Ao separar criteriosamente o lixo em casa, a transformação desses materiais em novos produtos é muito mais eficiente
“Para a reciclagem de materiais, primeiramente é essencial realizar a correta separação do lixo em casa. Ao separar criteriosamente os resíduos nos domicílios, como os recicláveis dos não recicláveis, além de separar a matéria orgânica, o processo de transformação desses componentes em novos produtos é muito mais eficiente”, afirma Maeli Estrela Borges, professora do Curso CPT Gerenciamento de Limpeza Urbana.
Separar resíduo orgânico, material reciclável e rejeito é extremamente benéfico ao meio ambiente. Principalmente porque a matéria orgânica contribui com os ciclos de nutrientes na natureza. Além disso, destiná-la ao aterro sanitário contraria a lei nº 12.305/2010, que dispõe sobre a destinação dos resíduos sólidos e estabelece que apenas os rejeitos devem ser encaminhados aos aterros sanitários (não resíduos orgânicos).
Por esses motivos, é importante separar o lixo em casa em três grupos (matéria orgânica, material reciclável e rejeitos). Além de aproveitar os resíduos orgânicos no processo de compostagem e produzir adubo orgânico de qualidade, reduz-se a contaminação dos resíduos recicláveis secos, como metal, vidro, papel e plástico. Em geral, estes são transportados para as centrais de triagem de resíduos para seleção e encaminhamento para reciclagem.
Dessa forma, quando esses materiais recicláveis chegarem às centrais de triagem, o processo de seleção torna-se mais eficiente e limpo, o que torna mais fácil o trabalho de quem é responsável pela separação dos materiais. Além disso, quando a própria população separa o lixo em suas residências, somente os rejeitos seguem para os aterros sanitários. Esta é uma forma sustentável e ambientalmente correta de descarte do lixo.
Confira abaixo os diferentes tipos de lixo para separação:
Material reciclável
São considerados materiais recicláveis: vidros, latas e demais embalagens de metal; garrafas PET e embalagens de plástico; papel, papelão, jornal, revista e caixas de papel; alumínio, cobre, ferro e demais metais; embalagens Tetra Pak e brinquedos; além de isopor.
Matéria orgânica
São considerados matéria orgânica: esterco animal; restos de comida; cascas de ovos e ossos; restos de frutas, legumes, verduras e raízes; palha, serragem; além de maravalha, pedaços pequenos de madeira e folhas.
Rejeito
São considerados rejeitos: louças, embalagens metalizadas e espelhos; papel carbono e fotografias; além de fraldas, guimbas de cigarro e papel engordurado.
Importante!
Existem materiais, que devem ser encaminhados para pontos de entrega específicos, pois requerem cuidados especiais para descarte, como agrotóxicos e demais produtos químicos; medicamentos (inclusive as embalagens); óleo de cozinha (pode se transformar em biodiesel); lâmpadas fluorescentes, pilhas, bateria e eletroeletrônicos; além de pneus.
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Gerenciamento de Limpeza Urbana
Compostagem de Lixo em Pequenas Unidades de Tratamento
Educação Ambiental
Fonte: Limpa Brasil
Por Andréa Oliveira
Você sabe o que é lixo orgânico? Com toda certeza ele está na sua casa e faz parte da sua produção de resíduo diário. Isso porque, a produção desse tipo de material é praticamente inerente a todos os seres vivos.
Se esse tipo de lixo é algo que está no nosso dia a dia, é importante saber como lidar com ele. Para ajudar, conversamos com um especialista em sustentabilidade que nos explica quais os tipos de lixo orgânicos, como separar esses resíduos e a importância da reciclagem.
Afinal, o que é lixo orgânico?
Cascas de frutas, restos de comida, folhas de árvore, madeira… A lista de materiais orgânicos é extensa.
O especialista em sustentabilidade Marcus Nakagawa, professor e coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS) explica de forma direta: “Lixo orgânico é todo o resíduo que tem origem biológica, seja de animal ou vegetal”.
