Qual a importância das leguminosas para aumentar a oferta de forragem em quantidade e qualidade?

Qual a importância das leguminosas para aumentar a oferta de forragem em quantidade e qualidade?


Na produção de leite a pasto, a grande preocupação do pecuarista é com relação à qualidade da forragem consumida por seu rebanho. É possível obter níveis satisfatórios de produção leiteira diária, utilizando-se apenas a pastagem de gramíneas tropicais como fonte de alimento, mais suplemento mineral.

“Entretanto, é importante frisar que apenas a forragem tenra, no seu mais alto valor nutricional, selecionada pelas vacas em pastejo, é que permite alcançar índices de produção como esses”, afirma Prof. Juliano Ricardo Resende do Curso CPT Alimentação de Vacas Leiteiras em Pasto e em Confinamento.

- Leguminosas e gramíneas


As leguminosas e as gramíneas são as principais fontes de forragem para bovinos. Quando de alta qualidade, podem suprir a maioria dos nutrientes, dependendo da categoria animal em questão, da espécie forrageira, tipo de solo e fertilidade, idade da planta, entre outros.

- Qualidade da forragem


Os principais fatores que determinam a qualidade da forragem é a idade ao corte ou pastejo e o estágio de maturação da planta. Com idade avançada, as plantas decrescem em proteína, energia, cálcio, fósforo e matéria seca digestível, enquanto aumenta a fibra (FDN, FDA) e lignina. Podem ser utilizadas in natura e em forma de silagem, pré-secada ou feno (BARBOSA, 2004).

- Importância do pastejo rotativo


Para que as vacas tenham à disposição esse tipo de alimento volumoso, será preciso adotar o pastejo rotativo. Nele, faz-se a divisão da pastagem em piquetes, ajusta-se a pressão de pastejo à disponibilidade de forragem de qualidade, realiza-se o rodízio entre piquetes, de forma a garantir um período de descanso suficiente para que a rebrota seja vigorosa, e retorna-se com os animais no momento em que a forragem atinge sua mais alta qualidade.

Esse manejo vale tanto para as gramíneas tropicais quanto para outras forrageiras utilizadas em pastejo nas regiões subtropicais.

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Por Silvana Teixeira.

Qual a importância das leguminosas para aumentar a oferta de forragem em quantidade e qualidade?

Qual a importância das leguminosas para aumentar a oferta de forragem em quantidade e qualidade?

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Em tempos de boi orgânico, os pecuaristas que optarem por este sistema de produção deverão usar de estratégias dentro das normas para produção orgânica, onde preconiza-se a produção de carne de maneira racional, porém sem o uso ou uso muito limitado de insumos químicos. A exploração das pastagens deve ser feita de forma ecológica, podendo a consorciação de gramíneas com leguminosas ser usada para incorporação de maior quantidade de nitrogênio no sistema e aumentar o valor nutritivo da dieta selecionada pelo bovino, sem a necessidade de fertilizantes nitrogenados sintéticos.

Esta é uma solução válida para os sistemas não intensivos, ou quando as condições de ambiente favoreçam melhor estabilidade no equilíbrio entre as associações de gramíneas e leguminosas. O consórcio de gramíneas e leguminosas, além de apresentar um importante efeito melhorador das características físicas do solo (agregação, estruturação), favorece o estabelecimento das pastagens, proporcionando exploração pecuária mais racional e produtiva. Desta forma neste primeiro artigo será feito um apanhado geral sobre as leguminosas e nos próximos radares será discutido o uso de leguminosas na produção de carne.

As leguminosas foram introduzidas no país na década de 70, através de incentivo governamental, sendo o Instituto de Zootecnia, o órgão responsável para realização dos primeiros estudos, com incentivo do Ministério da Agricultura. Leguminosas importadas da Australia foram difundidas rapidamente na pecuária nacional. Entretanto, sua utilização foi desastrosa, levando quase que a extinção do seu uso nos anos 80. Os insucessos ocorridos em várias tentativas de estabelecer pastagens consorciadas em diversas regiões do Brasil foram atribuídas às dificuldades do manejo de dois grupos de plantas forrageiras, fisiologicamente distintos (gramínea e leguminosa), principalmente porque apresentam taxas de crescimentos diferentes.

