Empreendedorismo e características comportamentais dos empreendedores
Elisangela Rosa Araujo
FAAL - Faculdade de Administração e Artes de Limeira
Resumo
Este estudo apresenta o empreendedorismo como à capacidade do indivíduo obter por meio de iniciativa, criatividade, confiança, novas oportunidades de negócio. O empreendedor pode ser considerado como aquele que no processo de construção de uma visão estabelece um negócio com o objetivo de gerar lucro e crescimento. Apresenta também um comportamento inovador e adota uma postura estratégica, ele é um agente de mudanças que está continuamente em busca de novos métodos, tecnologias e filosofias que tornem sua empresa mais competitiva nos mercados em que atua. O objetivo principal deste trabalho é estudar o empreendedorismo e, quais características são apresentadas pelos empreendedores no contexto organizacional. A metodologia utilizada é qualitativa e exploratória, tem como base um questionário realizado com um grupo composto por estudantes do ensino superior sobre quais qualidades acreditam ser essenciais aos empreendedores.
Palavras-chaves: Empreendedorismo, Inovação, Empreendedor, Negócios.
1 – INTRODUÇÃO
O presente artigo visa apresentar o que é empreendedorismo, quais são as características dos empreendedores e como eles agem diante de um cenário cada vez mais globalizado. Estudos realizados sobre o
fenômeno dão conta de que não há um consenso entre pesquisadores e estudiosos a respeito da exata definição do que vem a ser o assunto.
O empreendedorismo pode ser considerado como diferencial competitivo e de novas conquistas, associado à inovação na medida em que o indivíduo aproveita as oportunidades de negócios e utiliza os recursos de modo racional e econômico com objetivo de ter maior crescimento e gerar mais lucros.
Conforme Rausp (2006, p.72):
A função do empreendedor é
reformar ou revolucionar o padrão de produção pela exploração de uma invenção ou, mais genericamente, uma possibilidade tecnológica ainda não testada para a produção de novas mercadorias ou de algo já existente, mas de uma nova maneira, pelo descobrimento de novas fontes de suprimento de materiais ou nova distribuição para os produtos e pela organização de uma nova indústria.
Diante do cenário econômico cada vez mais sujeito as rápidas mudanças, o desafio do empreendedor consiste em não
somente criar um negócio, mas também o tornar sustentável e disponibilizar além de técnicas e infra-estrutura, maneiras de pensar e agir com inovação.
O objetivo principal deste trabalho visa compreender o empreendedorismo e o comportamento dos empreendedores de uma forma geral. Que qualquer pessoa pode vir a se tornar empreendedor, porém é necessário conhecer alguns fatores importantes antes de iniciar um novo negócio como, por exemplo, procurar conhecer o mercado em que se pretende atuar,
saber se possui habilidade e competência, estar disposto a correr riscos, ter iniciativa, criatividade, dentre outros.
A metodologia usada na realização dessa pesquisa é qualitativa, exploratória e envolve a aplicação de um questionário. Para realizar este estudo, o trabalho será dividido em introdução, revisão bibliográfica, pesquisa, análise dos dados e apresentação dos resultados obtidos.
Primeiramente será realizado um estudo bibliográfico de temas como perfil do empreendedor,
evolução do empreendedorismo, motivos para se iniciar um negócio, gestão empreendedora. As informações necessárias serão extraídas de livros e artigos.
A aplicação do questionário será realizada com um grupo de estudantes do ensino superior a respeito das qualidades que consideram importantes para aqueles que querem se tornar empreendedores.
Na análise de dados e apresentação dos resultados serão mostrados quais fatores os estudantes consideraram mais importantes ao futuro empreendedor.
A conclusão será baseada no contexto geral das respostas dadas pelos estudantes e comparadas à síntese do trabalho.
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Empreendedorismo
O empreendedorismo pode ser explicado como a capacidade de um indivíduo fazer algo de forma criativa e inovadora, buscando aproveitar as oportunidades de negócio. É um movimento que introduz novos produtos ou serviços e cria novas formas de organização, explorando novos recursos e materiais.
De acordo com Farah (2008,
p.1), existe um crescente interesse em estudar assuntos voltados ao empreendedorismo, uma vez que a geração de negócios está diretamente ligada à prosperidade das nações.
