Onde é aplicada a vacina poliomielite?

Brasília, 1 de novembro de 2022 – No ano em que o Brasil comemora 32 anos sem nenhum caso de poliomielite, a queda na cobertura vacinal tem gerado preocupação diante dos riscos de reintrodução da doença no país. Com o objetivo de ampliar os esforços junto a estados e municípios para manter o país livre da pólio, o Ministério da Saúde do Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Fundação Rotary promoveram um evento nesta terça-feira (1/11). Na ocasião, foi lançado o “Plano Nacional de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite: Estratégia do Brasil”.

A poliomielite pode se espalhar rapidamente entre comunidades com cobertura vacinal inadequada, não é tratável, mas é totalmente evitável por vacinação. No entanto, a cobertura vacinal caiu abaixo de 80% em quase todos os países das Américas nos últimos anos e quatro deles estão em risco muito alto de reintrodução do poliovírus selvagem: Brasil, Haiti, Peru e República Dominicana. 

Argentina, Bahamas, Bolívia, Equador, Guatemala, Panamá, Suriname e Venezuela estão em risco alto. Outros 18 países e territórios encontram-se em risco médio e 14 em risco baixo. A cobertura vacinal recomendada para evitar a reintrodução do vírus é de 95% ou mais.

A representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, fez um alerta sobre esse cenário atual e destacou que o Brasil é referência no combate à poliomielite, trabalhando com a força tripartite – nacional, estadual e municipal – que o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro tem. “Nós temos a região livre da pólio desde 1994 e temos um país (Brasil) que trabalhou muito para isso, foi muito solidário com outros países da Américas e continua sendo, compartilhando vacinas, tecnologias e trabalhadores”, afirmou.

Socorro Gross também reconheceu o trabalho de vacinação que o Brasil tem desenvolvido junto as fronteiras. “Essa iniciativa protege as áreas que são muito relevantes para o país como são as fronteiras, mas também traz o que precisamos na região das Américas: países de mãos dadas pelo bem que é a saúde”.

O curador da Fundação Rotária Marcel Haick disse que a erradicação da pólio é identificada por eles como a prioridade humanitária com alcance global número 1 e que a atuação ocorre com foco na arrecadação de fundos, advocacia e defesa da causa, mobilização e melhoria da eficiência vacinal. “Hoje é um dia histórico e decisivo, somente todos juntos e alinhados poderemos vencer o vírus”, reforçou.

Plano Nacional de Resposta

Durante o evento, o Ministério da Saúde lançou o “Plano Nacional de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite: Estratégia do Brasil”.

O Plano tem o objetivo de estabelecer diretrizes de resposta nas três esferas de gestão, de forma coordenada, apresentando cronogramas e indicando fluxos para fortalecer a vigilância epidemiológica, o acesso à vacinação e a capacidade nacional dos estados e municípios para manter o Brasil livre da pólio.

“Não queremos que a doença volte. Quero conclamar a todos que possam se associar nessa inciativa. Nas 38 mil salas de vacinação, todos os dias são dias de campanha”, destacou o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, referindo-se a todas as vacinas disponíveis no calendário nacional de vacinação.  

Também estiveram presentes no lançamento o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da saúde, Arnaldo Medeiros, o secretário executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Jurandi Frutuoso, o assessor Técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Hisham Hamida, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. Além de participações da Sociedade Brasileira de Pediatria,  Sociedade Brasileira de Imunizações, Sociedade Brasileira de Infectologia, Associação Brasileira de Alergia e Imunologia,  Sociedade Brasileira de Imunologia, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Sociedade Brasileira de Neurologia, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Enfermagem, Farmácia e Medicina, e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O setor de imunização do centro administra as vacinas descritas no calendário vacinal, estabelecido pelo Ministério da Saúde. A vacina contra poliomielite é oferecida habitualmente e, nas campanhas de vacinação, pelo centro de saúde.

A vacina é indicada para prevenir contra a poliomielite causada por vírus dos tipos 1, 2 e 3.

O Programa Nacional de Imunização - PNI, recomenda a vacinação de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade, como doses do esquema básico. Sendo descrita sob duas formas distintas, a saber:

a) vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (VOP) é apresentada sob a forma líquida em frasco multidose, sendo apresentada, geralmente, em bisnaga conta-gotas de plástico; e,

b) vacina de poliomielite VIP (aos 2 e 4 meses) e uma dose da VOP (aos 6 meses), com intervalo de 60 dias entre as doses e mínimo de 30 dias.

São realizadas doses de reforço com a VOP aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

Cada dose da vacina corresponde a duas gotas. A vacina pode ser administrada simultaneamente com as demais vacinas dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde.

Onde é aplicada a vacina da paralisia infantil?

As salas de vacinação de Fortaleza funcionam das 7h30 às 18h30, nos 116 postos de saúde da Capital.

Por que a vacina da poliomielite é gotinha ou injeção?

Apesar da vacina oral ser uma forma não invasiva da vacina, a recomendação é que seja dada preferência à vacina em forma de injeção, isso porque a vacina oral é composta pelo vírus enfraquecido, ou seja, caso a criança tenha alguma alteração imunológica, pode haver a ativação do vírus e resultar na doença, ...

Como é a vacina da poliomielite?

a) vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (VOP) é apresentada sob a forma líquida em frasco multidose, sendo apresentada, geralmente, em bisnaga conta-gotas de plástico; e, b) vacina de poliomielite VIP (aos 2 e 4 meses) e uma dose da VOP (aos 6 meses), com intervalo de 60 dias entre as doses e mínimo de 30 dias.

Quantas vezes toma a vacina da poliomielite?

Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, o esquema vacinal preconizado é composto por três doses de VIP, administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, mais dois reforços com VOP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.