Qual a importância da atividade empreendedora no país em tempos de crise?

Víctor Macul, coordenador do Centro de Empreendedorismo (CEMP) do Insper, aborda os impactos do momento atual para os empreendedores

Qual a importância da atividade empreendedora no país em tempos de crise?
ENTREVISTA| CONTEÚDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19 |ACESSE A PÁGINA ESPECIAL

Seguindo os esforços conjuntos de toda a Comunidade Insper para mitigar o impacto do vírus Covid-19, estamos publicando uma série de entrevistas com professores, gestores e diretores para abordar ações realizadas pela nossa escola, além de dicas e orientações nas mais diversas áreas para colaborar com a superação dos desafios deste período.

Na entrevista a seguir, Víctor Macul, coordenador do Centro de Empreendedorismo (CEMP) do Insper, fala sobre os principais desafios e oportunidades para o empreendedorismo neste cenário de crise:

1) Quais são os principais desafios que os empreendedores estão enfrentando com a crise gerada pelo novo coronavírus?

​O principal desafio é que, dependendo do setor de atuação, as empresas viram sua curva de crescimento despencar, e em alguns negócios, a receita cair para zero. Além disso, nesse momento de crise, está mais difícil atrair capital de risco e algumas empresas não conseguirão captar, em tempo hábil, a próxima rodada de investimento. Sem perspectiva de caixa, muitas empresas estão com os dias contados. Outra preocupação, não menos importante, é como manter as equipes produtivas, motivadas, e principalmente, saudáveis (física e mentalmente) em modelo de home office.

2) Este é o momento para iniciar um negócio? 

Sem dúvida, o cenário de isolamento social está acelerando uma mudança no comportamento das empresas e dos consumidores, principalmente no que diz respeito à transformação digital. Oportunidades estão surgindo! As pessoas estão mais dispostas a testar novas soluções e os modelos de negócio, durante (e após) essa crise, não serão os mesmos do mês passado.

No empreendedorismo social também existem muitas oportunidades. A pandemia tem deixado em evidência a desigualdade social que sempre existiu (e que vem aumentando). As pessoas mais vulneráveis, que habitam boa parte das periferias, Brasil afora, não têm as mesmas condições de enfrentar a pandemia do que as pessoas com maior poder aquisitivo. Necessidades básicas, como falta de água, moradias precárias (muitas vezes com mais gente do que cômodos), falta de acesso aos serviços de saúde e falta de acesso à internet (dentre outras) causam ainda mais sofrimento do que antes.

3) E o que deve ser levado em consideração para essa tomada de decisão?

Para quem enxergou uma oportunidade e deseja iniciar um projeto neste momento, sugiro que seja bem crítico se, realmente, você identificou um problema relevante, e não algo que seja apenas nice to have. Prototipar e testar rapidamente se sua solução atende as necessidades dos consumidores (mesmo que de forma não escalável), continua sendo a melhor forma de descobrir isso. Produtos digitais, com baixo custo de aquisição de clientes, terão mais chance de vingar. Mais do que nunca, prefira modelos de negócio com capacidade de bootstrap, que permitam geração de receita no dia zero. No mais, os principais desafios seguem os mesmos (e potencializados pela crise): encontrar um produto para um problema real de mercado, formar uma boa equipe, e controlar bem o fluxo de caixa.

4) Há canais disponíveis para empreendedores receberem consultoria neste momento de crise?

Para os empreendedores da comunidade Insper, a equipe do CEMP está fazendo uma curadoria de conteúdo que vem sendo publicada no grupo de Empreendedorismo da plataforma Insper Alumni. Além disso, migramos nosso Programa de Mentorias para o ambiente online, para que os empreendedores possam receber orientações dos nossos mentores. Há muito conteúdo sendo publicado na internet, desde artigos a webinars. Sugerimos que, assim como qualquer outra pesquisa, busquem fontes confiáveis, de preferência de players relevantes no ecossistema de empreendedorismo. Fique atento a conteúdos internacionais (pois alguns países estão vivendo os efeitos da epidemia alguns dias na nossa frente), mas não deixe de acompanhar conteúdos nacionais, para ficar atento a particularidades do Brasil, como, por exemplo, atualizações nas regras trabalhistas e tributárias.