O empreendedorismo trata do aprendizado individual que, ao ser estimulado proporciona ao indivíduo maior motivação, criatividade e o leva a buscar novas maneiras de construir um projeto de vida. É um movimento capaz de fazer com que pessoas explorem oportunidades que nem sempre são vistas pelos demais, um ser capaz de
transformar a condição mais insignificante numa excepcional oportunidade.
Conforme Cavalcanti (2007, p.397):
A essência do empreendedorismo está em perceber e aproveitar as novas oportunidades no âmbito dos negócios (...) sempre tem a ver com criar novas formas de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos as novas combinações.
Segundo estudiosos do assunto, o empreendedorismo é um fenômeno global decorrente das profundas mudanças
nas relações entre nações e empresas, modo de produção, mercado de trabalho e formação profissional. É a capacidade de agir no sentido de encontrar soluções para problemas econômicos, sociais ou pessoais.
Para Dolabela (1999, p.33):
O empreendedorismo não é ainda uma ciência, embora seja uma das áreas onde mais se pesquisa e publica. Isso quer dizer que não existem paradigmas, padrões que possam, por exemplo, garantir que, a partir de certas circunstâncias, haverá um empreendedor de
sucesso.
2.2 Evolução do empreendedorismo
Segundo Cavalcanti (2007), o tema empreendedorismo apresenta diversos conceitos explicados por muitos autores ao longo do tempo. Cantillon (1755) e Say (1839) foram os precursores ao tratarem do tema, eles constataram que as pessoas compravam a matéria-prima por determinado preço, depois à mesma passava por processo de transformação e era revendida com o objetivo de se obter lucro.
Outros estudiosos também contribuíram para o assunto.
Schumpeter (1928) chamou a atenção no que diz respeito à inovação que exige do indivíduo um comportamento proativo e criativo, apto a definir os parâmetros do que pretende realizar e os meios a serem utilizados para alcançar o resultado desejado.
A forma empreendedora de pequenos negócios surgiu na década de 1920. Nos anos 1980, o campo do empreendedorismo se expandiu. As organizações e as sociedades foram forçadas a buscar novas abordagens para incorporar as rápidas mudanças tecnológicas.
Após a queda dos países comunistas, ficou claro que a evolução da sociedade não aconteceria sem a contribuição dos empreendedores.
O empreendedorismo ganhou força no Brasil somente a partir da década de 1990, com a abertura da economia que propiciou a criação de entidades como o Sebrae que é amplamente difundido entre os pequenos empresários brasileiros, este órgão tem a finalidade de informar e dar o suporte necessário para a abertura de uma empresa, bem como também acompanhar por meio de
consultorias o andamento do negócio e solucionar pequenos problemas que possam vir a surgir.
2.3 Características do empreendedor
O empreendedor de um modo geral é caracterizado por ser um indivíduo com muita determinação, que anseia conquistar novos espaços, desenvolve e cria novos produtos e métodos de produção. São pessoas apaixonadas pelo que fazem, usam a criatividade, habilidades e conhecimentos com o propósito de descobrir novas formas de inovar e trazer vantagens competitivas
para o negócio.
Conforme Silva (2009, p.104):
O comportamento empreendedor se manifesta em pessoas com habilidades criativas, sendo uma complexa função de experiências de vida, oportunidades e capacidades individuais. No exercício de ações empreendedoras estão sempre presentes a incerteza e o risco, tanto na vida como na carreira do empreendedor.
Uma grande parcela de pessoas que optam por se tornar empreendedores são movidos por vários motivos que podem ir desde a perda do emprego e, neste caso o rompimento de sua principal fonte de renda, ou até mesmo o fato de desejar ter seu próprio negócio e com isso, a possibilidade de ganhar mais dinheiro.
Porém antes de optar em se tornar empreendedor é muito importante analisar primeiro alguns fatores que auxiliam para o possível sucesso do negócio, conforme a seguir:
A) Capacidade de assumir riscos calculados: uma das qualidades mais importantes ao futuro empreendedor, pois exigirá do mesmo coragem para
enfrentar os desafios e buscar as melhores soluções. É o momento também de avaliar se o negócio tem afinidade com seus interesses e expectativas.
B) Aproveitar as oportunidades: é não só perceber a oportunidade de um negócio, mas agir para que se torne realidade por meio da iniciativa e força de vontade.
C) Buscar informações do ramo empresarial: procurar conhecer o mercado, saber o que ele pede, se a margem praticada neste mercado irá atender as expectativas dos empreendedores.
D)
Planejar: consiste em organizar atividades e as dividir em etapas, estipulando prazos para seu cumprimento. Com isso será possível verificar o desempenho e até mesmo revisar as metas, se necessário.
E) Liderança, comprometimento pessoal e otimismo: liderar é saber definir, orientar a realização de tarefas, combinar métodos e procedimentos práticos para conduzir pessoas ao alcance dos objetivos desejados. Comprometimento pessoal é estar pronto para assumir o comando quando algo não sai como
previsto e por fim o otimismo procura enxergar sempre o sucesso em vez de imaginar e temer possíveis fracassos.
F) Persistência e espírito empreendedor: é saber agir diante dos obstáculos quando eles surgem e mudar a estratégia do negócio a fim de enfrentar os desafios e alcançar os objetivos. O espírito empreendedor procura transformar idéias em fatos, de modo mais rápido, barato e eficiente.
G) Autoconfiança e independência pessoal: são qualidades presentes nas pessoas que procuram ser
os próprios patrões. Muitos empresários de sucesso trocaram bons empregos pelo risco de montar o próprio negócio e se tornar independentes.
2.5 Perfil do empreendedor de sucesso
O empreendedor de sucesso pode ser considerado como o indivíduo que está sempre a observar negócios na constante procura de oportunidades, portador das condições necessárias para empreender e que busca absorver tudo o que contribui para a criação, desenvolvimento e realização da visão. A criatividade é orientada
pela observação de outros negócios, associação de idéias, sucessos e fracassos.
Entre as várias características presentes nos empreendedores podemos dizer que possuem alto grau de energia, dedicação ao trabalho, concentração de esforços para alcançar os resultados, são pessoas altamente comprometidas naquilo que fazem orientadas para resultados e longo prazo, conhece muito bem o ramo que atua, cultiva a imaginação e aprende a definir visões.
Segundo Rausp (2006, p.85), os empreendedores
não são apenas aqueles que têm idéias, criam novos produtos ou processos. São os que programam, lideram equipes e vendem suas idéias. É difícil encontrar todas essas características em uma única pessoa, por isso, a identificação do perfil de cada uma é fundamental e o trabalho em equipe é fator essencial para o possível sucesso dos empreendedores dentro de uma organização.
O empreendedor pode ser considerado também um estrategista que procura criar métodos inovadores para gerar oportunidades
nos mercados, transformando possibilidades em probabilidades e, nessa linha de pensamento suas ações têm impacto decisivo nos contextos organizacionais e seu dinamismo praticamente dita o ritmo de andamento dos processos.
O perfil empreendedor se desenvolve cada vez mais devido a uma situação de mercado onde a falta de emprego conduz as pessoas à criação de negócios próprios, visando à geração de renda. Mostra-se um mercado rico em profissionais prestadores de serviços, autônomos e/ou
proprietários de empresas.
2.4 Gestão empreendedora
Para que uma iniciativa empresarial possa ter maiores chances de sucesso o empreendedor deve ter uma visão clara de onde pretende chegar e um plano de negócios sólido que garanta esse objetivo. Frente a isto algumas práticas podem ser adotadas como:
A) Comprometimento com as oportunidades e recursos: consiste em identificar numa situação um caminho para explorar e trazer benefícios para o negócio por meio da utilização dos recursos
com eficiência.
B) Orientação estratégica: descreve fatores que estimulam a formação da estratégia da empresa por meio da percepção das oportunidades existentes no ambiente.
C) Estrutura administrativa: composta pelo conjunto de ações que auxiliam o gestor a planejar, organizar e controlar processos administrativos com maior transparência na comunicação das decisões, planos e resultados.
D) Filosofia de recompensas: empresas empreendedoras possuem bem claro o seu foco sobre a
criação e quais valores serão colhidos, baseiam a remuneração sobre o desempenho exercido e possui maior facilidade para recompensar sua equipe.
2.6 Visão empreendedora
Segundo Dolabela (1999), saber visualizar um negócio e compreender como este funciona é fundamental para uma boa condução das metas e objetivos que os futuros empreendedores desejam alcançar.
