Por quê o salário aumenta quando as coisas aumenta

A inflação é um termo da economia frequentemente utilizado para designar o aumento geral dos preços na sociedade. Ela representa o aumento do custo de vida para o consumidor e para as empresas, resultante da elevação do preço dos produtos e da desvalorização da moeda.

Quando notamos que alguns produtos são mais caros hoje do que eram antes, significa que o seu preço inflacionou. Normalmente, esse processo não costuma ser prejudicial para o consumidor, pois os reajustes nos salários-mínimos visam, sobretudo, ao acompanhamento das taxas de inflação.

A inflação torna-se prejudicial para a sociedade somente quando o seu nível aumenta em níveis muito altos e em uma velocidade grande, pois os reajustes salariais levam mais tempo para serem implementados, o que diminui o poder de compra do consumidor durante a maior parte do ano.

Se a renda de uma pessoa aumenta em um índice superior ao da inflação, significa que houve um aumento real da sua capacidade de compra.

Por exemplo: um determinado produto, há dez anos, custava R$ 2,00, sendo que hoje custa R$3,00; no entanto, a renda do trabalhador dobrou nesse período, o que significa que ele poderá comprar uma quantidade maior desse produto agora em relação a antes.

É por isso que sempre existem reclamações quando uma classe trabalhista fica muito tempo sem reajuste salarial, pois, somente com o aumento natural do salário-mínimo, estabelecido pelo governo, os trabalhadores não estão de fato recebendo mais pelo seu trabalho, uma vez que o custo de vida está constantemente elevando-se. Assim, se uma pessoa começa a ganhar mais, mas esse aumento está abaixo da taxa de inflação, significa que, na verdade, ela está ganhando menos do que antes, porque o seu poder de compra passou a ser menor.

Tópicos deste artigo

  • 1 - O que causa a inflação?

O que causa a inflação?

Existem três principais motivos que podem estar associados ao crescimento da inflação:

a) Quando há um descompasso entre a oferta e a procura

Um das leis básicas do capitalismo é a da oferta e da procura. Quando a procura é muito maior do que a oferta de um determinado produto, o seu preço aumenta; quando é muito menor, seu preço diminui. Assim, quando a população possui uma maior renda ou mais crédito para comprar, há um aumento súbito da procura que geralmente não é acompanhado pela oferta, o que eleva os preços e intensifica a inflação.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Do mesmo modo, quando a produção encontra algum tipo de problema – o que é comum na agricultura por ser uma atividade dependente das condições climáticas –, a oferta diminui, enquanto a procura permanece igual ou maior, aumentando novamente os preços.

b) Aumento dos lucros privados

Quando uma empresa consegue o monopólio ou um amplo controle de um produto ou setor do comércio, ela passa a controlar a variação de preços nesse setor. Assim, como o objetivo principal do sistema capitalista é o lucro individual, os empresários dessa instituição vão procurar aumentar ao máximo os preços, haja vista que não há concorrência para forçar uma queda.

Se esse caso se generaliza na sociedade, ou seja, se a maior parte dos produtos passa a ser controlada por poucos empresários (o que é uma tendência do Capitalismo Financeiro atual), instala-se um processo generalizado de inflação em função da elevação do custo de vida do consumidor.

c) Aumento rápido dos custos de produção

Quando as empresas sofrem com um rápido aumento no custo da produção de suas mercadorias, seja com aumento repentino de salários, excesso de dívidas e aumento intensivo de impostos, elas tendem a repassar esse custo ao consumidor. Assim, novamente os preços elevam-se e a inflação sobe.

Outro fator associado é o aumento dos gastos com matérias-primas. Se o preço delas eleva-se por algum motivo (escassez, controle dos fornecedores, alta do dólar ou razões políticas), o custo dos produtos tende a aumentar, puxando a inflação para cima. Uma das matérias-primas mais importantes atualmente é o petróleo, de forma que a sua eventual elevação de preços pode provocar verdadeiras crises econômicas. Foi isso o que ocorreu na década de 1970, com a chamada Crise do Petróleo.

Por esse motivo, é sempre importante estarmos atento aos índices de inflação divulgados e às medidas do governo para combater esse problema. Um dos meios para fazer isso é o aumento dos juros pelo Banco Central, pois, com isso, a taxa de crédito diminui e o poder de compra do consumidor passa a ser menor, o que diminui os preços e controla o custo de vida. Porém, dependendo das características e causas dessa inflação, tal medida pode não ser o suficiente.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

postado em 03/09/2022 06:00

 (crédito:  Thiago Fagundes/CB/D.A Press)

(crédito: Thiago Fagundes/CB/D.A Press)

Referência importante para trabalhadores de baixa renda e aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o salário mínimo vai completar quatro anos seguidos sem receber aumento real, isto é, sem ganhar poder de compra. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa), encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso, na última quarta-feira, prevê que o piso nacional passará dos atuais R$ 1.212 para R$ 1.302 em janeiro de 2023.

O aumento, no entanto, é apenas nominal, e não real, já que para calcular o valor do mínimo, a equipe econômica do ministro Paulo Guedes utilizou somente a estimativa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para este ano, de 7,41%. Até 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, o piso era corrigido por uma regra que considerava o INPC mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. O objetivo era garantir a valorização do mínimo e melhorar a distribuição de renda. Desde então, a correção vem sendo feia apenas com base no INPC.

Mais de 36 milhões de brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), recebem o salário mínimo. Além disso, o piso influencia, direta ou indiretamente, o nível de outras remunerações. Desse modo, seu valor é extremamente importante para larga parcela da população, sobretudo numa conjuntura de disparada do preço dos alimentos, produtos que consomem a maior parte da renda dos mais pobres. Itens essenciais da cesta básica, como leite, por exemplo, acumulou no primeiro semestre uma alta de 57%. No mesmo período, o pão francês aumentou acima de 10% na média geral do país.

pri-0309-salario pri-0309-salario (foto: pri-0309-salario)

Peso

O mínimo, entretanto, tem peso importante nas contas públicas. Cerca de metade dos aposentados e pensionistas do INSS, por exemplo, recebem o piso salarial, que também é referência para a definição do abono salarial e do seguro desemprego, por exemplo. Em texto que acompanha a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que serve de base para a elaboração do Orçamento, o governo afirma que cada R$ 1 de aumento do mínimo aumenta a despesa pública em R$ 389,8 milhões. Considerando o reajuste proposto para 2023 na Ploa, o impacto do próximo reajuste seria de pouco mais de R$ 35 bilhões.

Por conta disso, há divergência entre os economistas sobre a forma de reajustar o salário mínimo. Segundo o professor do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade de Brasília (UnB), Evilasio Salvador, a proposta encaminhada pelo governo ao Congresso é "lamentável".

"Desde 2016 o salário mínimo vem apresentando estagnação, e ele é uma espécie de um farol das remunerações na economia. Ele tem um impacto direto sobre distribuição e redistribuição de renda. E é fundamental para os mais pobres, ainda mais em um cenário que você tem 33 milhões de pessoas passando fome", observou.

Sobre o impacto nas contas públicas, Evilasio argumenta que a elevação do poder de compra do salário injetaria mais dinheiro na economia, visto que os gastos feitos pelos trabalhadores dessa faixa de renda acabam sendo feitos dentro do próprio país. "O ganho econômico é extremamente positivo, porque tem um efeito multiplicador de geração de emprego e de renda na economia e, portanto, também de arrecadação de impostos", explicou.

A dona de casa e moradora da Estrutural Domingas Conceição, de 47 anos, recebe apenas um salário mínimo pelo INSS. Mesmo obtendo isenção nas tarifas de energia, água e vale-gás, ela afirma que, com dois filhos para cuidar, é difícil manter as contas em dia e a comida na mesa. "Mesmo não pagando muitas contas, é muito pesado se sustentar só com esse valor, porque tem que esperar promoção para fazer as compras, se não a gente vai passar fome. É desse jeito", contou.

Para o cobrador rodoviário José Teixeira, 36, morador de Ceilândia, é complicado manter um bom padrão de vida com apenas R$ 1.212, ainda mais para quem precisa pagar aluguel, como é o seu caso. "Se for considerar todas as despesas, fica difícil, porque o valor é muito baixo. Só com o aluguel já vai metade do salário, e aí, com as despesas de alimentação, realmente não dá", disse.

Riscos

Para o economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Geraldo Biazoto, o Ministério da Economia acertou em mudar o cálculo do salário mínimo. Ele destacou que um aumento elevado poderia acarretar problemas para a Previdência, como ocorreu em alguns anos anteriores, quando a variação do PIB foi mais alta.

"Isso desequilibra bastante as contas da Previdência. Porque, na verdade, há um conjunto, uma quantidade muito grande de pessoas que ganham um salário mínimo como um benefício de aposentadoria, pensão ou invalidez. Então, é preciso tomar um pouco de cuidado para não jogar uma pilha de gastos no conjunto previdenciário", alertou.

"O país tem que decidir muita coisa antes de decidir uma nova escalada do salário mínimo, por um lado. Por outro, não há como penalizar um país que tem uma bagunça das finanças públicas tão grande, e a gente não sabe qual que vai ser a paulada que vem em janeiro e fevereiro. Então, esse reajuste eu acho que é o mínimo que pode ser feito", concluiu o economista.

*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo

O que acontece quando o salário aumenta?

O reajuste salarial é um direito anual de todo trabalhador garantido pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) que obriga as empresas a concederem o aumento de salário. O valor é registrado na folha de pagamento e segue o acordo firmado com o sindicato da categoria.

O que faz aumentar o salário mínimo?

O INPC, um índice de inflação, é usado para a correção anual do salário mínimo. Segundo prevê a Constituição, o governo federal deve corrigir o valor do salário mínimo, ao menos, conforme a inflação acumulada no ano anterior.

Como é que aumenta o salário?

Faça um levantamento das suas realizações. Uma empresa concede aumento com base no que o funcionário representa em termos de resultados concretos. ... .
Tenha uma proposta embasada em dados do mercado. ... .
Invista em qualificação. ... .
Construa um plano de crescimento. ... .
Esteja preparado para avaliar outras formas de remuneração..

Por que o salário mínimo aumenta todo ano?

"O salário mínimo é determinado por fatores econômicos e políticas sociais. No Brasil, por exemplo, até 2019, levava em consideração o Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior e a inflação no país de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do mesmo período.