O que os cientistas descobriram para afirmar que os continentes foram a única massa continental?

Alessandro Greco

Gênio de primeira grandeza, o cientista alemão Alfred Wegener (1880-1930) descobriu que todos os continentes do mundo estiveram unidos, há mais de 200 milhões de anos, em somente um supercontinente, chamado por ele de Pangéia (do grego, terra total). Em uma carta de 1910, Wegener descreveu essa idéia para sua futura esposa Else: “A costa leste da América do Sul se encaixa perfeitamente na costa oeste da África, como se um dia tivessem estado juntas”. Dois anos depois, apresentou-a pela primeira vez à comunidade científica, mas recebeu muxoxos de descrença.

Na época, a idéia de que os continentes e oceanos pudessem se mexer era considerada estapafúrdia pelos cientistas, mas isso não impediu Wegener de seguir com suas pesquisas. Em 1915, ele publicou o livro seminal A Origem dos Continentes e Oceanos. Mais uma vez, recebeu um silêncio profundo de seus colegas. Para piorar, Wegener não tinha provas substanciais de suas idéias, apenas boas evidências. Entre elas, as semelhanças entre as costas de alguns continentes, em especial da África com a América do Sul. Os relevos das duas regiões se completam e, apesar de haver um oceano entre elas, foram encontrados em ambas fósseis de animais da mesma espécie e época, bem como plantas parecidas. Os colegas de Wegener não ficaram satisfeitos. Queriam saber qual era a força que havia levado os continentes a se separar. Ninguém tinha a resposta na época e as idéias de Wegener caíram na obscuridade.

Em 1930, Wegener viajou à Groenlândia como líder de uma equipe de cientistas e técnicos para estudar a superfície de gelo e o clima local. Quando soube que parte da sua equipe, acampada no centro da ilha, tinha problemas, Wegener partiu com 14 pessoas em uma expedição para levar mantimentos. Devido às péssimas condições de tempo, 12 delas retornaram ao acampamento depois de alguns dias de viagem – Wegener seguiu com os dois companheiros restantes.

Após viajar 40 dias, com temperaturas de até 54 graus negativos, o cientista cumpriu sua missão. Mas, não se sabe por quê, decidiu iniciar o retorno ao seu acampamento no dia seguinte, negando-se a esperar que o tempo melhorasse. Morreu no meio da viagem, poucos dias depois de completar 50 anos. Seu corpo só foi encontrado seis meses mais tarde, e enterrado em um mausoléu de gelo erguido lá mesmo.

Nos anos 50, graças em grande parte a imagens da Nasa, os cientistas começaram a conhecer o fundo dos oceanos. Surgiram evidências cada vez mais seguras de que as grandes massas continentais realmente se mexiam: havia pedras novas aparecendo no fundo do mar e elas pareciam empurrar os continentes. Na década de 60, descobriu-se o movimento das placas tectônicas – os blocos flutuantes nos quais a superfície terrestre se apóia. A comprovação levou a uma revolução na área, trazendo grandes avanços para a geofísica e possibilitando a compreensão de fenômenos relacionados ao deslocamento dos continentes. Ficou claro que é a colisão entre duas dessas placas que faz com que enormes massas de pedras se ergam, formando cadeias de montanhas. E que são os raspões entre placas que dão origem a terremotos e a erupções vulcânicas. Wegener, de repente, transformou-se num gênio visionário. Mas não estava mais vivo para comemorar.

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  • Estudos e pesquisas
  • Oceanos

Conheça o cientista alemão Alfred Wegener, pai da deriva continental

Na época, a idéia de que os continentes e oceanos pudessem se mexer era considerada estapafúrdia pelos cientistas, mas isso não impediu Wegener de seguir com suas pesquisas.

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ilustração feita pelo geógrafo Antonio Snider-Pellegrini, em 1858, ilustrando a justaposição das margens africana e americana do Oceano Atlântico.

