O que os cafeicultores do Oeste Paulista defendiam a implantação da república?

A economia no Segundo Reinado sofreu grandes mudanças com a introdução do café nas pautas de exportação. Trazida pelas mãos do tenente coronel Francisco de Melo Palheta, as primeiras mudas da especiaria vingaram em solo paraense. Já nessa época, o consumo de sua bebida amarga era conhecido entre os consumidores europeus. Aos poucos, o café se tornou o produto-chefe de uma economia ainda sustentada pela imponência de seus latifúndios agro-exportadores.

O plantio sistemático da planta só se desenvolveu pelas regiões férteis do território fluminense, onde em 1760 eram cultivadas as primeiras remessas do produto. O terreno úmido e pantanoso da Baixada Fluminense era ricamente adaptado às exigências do novo gênero agrícola. Em breve espaço de tempo, o Rio de Janeiro galgou a posição de pioneiro do cultivo e na venda do café. No fim do século XVIII, as regiões da Tijuca, da Gávea e do Corcovado já estavam tomadas pelas plantações.

Preservando as características de nossa economia colonial, as plantações cariocas se sustentavam no uso do latifúndio, da monocultura e da mão-de-obra escrava. Tais características fizeram com que o plantio de café no Rio fosse atingido por sérias dificuldades. Uma delas estava relacionada ao uso indiscriminado do solo, o que acabou empobrecendo o potencial produtivo da região. Além disso, a proibição do tráfico negreiro, em 1850, acionou um freio na produção em terras fluminenses.

Porém, a ameaça de crise na ascendente produção cafeeira não se consolidou graças a uma nova frente de expansão de cultivo. A região do Oeste paulista, ao longo do tempo, conseguiu substituir os mercados dominados pelas primeiras lavouras e alcançar valores ainda mais expressivos. Isso aconteceu por conta da conquista dos mercados europeu e norte-americano. Paralelamente, a lógica produtiva implantada pelos cafeicultores paulistas também justificou o ritmo acelerado com que os pés de café dominaram nossa economia.

Constituindo um perfil diferente dos antigos grandes proprietários de terra, os cafeicultores do Oeste Paulista sustentaram a produção com uma nova postura. As lavouras eram sistematicamente inspecionadas, as técnicas de plantio eram renovadas e o emprego de infra-estrutura não foi poupado. Os recursos financeiros para tantos empreendimentos foram obtidos do acúmulo de capitais conquistado pela rápida aceitação do produto, o uso de capital financeiro e a dinamização da economia interna.

Sobre esse último aspecto, podemos destacar como o fim do tráfico negreiro contribuiu para que os recursos antes investidos nessa atividade fossem canalizados para a indústria e o comércio. Além disso, esse mesmo fenômeno contribuiu para que a mão-de-obra assalariada fosse adotada em substituição a outrora força de trabalho obtida pela exploração dos escravos negros. Nesse sentido, essa nova experiência abriu portas para formação de novas classes sociais no Brasil.

Em contrapartida, essa mesma diversificação econômica não deixou de fortalecer a classe proprietária de terras do país. Os grandes fazendeiros, durante o Segundo Reinado e a República Velha, tinham grande força de atuação política. Tal experiência causou diversos conflitos que marcavam o interesse conservador dos fazendeiros e as demandas inéditas de grupos de trabalhadores assalariados e urbanos. Somente no final da década de 1920 que observamos a crise das elites agro-exportadoras, inclusive a cafeeira, frente às mudanças experimentadas no Brasil Republicano.

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Por Rainer Sousa
Graduado em História

Formado principalmente por cafeicultores, o Partido Republicano Paulista foi um dos modos encontrados pelos latifundiários do estado para derrubar o Império.