A falta de persistência de condições de estabelecimento em alguns casos foi atribuída às diferenças nutricionais existentes entre gramíneas e leguminosas. Em outros a problemas de manejo da consorciação, não esquecendo ainda de possíveis efeitos alelopáticos (efeito tóxico) entre as plantas forrageiras. Recentemente as leguminosas voltaram a cena, porém com maior respaldo técnico científico sobre a forma de utilização destas plantas, culminando no lançamento de dois novos cultivares de estilosantes pelo grupo da EMBRAPA-Gado de Corte em Campo Grande-MS.

As leguminosas se destacam como plantas para adubação verde, pelos efeitos da adição de nitrogênio, reciclagem e mobilização de nutrientes e melhoria no aproveitamento dos mesmos pelas culturas subsequentes. Além disso, é excelente fonte de proteína para bovinos de corte, principalmente nas épocas de escassez de alimentos ou de gramíneas em estágios avançados de crescimento. Uma das aplicações da leguminosa é em solos degradados, pois diminui os gastos com adubos nitrogenados, para recuperação da área. O nitrogênio fixado pelas leguminosas varia entre 50 a 225 kg de N/ha/ano (KICHEL, 1997), podendo em alguns casos fixar até 900 kg de N/ha/ano, como é o caso da leucena (ALVES & MEDEIROS, 1997). A fixação simbiótica de nitrogênio é um processo ligado ao crescimento, sendo afetado por todos os fatores que influenciam no desenvolvimento das leguminosas.

Ao tomar a decisão pelo uso da consorciação, alguns cuidados devem ser tomados, como a escolha da leguminosa, devendo ser considerada a adaptação, persistência e produção de sementes no meio em questão. A precocidade da planta também deve ser considerada, plantas de florescimento precoce produzem mais sementes, por outro lado plantas tardias tem maior produção de biomassa em detrimento da quantidade de sementes (Werner et al. 2001).

Outro ponto apresentado pelos autores está relacionada à palatabilidade da planta, o que pode influenciar na persistência da mesma, ou seja, plantas de aceitabilidade maior que a gramínea tendem a desaparecer com o tempo, devido ao rápido consumo pelos animais. Por outro lado, as de menor palatabilidade tendem a ser mais persistentes ao pastejo, aumentando a quantidade de N reciclado no sistema. Porém, é necessário que elas apresentem aceitabilidade pelos animais nos períodos adversos (seca), o que normalmente acontece devido aos maiores teores de proteína. Desta forma, ao definir-se o manejo das pastagens, bem como o tipo de gramínea, tais características de aceitabilidade da leguminosa devem ser consideradas.

Durante o processo de implantação de áreas consorciadas, a adubação deve ser direcionado para a leguminosa, pois estas são mais exigentes que as gramíneas. Nutrientes como o fósforo, enxofre e potássio, não são só importantes para o estabelecimento da planta, como para fixação de nitrogênio. O suprimento de micronutrientes (Zn, Bo, Mo e Cu), na adubação de manutenção de pastagens consorciadas é fundamental. Vale lembrar que o uso de insumos específcos que fornecem esses nutrientes é permitido em sistemas de produção orgânicos.

As consorciações com Brachiaria spp são mais difíceis de serem estabelecidas, devido à agressividade da gramínea, que compete com a leguminosa, que geralmente não se desenvolve bem nestas circunstâncias. Desta forma, deve-se reduzir a taxa de semeadura das brachiarias, e aumentar a de leguminosas, de modo que no início se tenha de 10 a 15 plantas/m2 (ZIMMER et al., 1994). O plantio da gramínea é mais conveniente, em alguns casos, ser feito após o estabelecimento das leguminosa. ZIMMER et al. (1988) relata melhor estabelecimento e persitência na recuperação de B. decumbens com calopogônio após aração e gradagem da área de gramínea no período seco. Este processo controlou a gramínea e favoreceu a leguminosa, que foi implantada nas chuvas.

