Nesse texto sobre a tese de que o filme homens de preto 3 é bem-sucedido há um argumento em

Men in Black III, Estados Unidos, 2012. Direção: Barry Sonnenfeld. Roteiro: Etan Cohen baseado nos quadrinhos de Lowell Cunningham. Elenco: Will Smith, Tommy Lee Jones, Josh Brolin, Jermaine Clement, Emma Thompson, Michael Stuhlbarg, Mike Colter, Michael Chermus, Alice Eve e Bill Hader. Duração: 103 minutos.

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Eis uma aposta arriscada: reconvocar os Homens de Preto, quase uma década depois da decepcionante continuação que afundou a franquia, para com um dos orçamentos mais inflados da história do cinema (de 215 a 300 milhões de dólares incluídos os valores de publicidade), recuperar o charme excêntrico e empolgante do original de 97. Passaram-se 15 anos deste, e Will Smith e Tommy Lee Jones retornam como os agentes J e K para um público novo e jovem, pouco familiarizado com as aventuras da agência secreta que monitora a atividade extraterrestre na Terra, e mais interessado nas várias adaptações de super-heróis nas telas. Pensando friamente, é um prognóstico desanimador, mas MIB³ – Homens de Preto 3 é um exemplar bem-sucedido da retomada da inventividade e da satisfatória dinâmica dos protagonistas, as qualidades que conquistaram o público (e a mim) muitos anos atrás.

Escrito por Etan Cohen (não confundir com um dos irmãos Coen), a narrativa tem início com a fuga do asqueroso Boris (Clement) de um presídio de segurança máxima na Lua, para se vingar de K (Jones) que, há 40 anos, evitou a invasão alienígena boglodita e o enviou a prisão, arrancando o seu braço no processo. Introduzindo o conceito de viagem no tempo na série, Boris volta ao passado para matar K e alterar o curso da história; mas J (Smith), misteriosamente o único a pressentir as mudanças, retorna a 1969 para salvar o seu parceiro e a Terra, aliando-se à versão jovem de K (Brolin). A contextualização histórica não foi em vão, e nesse ano a humanidade pisou na lua pela primeira vez e o rock conheceu o seu palco mais famoso em Woodstock, permitindo ainda o design de alienígenas retrô inspirados em icônicos seriados como Perdidos no Espaço e Jornada nas Estrelas.

Apesar do longo hiato, a narrativa mantém intactos os melhores elementos do original, como a postura carrancuda de K, insensivelmente divertida no discurso de morte de Zed, e a boa química entre a dupla de agentes. Reproduzindo criativamente um salto no tempo, embora os efeitos especiais deixem a desejar, o filme acerta no casting do interessante Josh Brolin, que reproduz fielmente a entonação da voz texana de Tommy Lee Jones e os maneirismos de sua atuação, como o desanimado e cansado dar de ombros antecedido de uma instante de silêncio. Brolin, assim, facilmente rouba para si o filme de Will Smith que é eclipsado inclusive pelo archaniano Griffin (Stuhlbarg), um extraterrestre ingenuamente doce e bondoso cuja habilidade de enxergar simultaneamente múltiplas dimensões o transforma no melhor personagem da série.

Com boas gags – uma criança confunde J com um importante personagem mundial -, os monitores da Agência também divertem ao revelar famosos alienígenas, como os esquisitos Tim Burton e Lady Gaga. Já o design de produção permanece limpo e eficiente, seja nas diversificadas raças alienígenas quanto na ilustração das personalidades de J e K a partir de um breve olhar em seus apartamentos. E, se alguns sentirão a falta do pug falante Frank, recordado ao menos duas vezes, o filme é saudoso ao homenagear a sequência final do original de 97.

No entanto, é impossível ignorar os enormes e grosseiros furos narrativos causados por um roteirista claramente incapaz de lidar com o conceito de viagem no tempo. Sem entregar spoilers, apenas J estar na Agência e se recordar de K revela um paradoxo sem solução, pois este supostamente morreu em 69 e não poderia tê-lo recrutado, e culpar fratura temporal e achocolatado (!) é desculpa de roteirista preguiçoso. A própria invasão que ocorre nos dias atuais é inexplicável já que os bogloditas o fariam no passado e não no presente, quando a raça estaria extinta. Incapaz de respeitar a cronologia da série, basta remexer as memórias para ver que algumas coisas não fazem mais sentido, a narrativa sequer compreende as inusitadas regras, quebrando-as inocentemente, como no sacrifício de um personagem ao final.

Entretanto, a direção de Barry Sonnenfeld é suficientemente ágil para que não pensemos (muito) nos tropeços narrativos. Dosando o humor, ação e drama adequadamente, apesar de tropeçar na desnecessária sequência em um boliche (novamente, com efeitos especiais discutíveis), o cineasta desenvolveu uma aventura descompromissada, que longe da originalidade de outrora, retorna a discutir a importância das pequenas coisas no curso da história – desta vez, a rede Arc que protegeria a Terra dos bogloditas.

Embora improvável que a aposta dos produtores tenha resultados além do morno, Homens de Preto 3 é bom o bastante para “neuralizar” o desastre do último episódio e manter uma lembrança agradável de J, K e esta inusitada Agência secreta.

P.S.: o 3D do filme é convertido, portanto, economize seu dinheiro e veja na sessão convencional!

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