De acordo com o texto porque o petróleo vem sendo mais usado do que os demais combustíveis

O Petróleo é a mais importante fonte de energia da atualidade, pois é através dele que se possibilita a realização de inúmeras atividades. Ele é utilizado principalmente na forma de combustíveis automotivos, como a gasolina e o óleo diesel, e também sendo queimado no funcionamento das usinas termoelétricas. Além disso, ele é uma importante matéria-prima utilizada na fabricação de plásticos, tintas, borrachas sintéticas e alguns outros produtos.

Trata-se de uma substância oleosa, altamente inflamável e de coloração negra ou castanho escura, de origem fóssil e não renovável, ou seja, ele poderá deixar de existir com o passar dos anos. Quimicamente falando, trata-se de um hidrocarboneto, pois é constituído por átomos de hidrogênio e carbono.

Esse combustível é encontrado em zonas de bacias sedimentares, em camadas muito abaixo da superfície, geralmente em regiões oceânicas. Para extraí-lo, constroem-se plataformas petrolíferas que têm a missão de perfurar o solo e encontrar abaixo dos mares essa importante substância. A profundidade em que ele se encontra varia muito, em alguns casos ele se localiza imediatamente abaixo dos solos, o que facilita a sua extração, em outros casos ele é encontrado em profundidades mais elevadas, a exemplo do petróleo brasileiro.

De acordo com o texto porque o petróleo vem sendo mais usado do que os demais combustíveis

Plataforma petrolífera em alto-mar

Apesar de seu consumo ter diminuído ao longo dos últimos anos, o petróleo ainda é considerado o recurso básico da sociedade industrial contemporânea. É responsável por cerca de 35% do total de consumo de energia no mundo, o que lhe garante a liderança em relação a outras fontes de energia.

Por conta de sua importância vital para o abastecimento de energia que garante o funcionamento das sociedades, o petróleo é considerado um recurso natural extramente estratégico. Isso significa que aqueles que o possuem, além de uma fonte de renda, adquirem também um certo domínio de poder, pois muitas nações do mundo desejarão adquirir esse recurso para abastecimento interno.

Atualmente, as maiores reservas petrolíferas no mundo – cerca de 60% - encontram-se no Oriente Médio, uma região localizada no continente asiático, bem próxima à Europa e ao norte da África. Por conta disso, inúmeros desentendimentos geopolíticos ocorreram e ainda ocorrem nessa região, a maioria deles envolvendo ou tendo a participação dos Estados Unidos da América (EUA), que são bastante dependentes do petróleo para se desenvolverem.

Os EUA estão entre os maiores produtores de petróleo, mas são também aqueles que mais consomem, de modo que sua produção interna não é capaz de dar conta de todo o seu consumo, o que o faz intervir politicamente em outras regiões a fim de conseguir melhores acordos comerciais para garantir a compra com preços menos elevados.

O Brasil também está entre os grandes produtores de petróleo do mundo, porém a sua produção ainda não lhe garante o grau de exportador, uma vez que o consumo interno desse elemento também é elevado. No entanto, isso poderá mudar nos próximos anos com as descobertas da região do Pré-Sal, no litoral do país, o que irá nos garantir uma boa renda com a exportação.

De todo modo, estimativas apontam que o petróleo no mundo deve acabar em um futuro próximo, em cerca de 40 ou 50 anos, desde que mantidos os atuais padrões de consumo. Por esse motivo, vários países – incluindo o Brasil – estão investindo em novas tecnologias para a produção de outros combustíveis, de preferência aqueles que poluem menos que o petróleo.


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia
 

O preço do barril de petróleo fechou aos US$ 110 nesta quinta-feira (3) no mercado britânico, depois de chegar a encostar nos US$ 120 durante a sessão. O patamar atual não era registrado desde 2014 e foi retomado a partir da invasão russa à Ucrânia.

A escalada do preço ocorre conforme crescem as preocupações de que as sanções, tendo a Rússia como alvo, prejudiquem o fornecimento de energia para o restante do mundo.

Não por acaso, o recorde anterior, em 2014, ocorreu durante um episódio geopolítico envolvendo o país eslavo. Foi o ano da anexação da Crimeia, uma península da Ucrânia por parte da Rússia. O movimento do presidente russo, Vladimir Putin, fez com que o valor do barril alcançasse o pico no dia 30 de outubro, quando foi cotado em US$ 87, equivalente a US$ 112 com a correção dos valores atuais, segundo o especialista da Valor Investimentos, Davi Lelis.

No contexto atual, mesmo antes da invasão da Ucrânia, a oferta mundial de petróleo já não conseguia acompanhar a demanda na retomada da atividade econômica, à medida que as medidas restritivas contra a Covid-19 eram flexibilizadas.

A preocupação com os preços da commodity se intensifica dada a importância da produção russa. Nesse sentido, alguns aspectos podem explicar melhor os motivos pelos quais uma guerra envolvendo o país geraram o aumento no preço da commodity.

Por que uma guerra causa o aumento de preços?