BARCELOS et al. (1986) no DF, obtiveram bom estabelecimento de Stylosantes spp na recuperação de pasto de Brachiaria decumbens degradada. O preparo do solo contou com gradagem com grade niveladora e a população da leguminosa após o estabelecimento foi de 8 plantas/m2, mantendo-se ao longo do tempo. A forragem disponível apresentava cerca de 50% de gramínea e 50% de leguminosa no tratamento recuperado, com 2850 kg MS/ha, e na pastagem degradada a disponibilidade foi de apenas 960 kg MS/ha. Os ganhos dos animais foram de 545 e 430g/animal/ dia, para o período das águas, e de -100 e -280 g/animal dia para o período seco, respectivamente para tratamento consorciado e não consorciado. Com este trabalho é possível observar que a consorciação além de melhorar a fertilidade do solo e aumentar a disponibilidade de MS, também tem efeitos benéficos para o ganho animal.

Com a tendência de maior preferência do mercado externo por carne produzida a pasto, o avanço das leguminosas na produção de carne no Brasil pode ser alavancado novamente, desde de que seguindo criteriosamente as recomendações técnicas de manejo da planta, pois o equilíbrio é difícil de ser mantido se os princípios e conceitos de manejo de pastos consorciados não forem seguidos. Sem dúvida, o uso de leguminosas pode se tornar ferramenta valiosa dentro do sistema de produção. Vale ressaltar que o país pioneiro no uso de leguminosas é a Austrália, país de clima semelhante ao brasileiro, sendo que naquele país sistemas de terminação de bovinos de corte são feitos basicamente em pastagens consorciadas.

Literatura Consultada:

ALVES, S.J.; MEDEIROS, G.B. Leguminosas em renovação de pastagemns. In. 3 Simpósio sobre Ecossistems de Pastagens. ed. Favoretto, V., et al. Piracicaba, 1997. p. 251.
BARCELLOS, A. O.; SANZONOWICZ, C.; COUTO, W. Recuperação de pastagens degradadas de brachiaria. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 23, 1986. Campo Grande, SBZ. Anais…p254.
KICHEL, A. N.; MIRANDA, C. H. B.; ZIMMER, A. H. Fatores de degradação de pastagem sob pastejo rotacionado com ênfase na implantação. 14ª Simpósio sobre Manejo de Pastagem. Ed. Peixoto, A. M., et al. Piracicaba, 1997. p. 193.
WERNER, J. C.; COLOZZA, M. T.; MONTEIRO, F. A. Adubação de pastagens. 18ª Simpósio Sobre Manejo da Pastagem ed. Peixoto, AM, et al. Piracicaba, 2001. p. 129
ZIMMER, A. H.; Macedo, M.C.M.; BARCELLOS, A. O. ; KICHEL, A. N. Estabelecimento e recuperação de pastagens de Brachiaria. In: 11 Simposio sobre Manejo da Pastagem. ed. Peixoto, AM, et al. Piracicaba, 1994. p. 159.
ZIMMER, A.H. ; EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M. Manejo de plantas forrageiras do gênero Brachiaria In: SIMPOSIO SOBRE O MANEJO DE PASTAGENS, 4, 1988. Piracicaba

Qual é a importância das leguminosas?

As leguminosas estão entre os itens que não podem faltar no cardápio. Elas são importantes fontes de vitaminas, proteínas e minerais. tes para garantir a saciedade, os níveis recomendados de colesterol, o bom funcionamento do intestino e o controle da glicemia.

Qual é a importância das plantas leguminosas para a agricultura?

Além de excelente fonte nutricional, as leguminosas funcionam como adubos verdes contribuindo para a manutenção da qualidade do solo e garantindo a sustentabilidade dos sistemas de produção.

Qual a grande importância das leguminosas para as pastagens?

A Introdução de leguminosa na pastagem, promove incrementos na produção animal, pelo aumento da qualidade e da quantidade da forragem em oferta, resultante não só da participação da leguminosa na dieta do animal mas também dos efeitos indiretos relacionados com a fixação biológica de nitrogênio e seu repasse ao ...

Qual a importância da utilização de leguminosas forrageiras para a atividade pecuária brasileira?

As leguminosas forrageiras, em face da capacidade de fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico e a sua contribuição para a produção animal, são essenciais para incrementar a produtividade e constituem um caminho na direção da sustentabilidade de sistemas agrícolas e pecuários.