5) A troca de experiências entre empreendedores continua sendo um bom caminho para superar esses desafios? Quais as melhores maneiras e canais para essa troca?

​Sem dúvida! Compartilhar os desafios e as ações adotadas com outros empreendedores tem ajudado muito a lidar com a insegurança nesse ambiente de muita incerteza. Grupos de whatsapp e fóruns de empreendedores locais são ótimas formas de trocar experiências e minimizar a solidão dos empreendedores nos momentos de tomada de decisão. Além disso, pode ser uma excelente forma de unir forças para renegociar contratos com instituições locais. Recentemente, acompanhei um grupo de empreendedores agindo junto a universidades para ajustar as regras relacionadas a autorização de home office pelos estagiários.

A fim de promovermos um espaço adequado para essas trocas de experiência, o CEMP, em conjunto com o Comitê Alumni de Empreendedorismo, migrou os eventos de Mentoria Coletiva para o ambiente online. Nosso primeiro encontro nesse novo formato será realizado no dia 30 de abril. Além disso, estamos organizando em conjunto com os núcleos de empreendedorismo da Belas Artes e da FGV um ciclo de webinars para auxiliar os empreendedores universitários.  As atividades desta Semana de Empreendedorismo Universitário acontecem de 13 a 17 de abril e mais informações podem ser obtidas neste link.

Víctor Macul é professor do Insper desde 2016, onde ministra cursos de Fabricação Digital, Design Thinking e Inovação Social para Graduação, MBA e Educação Executiva. Possui mestrado na área de gestão de design e bacharelado em Engenharia de Produção Mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), com certificado de estudos especiais em Estratégia e Organização e intercâmbio na Escuela Técnica Superior de Ingenieros Industriales (ETSII) na Universidad Politécnica de Madrid (UPM). Também possui diploma do Fab Academy – programa prático sobre fabricação digital conduzido pelo Prof. Neil Gershenfeld, diretor do Center for Bits and Atoms do MIT.

Trabalhou como pesquisador do INOVALAB @ POLI / Design Factory São Paulo – complexo laboratorial focado no aprimoramento do ensino prático de graduação em engenharia – onde realizou pesquisas na área de engineering design e tecnologia assistiva. Pelo INOVALAB, Víctor também atuou em projetos de desenvolvimento de produtos em parceria com redes internacionais, como a Sugar Network, criada pela Universidade de Stanford e a Design Factory Global Network, liderada pela Universidade de Aalto.

Qual a importância da atividade empreendedora no país em tempos de crise?
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Qual a importância do empreendedorismo em tempos de crise?

Embora o cenário pareça muito desanimador, a verdade é que a crise é, também, uma fonte de oportunidades. O empreendedorismo nesses tempos parece ser um combustível para a retomada de economia durante esses períodos históricos, e não está sendo diferente nesse momento.

Qual a importância do empreendedor para o país?

O empreendedorismo é uma atividade que contribui de inúmeras formas para o desenvolvimento de um país. Além de gerar mais empregos formais, o empreendedorismo ajuda a desenvolver novas tecnologias e a criar produtos e serviços de valor para o mercado de consumo.

Como o empreendedorismo pode ajudar a lidar com momentos de crise?

Confira a alguns caminhos para empreendedores superarem as inevitáveis situações de crise..
Tenha a reação que qualquer crise exige..
Quer um bom exemplo de como as crises fazem parte do jogo?.
Antecipe os obstáculos..
Procure inovar sempre..
Seja criativo na busca por soluções..
Momentos de crise fazem parte da vida..

Qual a importância do empreendedorismo para um país e uma sociedade?

O empreendedorismo é bom para a sociedade Além da geração de empregos, que falamos anteriormente, um negócio voltado para a sociedade gera inclusão social e torna a tecnologia ainda mais acessível, estimulando o cidadão a adquirir produtos e serviços aos quais antes não tinha acesso.