Explique o que aconteceu com o milho com o passar do tempo e por que isso aconteceu

No século XVIII, a ascensão da atividade mineradora e forte concorrência no mercado internacional determinaram uma crise geral da economia agrícola na América Portuguesa. Um dos mais expressivos exemplos dessa situação vivida se dava com o açúcar, que despencou com a concorrência imposta pelo açúcar antilhano, de maior qualidade e menor valor, que passou a ser produzido pela Holanda logo após terem sido expulsos do espaço colonial nordestino.

Ao ultrapassarmos a primeira metade dos anos de 1700, observamos que essa situação se modificou a partir do esgotamento das regiões mineradoras e a diversificação das atividades agropecuárias no interior da colônia. Paralelamente, devemos também salientar que a elevação da população europeia e o desenvolvimento da chamada Revolução Industrial foram fatores de ordem externa que contribuíram no desenrolar do chamado “renascimento agrícola”.

Na região norte do Brasil, as plantações de algodão cresceram em atendimento à demanda das indústrias têxteis do Velho Mundo e a própria substituição do linho pelo algodão na preparação de roupas. No Maranhão, a presença da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e do Maranhão foi de grande estímulo para que as plantações se espalhassem e logo atingissem outros territórios situados no Pará, no Paraná e em Goiás.

Já o açúcar brasileiro, veio se recuperando a partir do momento em que várias insurreições de escravos desestabilizaram a produção antilhana. Antigos focos de produção, como a Bahia e o Pernambuco, recuperaram-se graças a essa nova situação no mercado internacional. Ao mesmo tempo, terras localizadas na capitania de São Paulo também aproveitaram desse mesmo impulso e logo se tornaram o mais importante espaço açucareiro no Brasil.

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Outros produtos também aproveitaram desse mesmo momento, mas não tiveram a mesma relevância com o passar do tempo. Plantações de arroz apareceram no Maranhão e o anil despontou no Rio de Janeiro, sendo depois substituído pela concorrência indiana. Em Minas Gerais, a pecuária, a produção de leite e as plantações de milho revelaram que a queda da mineração não impôs uma crise econômica irreversível nas regiões do interior do território.

Acontecendo entre as décadas de 1780 e 1830, o renascimento agrícola acabou sendo interrompido por uma série de fatores de ordem estrutural e técnica. O emprego das queimadas para a limpeza do solo, o abandono das terras mais desgastadas, a formação de monoculturas e o afastamento entre a pecuária e agricultura são alguns dos fatores que explicam as limitações que marcam tal período de nossa história econômica.

Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Brasil Escola

Brasil Colônia - História do Brasil - Brasil Escola

A Revolução Verde consistiu na modernização da agricultura em escala global, efetivada por meio da incorporação de inovações tecnológicas na produção. Teve como base as sementes geneticamente modificadas, os maquinários agrícolas e os insumos químicos, como fertilizantes e agrotóxicos. No Brasil, a incorporação técnica foi feita por meio de incentivos governamentais concomitantemente à expansão das fronteiras agrícolas para as regiões de Cerrado.

O propósito da Revolução Verde era, inicialmente, o aumento da produção de alimentos em escala mundial como forma de garantia de segurança alimentar. Embora tenha se registrado ganhos produtivos em diversos países, a Revolução Verde trouxe consigo consequências para os pequenos produtores, para o ordenamento do território e para o meio ambiente.

Leia também: Quais são os tipos de agricultura?

O que é Revolução Verde?

A expressão “Revolução Verde” é empregada para designar o processo de transformação na agricultura em escala global que se deu por meio do desenvolvimento e incorporação de novos meios tecnológicos na produção. Esse fenômeno teve início na segunda metade do século XX, entre as décadas de 1960 e 1970. Pode ser chamada também de Paradigma da Revolução Verde, por ter representado uma mudança profunda na forma de produzir-se no campo e no aparato técnico utilizado para o desenvolvimento da produção agropecuária.

