Para quem não sabe onde vai qualquer caminho serve

Opinião

- Publicada em 13 de Agosto de 2021 às 03:00

Lewis Carroll, ao escrever Alice no País das Maravilhas, tornou célebre a frase dita pelo Gato Cheshire à Alice: "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve". Tal frase pode ser útil para muitas situações da vida cotidiana, contudo, vamos utilizá-la aqui para falar sobre planejamento. Planejar significa escolher caminhos para se chegar a um determinado lugar e, com isso, alcançar determinado objetivo. Portanto, o estratégico em um planejamento é ter clareza do objetivo. Na gestão pública isso não é diferente. Pelo contrário, planejar é essencial em governos com foco em resultados, tanto nos investimentos imediatos, quanto nos de médio e longo prazo.

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Lewis Carroll, ao escrever Alice no País das Maravilhas, tornou célebre a frase dita pelo Gato Cheshire à Alice: "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve". Tal frase pode ser útil para muitas situações da vida cotidiana, contudo, vamos utilizá-la aqui para falar sobre planejamento. Planejar significa escolher caminhos para se chegar a um determinado lugar e, com isso, alcançar determinado objetivo. Portanto, o estratégico em um planejamento é ter clareza do objetivo. Na gestão pública isso não é diferente. Pelo contrário, planejar é essencial em governos com foco em resultados, tanto nos investimentos imediatos, quanto nos de médio e longo prazo.

Neste ano, milhares de cidades em todo o Brasil estão elaborando seu Plano Plurianual, uma ferramenta de planejamento orçamentário que subsidiará a execução de programas e projetos em todas as áreas da gestão municipal ao longo dos anos de 2022 a 2025. O chamado PPA faz parte de um ciclo orçamentário, que inicia com o Plano de Governo e, posteriormente, dará origem à Lei de Diretrizes Orçamentárias e à Lei Orçamentária Anual, importantes instrumentos de controle do gasto público.

Em Canoas, a elaboração do PPA Democrático, como foi intitulado, trouxe um elemento diferencial para o planejamento: a participação da população de forma online. A escolha das prioridades de investimentos para os próximos 4 anos contou com a votação de 8.515 pessoas e o resultado foi a priorização das áreas voltadas ao desenvolvimento econômico e à saúde. Tal resultado aponta claramente para os efeitos causados pela pandemia da Covid-19.

Na saúde pública, o impacto da crise sanitária não é apenas em relação aos efeitos diretos do vírus, mas também com o represamento de consultas, exames e cirurgias. Na área econômica, a refração das atividades industriais e comerciais, elevando a patamares recordes o desemprego, chegando a taxa de quase 15%, maior da série histórica medida pelo IBGE no País.

Diante desse cenário, o planejamento torna-se ainda mais fundamental e a participação social contribui para a redução das chances de desviarmos das prioridades. Seguir à risca os compromissos e objetivos do Plano de Governo e, ao mesmo tempo, estar aberto à participação popular permite que a gestão municipal em Canoas tenha mais segurança dos caminhos a escolher, afinal de contas: "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve".

Secretário de Planejamento e Gestão de Canoas/RS

Quem não conhece a estória de Alice no país das maravilhas? Sem sombras de dúvidas é uma das obras literárias mais conhecidas no mundo inteiro. Walt Disney é um dos responsáveis pela sua popularização. Mas o que pouca gente sabe é que o romancista, poeta e matemático britânico Charles Lutwidge Dodgson é o seu autor.

Autor, como sabemos, é aquele que cria, que dá destino, que enaltece, que fortalece… Ou não!

Voltando à estória de Alice no país das maravilhas, há um trecho na obra onde Alice está perdida e encontra o Gato em cima de uma árvore. Ao vê-lo, surge o seguinte diálogo:

Para quem não sabe onde vai qualquer caminho serve

– O senhor pode me ajudar? Diz Alice.
– Claro. Responde o Gato.
– Para onde vai essa estrada?
– Para aonde você quer ir?
– Eu não sei. Estou perdida.
– Para quem não sabe para aonde vai, qualquer caminho serve.

O autor, como já foi dito, é aquele que determina aquilo que vai acontecer. Na ficção ou na vida real. Só que muitas vezes não nos damos conta disso: deixamos de ser o autor da nossa própria história.

