Em 26 de maio de 1948, o regime do apartheid (“separação”, em africâner) triunfava na África do Sul com a vitória do pastor protestante Daniel François Malan, do Partido Nacional, nas eleições parlamentares. Malan, então primeiro-ministro, cumpriu o que prometeu durante sua campanha: aprofundar a legislação de segregação racial introduzindo o apartheid como política oficial. Show
Importante lembrar que a segregação racial na África do Sul já existia antes da implantação do regime do apartheid quando o país tinha uma legislação segregacionista que favorecia a minoria branca:
A partir de 1948, com a vitória do Partido Nacional, a legislação segregacionista foi se estendendo cada vez mais, cobrindo e regulando todas as áreas e atividades da sociedade. Configurou-se, então, o regime do apartheid no âmbito constitucional. A legislação segregacionista do apartheidO país foi dividido em quatro “nações raciais”: branca, banto (negra), mestiça (“coloridos”) e indiana. Os brancos abrangiam todos os falantes de inglês ou africânder; a população negra foi dividida em dez grupos linguísticos. A Lei de Proibição dos Casamentos Mistos (Prohibition of Mixed Marriages Act) , de 1948, tornou ilegal o casamento entre pessoas de raças diferentes. No ano seguinte, a Lei da Imoralidade tornou crime relações sexuais entre pessoas de raças diferentes. A Lei de Registro Populacional (Population Registration Act), de 1950, formalizou a divisão racial através da introdução de um cartão de identidade para todas as pessoas com idade superior a 18 anos, especificando a qual grupo racial cada uma delas pertencia. Equipes oficiais ou conselhos foram criados para determinar a raça de indivíduos cuja etnia não era claramente identificada. Tais casos trouxeram complicações, especialmente para os mestiços, que em alguns casos tiveram membros de suas famílias separados em raças distintas. A Lei de Áreas de Agrupamento, de 1950, determinou onde cada um deveria viver de acordo com sua raça. A cada raça foi atribuída uma área específica, o que foi mais tarde utilizado como base para remoções forçadas. Os negros foram mandados para subúrbios distantes da capital Joannesburgo. O principal era Soweto, com 1 milhão de habitantes. A Lei de Reserva dos Benefícios Sociais, de 1953, determinou que locais públicos seriam reservados para determinada raça, criando, entre outras coisas, praias, ônibus, hospitais, escolas e universidades para brancos e não branco. Placas com os dizeres “apenas para brancos” tiveram seu uso difundido em locais públicos, incluindo até mesmo bancos de praças. Sob a mesma legislação, o governo se isentava da responsabilidade de oferecer serviços públicos da mesma qualidade para todos os cidadãos. Aos negros eram fornecidos serviços de qualidade muito inferior àqueles prestados aos brancos – e, em menor medida, àqueles prestados aos indianos e mestiços. Em 1956, a discriminação racial no local de trabalho foi formalizada. A Lei de Educação Banto, de 1953, criou um sistema educacional separado para os estudantes negros, projetado para preparar os jovens negros para passarem o resto da vida como trabalhadores braçais. Em 1959, foram criadas universidades específicas para negros, mestiços e indianos. As universidades já existentes foram proibidas de matricularem novos alunos negros. Outras proibições aos negrosEstavam excluídos do governo nacional e não podiam votar, exceto em eleições para instituições segregadas que não tinham qualquer poder. Eram proibidos de exercer diversos empregos, sendo-lhes também vetado empregar brancos. Não podiam manter negócios ou práticas profissionais em quaisquer áreas designadas somente para brancos. Os negros, sendo um contingente de 70% da população, foram excluídos de tudo, menos uma pequena proporção do país, a não ser que eles tivessem um passe, o que era impossível, para a maioria, conseguir. Eram proibidos de se filiarem a sindicatos (até 1980). Greves eram banidas e severamente reprimidas. Negros pagavam impostos mesmo sobre uma renda baixa enquanto que o limite de isenção fiscal dos brancos era muito mais alto. Humilhação e submissãoO apartheid perverteu a cultura Sul-Africana, assim como as suas leis. Um branco que entrasse em uma loja seria atendido primeiro, à frente de negros que já estavam na fila, independente da idade ou qualquer outro fator. Até os anos 1980, o negro deveria descer da calçada para dar passagem a qualquer pedestre branco. Um menino branco era chamado de klein baas (“pequeno patrão”) por um negro, sem que este demonstrasse qualquer tipo de desaprovação. Resistência da população negraA resistência da população negra teve como principal porta-voz o Congresso Nacional Africano (CNA), fundado em 1912. Era uma organização política de representação dos negros e de combate ao apartheid. O CNA adotava uma estratégia de resistência não violenta e de diálogo. Em 1955, a organização publicou a Carta da Liberdade, um documento que pedia o fim do regime racista e defendia a distribuição da riqueza no país. O apartheid vigorou até 1994 sendo adotado pelos sucessivos governos do Partido Nacional. Durante quase meio século, os direitos da maioria dos sul-africanos foram cerceados pela minoria branca no poder. Fonte
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Abertura
Em qual país da África foi implantado o apartheid Brainly?O Apartheid foi um regime de profunda e violenta segregação racial mantido na África do Sul de 1948 a 1994. Esse sistema foi condenado internacionalmente. O Apartheid foi um regime político que ocorreu entre 1948 e 1994 na África do Sul.
Qual foi o país que colonizou a África do Sul?Tecnicamente, o período colonial na África do Sul acabou em 1910, quando os ingleses fundaram a União da África do Sul. Diz-se “tecnicamente” porque o território continuou sob o domínio do Império Britânico.
Em que ano se iniciou o apartheid e quais as reações da população local?Apartheid [apartáid] (pronúncia em africâner: [aˈpartɦɛit], significando "separação") foi um regime de segregação racial implementado na África do Sul em 1948 pelo pastor protestante Daniel François Malan — então primeiro-ministro —, e adotado até 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional, no qual os direitos ...
O que é o regime segregacionista?Que ou quem defende ou aplica tratamento desigual ou injusto com base em preconceitos étnicos ou raciais.
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