Conflitos envolvendo nações com importância no mercado mundial de petróleo, como é o caso da Rússia e, sendo ela o alvo de grandes sanções, geram apreensão. Isso ocorre uma vez que Putin pode retalhar o Ocidente ao cortar ou diminuir a oferta do combustível.

Sendo o petróleo uma commodity, o preço está atrelado às leis globais de oferta e demanda. Dessa maneira, ações que prejudiquem a oferta enquanto existe uma forte demanda ou, até mesmo, a própria demanda cotidiana, podem fazer com que os preços aumentem.

Especialistas no mercado de petróleo apontam que as sanções anunciadas contra a Rússia criaram uma aversão que afetou a logística e a compra do petróleo do país. Dessa forma, as refinarias se recusam a comprar o produto, enquanto os bancos se recusam a financiar embarques de commodities. O risco de ataques a embarcações e tripulações que navegam pelo Mar Negro também acaba afastando a possibilidade de negócio.

“As medidas ainda não atingiram diretamente a produção e a exportação do petróleo, mas elas são formas de sufocar a economia russa. Logo, Putin pode utilizar a importância de seu país para a oferta de petróleo e retaliar o Ocidente segurando o produto”, diz Davi Lelis, da Valor Investimentos.

Ainda nesta semana, o banco JPMorgan fez um alerta. Segundo a instituição, caso as exportações da Rússia fossem cortadas pela metade, o petróleo subiria para US$ 150 o barril. No entanto, um corte feito pelo próprio governo russo poderia também prejudicar ainda mais o país, já que o petróleo e o gás natural representaram cerca de 43%, em média, da receita anual do governo russo entre 2011 e 2020.

Rússia, segundo maior produtor de petróleo

A Rússia é um dos grandes responsáveis pelo fornecimento de petróleo para o mundo e, principalmente, para a própria Europa. O país é o segundo maior produtor junto com a Arábia Saudita (atrás somente dos Estados Unidos), ou seja, uma interrupção na oferta pode afetar de maneira significativa os preços. Por esse motivo, os Estados Unidos e seus aliados têm evitado sansões que afetem diretamente as commodities russas, incluindo o combustível fóssil.

Para o pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rodrigo Leão, a relevância da Rússia nas exportações do petróleo e demais commodities hoje é muito maior do que nos anos de 1990. Ou seja, medidas que paralisem direta ou indiretamente as exportações do combustível podem gerar distorções de preços pelo mundo.

Leão ainda aponta para os investimentos em infraestrutura energética que a Rússia tem feito com a China nos últimos quatro anos podem ser uma opção para “escoar a produção” russa, evitando o direcionamento aos europeus, em mais uma forma de retaliar os países que sancionam a Rússia e pressionam o mercado global.

Mudança na matriz energética europeia

Outro ponto é a dependência dos países europeus da energia e do petróleo russo que se intensificou nos últimos anos. A gradual mudança da matriz energética das nações da União Europeia (UE) para a energia renovável fez com que os investimentos na chamada “velha economia”, a dos combustíveis fosseis, caíssem bastante. Ou seja, em momentos de alta demanda de energia, mas com uma nova matriz que não é suficiente, os europeus recorrem à Rússia para suprimir a necessidade.

O economista-chefe da RPS Capital, Gabriel Barros, explica que “com menos investimentos nessa ‘velha’ agenda energética, temos uma oferta menor e uma demanda maior, gerando o aumento dos preços”.

A Alemanha é um exemplo citado como uma nação que abriu mão do desenvolvimento de energia nuclear e, ao longo dos anos, tem comprado mais a energia fornecida pelos russos. Os especialistas consideram que Putin “orquestrou bem” a dependência energética de seu país por parte das demais nações da Europa.

Estoques emergenciais acionados

O aumento de preços do barril fez com que os Estados Unidos e outros grandes países consumidores de petróleo anunciassem a liberação de 60 milhões de barris de petróleo de seus estoques de emergência na tentativa de aliviar o aumento dos preços. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) também se movimentou e concordou com uma adição na produção do óleo em abril, de 400 mil barris por dia (bpd).

Para o pesquisador do Ineep, Rodrigo Leão, o uso dos estoques não deve ter grande impacto. “A ação pode servir em um curtíssimo prazo de um ou dois dias, dado que os 60 milhões de barris não representam nem mesmo a demanda completa de um dia de consumo no mundo”, avalia.

O especialista Davi Lelis concorda que a medida consegue conter apenas em um curto prazo a escalada dos preços. Lelis ainda lembra que isso pode também fortalecer Putin. “É uma medida que gera um efeito, mas é muito temporário, já que os países não conseguem queimar esses estoques por muito tempo, eles são limitados. Além disso, quando Putin observar que os países não estão tendo mais estes estoques, pode vir ainda mais forte para negociar o petróleo russo, visto que as opções para as demais nações serão cada vez menores ou mais caras”, afirmou.

Perspectivas para os preços

Para os especialistas, os preços devem continuar subindo enquanto o conflito durar. “Quanto mais tempo passar, sem uma resolução para o conflito e com os países utilizando suas reservas, sem nenhuma ferramenta ou mecanismo para fazer o controle artificialmente, eles vão continuar subindo”, afirmou Lelis.