Para Dolabela (1999, p.43):
Deve o empreendedor ser uma pessoa com autonomia. Acreditar que pode mudar as coisas, que é
capaz de convencer as pessoas de que pode as conduzir para algum ponto no futuro. Precisa ainda possuir a capacidade de convencer as pessoas de que sua idéia é ótima e todos irão se beneficiar dela. Enfim, deve saber persuadir terceiros e os ajudar a realizar seus sonhos.
Conforme a Revista Rausp (2006, p.85):
Construir uma organização, como uma arte, requer um treinamento longo e vigoroso, energia e atividade intensa. Isso é real para homens que criam extensões organizacionais, mas
especialmente verdade para aqueles que constroem negócios a partir do nada.
Para Cavalcanti (2007), o empreendedor é capaz de realizar coisas novas ao colocar em prática suas idéias, características de personalidade e comportamento.
No mundo dos negócios só sobrevive quem está preparado para enfrentar os problemas, se antecipar às tendências e visualizar ameaças e oportunidades. Todas essas ações são fundamentais para as decisões que precisam ser tomadas e se o cenário for devidamente
projetado, a empresa terá maiores chances de se preparar para ele e principalmente lucrar com as mudanças.
Segundo Silva (2009,p.18):
O instrumento fundamental do empreendedor é a inovação, seja ela expressa na introdução de novos produtos, novos métodos de produção, na abertura de novos mercados, criação de novas formas de financiamento ou na criação de novas organizações. Essas inovações possibilitarão obter lucros em sua atividade empresarial e com isso despertar o interesse de outras
empresas que o imitarão até que a inovação esteja tão difundida que perca seu caráter inicial.
2.7 Motivos para iniciar um negócio
Existe uma grande variedade de motivos que levam as pessoas a optar por ter seu próprio negócio. O empreendedor pode decidir constituir uma empresa por diversos motivos, porém na maioria das vezes faz porque percebe um nicho de mercado potencial ou pela falta de alternativa de ocupação e renda.
Conforme Farah (2008, p.12):
Alguns motivos específicos
comumente apontados para os indivíduos se lançarem ao empreendedorismo são: a vontade de ganhar mais dinheiro do que a condição de empregado possibilita, o desejo de sair da rotina e levar as próprias idéias adiante, o desejo de ser o próprio patrão e não ter de dar satisfação a ninguém sobre seus atos, a necessidade de provar a si próprio e aos outros de que é capaz de realizar um empreendimento, o desejo de desenvolver algo que traga benefícios não só para si, mas para toda sociedade.
A
percepção de oportunidades motiva a maioria dos negócios e leva as pessoas a optarem por estabelecer a própria empresa. Disponibilidade de tempo e insatisfação em seu emprego também contribui para a vontade de empreender.
Para HSM Management (2007, p.64):
O empreendedor ou grupo de empreendedores devem transferir suas forças pessoais para o empreendimento e transformar essas forças individuais em forças organizacionais que podem levar a vantagem única. O conhecimento e as habilidades
devem ser direcionados para o empreendimento e fornecer uma base para o crescimento contínuo em porte, complexidade e valor de conjunto de recursos.
Os empreendedores analisam que ter o próprio negócio proporciona inúmeras vantagens como você ser o próprio patrão, o lucro e o potencial de crescimento são bem maiores, desafios constantes e oportunidade de aprendizado, etc.
2.8 Recomendações para iniciar um negócio
Segundo Farah (2008), há uma forte tendência de novos empresários
abrirem seus negócios sem realizar previamente uma pesquisa. Essa precipitação muitas vezes é a causa da mortalidade precoce dessas organizações que poderiam se transformar em empresas bem-sucedidas. Em um estudo realizado com empresas de pequeno porte sobre a taxa de mortalidade, o Sebrae concluiu que 49,4% das empresas encerraram suas atividades com até dois anos de existência, 56,4% com até três e 59,9% não sobrevivem além dos quatro anos. Nesta mesma pesquisa, os proprietários citam o
planejamento como a área de conhecimento mais importante no primeiro ano de atividade, representa 24%, seguido pela organização empresarial com 17%.
As recomendações a seguir, aliadas a um plano de negócios bem estruturado auxiliará os futuros empreendedores a tomar as decisões mais acertadas.
