Qual a cor da bolsa quando estoura

Desde a concepção, o embrião se desenvolve dentro de uma estrutura no formato de uma bolsa, composta de duas membranas. A cavidade entre essas membranas é preenchida com o líquido amniótico. A esperada frase “a bolsa estourou” é uma das etapas do trabalho de parto.

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“O esperado, o fisiológico, é que a bolsa se rompa espontaneamente no decorrer do trabalho de parto. Quando isso acontece, a mulher sente um líquido escorrendo pelas pernas. Ele é quente e tem um odor forte, que lembra água sanitária. Trata-se de uma perda involuntária. Não é como urina, que se consegue prender”, explica o ginecologista e obstetra Ricardo Tedesco, membro da Comissão Nacional Especializada de Assistência ao Parto, Puerpério e Aborto da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ).

Muito ou pouco líquido?

Segundo Tedesco, na maioria das vezes, a perda de líquido é grande. “Não dá para não perceber. Forma-se uma poça no chão, encharca a roupa”, diz o especialista.

Mas pode acontecer de sair pouco líquido. Uma das hipóteses para o fato seria um rompimento na parte superior da membrana, o que explicaria o pouco volume. Outra é o rompimento de apenas uma das membranas que compõem a bolsa.

A partir de 37 semanas

Se a bolsa estourou e a mulher está com idade gestacional igual ou superior a 37 semanas, o feto está maduro e o nascimento se encaminha normalmente.

De acordo com o médico, a mulher não sente dor com o rompimento da bolsa nem acontece aquela cena clássica de filme com a corrida para o hospital. Se o líquido amniótico for transparente ou leitoso, a mãe talvez ainda espere até 24 horas para o trabalho de parto engrenar.

Agora, se o líquido amniótico estiver esverdeado, a mulher precisar procurar imediatamente um serviço de saúde. “Isso significa que, dentro do útero, o bebê fez cocô, o chamado mecônio”, explica Tedesco.

Menos de 37 semanas

Outra situação em que o rompimento da bolsa implica procurar assistência rapidamente é quando a idade gestacional é inferior a 37 semanas. “O médico que acompanha a gravidez deve internar a mulher para tentar evitar um parto prematuro e fazer um controle clínico e laboratorial do volume do líquido amniótico”, afirma Tedesco.

O especialista diz que, mesmo com a bolsa rompida, a produção do líquido não cessa. O ponto é controlar o nível, para evitar infecções. “Há situações em que a gestante pode ficar semanas internada com a bolsa rompida.”

Tedesco explica que as decisões tomadas avaliam onde está o risco maior: no trabalho de parto prematuro ou no baixo nível de líquido amniótico, que pode levar à compressão do cordão umbilical do bebê e, consequentemente, à queda da oxigenação dele.

A bolsa estourou!

O mais comum é que a bolsa se rompa ou estoure de maneira espontânea, mas há ocasiões em que ocorre manipulação externa, para que o líquido amniótico saia e o processo de dar à luz por via vaginal continue. O procedimento em que o médico rompe a bolsa chama-se amniotomia.

Lembre-se de que nenhum parto é igual a outro; cada um tem as próprias características. Assim, prepare-se com essas informações para que, quando chegue o momento de dizer “a bolsa estourou”, você saiba identificar tudo o que está acontecendo.

*O especialista consultado nesta matéria foi ouvido como fonte jornalística, não se utilizando do espaço para a promoção de qualquer produto ou marca.

Categorias: Dúvidas, Gestantes
Data: 19/07/2020   4070 Views

Durante a gestação, dentro do útero, o bebê fica em uma bolsa de líquido. Essa bolsa se forma logo no começo da gestação e o líquido que está dentro dela é o líquido amniótico. Por toda a gestação esse líquido da bolsa protege o bebê e permite o seu desenvolvimento. Veja nesse vídeo abaixo um bebê que nasceu com a bolsa íntegra. Em uma operação cesariana muitas vezes é possível expor o bebê para fora do útero ainda com a bolsa íntegra.

https://www.fetalmed.net/wp-content/uploads/2020/07/bebe-nasce-bolsa-integra.mp4

Normalmente, durante o trabalho de parto, enquanto acontecem as contrações, a pressão sobre essa bolsa aumenta e eventualmente ela acaba rompendo. Na maioria das gestações é isso que acontece, a bolsa rompe apenas durante o trabalho de parto.