As inovações tecnológicas adotadas inicialmente em países como México e Estados Unidos, e que tão logo se propagaram para o restante da América Latina e para a Ásia, iam desde as etapas iniciais de preparo e seleção até a outra extremidade da cadeia produtiva, no processo de colheita.

Características da Revolução Verde

A modernização da agricultura que aconteceu em meados do século XX teve como principal característica a adoção de tecnologias modernas na produção e na criação de animais.

As novas técnicas que se desenvolveram a partir da década de 1940 foram baseadas em extensas pesquisas científicas que, com o passar do tempo, ampliaram-se e deram origem a uma série de inovações que passaram a ser empregadas no campo. Essas pesquisas foram realizadas pelo financiamento oriundo de indivíduos e entidades privadas, e também por meio do Estado via agências estatais de pesquisa, como aconteceu no Brasil.

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O arcabouço tecnológico da Revolução Verde contemplou:

  • Melhoramento genético de espécies vegetais (como o trigo e o arroz) e desenvolvimento de híbridos, proporcionando a sua adaptabilidade a condições climáticas e de solo variadas bem como um aumento na produtividade;

  • Maquinários como tratores, utilizados em várias etapas da produção agrícola, semeadeiras e colheitadeiras;

  • Adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas ou agrotóxicos empregados no preparo do solo, na correção dos índices de acidez, no controle de doenças e pragas que podem acometer as lavouras, entre outros;

  • Modernização dos sistemas de irrigação.

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A mecanização foi um dos pilares da Revolução Verde.

Levando esses fatores em consideração, tem-se que a Revolução Verde fez surgir uma agricultura intensiva tanto em tecnologias quanto em capitais.

O capital entrou na forma de investimentos em pesquisas, nos incentivos fiscais para a aquisição de pacotes tecnológicos e na adoção propriamente dita de insumos; apresentou-se, ainda, por meio da expansão do agronegócio e da difusão das grandes empresas do setor por diversas partes do globo. Por fim, atribui-se à Revolução Verde o crescimento do número de monoculturas nos campos, o que se deveu a um intenso processo de especialização produtiva.

Veja também: Latifúndios – grandes propriedades rurais geralmente monocultoras

Origem da Revolução Verde

A Revolução Verde teve início na segunda metade do século XX, entre as décadas de 1960 e 1970, quando houve maior difusão das inovações tecnológicas no meio agrícola. Entretanto, os passos iniciais para essa mudança de paradigma e as suas principais motivações já se encontravam no período precedente.

O contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) colocou em questão a necessidade de garantia da segurança alimentar em ampla escala. Para que esse objetivo fosse possível, era imprescindível a maior oferta de alimentos com base em um ganho de produtividade na agricultura. Esse foi um dos motivadores do processo de inovação tecnológica no campo, embora não tenha sido o único.

Os maiores financiadores de pesquisas nesse período foram grupos privados, entre eles a Fundação Rockfeller, que investiu em estudos voltados ao melhoramento genético de cultivos como o trigo e o milho. Liderando as pesquisas estava Norman Borlaug, que dirigiu o Programa de Produção Cooperativa de Trigo no México, na década de 1940, uma parceria entre o governo mexicano e o grupo mencionado.

Em conjunto com pesquisadores locais, Borlaug desenvolveu uma espécie de trigo resistente a doenças e de elevada produtividade. Tais resultados, que ajudaram no aumento da produção de cereais no México, renderam-lhe o Prêmio Nobel da Paz em 1970, sendo considerado atualmente o principal nome da Revolução Verde.

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As pesquisas com o trigo foram pioneiras na Revolução Verde, surtindo resultados promissores no México.

Vantagens e desvantagens da Revolução Verde

O advento das novas técnicas produtivas na agropecuária trouxe aspectos positivos e negativos a diversas áreas, como econômica, social e ambiental.

A principal vantagem trazida pela Revolução Verde foi o ganho de eficácia na produção agrícola, que suscitou o aumento de produtividade em diversas lavouras, com destaque para os cereais e para os grãos, como a soja e o milho.

Por intermédio do melhoramento genético e do desenvolvimento de fertilizantes e técnicas de preparo do solo, foi possível adaptar os cultivos a condições climáticas e solos diversos, como o caso da soja nos Cerrados. Somou-se a isso o avanço nas pesquisas e no incremento tecnológico proporcionado pelos trabalhos derivados da Revolução Verde.

Entre as desvantagens desse processo, houve a expulsão de pequenos proprietários e trabalhadores rurais do campo. Isso se deu, em primeiro lugar, pelo aumento dos custos relativos para a produção devido à concorrência com grandes proprietários e grandes empresas. As novas técnicas incorporadas ao campo exigiram, ademais, maior qualificação profissional, o que acabou por colocar muitos trabalhadores menos qualificados em situação de desemprego.

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O emprego de agrotóxicos na lavoura é prejudicial tanto à saúde humana quanto ao meio ambiente.

Os insumos utilizados no preparo do solo e manutenção das culturas, como fertilizantes e agrotóxicos, podem ser extremamente prejudiciais à saúde humana. Em se tratando do meio ambiente, o emprego desses elementos ocasiona a poluição dos solos e de corpos hídricos.

Ademais, a intensificação do uso do solo e o modelo monocultor podem levar ao esgotamento de nutrientes e danos à sua estrutura.

Acesse também: 8 técnicas para melhorar o solo

Revolução Verde no Brasil

A incorporação dos elementos técnicos e dos processos produtivos derivados da Revolução Verde aconteceu no Brasil também na década de 1960, durante o período da Ditadura Militar. Inicialmente, os planos e programas de ação elaborados entre 1964 e 1970 previam a modernização técnica da produção agrícola, o aumento da produção de alimentos, o abastecimento do mercado interno com matérias-primas, e melhorias no setor de exportação.

A partir de 1970, estabeleceram-se três Planos Nacionais de Desenvolvimento, que consolidaram a Revolução Verde nos campos brasileiros e determinaram o avanço das fronteiras agrícolas para as áreas de Cerrado. A modernização técnica da produção agropecuária brasileira fez-se por meio de incentivos fiscais e subsídios provenientes dos Estados e destinados aos produtores. Com isso, houve um aumento na produção, em especial de commodities agrícolas, e ampliação das exportações.

No setor de pesquisa atrelada às culturas, à produção e ao desenvolvimento agrícola, destacou-se a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1973.

Consequências da Revolução Verde

A Revolução Verde ocasionou profunda reestruturação produtiva no campo, o que se observou com maior intensidade nos países em desenvolvimento. Algumas de suas consequências foram:

  • Especialização produtiva;

  • Êxodo rural devido ao aumento dos custos de produção, que oneraram principalmente os pequenos produtores, os quais acabaram por arrendar ou vender as suas terras para grandes produtores ou grandes empresas do agronegócio. A concentração de terras foi uma das consequências diretas;

  • Aumento do desemprego no campo, ocasionado pela mecanização das etapas produtivas e modernização técnica, exigindo-se maior qualificação profissional;

  • Problemas de saúde derivados da aplicação de agrotóxicos e defensivos agrícolas;

  • Poluição do solo e das águas pela intensificação do uso de agrotóxicos;

  • Compactação e esgotamento de nutrientes dos solos.

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (Fuvest 2018)

As primeiras práticas de agricultura datam de, aproximadamente, 10.000 anos. Neste período, ocorreram inúmeras transformações na sua base técnica, mas é, no decorrer da segunda metade do século XX, que a revolução agrícola contemporânea, fundada na elevada motorização-mecanização, na seleção de variedades de plantas e de raças de animais e na ampla utilização de corretores de pH dos solos, de fertilizantes, de ração animal e de insumos químicos para as plantas e para os animais domésticos, progrediu vigorosamente nos países desenvolvidos e em alguns setores limitados dos países subdesenvolvidos.

