A convite da Secretária de Turismo de Minas Gerais, pelo projeto Blogueiros por Minas, fomos visitar o Parque Estadual do Rio Doce (PERD) para conhecermos e divulgarmos os Parques Estaduais de Minas. Nessa viagem foram também a Lilian do blog Nerds Viajantes, o Rodrigo do blog Até Onde e Mochilando e o Estevam do Estevam pelo Mundo.
Antes de começar a falar do Parque do Rio Doce é importantíssimo ressaltar que a lama de resíduos que desceu pelo Rio Doce, em novembro de 2015, do rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, não afetou o parque. O Rio Doce passa na fronteira do parque e as lagoas não são banhadas por ele. Ou seja, o parque não foi atingido pela lama e continua com suas águas limpas, aberto para visitação. No mapa abaixo é possível ver como o rio passa pela divisa do parque:
O Parque Estadual do Rio Doce tem cerca de 36000 ha, que equivale a 36 mil campos de futebol (imenso!!!). É a maior área contínua de Mata Atlântica preservada de Minas Gerais e um dos maiores sistemas de lagos do Brasil, com 42 lagoas naturais, ficando atrás apenas do Pantanal Matogrossense e do Amazonas.
Muitos desconhecem a importância do parque (inclusive eu, antes de conhece-lo) e saber dessas informações me fez perceber o quão Minas Gerias pode oferecer em preservação da biodiversidade.
Localização
Está localizado a 248 km de Belo Horizonte, entre as cidades de Marliéria (83% do parque), Timóteo (14%) e Dionísio (2%). Para quem não quiser ficar nos alojamentos dentro do parque, a cidade mais próxima da portaria é Marliéria e ficamos hospedados na Pousada Gentil. A propósito, recomendo muito! A pousada é bem simples, mas muito aconchegante, com uma comida maravilhosa, além dos donos que são uns fofos!
Clima
Tipicamente tropical, com duas estações bem definidas: chuva e seca. O período chuvoso vai de dezembro a julho.
Infraestrutura
Portaria: É obrigatório passar pela portaria para ingressar no parque e é cobrada um taxa para visitação de R$10,00*.
Centro de visitantes: Super organizado, dispõe de uma sala com informações interativas como história, fauna, flora, entre outros. Além disso, tem um auditório, banheiros e um mirante com vista para a Lagoa do Bispo.
Área de Camping: Dispõe de 16 quiosques com churrasqueiras, ponto de energia (110V), pias e banheiros. O valor é de R$15,00* a pernoite por pessoa. Crianças de até 5 anos não pagam.
*todos pagamentos são em dinheiro, diretamente na portaria.
Alojamento: A diária conta de meio-dia a meio-dia, sendo necessário agendar com antecedência. Os quartos têm ventilador de teto e frigobar. Não tem televisão. É necessário levar roupas de cama.
- alojamento com uma cama de casal: R$50,00;
- alojamento com uma cama casal e uma de solteiro: R$70,00;
- alojamento com quatro camas de solteiro: R$100,00;
- alojamento com cinco camas de solteiro: R$120,00.
Estacionamento: Há estacionamento próximo ao camping, e é gratuito.
Restaurante: Oferece café da manhã, almoço, jantar e lanches.
Horário de funcionamento: de terça a domingo e feriados das 8h às 17h.
Além da estrutura turística, possui ótimas dependências administrativas como casa de funcionários, posto de observação de incêndios, sede, Centro de Pesquisas, Viveiro e posto de Polícia de Meio Ambiente.
Atividades
A melhor forma de conhecer o parque é pelas trilhas e com os passeios fluviais. Há opções para diversos tipos de visitantes: trilhas curtas, caminhadas longas e passeios de barco. Para garantir a segurança do visitante, é obrigatório o acompanhamento de um guarda-parque (ou guia de turismo) para os passeios de barco e trilhas longas.
Algumas atividades do parque:
Pescaria esportiva – A pesca é uma das principais atividades no parque, mas é necessário ter a carteira de pesca. Porém, a única lagoa que é permitido pescar é a Dom Helvécio e só pode levar os peixes exóticos como Piranha, Tucunaré e Cará do Amazonas. Já os peixes nativos é obrigatório devolver.
Pôr do sol – o mirante é o melhor lugar para ver o pôr do sol.
Trilhas interpretativas – No parque existem 6 trilhas com placas informativas e de conscientização ambiental.
Passeio de barcos diurnos ou noturnos – verificar com antecedência se o passeio está disponível. Recomendo DEMAIS o safári noturno! Quase, por muito pouco, não vimos uma onça-pintada.
Nadar – É permitido nadar apenas na Lagoa Dom Helvécio.
Um dos pontos positivos de todos os passeios que fizemos, foi termos como guia os guardas parques que nos compartilharam informações sobre a fauna, flora e biodiversidade, enriquecendo ainda mais nossa experiência.
A Lago Dom Helvécio, conhecida também como a Lagoa do Bispo, tem 750 ha de espelho d’água e é o maior lago natural e mais profundo do Brasil. Essa lagoa é alimentada exclusivamente por regime de chuvas.
Por ser uma reserva com maior remanescente de Mata Atlântica e a quantidade de lagos, oferece ótimas condições à biodiversidade terrestre e aquática. Dentro do PERD já foram catalogadas mais de 320 de aves e 70 espécies de mamíferos, sendo 7 espécies de macacos, um número expressivo em uma única região. Durante o nosso passeio no rio podemos avistar algumas aves de difícil observação, é um verdadeiro playground para os amantes de observação de aves.
Curiosidade: No início da década de trinta o arcebispo de Mariana, Dom Helvérico Gomes de Oliveira, começou a fazer os primeiros movimentos para a preservação do Parque Estadual do Rio Doce. Mas apenas em 1944 tornou-se oficialmente Parque, sendo o primeiro de Minas Gerais.
O lugar é único e é aberto para visitação todo o ano.
Por ser uma área de preservação ambiental, algumas normas devem ser respeitadas:
– É proibido trazer animais de estimação para o Parque.
– É proibido alimentar os animais silvestres do Parque, visto que o turista poderá ser penalizado caso seja visto desrespeitando esta norma.
– O lixo produzido durante a estadia no Parque deverá ser levado para a Praça de Resíduos que fica próxima a área de camping pelo próprio turista.
– Respeite o horário de silêncio das 22h às 06h. Após as 22 horas não é permitido sons, instrumentos musicais e batucadas. As conversas devem moderadas. O ambiente é compartilhado com outros turistas, respeite o espaço do outro. Em outros horários manter som moderado.
Confira o vídeo do Rodrigo, para o canal Mochilando, da nossa passagem pelo Parque Estadual do Rio Doce. (Detalhe para a participação especial da flor de hibisco, que vale para complementar o post sobre as plantas comestíveis que todo viajante deveria conhecer.)
Contatos e reservas:
Telefone: (31) 3822-3006
Facebook: @ParqueEstadualRioDoce