Uma região metropolitana é uma área formada por vários municípios que apresentam uma estrutura ou aglomeração urbana interligada entre si ou em torno de uma cidade principal, geralmente uma metrópole. Assim, uma região metropolitana costuma ter um município-sede e as demais localidades sendo suas cidades-satélites ou área metropolitana.
Por exemplo, quando nos referimos ao município de São Paulo, estamos falando de uma metrópole que centraliza em torno de si uma região metropolitana. Quando falamos em “Grande São Paulo” ou Região Metropolitana de São Paulo, estamos incluindo também as suas cidades-satélites, tais como Guarulhos, Osasco e muitas outras. Essa região, no caso, é formada por um conjunto total de 39 cidades, a maior aglomeração urbana do Brasil, com uma população que se aproxima da casa dos 20 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE de 2010.
No Brasil, as regiões metropolitanas são estabelecidas por lei, e sua implementação ocorreu em razão da necessidade de uma maior complementaridade entre as estruturas que formam essas cidades. Em outras palavras, as cidades de uma mesma região metropolitana precisam apresentar sistemas de transporte, comunicação, pavimentação e outros que estejam interligados entre os diferentes limites municipais. Isso tudo porque essas cidades passaram ou estão passando por um processo de conurbação.
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Mas o que é conurbação?
Conurbação é o processo em que a área urbana de duas ou mais cidades fica interligada entre si, de modo a não haver uma distinção visual entre ambas, ou seja, as áreas urbanas de diferentes municípios formam uma mesma aglomeração, incluindo aí uma relação socioeconômica de interdependência, algo característico das regiões metropolitanas.
Atualmente, existem no Brasil 37 regiões metropolitanas oficialmente instituídas, embora existam críticas sobre tal aspecto, uma vez que estudos geográficos apontam que nem todas apresentam estruturas socioespaciais típicas de regiões metropolitanas, o que faz com que elas existam somente nos termos jurídicos. A seguir, temos um quadro com a dez maiores e mais importantes regiões metropolitanas do país e dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010.
As 10 maiores regiões metropolitanas do Brasil (2010)
Podemos notar que, apesar de a maioria das regiões metropolitanas ser liderada por capitais estaduais, isso não necessariamente é uma regra, tal qual o caso de Campinas, que possui sua própria região metropolitana sem ser uma capital. Existem também outros casos, como a Baixada Santista (SP), Londrina (PR), Cariri (CE) e outras.
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Resumo
Atualmente uma das características da urbanização brasileira em regiões metropolitanas que merece destaque é a consolidação de centralidades para além do núcleo metropolitano. Estas – a qual chamamos centralidades periféricas, são caracterizadas pela instalação de equipamentos de consumo que tem se expandido nos últimos 20 anos. Cabe então salientar a relação entre centralidade, consumo e a vida de relações destas cidades. A
premissa aqui apresentada é de que a oferta de bens e serviços tem condicionado a consolidação de centralidades fora do núcleo metropolitano e é neste sentido que pensar este processo nos compele pensar as centralidades não apenas como um conjunto de fixos na cidade, mas principalmente como elementos da economia urbana que fazem a ligação entre a circulação, centralidade e a vida de relações nas grandes periferias o que faremos tomando como exemplo, a cidade de São Gonçalo – RJ.
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Biografia do Autor
Daniel Pereira Rosa, PCRJ_SME
Professor da rede Municipal do Rio de Janeiro .
Mestre em Geografia pela Universidade do EStado do Rio de Janeiro e Doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo.
Desenvolve pesquisas com foco em grandes cidades periféricas, aglomerações urbanas, economia urbana e planejamento urbano.
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