Os empreendedores devem buscar saber se existe mercado consumidor para o produto ou serviço que pretende ofertar, ser rigorosos na elaboração do projeto, se informar a respeito das perspectivas de
desenvolvimento do mercado, comparar várias fontes de financiamento, buscar a opinião de especialistas no assunto, saber o que de bom e ruim os concorrentes estão oferecendo e assim atuar com maior eficiência, detectar seus pontos fortes e trabalhar os fracos.
2.9 Empreendedorismo, mudança e crescimento
O ambiente empresarial impõe pressões sobre as organizações que podem representar ameaças ou oportunidades para as empresas e, portanto, é necessário acompanhar essa evolução ambiental e
buscar modificar seus sistemas para então responder adequadamente às novas mudanças e, ao mesmo tempo, criar soluções com fins específicos para lidar com elas.
Cavalcanti (2007, p.405) diz que:
O empreendedor tecnológico deve mudar de atitude para ajudar seus clientes a aproveitarem as vantagens acarretadas pelas mudanças tecnológicas. Ao contrário do que se pensa, a criatividade em tecnologia está longe de habilitá-lo a aproveitar as oportunidades que mudam o presente. A visão
tecnológica precisa ser enriquecida com criatividade, no planejamento da produção e no marketing.
O empreendedor para ser bem sucedido não pode ficar passivo às mudanças que ocorrem no ambiente organizacional, seu olhar deve estar sempre voltado para o futuro e saber como vai encarar os desafios que surgir de modo rápido, prático e eficaz.
As empresas passam por um processo onde ocorrem várias mudanças. Na fase de crescimento tem que mudar suas estruturas organizacionais e processos
administrativos para se ajustar ao novo tamanho, o que consegue pela diferenciação e descentralização administrativa. Pode acontecer a verticalização que é o processo pelos quais as empresas fabricantes de determinados produtos passam a fabricar suas matérias-primas básicas, por exemplo, uma construtora cria um departamento para fabricar blocos de concreto.
Para Cavalcanti (2007, p.407):
A sobrevivência contínua da empresa por um tempo indeterminado só pode ser alcançada se os dirigentes
estiverem permanentemente empenhados em seu crescimento ou modernização. No crescimento, há aumento de alguns números-chave indicativos do tamanho da empresa, como o número de empregados, o capital, o faturamento. Na modernização, esses números ficam imutáveis no tempo, mas, de quando em quando, há alterações na forma de operar, no tipo de equipamento, no produto ou serviço que garantem uma adaptação à tecnologia, concorrência, legislação e aos usos e costumes da comunidade. O crescimento e a
modernização exercem efeitos ainda mais seguros se forem adotados de modo alternado no tempo, sendo uma ação pró-crescimento seguida de uma pró-modernização.
O crescimento da empresa não pode ser considerado necessário apenas para aumentar a riqueza dos proprietários e sim porque se uma empresa não busca se modernizar, poderá perder clientes, participação de mercado e, como conseqüência a também sua capacidade de sobrevivência. Por meio do crescimento é possível criar condições que irão
financeiramente facilitar a obtenção de créditos e a gestão da empresa, dando condições para que ela cresça ainda mais.
3 – PESQUISA COM OS ESTUDANTES
A pesquisa realizada por este trabalho consistiu em aplicar um questionário aos estudantes do ensino superior para saber deles quais características acreditam ser mais importantes aos indivíduos que pretendem se tornar empreendedores. O questionário conteve 13 perguntas e foi respondido por 48 estudantes. Na seqüência será feita uma
interpretação das perguntas e respostas dadas pelos entrevistados.
Foi perguntado aos entrevistados quais itens devem ser analisados antes de abrir um negócio. Dentre as alternativas mais assinaladas 35% acreditam que é preciso fazer um estudo detalhado do mercado em que pretende atuar, outros 22% diz que o empreendedor deve saber se possui afinidade, competência e experiência no negócio, os demais responderam que é necessário buscar ajuda de profissionais especializados no ramo, analisar
se o negócio vai atender as expectativas e também estar disposto a se arriscar com o objetivo de ganhar mais dinheiro.
Para 28,2% dos estudantes o empreendedorismo aumenta significativamente a riqueza da sociedade, 25% acham que é uma importante fonte de geração de emprego e renda e também contribui para a criação de empresas mais competitivas, pois se trata de um processo contínuo onde novas oportunidades surgem e as pessoas as exploram, e por fim é uma das principais formas de
desenvolvimento para os países.