É comum romper a bolsa antes do trabalho de parto?

Em cerca de 10% das gestações a bolsa pode romper espontâneamente antes do trabalho de parto iniciar. Esta situação é chamada de amniorrexe prematura ou rutura prematura de membranas (RUPREME). É importante saber que prematura nesses casos significa que foi antes do trabalho de parto iniciar . Portanto não tem nenhuma relação com a idade gestacional. Essa situação também é referida como “romper a bolsa” ou “estourar a bolsa” e pode acontecer subitamente (veja o vídeo abaixo aonde a bolsa rompe enquanto uma gestante dança).

https://www.fetalmed.net/wp-content/uploads/2020/07/Bolsa-Rompendo.mp4

Quais são os sinais de que a bolsa pode romper?

Não existem sinais prévios a rutura da bolsa. Ela ocorre sem dar nenhum aviso prévio. Eventualmente situações que aumentam a pressão abdominal (como tossir ou dançar) podem fazer com que ela rompa.

Como saber se a bolsa rompeu?

Quando a bolsa rompe você sente uma quantidade relativamente grande de líquido vazando pela vagina. Esse líquido é incolor e tem um cheiro que lembra água sanitária. É importante saber que algumas vezes no terceiro trimestre a gestante pode perder um pouco de urina em função da compressão da bexiga, o que pode ser confundido com o líquido da bolsa. Também é comum que a perda do tampão mucoso seja confundido com a rotura da bolsa. Enquanto o líquido amniótico é bastante fluído o tampão mucoso tem um aspecto mais denso, parecendo um catarro.

Caso você perca líquido é importante ir até o hospital para que um médico possa fazer um exame e identificar se foi a bolsa que rompeu. Caso você tenha rompido a bolsa provavelmente ficará internada no hospital.

O que fazer para saber se estou perdendo líquido?

Se você acha que está perdendo líquido deve consultar um médico. Os principais sintomas e sinais de perda de líquido amniótico incluem:

  • A calcinha fica molhada, mas o líquido não tem cheiro, nem cor;
  • A calcinha fica molhada mais de 1 vez ao dia;
  • Diminuição dos movimentos do bebê no útero, quando já houve uma perda maior de líquido.

Na maioria das vezes apenas o exame clínico é suficiente pois o médico poderá observar o líquido saindo do colo uterino. Em casos aonde o diagnóstico não é tão claro ele poderá fazer o “teste do forro”. O teste do forro consiste em colocar um pedaço de tecido forrando a calcinha e caminhar por alguns minutos. Se a bolsa estiver rota o tecido irá ficar molhado e com cheiro característico de líquido amniótico.

Nos casos de maior complexidade poderá ser necessário realizar outros testes como um exame de ultrassom para avaliar a quantidade de líquido na bolsa, medir o pH da vagina ou analisar as características do muco cervical em um microscópio.

O que pode causar o rompimento da bolsa antes da hora?

Nos casos em que a bolsa rompe antes do trabalho de parto, em especial os casos muito precoces, é comum a associação com infecções. As infecções urinárias e vaginais estão bastante associadas com a rotura prematura das membranas. O trauma mecânico como acidentes com batidas diretamente sobre o ventre materno, podem causar a amniorrexe. O consumo de álcool, tabaco e drogas também já foram associados com a rotura prematura da bolsa.

Já as bolsas que rompem perto do fim da gravidez, quando o bebê está maduro, costumam ocorrer ao acaso, sem associação com problemas.

O que acontece quando rompe a bolsa?

Na maioria das vezes que a bolsa rompe a paciente acaba por desencadear o trabalho de parto algumas horas depois. Não existe um tratamento especifico para a bolsa rota, uma vez que ela rompeu é como um “balão furado”. Todo o líquido acaba escoando para fora do útero e ela não consegue encher mais.

