Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, dos 302 atletas da delegação do Brasil no evento, 92 deles são militares: 44 da Marinha, 26 do Exército e 22 da Aeronáutica. Eles fazem parte do PAAR (Programa de Alto Rendimento) do Ministério da Defesa.
Criado em 2008, o programa destina recursos e oferece infraestrutura para a preparação de atletas de alto rendimento. O total de atletas que integram o projeto é de 551, segundo Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Até agora, seis atletas militares já conquistaram medalhas pelo Brasil: Ana Marcela Cunha (ouro na maratona aquática); Kahena Kunze (ouro na vela); Abner Teixeira (bronze no boxe); Alison dos Santos (bronze no atletismo), Fernando Scheffer (bronze na natação) e Daniel Cargnin (bronze no judô).
A boxeadora Bia Ferreira, primeira mulher que irá disputar a final do boxe pelo Brasil em Jogos, já tem uma medalha garantida, o que elevará para sete o número de militares no pódio olímpico em Tóquio.
Com a medalha de Bia, o total de medalhas do Brasil será de 17. O percentual de atletas militares entre os medalhistas será de 41%.
O Brasil ainda tem duas medalhas garantidas, com a seleção masculina de futebol e outra no boxe, com Herbert Conceição, o que elevará o total de medalhas para 19, igualando o recorde do País em Olimpíadas.
No programa, os atletas têm acesso a equipamentos e infraestrutura para treinamento, dentro de organizações militares. Também recebem os benefícios da carreira militar, que incluem salário, assistência médica, acompanhamento nutricional e de fisioterapeuta.
A entrada no PAAR não impede que eles integrem também o programa Bolsa Atleta.
Nestes Jogos Olímpicos, o Brasil tem em sua totalidade atletas militares em sete modalidades: boxe, canoagem slalom, hipismo adestramento, maratona aquática, pentatlo moderno, remo e triatlo.
No vôlei de praia e saltos ornamentais, o percentual de militares é de 75%; no taekwondo, a porcentagem é de 66,6%; na ginástica artística, de 57,1% e no atletismo, 55,7% militares representam o País nos Jogos de Tóquio.
O alistamento é feito por meio de edital público. É seguido de um processo seletivo, que, em fases, inclui avaliação curricular, exames físicos e clínicos, entrevista, para depois serem analisadas as performances do atleta, em competições dentro e fora do Brasil.
Em Londres 2012, dos 259 atletas brasileiros, 51 eram militares, que conquistaram cinco (29,4%) das 17 medalhas do Brasil na ocasião.
Já nos Jogos do Rio 2016, dos 465 atletas brasileiros, 145 eram militares. Eles conquistaram 13 (68%) das 19 medalhas brasileiras no evento.
Das 30 medalhas de ouro, a primeira foi conquistada logo na estreia, na Antuérpia, com o atirador e oficial do Exército Brasileiro Guilherme Paraense, no tiro, modalidade pistola rápida.
Modalidades campeãs
A modalidade que mais conquistou medalhas de ouro na história do esporte brasileiro é a vela, com sete, nas Olimpíadas de Moscou-1980, Atlanta-1996, Atenas-2004 e Rio-2016.
A que mais trouxe medalhas para o Brasil, seja de ouro, prata ou bronze, foi o judô, com 22. Foram quatro de ouro, três de prata e quinze de bronze.
A história vitoriosa do judô brasileiro nas Olimpíadas começou em 1972, quando o japonês naturalizado brasileiro Chiaki Ishii conquistou o bronze nos Jogos de Munique, na categoria meio-pesado.
Outra modalidade que deu muitas alegrias para o Brasil é o vôlei de quadra, com cinco medalhas de ouro, sendo três da seleção masculina, conquistadas em Barcelona-1992, Atenas-2004 e Rio-2016, e pela seleção feminina em Pequim-2008 e Londres-2012.
O atletismo, também com cinco medalhas de ouro, é mais uma modalidade de destaque do Brasil nas Olimpíadas. As duas primeiras foram conquistadas por Adhemar Ferreira da Silva, o primeiro bicampeão olímpico brasileiro, conquistando a medalha de ouro no salto triplo nas Olimpíadas de Helsinque-1952. Adhemar superou o então recorde mundial com a marca de 16,22m. O bi veio nas Olimpíadas de Melbourne-1956.
Joaquim Cruz, nos 800 metros em Los Angeles-1984, Maurren Maggi, no salto em distância em Pequim-2008 e Thiago Braz, no salto com vara no Rio-2016 foram os outros medalhistas de ouro do atletismo brasileiro.
Único tri
O primeiro e único tricampeão brasileiro é José Roberto Guimarães, técnico de vôlei da seleção masculina em Barcelona-1992 e da seleção feminina em Pequim-2008 e Londres-2012. Mas, diferente dos atletas, os técnicos não recebem medalha nas Olimpíadas.
Ranking de medalhas por modalidade:
Judô: 22 medalhas (4 de ouro, 3 de prata e 15 de bronze)
Vela: 18 medalhas (7 de ouro, 3 de prata e 8 de bronze)
Atletismo: 17 medalhas (5 de ouro, 3 de prata e 9 de bronze)
Vôlei de praia: 13 medalhas (3 de ouro, 7 de prata e 3 de bronze)
Natação: 13 medalhas (1 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze)
Vôlei: 10 medalhas (5 de ouro, 3 de prata e 2 de bronze)
Futebol: 8 medalhas (1 de ouro, 5 de prata e 2 de bronze)
Boxe: 5 medalhas (1 de ouro, 1 de prata e 3 de bronze)
Basquete: 5 (1 de prata e 4 de bronze)
Ginástica artística: 4 medalhas (1 de ouro, 2 de prata e 1 de bronze)
Tiro esportivo: 4 medalhas (1 de ouro, 2 de prata e 1 de bronze)
Hipismo salto: 3 medalhas (1 de ouro e 2 de bronze)
Canoagem velocidade: 3 medalhas (2 de prata e 1 de bronze)
Taekwondo: 2 medalhas (2 de bronze)
Pentatlo moderno: 1 (1 de bronze)
Maratonas aquáticas: 1 (1 de bronze)