Ou seja, o que diferencia esse lixo do inorgânico é a sua origem. Enquanto o orgânico é de origem animal ou vegetal, o inorgânico é produzido por meios não-naturais. Isso quer dizer que plástico, metal, alumínio e outros materiais produzidos pelo homem entram na lista do lixo inorgânico.
A seguir vamos detalhar como lidar com o lixo orgânico, mas o resíduos inorgânicos também merecem atenção. Eles devem ser reciclados e destinados, por exemplo, à coleta seletiva.
Como separar lixo orgânico?
Esse lixo não deve ser misturado com outros resíduos. Segundo Nakagawa, juntar lixo orgânico que pode ser reciclado com aquele que não pode é um erro muito comum.
Ainda é corriqueiro, de acordo com o professor, reunir resíduos do banheiro e papéis contaminados com produtos químicos nos recipientes errados, por exemplo.
Portanto, é fundamental saber como separar lixo – seja ele orgânico ou inorgânico – em casa, antes mesmo do descarte. Uma ideia é reservar lixeiras para cada tipo de material.
Feito isso, o lixo deve ser destinado às lixeiras de coleta seletiva com sua respectiva cor:
- Marrom para o lixo orgânico reciclável
- Cinza para o que não é possível ser reciclado.
Mas afinal, que tipo de lixo orgânico é reciclável?
De acordo com o especialista em sustentabilidade, lixo orgânico reciclável é todo aquele que pode ser compostado.
“Ou seja, ele é reciclado para se transformar em matéria orgânica. Desse modo pode ser utilizado em jardins, hortas e em vasos de plantas”, explica Nakagawa.
Os tipos de resíduos que podem ser compostados em casa são, principalmente: restos de frutas, verduras, folhas e outros vegetais.
Em contrapartida, a maior parte dos resíduos vindos de animais ou dos próprios seres humanos, como o lixinho do banheiro – não são recicláveis.
“Há algumas exceções, mas requerem muito mais cuidado e estudo para não criar problemas com contaminantes e outros insetos”, comenta o professor. Nesses casos, não é recomendado tentar fazer a reciclagem em casa.
Como reciclar o lixo orgânico?
Depois de saber como separar lixo orgânico, é momento de descartar o que não pode ser reciclado e aproveitar o que é possível.
E a maneira de reciclar o lixo de matéria orgânica é integrá-lo novamente ao meio ambiente. No ambiente doméstico, a melhor forma de conseguir isso é usar uma composteira doméstica.
“Isso diminui consideravelmente os nossos resíduos e ainda podemos aproveitar para adubar as nossas plantas”, lembra Nakagawa.
A composteira mais comum é a que utiliza minhocas no processo. “Essa técnica é chamada de vermicompostagem e mantém minhocas californianas nas caixas de compostagem”, explica o especialista.
“Derivados de animais, queijo e alguns outros produtos muito fortes, como cebola e alho não podem ser colocados nela. Se fizer isso, pode matar as minhocas”, completa.
Por que reciclar o lixo orgânico?
No Brasil, são produzidas cerca de 37 milhões de toneladas de lixo orgânico por ano. Desse total, apenas 1% é reaproveitado – seja com compostagem ou na transformação de energia em escala industrial, por exemplo, com biocombustíveis.
Os dados acima são da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos. Portanto, reciclar e integrar esses resíduos ao meio ambiente é uma prática sustentável e que visa o futuro.
“Temos que ter cuidado com todos os nossos resíduos, pois somos responsáveis por tudo o que consumimos e descartamos. Se todos tivessem uma composteira doméstica, com certeza teríamos um volume menor de resíduos indo para aterros e locais não controlados”, lembra Nakagawa.
Ou seja, reciclar lixo orgânico e saber também separar e reciclar o inorgânico é uma forma de cuidar da casa e, principalmente, cuidar do planeta. É uma maneira de pensar no presente e nas próximas gerações.