Quais foram as principais mudanças alimentares das últimas décadas?

A epidemia global de sobrepeso e obesidade vem se intensificando na maioria dos países como consequência principalmente consequência, principalmente, da mudança de hábitos alimentares e comportamentais das últimas décadas e décadas, bem como do aumento da disponibilidade de comida rápida, barata e altamente processada.

Com a intensa globalização, os hábitos de vida das pessoas sofreram grandes transformações. Aplicativos de entrega rápida, maior socialização online, trabalho em casa ou mais restrito à cadeira em frente a um computador; todas essas mudanças diminuíram a necessidade de locomoção e, consequentemente, o esforço e gasto calórico, de acordo com pesquisa da London School of Economics (LSE). É visível considerável, ainda, a relação com alteração da qualidade do sono, pois esse vem sendo interrompido por notificações de celular, por exemplo, interferindo na produção de hormônio melatonina, responsável pelo sono reparador. Assim, a pessoa acorda cansada, e com necessidade de consumir alimentos energéticos, contribuindo para a escalada do aumento de peso que é vista em todo o mundo mundial do aumento de peso.

Além disso, a facilidade de acesso e aquisição de comida processada e altamente calórica é um fator determinante para explicar a presente epidemia de obesidade e sobrepeso. Segundo pesquisa do Centro Rudd de Políticas Alimentares e Obesidade da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, um dos fortes indicadores de obesidade em uma região é a presença de pântanos alimentares, que são áreas com alta densidade de estabelecimentos com comida barata e calórica - os "fast foods". Alia-se à isso o aumento da renda populacional - no Brasil, o poder de compra da classe média cresceu 71% entre 2005 e 2015, segundo pesquisa do Instituto Data Popular - e a necessidade de comidas rápidas rápidas, devido ao menos menor tempo disponível que vem da mudança de hábitos advinda da globalização, de acordo com Cláudio Mottin, diretor do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Todas essas mudanças expõem causas determinantes para o crescimento dos níveis de sobrepeso e obesidade mundiais.

Tal crescimento nos números de obesos e com sobrepeso deve ser combatido com medidas positivas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Governo como um todo, impondo restrições qualitativas e quantitativas às indústrias alimentícias, promovendo reeducação alimentar nas escolas e apoio nutricional completo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, aos poucos, a população vai reaprendendo e se readaptando às suas atuais necessidades alimentares.