A conduta médica quando rompe a bolsa vai depender um pouco da idade gestacional em que isso aconteceu. Deve-se considerar que a bolsa e o líquido amniótico protegem o bebê e o útero materno contra infecções. Além disso o líquido é importante para o desenvolvimento pulmões do feto e de toda a sua musculatura. Ficar muito tempo (semanas ou meses) sem líquido pode colocar a mãe em risco. É importante ter em mente também que na maioria dos casos o trabalho de parto acaba ocorrendo em no máximo um ou dois dias depois da bolsa romper.

Tendo isso em mente, nos casos muito precoces (geralmente abaixo de 24 semanas) levando em consideração que a chance de sobrevida do concepto é muito pequena frente as complicações que podem acontecer com a mãe, na maioria das vezes a gestação é conduzida como um abortamento.

Por outro lado, quando a bolsa rompe entre 24 e 34 semanas, já existe alguma viabilidade do feto e nestes casos prefere-se a conduta expectante. Expectante no caso significa tentar identificar se existe algum problema associado e tratar (como uma infecção urinária). Caso a paciente não entre em trabalho de parto expontâneo tenta-se ganhar tempo pois cada dia que o feto permanece no útero aumenta a sua sobrevida e reduz a chance de complicações. Geralmente se consegue ganhar alguns dias e eventualmente semanas. Durante esse tempo no exame de ultrassom será observado o oligodrâmnio, que é o volume de líquido amniótico diminuído.

Nas bolsas que rompem acima de 34 semanas o feto já está quase pronto. Nestes casos não há vantagem esperar muito tempo. Então se a paciente não entra em trabalho de parto espontâneo algumas horas depois da rotura das membranas o parto poderá ser induzido.

Quanto tempo o bebê pode ficar com a bolsa rompida?

Não há um limite para isto. Geralmente nos casos próximos ao termo aonde ocorre a rotura da bolsa o parto costuma acontecer em até um ou dois dias, quando evolui para um trabalho de parto e o desfecho é o parto normal. Como já foi comentado acima, em casos aonde a bolsa rompe muito longe do termo a idéia é ganhar tempo para o feto amadurecer um pouco mais dentro do útero e nestes casos o bebê pode ficar até semanas dentro do útero com a bolsa rota. Claro que para que isso aconteça o médico irá se certificar que não existe nenhuma contra-indicação para manter o feto dentro do útero como infecções ou sinais de sofrimento fetal.

Existem complicações após a bolsa ter rompido?

Sim, quando a bolsa rompe muito precocemente existe por exemplo um risco maior do prolapso de cordão umbilical. Além disso, nos casos onde a bolsa rompeu muito precocemente, por exemplo antes de 20 semanas, poderá ocorrer um crescimento mais lento dos pulmões do bebê, situação chamada de hipoplasia pulmonar. A hipoplasia pulmonar é bastante grave pois quando temos esse quadro o pulmão é muito pequeno para o bebê e não consegue oxigenar uma quantidade de sangue suficiente.

Também temos que considerar que casos onde a rotura da bolsa é conduzida de maneira expectante e leva muito tempo entre a rotura da bolsa e o nascimento do bebê há um risco maior de infecção, chamada corioamnionite.

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Data: 19/07/2020   4070 Views

Como eu sei que minha bolsa estourou?

Alguns sinais que indicam que a bolsa estourou são liberação de um líquido transparente ou amarelo claro e sem cheiro pela vagina, que pode sair em pequenas quantidades como um gotejamento ou sair em grandes quantidades e de forma constante.

Qual é a cor do líquido amniótico?

Transparente ou branco: essa é a cor natural do líquido. No parto, é normal que contenha pequenos grumos brancos, formados por pedacinhos de cabelo, gordura e pele do feto. Vermelho: pode ser um indício de descolamento da placenta, um quadro perigoso que pode comprometer a passagem de oxigênio e nutrientes para o bebê.