020

Qual a importância do alinhamento estratégico da TI no processo de gestão governança da organização?

Ao incluir o planejamento estratégico em TI na rotina de governança, as empresas fornecem aos executivos de todas as áreas uma visão sistêmica de seus recursos tecnológicos. Desta forma, a área de TI passa a contribuir diretamente nos resultados de cada área, ajudando a incrementar os retornos do negócio como um todo.

Qual a importância de se alinhar a governança de TI com a governança corporativa?

A Governança de TI fornece uma estrutura planejada e diretrizes para a liderança aplicar em todos os níveis do negócio e integrar todas as ferramentas e iniciativas de TI com a estratégia para gerar valor e alcançar metas e objetivos.

Qual a importância do alinhamento estratégico?

O alinhamento estratégico garante um melhor entendimento e conhecimento das pessoas sobre a missão, visão e valores da empresa. E o objetivo do alinhamento é que todos caminhem na mesma direção.

Qual é a importância do alinhamento de TI a estratégia de negócio da organização?

Razões para alinhar a TI à tomada de decisões estratégicas Ela otimiza tarefas e as executa com maior rapidez, sendo capaz de agrupar informações essenciais sobre os negócios para tornar a tomada de decisões ainda mais assertiva.