Por quê deus permite o mal

Alguns dizem que uma boa pergunta traz parte da resposta. O desafio desta pergunta aqui é saber exatamente em que sentido ela está sendo feita

Em sentido amplo, se a pergunta é pela origem do sofrimento, então por que ele existe?

Shutterstock/ Tinnakorn jorruang


A resposta oferecida pela Revelação é a verdade sobre o pecado. O ser humano escolheu rejeitar o amor de Deus, trazendo para si muitos males, entre eles o sofrimento. Mas, por que o ser humano tinha na sua frente tal possibilidade?

Porque Deus o criou livre, com capacidade de amar. Pois, para ser capaz de amar, a pessoa tem que ser capaz de não amar. Infelizmente, nas origens, o ser humano escolheu não amar, rejeitando a Deus pela desobediência. Evidentemente, estas respostas deixam mais perguntas e voltamos à situação inicial.

Leia Mais Calma! Não desista! O Ano Novo começa agora!

Se a pergunta inicial quer saber por que Deus, sendo Onipotente, não "resolve" o problema do mal e do sofrimento, então, a pergunta seria: por que continua existindo o sofrimento?

A resposta que encontramos é que não existe "um ser" chamado sofrimento, sobre o qual Deus possa mandar um raio e exterminá-lo. O que existe são pessoas que sofrem. No caso, Deus teria que acabar com elas para acabar com o sofrimento. Mas Deus, que é todo Amor, não "soluciona" os problemas assim.

Porém, essas duas abordagens ainda deixam o dissabor de não ter tocado em algo importante da pergunta inicial. Talvez uma formulação que ajudeseja perguntar pelo sofrimento do justo. Assim, a pergunta manifesta o drama que enfrentamos: por que Deus, que tudo pode, permite o justo sofrer?

Leia MaisSanta Teresa D’ Ávila: 7 frases para curar a sua alma

A Revelação oferece em resposta um livro inteiro. O livro de Jó tenta responder à pergunta pelo sofrimento do justo. Ao chegar aos últimos capítulos (especialmente a partir do capítulo 38), o Senhor oferece a resposta. Ao avançar nos versículos, percebemos como o Senhor destaca a distância da criatura com o Criador:

"Onde estavas, quando lancei os fundamentos da Terra? Fala, se estiveres informado disso. Quem lhe deu as medidas, já que o sabes?"(Jó 38,4-5).

Na verdade, ao ler com atenção, a resposta é que não tem resposta. Mas, chegada a plenitude dos tempos (com a Encarnação do Senhor) o livro de Jó é completado. Ao ver Cristo na Cruz, podemos questionar, quem mais justo e mais sofredor do que Ele? Cristo, através da sua Páscoa, manifesta um novo sentido para o sofrimento, e assim completa a página de Jó.

shutterstock



A pergunta definitiva seria: o que faz o Deus Onipotente perante a realidade do sofrimento? 

Nós, cristãos, sabemos a resposta: na Páscoa, o sofrimento que era consequência do pecado é agora, em Cristo, transfigurado, e torna-se causa de salvação.Com São Paulo, podemos dizer, "onde abundou o pecado (e suas consequências), superabundou a graça"(Rm 5,20).

Assim, ao participar da Páscoa de Cristo pelo Batismo, os nossos pecados e os nossos sofrimentos são também inseridos na ação salvífica de Deus.

:: Curtiu esse post? Compartilhe com seus amigos!

É só clicar no botão do Whatsapp ou demais redes sociais, logo abaixo do título

Foto referencial. Crédito: Pixabay

San Sebastián, 20 Nov. 20 / 07:00 am (ACI).- O Bispo da diocese espanhola de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla explicou por que Deus permite o mal no mundo e lembrou que Deus permitiu a cruz de Jesus Cristo, que é o maior mal de todos os tempos “porque daquela cruz de Jesus Cristo veio a salvação do mundo. A sua salvação e a minha”.

Dom Munilla comenta em seu canal no Youtube o compêndio do Catecismo da Igreja Católica. Nessa ocasião, explicou por que Deus permite o mal no mundo, que consta no número 58 do Compêndio da Igreja Católica.

Nele se explica que “a fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o bem. Deus realizou admiravelmente isso mesmo na morte e ressurreição de Cristo: com efeito, do maior mal moral, a morte do Seu Filho, Ele retirou os bens maiores, a glorificação de Cristo e a nossa redenção”.

Dom Munilla lembrou que “o mal não veio de Deus, mas Ele criou um mundo com uma liberdade na qual é possível a existência do mal derivado do pecado”.

E, nesse sentido, enfatizou que "Deus não permitiria o mal se dele não fizesse sair o bem”.

“Deus é todo-poderoso, infinitamente bondoso e seu poder se manifestou na criação do mundo do nada, algo que somente Deus pode fazer. Isso supõe uma onipotência infinita, mas a onipotência que se requer para tirar bem do mal é ainda maior que a necessária para criar o mundo do nada”, explicou o Bispo de San Sebastián.

Além disso, explicou que "aquela obra de Redenção na qual Deus tira os bens dos males, é o momento culminante da Revelação de Deus infinitamente poderoso e misericordioso".

No Catecismo da Igreja Católica, no numeral 312, fala-se sobre este tema no episódio do Gênesis no qual José havia sido vendido por seus irmãos como escravo e levado para o Egito, onde passou a ser ministro.

Houve uma grande fome e seus irmãos foram ao Egito para pedir ajuda, e foi o irmão que eles venderam como escravo que os salvou de perecer.

“José, que tinha sido vendido, diz aos seus irmãos: ‘Não, não fostes vós que me fizestes vir para aqui. Foi Deus. [...] Premeditastes contra mim o mal: o desígnio de Deus aproveitou-o para o bem [...] e um povo numeroso foi salvo’".

Dom Munilla destaca em relação a esta passagem do Gênesis que “foi Deus quem o permitiu, porque n’Ele há primazia e senhorio de Deus sobre a história, acima dos males e pecados, Deus sobrevoa com um desígnio de salvação que não entendemos, mas que Deus redireciona e reformula para que seja bom para o homem”.

Neste sentido, o Prelado recorda outros textos da história da espiritualidade, como o de Santa Catarina de Sena, que diz “tudo procede do amor, tudo está ordenado para a salvação do homem, e não com nenhum outro fim”.

São Paulo afirma também que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus”.

Além disso, Dom Munilla explica que “quando caminhamos pelas cidades e nelas nos perdemos porque não seguimos as orientações do GPS, este nos diz “recalculando” e volta a nos introduzir.

Embora o Bispo de San Sebastián indique que se trata de "uma metáfora, uma imagem pode ajudar-nos a compreender como, no fundo, Deus não perde o fio da história e de reorientar os males do homem para o bem".

Do mesmo modo cita São Tomás Moro, que pouco antes de ser decapitado, escreve à filha e diz: "Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom".

“Que ato de confiança! Quantos bens derivaram do martírio de São Tomás Moro! Quantas pessoas no Reino Unido voltaram à igreja vendo este homem de bem”, ressaltou.

Nesse sentido, também se destaca a mística do século XIII, Juliana de Norwich, que diz: "Compreendi, pois, pela graça de Deus, que era necessário ater-me firmemente à fé [...] e crer, com não menos firmeza, que todas as coisas serão para bem".

Dom Munilla animou a unir-se a este ato de confiança de que "tudo será para o bem e fazemos nossa essa afirmação".

“Por que Deus permitiu a cruz de Jesus Cristo, que é o maior mal de todos os tempos? Porque dessa cruz de Jesus Cristo veio a salvação do mundo. A sua salvação e a minha”, afirmou.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Confira também:

Se não sente a luta entre o bem e o mal está anestesiado, alerta o Papa. //t.co/iXxKz0vbDd

— ACI Digital (@acidigital) October 25, 2019

Etiquetas: Espanha, Bispo, Deus, mundo, mal

Por que existe o mal do mundo?

O pensador alemão Leibniz considera que vivemos no melhor dos mundos possíveis e, sendo assim, a existência do mal no mundo é justificada por uma espécie de compensação futura: “para esta questão não há, neste mundo, resposta a esperar, a menos que, em geral, deva dizer-se que, visto Deus ter achado bom que ele ...

O que a Bíblia fala sobre o dia mal?

O apóstolo Paulo fala aos efésios que haverá um dia mau, quando será preciso tomar posse da armadura de Deus, porque somente assim poderemos resistir, e permanecer firmes. O dia mau é quando você tem que enfrentar ao mesmo tempo, gigantes, leões, tempestades e todo tipo de dificuldades.

Porque Deus dá livramento de morte?

A resposta é afirmativa. Ele é onipotente, com todo poder para controlar nossa vida, livrar-nos de dores, evitar todos os acidentes, conduzir em segurança todos os aviões e carros, alimentar-nos, proteger-nos, poupar-nos de trabalho penoso, esforços, doenças e mesmo a morte, se Ele assim desejar.

Toplist

Última postagem

Tag