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Nutrição e Atenção Á Saúde - III UNIDADE Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a) de volta! Neste material você será apresentado(a) aos conceitos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional, além de explorar os principais problemas de saúde no Brasil. Você também conhecerá o papel do(a) nutricionista no contexto da saúde coletiva, as políticas de alimentação e nutrição no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Esperamos que a partir das discussões, textos e materiais de apoio que compõem esse material você seja incentivado(a) a fazer uma reflexão crítica sobre o cenário atual do nosso sistema de saúde, bem como o papel da alimentação e nutrição na prevenção de doenças. Vamos à leitura? Bons estudos! OBETIVOS DA UNIDADE:  Discutir sobre a transição demográfica, epidemiológica e nutricional no Brasil.  Conhecer a situação de saúde do Brasil e o papel do nutricionista no contexto da saúde coletiva.  Apresentar a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN).  Debater a Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN).  Conhecer a estratégia e-SUS na atenção primária à saúde. Transição demográfica, epidemiológica e nutricional Nas últimas décadas, o Brasil vem acompanhando o fenômeno mundial da transição demográfica, epidemiológica e nutricional. Você sabe do que se trata? Esta tendência é compreendida como o conjunto de transformações decorrentes da nova conjuntura econômica, social e demográfica mundial. São características dessa transição: diminuição da taxa de fecundidade e do crescimento populacional, maior longevidade, aumento progressivo da urbanização, aumento do estilo de vida sedentário, além do consumo de alimentos hipercalóricos e pobres em nutrientes que vão resultar, consequentemente, em mudanças nos padrões do processo saúde/doença da população (MONTEIRO; MONDINI; COSTA, 2000). As principais mudanças alimentares observadas na população brasileira estão relacionadas ao aumento considerável de alimentos processados e ultraprocessados que, em geral, são ricos em açúcares, sódio, gorduras, aditivos (conservantes, corantes, aromatizantes etc.) e, em contrapartida, à diminuição dos alimentos in natura e fontes de fibras. Essas alterações do padrão alimentar associadas a um estilo de vida mais sedentário têm levado os(as) brasileiros(as) ao aumento crescente do sobrepeso e obesidade, além do desenvolvimento – muitas vezes precoce – de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como o diabetes, a hipertensão, as doenças cardiovasculares etc. (FERREIRA et al., 2005). Embora o quadro social brasileiro seja marcado por desigualdades econômicas e socioculturais, a intensificação dos processos de urbanização e globalização propiciou maior acesso da população aos alimentos ultraprocessados. Este cenário, por sua vez, gerou um declínio da desnutrição no país, mas também causou um aumento significativo da obesidade e DCNT em todas as classes sociais (FERREIRA et al., 2005). Tais doenças têm um papel fundamental no atual perfil de saúde dos(as) brasileiros(as). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o enfrentamento da obesidade é um dos mais sérios problemas de saúde pública no Brasil, uma vez que vem aumentando a cada ano (ABESO, 2018). Principais problemas de saúde no brasil Ainda hoje os sistemas de saúde no Brasil enfrentam uma crise que se caracteriza pela organização da atenção de maneira fragmentada, ou seja, voltada para a atenção às condições agudas, embora haja prevalência de condições crônicas. Soma-se a isto uma estrutura hierárquica e sem comunicação fluida entre os diferentes níveis de atenção (ABESO, 2018). O atual cenário de saúde pública do Brasil está caracterizado pela tripla carga de doenças, isto é, pela presença concomitante das doenças infecciosas e carenciais, além das DCNT e das causas externas (como violência urbana, acidentes de trânsito, suicídio etc.) (MARTINS et al, 2021). Para solucionar esse problema, é necessário que o SUS restabeleça a coerência entre a situação de tripla carga de doenças e a assistência à saúde em prática, através da implantação e articulação das redes de atenção à saúde (RAS), conforme discutimos na Unidade II. Nas RAS, adota-se o princípio de que cada nível de atenção deva operar de forma cooperativa e interdependente, sendo seus elementos constitutivos: a população, a estrutura operacional e o modelo de atenção à saúde. A partir disso, podemos inferir que as RAS se constituem numa importante estratégia de organização do SUS e que podem melhorar a qualidade clínica, os resultados sanitários e a satisfação dos usuários, reduzindo os custos dos sistemas de atenção à saúde no país (MENDES, 2010). EXEMPLO: “O chamado ‘estilo de vida moderno’, a que todos estão sujeitos, é o grande fator de risco à saúde. Os hábitos alimentares inadequados, o sedentarismo e o tabagismo compõem as principais causas para o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis. Embora o grupo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) seja muito abrangente, as doenças cardiovasculares (doenças isquêmicas do coração, doenças cerebrovasculares e hipertensão), as chamadas crônico-degenerativas (câncer, diabetes, doenças renais e reumáticas, etc.), os agravos decorrentes das causas externas (acidentes, violências e envenenamentos) e os transtornos de natureza mental são reconhecidos como os mais prevalentes no Brasil, contribuindo sobremaneira na carga global de doenças do país”. INFOGRÁFICO: O infográfico abaixo vai te ajudar a memorizar o conteúdo acerca da situação da saúde no Brasil, em relação à tripla carga de doenças. Observe! Atuação do nutricionista na saúde coletiva – a política nacional de alimentação e nutrição (pnan) O SUS é hoje um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, que abrange desde atendimentos simples como avaliação da pressão arterial ou glicemia por meio da Atenção Básica, até as cirurgias de alta complexidade e de transplante de órgãos. Dessa forma, o SUS garante acesso integral, universal e gratuito para todos os brasileiros. A atenção integral à saúde, e não somente os cuidados assistenciais, passou a ser um direito de todos(as) os(as) brasileiros(as). Esse direito está garantido na Constituição, e acompanha o(a) usuário(a) desde a gestação até o fim da vida, enfatizando a saúde com qualidade de vida, visando à prevenção e a promoção da saúde (BRASIL, 1988). A situação alimentar e nutricional exerce influência direta sobre o processo de saúde e adoecimento dos indivíduos e coletividades. Dessa forma, a atenção nutricional trata-se de uma questão complexa, que envolve aspectos biopsicossociais e econômicos, sendo necessária a atuação interdisciplinar e multiprofissional na sua compreensão. Nesse contexto, o(a) nutricionista insere-se como protagonista, indutor(a) e qualificador(a) de práticas relacionadas à alimentação e nutrição. Vimos que a população brasileira experimentou nas últimas décadas profundas transformações sociais, que resultaram em mudanças no seu padrão de saúde e consumo alimentar. Essas transformações foram importantes para a diminuição da pobreza e da desigualdade social e, consequentemente, da fome e desnutrição. No entanto, observou-se de maneira concomitante um aumento expressivo do excesso de peso em todas as camadas da população, apontando para um novo cenário de problemas relacionados à alimentação e nutrição, processo conhecido como transição nutricional (MONTEIRO; MONDINI; COSTA, 2000). Para o enfrentamento desse cenário, é emergente a necessidade da ampliação de ações intersetoriais que possam repercutir positivamente sobre os diversos determinantes da saúde e nutrição. Nesse contexto, o setor saúde tem importante papel na promoção da alimentação adequada e saudável, compromisso expresso na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e na Política Nacional de Promoção à Saúde (PNPS). No SUS, a promoção da alimentação equilibrada e saudável deve fundamentar-se nas áreas de incentivo,

Quais foram as principais mudanças de consumo de alimentos ao longo do tempo?

As mudanças principais mostraram-se semelhantes nas regiões Nordeste e Sudeste e envolveram: 1) redução no consumo relativo de cereais, feijão, raízes e tubérculos; 2) substituição de banha, toucinho e manteiga por óleos e margarinas; e 3) aumento no consumo relativo de leite e derivados e ovos.

Quais as principais mudanças ocasionadas na nossa forma de consumir nas últimas décadas?

R: Existe uma tendência de mudança no consumo de alimentos não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Observa-se então uma redução na compra e ingestão de alimentos saudáveis e tradicionais, ao mesmo tempo em que itens alimentares não saudáveis estão cada vez mais presentes na rotina das pessoas.

Qual o tipo de mudança alimentar a população brasileira passou nas últimas décadas?

O Brasil, nas últimas décadas, passou por uma transição nutricional na qual os padrões alimentares mais tradicionais, como cereais, raízes e tubérculos foram sendo progressivamente substituídos por uma alimentação mais ocidental, isto é, consumo de alimentos mais ricos em gorduras e açúcares, a qual, aliada à ...

Quais mudanças aconteceram na produção de alimentos atualmente?

Surgiram produtos processados (preparados industrialmente), diversas versões enlatadas (leites, cereais, leguminosas, café e carnes), fora o processo de vendas e distribuição que se tornou mais dinâmico.

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