Marcel Mazoyer & Laurence Roudart. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea, São Paulo: Unesp; Brasília: NEAD, 2010. Adaptado.

As transformações ocorridas na agricultura após meados do século XX foram reconhecidas como Revolução Verde, sobre a qual se pode afirmar:

A) Sua concepção foi desenvolvida no Japão e nos Tigres Asiáticos após a II Guerra Mundial.

B) Contribuiu para a ampliação da diversificação das espécies e do controle das sementes pelos pequenos agricultores.

C) Seus parâmetros produtivos estavam fundados, desde sua origem, em preservar e proteger a biodiversidade nas áreas de cultivo.

D) Com sua expansão, na África e no sudeste Asiático, as populações rurais puderam alcançar padrões de consumo semelhantes aos das grandes metrópoles.

E) Foi baseada na inovação científica e está atrelada à grande produção de grãos em extensas áreas de monocultura.

Resolução

Alternativa E. A Revolução Verde teve como principal base a cientificização da agricultura, que se pautou no desenvolvimento de cultivos alimentares, como os grãos e cereais. Sua produção deu-se na forma de monocultivos, desenvolvidos em grandes propriedades de terra.

Questão 2 – (Unicamp 2018) Assinale a alternativa correta sobre a presença de agrotóxicos e de sementes transgênicas na agricultura brasileira.

A) O uso de agrotóxicos e sementes transgênicas associa-se à busca de maior produtividade, sobretudo em áreas de fronteira agrícola.

B) As sementes transgênicas e o uso de agrotóxicos adequados ampliaram o interesse de países da União Europeia pelos produtos agrícolas brasileiros.

C) O uso de agrotóxicos no Brasil reduziu a necessidade de aproveitamento das sementes transgênicas nos cultivos agrícolas de grãos no país.

D) Por ser signatário de acordos internacionais, o Brasil reduziu o uso de agrotóxicos e sementes transgênicas em áreas próximas a mananciais.

Resolução

Alternativa A. Inicialmente o propósito das inovações tecnológicas derivadas da Revolução Verde era o de ampliar a produtividade agrícola, voltando-se aos cultivos alimentares. No Brasil, o emprego dessas técnicas, como os agrotóxicos e a adoção de sementes geneticamente modificadas, deu-se principalmente nas áreas de fronteira agrícola.

O que aconteceu com o milho com o passar do tempo é porque isso aconteceu?

isso porque a planta do milho sofreu modificações graduais ao longo do tempo, e essas modificações são decorrentes da seleção artificial das espigas pelos seres humanos. A planta produzia espigas pequenas e com poucos grãos, bem diferente das espigas que conhecemos hoje.

O que é necessário para que o milho se transforma em pipoca?

Importante ressaltar que isso ocorre porque o milho possui água na sua composição, que evapora a medida que esquenta e, ao evaporar, causa a “explosão”, transformando o amido que está dentro do grão em um “floquinho” branco. Dessa forma, se transforma em pipoca.

Quantos grãos de milho tem uma espiga de milho?

Medidas Padrão. Uma espiga de milho típica tem de 500 a 800 grãos, com base no ambiente favorável e nas práticas de produção. O peso médio do grão em 15,5% de umidade é aproximadamente 350 mg, com uma variação de 200 a 430 mg. Um saco comercial de milho em torno de 25,0 kg e contém aproximadamente 60.000 sementes.

Como secar o milho na espiga?

Para se realizar a secagem, pode-se utilizar o ar na temperatura ambiente ou aquecido. O ar na temperatura ambiente é menos eficiente, por isso a grande parte dos secadores hoje em dia utilizam o ar quente.