As contradições sociais decorrentes da estrutura escravocrata no Brasil Império haviam se tornado agudas a partir da década de 1860. O crescimento da economia cafeeira, as inúmeras rebeliões e fugas de escravos que eclodiam nas fazendas, além da necessidade de se criar um mercado consumidor interno através do trabalho assalariado, entravam em choque com as instituições do Império Brasileiro, gerando oposições dentro mesmo da classe dominante.

Foi nesse contexto que surgiu na província de São Paulo, em 1873, o Partido Republicano Paulista (PRP). O PRP foi a forma encontrada pelos cafeicultores paulistas para pressionar politicamente por mudanças sociais necessárias aos seus interesses econômicos. Dentre suas reivindicações estavam a abolição da escravidão, maior autonomia para as províncias e o fim do Poder Moderador.

O fim da Guerra do Paraguai já havia proporcionado as condições para a crítica do poder monárquico no Brasil, materializadas principalmente no Manifesto Republicano publicado no Rio de Janeiro, em 1870, em que eram criticadas a centralização política e a falta de autonomia das províncias. Dizia o manifesto que a “autonomia das províncias é, pois, [...] mais do que um interesse imposto pela solidariedade dos direitos e das relações provinciais, é um princípio cardeal e solene que inscrevemos na nossa bandeira.”

No caso paulista, a autonomia das províncias garantiria criar condições específicas para facilitar o desenvolvimento da economia cafeeira, superando amarras que eram colocadas pela forma centralizada de governo. A abolição da escravidão permitiria ainda um maior emprego de trabalhadores assalariados, que, com seu consumo, proporcionariam o estímulo a outros setores da economia.

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Diversos clubes republicanos foram formados após o aparecimento do referido Manifesto. Na província de São Paulo, os de maiores destaque foram formados em Sorocaba, Campinas, Jundiaí, Piracicaba e Itu. Os debates e aproximações políticas dos clubes e seus membros resultaram na realização da Convenção de Itu, em 1873, na cidade homônima, de onde surgiu o Partido Republicano Paulista.

Compuseram o PRP nomes que se fariam ilustres durante a República, como Bernardino de Campos, Campos Sales e Prudente de Morais. A partir da criação do PRP e de outros partidos republicanos no Brasil, o movimento contra a monarquia no país foi ganhando força, unindo em São Paulo setores dos cafeicultores, estudantes e professores da Faculdade de Direito da capital, além de outros grupos sociais urbanos.

Porém, apesar de reivindicar a abolição da escravidão, o PRP não se engajou com o empenho necessário para que ela se efetivasse, principalmente pelo fato de seus membros ainda utilizarem escravos em suas fazendas e pretenderem conseguir indenizações com sua libertação.

O que defendiam os cafeicultores do Oeste Paulista?

Os fazendeiros de café queriam que o imperador custeasse a vinda de imigrantes europeus (trabalhadores livres) para substituir a mão-de-obra escrava. No entanto, as províncias do nordeste e do Vale do Paraíba ainda defendiam o trabalho escravo e lucravam com o tráfico interprovincial.

Porque os cafeicultores do Oeste Paulista defendiam a implantação da República e do federalismo no país?

O federalismo permitia a descentralização político-administrativa, pela qual cada Província daria rumo às suas questões. Estes paulistas eram mais federalistas que republicanos, mas, de qualquer forma, preferiam ser federalistas na República.

Porque os cafeicultores defendiam o federalismo republicano?

Resposta. os cafeicultores poderiam administrar o estado do jeito que eles queriam, e no federalismo cada estado ou província(termo usado antigamente) , e cada estado tem a sua politica, então eles poderiam abaixar os impostos sobre o café.

O que distinguia os cafeicultores do Oeste paulista dos tradicionais?

Constituindo um perfil diferente dos antigos grandes proprietários de terra, os cafeicultores do Oeste Paulista sustentaram a produção com uma nova postura. As lavouras eram sistematicamente inspecionadas, as técnicas de plantio eram renovadas e o emprego de infra-estrutura não foi poupado.