Meu filho prende as fezes o que fazer

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Meu filho prende as fezes o que fazer

POR QUE AS CRIANÇAS FICAM COM INTESTINO PRESO?

Há vários motivos. Em cerca de 60% dos casos, existe histórico familiar de prisão de ventre ou outros distúrbios gastrointestinais. O papel da alimentação também é determinante, como uma dieta pobre em fibras e pouca ingestão de líquidos. Entre os recém-nascidos em aleitamento exclusivo, pode ocorrer a chamada pseudoconstipação, condição funcional em que chegam a ficar até uma semana sem fazer cocô, mas mamam bem, não sentem incômodo abdominal e, ao defecarem, suas fezes são amolecidas, conforme o esperado. Já na fase escolar, o problema pode decorrer de uma retenção voluntária das fezes, por conta de regras rígidas, protesto contra um desfralde forçado ou, simplesmente, para chamar a atenção, como diante do nascimento de um irmão.

O QUE ESSE COMPORTAMENTO VOLUNTÁRIO PODE PROVOCAR?

Para segurar o cocô, as crianças contraem as nádegas, fecham as pernas, escondem-se em cantos da casa ou apoiam-se em móveis. Eventualmente, o reto se acomoda e o desejo de defecar passa. O comportamento dá início a um ciclo vicioso, no qual quantidades cada vez maiores de fezes são retidas no reto. Aí, a evacuação seguinte causa desconforto ou dor, reforçando a atitude de retenção. Aos poucos, o conteúdo acumulado agride a mucosa que, em resposta, produz um liquido ao redor das fezes, configurando o chamado escape fecal ou soiling. Aí vêm as manchas na roupa, o mau cheiro, o constrangimento e o bullying na escola, além de agravar a própria prisão de ventre.

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O REFLEXO DE EVACUAR DEPENDE DE QUAIS MECANISMOS?

O intestino grosso libera as fezes para o reto – em geral, após as refeições. Essa estrutura, por sua vez, distende-se, promovendo o relaxamento de um músculo – o esfíncter anal interno. Então, pequenas quantidades de excremento entram no canal do ânus. A mucosa detecta a presença desse conteúdo, desencadeando a vontade de evacuar. Aí, a criança faz um esforço, aumentando a pressão intra-abdominal, o que permite a eliminação do cocô.

COMO MELHORAR O TRÂNSITO INTESTINAL?

A primeira providência é rever a alimentação. Aumente a oferta de líquidos, principalmente água, e de fibras, como as provenientes de verduras, cereais integrais e frutas, a exemplo do mamão, da laranja, do abacate e da ameixa. Evite a banana e a maçã, que costumam prender o intestino. A atividade física também contribui muito com o funcionamento intestinal, pois a movimentação da musculatura abdominal comprime o órgão e facilita a excreção. Supositórios e laxantes só devem ser utilizados esporadicamente e com orientação médica – nunca por conta própria, porque há risco de erro na dose do remédio e na manipulação do ânus, ocasionando traumas. Acelerar o desfralde é outra péssima ideia, pois só irá causar uma pressão nociva e desnecessária. Espere seu filho dar sinais de que está preparado, como mostrar a fralda ao fazer cocô e se retirar para um local mais isolado, no momento de fazer força.

QUANDO OS PAIS DEVEM SE PREOCUPAR COM O INTESTINO PRESO?

É prudente consultar o pediatra sempre que houver mudanças no padrão de evacuação ou se as fezes estiverem muito ressecadas, exigindo grande esforço para eliminá-las. Mais do que dois ou três dias de intervalo também merecem uma conversa com o médico, só para tirar a dúvida. Ou então, se o filho demonstrar dor ou incômodo, gases em excesso, sangramento ou comportamento de retenção. Tenha em mente que as fezes devem ser pastosas, de modo que não sejam capazes de entupir o vaso e que possam ser expelidas sem grandes dificuldades.

QUE PADRÃO DE EVACUAÇÃO É CONSIDERADO ADEQUADO EM CADA FASE?

A primeira, cujo conteúdo é conhecido como mecônio, costuma ocorrer nas primeiras 48 horas de vida e pode atrasar um pouco em prematuros. Lactentes amamentados exclusivamente podem evacuar de uma vez na semana até dez vezes ao dia. A partir de 1 ano, a frequência deve ser de, pelo menos, três vezes por semana.

QUAIS COSTUMAM SER AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA CONSTIPAÇÃO NÃO TRATADA?

As mais comuns são desconforto e distensão abdominais, com formação de gases. Em situações mais graves, pode ocorrer vômito e a formação de pequenos bolos de fezes, chamados de fecalomas, que não podem ser expulsos e requerem lavagem intestinal. Mas isso só acontece em casos extremos, quando a constipação já se tornou crônica e a criança chega a ficar 15 dias sem evacuar. Hemorroidas e fissuras anais, dificuldades alimentares, problemas psicológicos e comprometimento no desempenho escolar são outros problemas observados, além de infecções urinárias, já que o reto fica próximo à bexiga, podendo comprimi-la, o que predispõe a essas alterações.

QUANDO HÁ MOTIVO PARA DESCONFIAR QUE A CONSTIPAÇÃO É PROVOCADA POR DOENÇA?

Mais do que 90% dos casos são de origem funcional, ou seja, sem nenhum gatilho orgânico. No entanto, se a eliminação do mecônio demorar mais de 48 horas no recém-nascido, é necessário investigar eventuais malformações. Nas demais crianças, são motivos de atenção o ganho de peso inadequado, distenção abdominal, vermelhidão ou fissuras anais, resposta inadequada ao tratamento com laxantes e presença de sangue nas fezes. Esses sintomas podem dar pistas da ocorrência de doenças como a celíaca e as de tireoide.

O que fazer quando a criança se prende para não fazer cocô?

Estimule o consumo de frutas, água, sucos, fibras, vegetais e cereais integrais, pois podem ajudar a regularizar o intestino da criança. Por outro lado, deve-se evitar alimentos causadores de constipação como leite, queijo, massas, batata, farinhas e banana-maçã.

O que acontece quando a criança prende o cocô?

O problema é que ao segurar as fezes, a constipação piora. Como resultado, a criança começa ter desconforto e em alguns casos até distensão abdominal.

O que fazer quando as fezes estão duras e não saem?

O que fazer quando as fezes estão duras e não saem? O tratamento ideal para quando o cocô fica preso é indicado pelo médico coloproctologista. Em alguns casos, é necessário usar laxantes ou supositórios. Em situações extremas, pode ser necessário fazer lavagem intestinal ou a remoção manual das fezes!

Por que a criança Segura o cocô?

A criança e sua relação com o corpo Ou seja, a capacidade de “prender” ou “liberar” o cocô é algo que dá prazer corporal à criança. Além disso, muitas crianças retém as fezes, pois também sentem prazer na reação de atenção que recebem com a preocupação dos adultos.