A teoria da deriva continental foi apresentada pelo geólogo e meteorologista alemão Alfred Wegener em 1913, com a publicação de sua obra clássica "A Origem dos Continentes e Oceanos" (Die Entstehung der Kontinente und Ozeane).[1] Wegener afirmava que os continentes, hoje separados por oceanos, estiveram unidos numa única massa de terra no passado, por ele denominado de Pangeia (do grego "Terra única"), do Carbonífero superior, há cerca de 300 milhões de anos, ao Jurássico superior, há cerca de 190 milhões de anos, quando a Laurásia (atuais América do Norte e Eurásia) separou-se do Gondwana, que depois também dividiu-se, já no Cretáceo inferior.[2]

Muito tempo antes de Wegener, outros cientistas notaram este fato. A ideia da deriva continental surgiu pela primeira vez no final do século XVI, com o trabalho do cartógrafo Abraham Ortelius. Na sua obra de 1595, Thesaurus Geographicus, Ortelius sugeriu que os continentes estiveram unidos no passado. A sua sugestão teve origem apenas na similaridade geométrica das costas atuais da Europa e África com as costas da América do Norte e do Sul; mesmo para os mapas relativamente imperfeitos da época, ficava evidente que havia um bom encaixe entre os continentes. A ideia, evidentemente, não passou de uma curiosidade que não produziu consequências.

Outro geógrafo, Antonio Snider-Pellegrini, utilizou o mesmo método de Ortelius para desenhar o seu mapa, com os continentes encaixados, em 1847.[3] Como nenhuma prova adicional foi apresentada, além da consideração geométrica, a ideia foi novamente esquecida.

A similaridade entre os fósseis encontrados em diferentes continentes, bem como entre formações geológicas, levou alguns geólogos do hemisfério sul a acreditar que todos os continentes já estiveram unidos, na forma de um supercontinente.

A hipótese da deriva continental tornou-se parte de uma teoria maior, a teoria da tectônica de placas. Este artigo trata do desenvolvimento da teoria da deriva continental antes de 1959.

A Deriva dos Continentes[editar | editar código-fonte]

Distribuição geográfica dos fósseis gondwânicos. A distribuição de fósseis terrestres idênticos em locais atualmente isolados entre si, como Austrália, Índia, África e América do Sul foi um dos argumentos de Wegener para o lançamento de sua teoria da Deriva Continental.[4]

A crosta terrestre é formada de pedaços chamados placas tectônicas, que andam à deriva sobre a camada de rocha fundida do manto. Há sete placas principais e várias outras menores. O movimento do magma no Manto Superior faz com que as placas se desloquem lentamente pelo globo, com um lado convergindo em direção a outra, ao passo que o lado oposto diverge da outra placa em contato.

Os geólogos pensam que há cerca de 325 milhões de anos toda a terra deste planeta estava unida num "supercontinente", a que chamaram Pangeia. Mas, à medida que as placas se deslocaram, a terra deste supercontinente começou lentamente a separar-se. Chama-se a este movimento a deriva dos continentes. Os mapas mostram o que os geólogos pensam sobre o modo como os continentes se deslocaram e se afastaram, até formarem as massas de terra que conhecemos atualmente.

No hemisfério sul, há cerca de 250 milhões de anos, no período chamado Jurássico, as correntes de convecção dividiram em pedaços o megacontinente Gondwana. Elas fraturaram a crosta terrestre e separaram a América do Sul, África, Austrália, Antártica e Índia. Nas regiões de Gondwana, que hoje são Brasil e África, as correntes de convecção formaram fissuras e fraturas na crosta terrestre, o que gerou derramamento de lava. A ação contínua dessas forças também rompeu completamente a crosta terrestre e formou o oceano Atlântico. Porém, ele não parecia o vasto mar que é hoje: a fragmentação de Gondwana formou apenas um pequeno oceano, que só cresceu quando Brasil e África começaram a afastar-se de forma gradual há, aproximadamente, 135 milhões de anos. Tal ideia está presente na teoria da deriva continental, que foi apresentada em 1912 pelo cientista meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener. A teoria só foi comprovada 10 anos após a morte de Wegener, em 1940.