Como na estória citada, não nos planejamos, não nos organizamos, não sabemos o que queremos e esperamos da vida. Ficamos reféns do acaso: como não sabemos para aonde vamos, pegamos qualquer caminho para chegarmos a qualquer lugar, da mesma maneira como acontece com Alice.

E aí surge uma pergunta: Você conhece alguém que age assim? Você, por exemplo, planejou a sua vida? Sabe onde está e para aonde está indo? Sabe o que estará fazendo daqui a dois, cinco, dez anos? Você já fez o seu planejamento estratégico pessoal?

Se você não fez, saiba que muita gente, faz assim também. Deixa de ser autor, para ser um simples expectador. Fica na absoluta passividade esperando que as coisas aconteçam. São pessoas que afirmam, concordando com um samba famoso: “em matéria de guarida, espero ainda a minha vez … e deixa a vida me levar”. Será que o nosso destino é ficar na passividade, esperando as coisas acontecerem? Onde está o nosso livre arbítrio?

O que acontece com as empresas? Por que algumas empresas fazem sucesso, se fortalecem e outras não? A resposta é simples: um planejamento de vida bem feito. Com um planejamento bem elaborado, as chances de sucesso são muito maiores.

Ao ler essa afirmação, algumas pessoas, auto sabotadoras, poderão pensar: mas isso é para as empresas, não para mim. E pensando assim, continuam deixando a vida leva-las.

Está na hora de quebrar esse paradigma. As pessoas podem (e devem) elaborar o seu planejamento de vida estratégico. Através dele poderão conhecer mais sobre si mesmo e sobre os seus objetivos de vida, sobre a sua missão, desenvolverem instrumentos que possibilitem o desenvolvimento de competências que favoreçam o atingimento das suas metas pessoais e profissionais. Procure algum profissional sério para ajuda-lo neste trabalho.

Sabendo para onde se quer chegar, todos os outros passos podem ser definidos: a melhor alternativa de rota, o que e como levar a bagagem, a velocidade a ser desenvolvida, o momento no qual se deve dar mais atenção ao percurso, etc. Um verdadeiro plano de voo com direito a ponto de partida e de chegada e inclusive a mudanças de rota para atingir, mais seguramente, o seu ponto de destino.

Se você nunca pensou sobre isso, essa é a hora certa. Lembre-se do que falou Peter Drucker: “Onde quer que você veja um empreendimento de sucesso, pode acreditar, que ali houve, um dia, uma decisão corajosa”. A sua “decisão corajosa” pode ser exatamente se preparar para o futuro, através de elaboração de um planejamento de vida estratégico.

Lembre-se também que para colher os frutos se faz necessário plantar: é uma ordem natural. Então, aprenda a preparar o terreno para semear, a cuidar do desenvolvimento da sua árvore, para finalmente saborear os frutos. Os melhores frutos. Creia: eles estão lá, esperando por você.

Planejar a vida: tudo de forma estruturada e muito simples. Tudo dependendo das suas decisões, pois você será capaz de determinar o seu caminho. Você será o autor e o mais importante personagem desta história chamada Vida real.

Portanto, haja, escreva e seja feliz. Que assim seja!

(*) Odilon Medeiros – Consultor em gestão de pessoas e vendas & marketing, palestrante, professor universitário, mestre em Administração, especialista em Psicologia Organizacional, pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em vendas, Agente de mercado e credenciado do Sebrae. Contato: / www.odilonmedeiros.com.br

NOTA DO AUTOR:
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Para quem não sabe onde vai qualquer caminho serve

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Para quem não sabe onde vai qualquer caminho serve

De quem é a frase para quem não sabe onde vai qualquer caminho serve?

Lewis Carroll, ao escrever Alice no País das Maravilhas, tornou célebre a frase dita pelo Gato Cheshire à Alice: "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve".

Para quem não sabe para onde vai qualquer caminho serve filme?

Você assistiu ao filme “Alice no País das Maravilhas”? Se você assistiu deve lembrar dessa frase clássica, pois Alice não sabia onde estava e muito menos para onde ia não é mesmo?

Quando não se sabe para onde vai?

E, como já diz o ditado, se você não sabe para onde ir, o vento vai te levar para qualquer direção – e você pode não gostar de onde vai parar.

Quem sabe onde quer ir?

Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve.