Portugal: pioneiro na época das Grandes Navegações
Introdução - período histórico
Portugal foi o pioneiro nas grandes navegações e descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI. Existem vários fatores políticos, econômicos, geográficos e tecnológicos capazes de explicar este fato. Este pioneirismo possibilitou a Portugal conquistar novas terras além-mar (exemplo: Brasil) e fazer uma nova rota marítima rumo às Índias, transformando este país numa grande potência econômica e marítima no século XVI.
Causas e fatores principais do pioneirismo português:
- A monarquia portuguesa, caracterizada pela centralização do poder, garantiu uma estabilidade política favorável ao desenvolvimento dos negócios da burguesia comercial. Este fator foi muito favorável ao desenvolvimento dos empreendimentos marítimo-comerciais em Portugal.
- Apoio da nobreza portuguesa às atividades náuticas a partir, principalmente, do início do século XV.
- Criação em Portugal da Escola de Sagres. Esta foi um centro de estudos náuticos de grande importância para o desenvolvimento das navegações portuguesas.
- Domínio português de técnicas de construção de caravelas e instrumentos de orientação náutica.
- Localização geográfica privilegiada de Portugal, com presença de litoral atlântico que favoreceu a navegação.
- Investimentos da burguesia portuguesa na navegação marítima, pois esta tinha interesses comerciais, principalmente voltados para o negócio lucrativo das especiarias.
- Ausência de conflitos internos e externos.
Pintura da embarcação usada pelo navegador português Pedro Álvares Cabral. |
Principais conquistas da expansão marítima: portuguesa:
- 1415: portugueses chegam e conquistam a cidade de Ceuta (no atual Marrocos). Primeiro passo da expansão marítima de Portugal no século XV.
- 1434: o navegador português Gil Eanes consegue dobrar o Cabo do Bojador (costa do Saara Ocidental, noroeste da África).
- 1435-1436: o navegador português Afonso Gonçalves Baldaia descobre o Rio do Ouro (região da costa noroeste da África), após ultrapassar o Trópico de Câncer.
- 1441: expedição marítima portuguesa chega ao Cabo Branco (norte da atual Mauritânia).
- 1444-1446: expedições marítimas dos navegadores e exploradores portugueses Nuno Tristão e Álvaro Fernandes chegam à Guiné-Bissau.
- 1456: o navegador veneziano Luís de Cadamosto, a serviço da coroa portuguesa, faz a descoberta das ilhas do arquipélago de Cabo Verde (no Oceano Atlântico, próximo a costa da África Ocidental).
- 1460: o navegador e explorador português Diogo Gomes faz a descoberta das outras ilhas de Cabo Verde (que não tinham sido descobertas por Luís de Cadamosto).
- 1470: os navegadores portugueses Pero Escobar e João de Santarém descobrem o arquipélago de São Tomé e Príncipe (no Oceano Atlântico na costa equatorial ocidental da África Central).
- 1474: o infante português D. Henrique (futuro rei de Portugal D. João II) assume o comando do programa de conquistas marítimas do reino.
- 1483: o navegador português Diogo Cão atinge a foz do rio Congo e dá início ao processo de tráfico de escravos africanos.
- 1487: os portugueses passam pela primeira vez pelo Cabo da Boa Esperança (extremo sul da África) e entram em águas do Oceano Índico.
- 1498: o navegador Vasco da Gama navega pela costa leste da África, chegando às Índias (grande objetivo do programa marítimo português).
- 1500: a esquadra de Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil.
Última atualização: 19/02/2021
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Por que Portugal e Espanha foram pioneiros nas Grandes Navegações?
O acúmulo de conhecimento náutico e o desenvolvimento de novas tecnologias possibilitaram que as Grandes Navegações iniciassem-se no século XV, e os portugueses são considerados os pioneiros nesse processo.
Porque Portugal e Espanha foram as potências marítimas?
Portugal e Espanha foram pioneiros no processo de Expansão Marítima por suas características histórico-sociais e geográficas, além de apresentarem importante desenvolvimento técnico neste sentido.
Quais foram os tratados assinados entre Portugal e Espanha?
O Tratado de Tordesilhas foi um documento assinado em junho de 1494, na vila espanhola de Tordesilhas. Os protagonistas foram Portugal e Espanha, que delimitaram, através de uma linha imaginária, as posses portuguesa e espanhola no território da América do Sul, chamado de “Novo Continente”.
O que favoreceu o pioneirismo de Portugal e Espanha nas grandes navegações da expansão marítima europeia?
Portugal foi o primeiro país a ter uma centralização política, através da Revolução de Avis, dando liberdade para a burguesia mercantil, que financiava as primeiras expedições; Portugal também tinha boa posição geográfica, facilitando a saída para o Oceano.
Por que Portugal e Espanha dividem o mundo?
- 1494: Portugal e Espanha dividem o mundo. No dia 7 de junho de 1494, as potências da época, Portugal e Espanha, assinaram o Tratado de Tordesilhas, dividindo o mundo em duas metades. Após várias missões diplomáticas frustradas entre Portugal e Espanha, finalmente as duas cortes, através de seus delegados, decidiram realizar uma reunião na vila ...
Como começou o território português no Brasil?
- De acordo com alguns mapas, o território português no Brasil começava próximo a onde atualmente se encontra Belém, no Pará, e descia em linha reta até perto de Laguna, em Santa Catarina. O objetivo era acabar com as disputas de território desde que o novo continente havia sido “descoberto”, dois anos antes.
Por que os holandeses eram inimigos dos espanhóis?
- Os holandeses eram inimigos dos espanhóis, de quem se separaram por causa da sua independência, e aproveitaram a unificação das duas coroas para invadir o Nordeste brasileiro e dominar as técnicas de produção açucareira. As causas da União Ibérica estão relacionadas com a sucessão do trono português.
Por que os conflitos entre Espanha e Holanda tiveram consequências no Brasil?
- Os conflitos entre Espanha e Holanda tiveram consequências no Brasil. Até a formação da União Ibérica, os portugueses mantinham relações comerciais com os holandeses. Essa proximidade foi rompida logo após Portugal ser anexado pela Espanha. A invasão holandesa no Brasil, inclusive, foi uma das consequências da união dos reinos ibéricos.