O empreendedor deve ser aquele que sabe aproveitar as oportunidades, tem iniciativa e força de vontade afirma 32,6% dos entrevistados, é aquele que está disposto a assumir riscos, se planeja e tem foco naquilo que pretende realizar, procura pensar em uma idéia inovadora que possa lhe trazer vantagem competitiva e consequentemente maiores lucros.
Os entrevistados acreditam que no Brasil a idade média dos empreendedores varia dos 25 aos 40 anos. Mais de
50% já pensaram na possibilidade de se tornar empreendedores embora mencionem não saber exatamente em qual negócio atuar e, que no momento não dispõem de capital para isso.
Em relação ao empreendedorismo, a formação acadêmica proporciona aos estudantes uma maior compreensão sobre o significado do tema. Possibilita também aos indivíduos testarem suas habilidades e competências, incentivando-os a tomar iniciativa e a correr riscos, ajuda na preparação para aqueles que desejam ser donos do
próprio negócio.
Se pudesse escolher entre ser o dono do seu próprio negócio ou trabalhar como empregado os entrevistados optariam por ser empregados porque o emprego formal oferece maior segurança, estabilidade, melhores oportunidades de carreira e também por não possuírem conhecimento ou formação necessária decidem não ser empreendedores.
Em contrapartida seriam empreendedores porque isto proporcionaria maiores realizações confirma 65% dos entrevistados, teria maior independência
financeira, tem uma idéia de negócio que pretende realizar e porque não gosta da condição de ser empregado.
Para finalizar esta pesquisa foi perguntado aos entrevistados o que entendem por empreendedorismo. De forma geral a maioria descreveu que é uma maneira de gerenciar um negócio em busca de ter lucro, para isso é preciso planejar e assumir riscos, é aplicar o conhecimento adquirido para descobrir no nicho de mercado um serviço que ainda não exista ou oferecer com um diferencial. O
empreendedor é uma pessoa criativa, que busca oportunidades e está sempre atento as mudanças.
4 - CONCLUSÃO
Este artigo teve como objetivo analisar o empreendedorismo e as principais características dos empreendedores frente o mundo dos negócios. Estudos mostram que não há uma definição universal para o que vem a ser empreendedorismo, mas podemos considerar como um diferencial competitivo quando se buscam aproveitar as oportunidades com inovação, criatividade e empenho.
O
empreendedor por sua vez é um agente de mudanças, um indivíduo que anseia conquistar novos espaços, busca sempre inovar, cria novas maneiras de produzir algo novo ou já existente e assim conseguir maior vantagem competitiva. É uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza uma visão. Possui autoconfiança, necessidade de realização, tem alto comprometimento com aquilo que se propõe realizar, aprende com seus fracassos.
Na pesquisa realizada podemos perceber que os entrevistados consideraram
como mais importante ao iniciar um novo negócio fazer um estudo do mercado que pretende atuar para saber o que é esperado, e então realizar o planejamento correto para atendê-lo. O empreendedorismo também aumenta a riqueza da sociedade, gera mais empregos, torna as empresas mais competitivas.
Os empreendedores buscam aproveitar as oportunidades com iniciativa, força de vontade e entusiasmo. Nesta pesquisa podemos perceber também que existe um interesse muito grande dos entrevistados em
empreender, mas eles ainda não têm definido o negócio e nem dispõem de capital pra isso, para eles empreender é saber assumir riscos, usar o conhecimento para oferecer algo inovador, é a busca constante por novas oportunidades.
A conclusão que se pode tirar é que o empreendedorismo traz crescimento pessoal e profissional, além de oferecer benefícios para a economia e sociedade.
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTI, Marly (org); Gestão Estratégica de Negócios: evolução, cenários,
ação e diagnóstico. 2ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
FARAH, Osvaldo Elias; CAVALCANTI, Marly; MARCONDES, Luciana Passos (orgs); Empreendedorismo Estratégico: Criação e gestão de pequenas empresas. 2ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
DOLABELA, Fernando; O segredo de Luísa. 30ª ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.
SILVA, Roberto Gregório Júnior (org); Empreendedorismo Tecnológico. Paraná: IEP, 2009.
HSM, Management; O novo ritmo do
empreendedorismo. vol.5. Outubro 2007.
RAE, Revista de administração de empresas. vol 42. ed. RAE Livros 2002.
RAUSP, Revista de administração. Vol 41. Fevereiro 2006.