David Ricardo nasceu na Inglaterra, em 1772, em meio a primeira revolução industrial. Apesar de não ter educação formal, em 1799, ao ler o livro leu o livro A riqueza das nações (1776), passou a estudar os temas econômicos
com profundidade, desenvolvendo uma percepção teórica para os problemas práticos.
Em 1817, publicou o livro Princípios da Economia Política e Tributação. O método de exposição de Ricardo estabeleceu uma referência para a nova ciência, que perdura até os dias atuais.
Dentre suas teorias estão a teoria dos rendimentos decrescentes e da renda; a teoria do valor de troca e os preços relativos e a Teoria das Vantagens Comparativas. Vamos conhecer um pouco delas?
A Teoria dos Rendimentos Decrescentes e a Lei da Terra
Essa teoria foi desenvolvida em reposta aos debates sobre as leis dos cereais.
Para
David Ricardo, defensor dos interesses industriais, passou a criticar as Corn Laws (leis dos cereais) pois, para ele, a proteção aos produtores nacionais de cereais menos eficientes fazia aumentar a proporção da renda da terra e dos salários em relação aos lucros. Esta transferência de renda dos setores dinâmicos para os menos eficientes fazia diminuir a intensidade da acumulação e do crescimento da economia.
Para Ricardo é preciso determinar as leis que regem a distribuição do produto total da terra entre as três classes:
O proprietário da terra que recebe a renda da terra.
O dono do capital recebe o lucro por deter os equipamentos utilizados na produção.
Os trabalhadores que recebem salário por cultivarem a terra.
Neste sentido, Ricardo define a renda da terra como:
Aquela porção da produção da terra que é paga aos seus
proprietários pelo uso dos poderes do solo, e essa renda surge das margens de cultivo, que podem ser extensivas ou intensivas.
Primeiramente vamos compreender a definição de renda da terra a partir da margem extensiva de cultivo. Para melhor entendimento vamos construir o
seguinte cenário:
No início do processo de povoamento, o estoque de capital e a população ocupam-se das melhores terras ou seja, das terras mais férteis, fazendo com que a produção total atenda à demanda de alimentos e que os lucros sejam positivos.
Quando a população aumenta, a demanda por alimentos também cresce, e isso obriga que terras menos férteis precisem ser alocadas na produção dos alimentos, fazendo com que os custos de produção sejam maiores elevando os
preço de venda dos alimentos, pressionando os salários de subsistência para cima.
Com esse processo, as terras mais férteis ficam mais valorizadas e o valor do aluguel (renda da terra) fica mais caro, o que diminui os lucros dos donos do capital, mesmo em um cenário de preços crescentes dos alimentos.
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Se ao invés de usar novas terras, aquelas menos férteis, para a produção de alimentos afim de atender à demanda por comida daquela população que não para de crescer, os donos do capital resolvessem aumentar a produção de alimento dentro da própria propriedade que tem a terra mais fértil, contratando mais funcionário?
Ao responder essa pergunta Ricardo formulou a lei dos rendimentos (marginais) decrescentes.
A lei dos rendimentos decrescentes, diz que o acréscimo de produção trazido por um funcionário a mais passa a decrescer a partir de um determinado ponto, caso não haja um aumento no número de máquinas ou terra ou seja, para aumentar a produção em uma propriedade agrícola, no curto prazo, não adianta contratar mais e mais funcionários, se a
quantidade de terra para plantio, por exemplo, não for ampliada.
Teoria do valor de troca e os preços
relativos
Ricardo se preocupava com os valores relativos e não com os valores absolutos, então quis descobrir a base para a relação de troca entre as mercadorias, apresentando a teoria do valor de troca e os preços relativos.
Essa teoria tem como base uma economia desenvolvida, já que, sem capital, nenhum bem poderia ser produzido.
Então para Ricardo, o valor de troca de uma mercadoria depende de todo o tempo de trabalho necessário para produzi-la, incluindo não apenas o esforço empreendido na fabricação da própria mercadoria, mas também o trabalho incluído na matéria-prima e nos equipamentos utilizados no processo de produção dela.
Dessa forma os movimentos dos preços de uma mercadoria dependem das variações dos produtos, constituídos por seus diversos custos de produção, e não apenas dos gastos com o pagamento de salários aos trabalhadores que produzem aquele bem.
Portanto, o valor de uma mercadoria, depende da quantidade relativa de trabalho necessário para sua produção, e não da maior ou menor remuneração que é paga por esse trabalho (RICARDO, 1996, p. 22).
Teoria das vantagens comparativas
A teoria das vantagens comparativas de Ricardo é uma evolução de outra teoria, a das vantagens absolutas, de Adam Smith.
No entanto visando com o objetivo de estender a possibilidade de ganhos de comércio para países que não possuem vantagens absolutas em relação a outros Ricardo aprimorou tal teoria.
Na teoria a Lei da vantagem comparativa, Ricardo propôs o seguinte:
Cada país deve se especializar na produção do bem em que é relativamente
mais eficiente, ou seja, deve se especializar na produção do bem em que consiga obter um custo de oportunidade menor, e exporta-la.
Por outro lado, esse mesmo país deve importar as mercadorias cuja produção implica em um custo de oportunidade maior.
Assim, a especialização dos países na produção de bens distintos (em que eles têm vantagens comparativas) é a base do processo de troca entre as nações.
Para finalizar ressaltamos que no longo prazo, segundo Brue (2013), a economia clássica atendeu a sociedade inteira em
função de que suas teorias geravam o acúmulo de capital, o crescimento econômico e estimulavam a indústria, o comércio e o lucro.