Com este cenário, a pressão inflacionária que já vinha impactando os preços, continua subindo e, por sua vez, forçando os bancos centrais do mundo a aumentar a taxa de juros para conter a elevação dos preços.

Os especialistas alertam que, mesmo com uma eventual resolução e fim das sanções, a Rússia não será mais como era antes na esfera diplomática, com dificuldades em negociações que devem permanecer limitadas em um médio prazo.

Segundo o economista Gabriel Barros, no Brasil, o  Banco Central (BC) tem pouca margem de manobra para combater choques de oferta como esse. “Mesmo com o aumento da taxa Selic, o preço do barril não seria afetado”, diz.

Para o economista, a duração do conflito deve ditar a intensidade do aumento no preço da commodity.

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    O petróleo é considerado uma commodity. O termo se refere a recursos finitos que têm origem na natureza e são comercializados. No caso, o petróleo é usado principalmente como combustível, mas também dá origem a materiais como o plástico

    Crédito: REUTERS/Vasily Fedosenko

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    O petróleo pode ser de vários tipos, dependendo principalmente do seu grau de impureza. Os dois principais, Brent e WTI, são leves (pouco impuros), e a diferença se dá pelo local de negociação: bolsa de Nova York no caso do Brent e bolsa de Londres no caso do WTI

    Crédito: Instagram/ Reprodução

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    Os preços do petróleo seguem uma cotação internacional, e flutuam pela oferta e demanda. No Brasil, o preço de referência adotado pela Petrobras - maior produtora no país - é do Brent, seguindo a cotação internacional, em dólar

    Crédito: REUTERS

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    Quando se fala da comercialização de petróleo, um fator importante é a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Com 13 membros, ela é responsável por quase 50% da produção mundial de petróleo, e portanto consegue regular a oferta - e preços - pelos fluxos de produção

    Crédito: Reuters/Dado Ruvic

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    A partir de 2020, os preços do petróleo foram afetados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. A Opep+ (que inclui países aliados do grupo, como a Rússia) decidiu cortar a produção temporariamente devido à baixa demanda com lockdowns, e os preços caíram. A média em 2020 foi US$ 40, distante da de anos anteriores, entre US$ 60 e US$ 70

    Crédito: REUTERS

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    Em 2021, porém, o cenário mudou, com o avanço da vacinação, os países reabriram rapidamente, e a demanda por commodities decolou, incluindo pelo petróleo. A Opep+, porém, decidiu manter os níveis de produção de 2020, e a oferta baixa fez os preços saltaram, ultrapassando US$ 80

    Crédito: REUTERS/Nick Oxford

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    Já em 2022, a situação piorou. A guerra na Ucrânia, e as sanções ocidentais a um dos maiores produtores mundiais da commodity, a Rússia, fizeram os preços dispararem, ultrapassando os US$ 120. Atualmente, o barril varia entre US$ 100 e US$ 115

    Crédito: 03/06/2022REUTERS/Angus Mordant

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    A alta dos preços do petróleo, porém, trouxe consequências negativas para o Brasil. Como a Petrobras segue a cotação internacional e o dólar está valorizado ante o real, ela subiu o preço nas refinarias, o que levou a uma elevação da gasolina e outros combustíveis. Até o momento, o preço da gasolina já subiu 70%

    Crédito: REUTERS/Max Rossi

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    A alta do petróleo não afetou só o Brasil. Países dependentes da commodity, como EUA, Índia e Reino Unido, também viram os preços dos combustíveis subirem, e têm tentado pressionar a Opep+ a retomar os níveis de produção pré-pandemia, o que tem ocorrido lentamente enquanto a organização aproveita para se recuperar das perdas em 2020

    Crédito: Reuters

Por que o petróleo vem sendo mais usado do que os demais combustíveis?

A larga utilização do petróleo como fonte de energia e matéria-prima ocorreu devido a diversos fatores como seu alto poder calorífico, o fato de ser uma matriz energética em estado líquido, o que facilita seu transporte, o de ser relativamente abundante e possuir vários usos como matéria prima.

Por que o petróleo é um recurso natural utilizado na fabricação de grande quantidade de produtos?

Resposta. Explicação: O petróleo é um recurso muito requisitado e hoje em dia dependemos muito de tal recurso, já que ele é um dos componentes obrigatórios pra fabricação de alguns itens, como a gasolina ou o óleo diesel.

Quais os motivos que justificam a utilização do petróleo?

Quais os motivos que justificam a utilização massiva do petróleo e seus derivados como fonte de em energia tanto no Brasil quanto no mundo? Explicação: As matrizes energéticas dos países têm as energias não renováveis como principal fonte, em que se destacam o petróleo, o carvão e o gás natural.

Qual é o principal uso do petróleo?

Para que serve o petróleo?.
Gás de petróleo: usado para aquecimento e na indústria..
Gás liquefeito de petróleo: usado na cozinha..
Nafta: matéria-prima para a indústria petroquímica e também transformado em gasolina..
Gasolina: utilizada como combustível..
Querosene: usado como combustível para turbinas a jato..