Argumentos[editar | editar código-fonte]

Distribuição de quatro grupos fósseis do Permiano e do Triássico, usados como evidências paleontológicas da deriva continental

  • Morfológicos - Wegener apercebeu-se da complementaridade existente entre a costa ocidental de África com a costa oriental da América do Sul e, mais tarde, entre outros continentes separados atualmente.[5]
  • Paleontológicos - Fósseis de seres vivos de uma mesma espécie foram encontrados em locais que distam atualmente milhares de quilómetros, estando ainda separados por oceanos. Devido às suas características, assume-se que seria extremamente difícil que estes seres vivos tivessem percorrido estas distâncias ou atravessado os oceanos. Para além disso, cada espécie desenvolve-se num determinado habitat, o que implica que os locais afastados estiveram outrora em zonas mais próximas do planeta, pois teriam de ter o mesmo clima para possuir as mesmas espécies.[5]
  • Paleoclimáticos - Os sedimentos glaciares só se formam em zonas de grandes altitudes e baixas temperaturas - pólos. No entanto, foram encontrados estes sedimentos em zonas como a África do Sul ou Índia, indicando que estes locais já se encontraram outrora próximos do Pólo Sul, e que, entretanto, afastaram-se - mantendo os registros rochosos.
  • Litológicos - Rochas encontradas na América do Sul e África, com a mesma idade, são semelhantes (por exemplo, formadas pelos mesmos minerais). Para que isto aconteça, tiveram de estar expostas aos mesmos fenómenos de formação habituais nas rochas. Pelo contrário, as rochas formadas atualmente nesses locais apresentam características diferentes. Existe ainda continuidade de formações rochosas entre as duas costas - como, por exemplo, cordilheiras montanhosas.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Marie Tharp
  • Placa tectónica

Referências

  1. Wegener, Alfred (julho de 1912). «Die Entstehung der Kontinente». International Journal of Earth Sciences (em alemão). 3 (4). doi:10.1007/BF02202896
  2. Scotese, C. R. «PALEOMAP Project» (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2015
  3. U.S. Geological Survey. «Continental Drift - Historical perspective» (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2015
  4. United States Geological Survey (janeiro de 2009). «Rejoined continents – Gondwana fossils». This Dynamic Earth: The story of plate tectonics (em inglês). Consultado em 9 de janeiro de 2015
  5. a b Becky Oskin, Continental drift: theory & definition, Live Science, 19 de dezembro de 2017

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • «Sismologia no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP»

O que os cientistas descobriram para afirmar que os continentes formaram a única massa continental?

A Deriva Continental é uma teoria que afirma que, um dia, todos os atuais continentes formavam apenas uma única massa de terra firme, chamada de Pangeia. Esse supercontinente, graças ao movimento das Placas Tectônicas, fragmentou-se várias vezes até proporcionar a atual forma das massas terrestres.

O que os cientistas descobriram para afirmar que os continentes foram?

Olá, Os cientistas basearam a teoria de Pangeia, que diz que todos os continentesforam um único, com base na existência de fósseis muito semelhantes nos vários continentes, além de evidências de mudanças climáticas (encontraram fósseis de plantas tropicais na Antártida).

Como os cientistas explicam a mudança até o posicionamento atual dos continentes?

Com a utilização de aparelhos que puderam comprovar o “crescimento dos oceanos”, os cientistas elaboraram a Teoria das Placas Tectônicas, que explica como os continentes chegaram à atual posição. As placas tectônicas são grandes blocos que formam a crosta terrestre e flutuam sobre o magma.

O que os cientistas descobriram a respeito da costa oriental da América do Sul e da parte ocidental da África?

Os cientistas descobriam que essas costas se complementam, pois no passado eram uma só placa. A importância científica foi com relação ao descobrimento de como as placas tectônicas se movem e ajudam a moldar os continentes.

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