Como diferenciar bloqueio de ramo direito e esquerdo

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Para dar diagnóstico de bloqueio de ramo esquerdo (BRE) basicamente tenho que ter um QRS > ou = a 120 ms e complexo predominantemente negativo em V1, certo? Na verdade não é tão simples assim. Há vários critérios a serem preenchidos para dizermos que um pcte tem BRE clássico. A tabela abaixo foi retirada do nosso Manual de Eletrocardiografia Cardiopapers e é baseada nas III diretrizes de ECG da SBC.

Como diferenciar bloqueio de ramo direito e esquerdo

No livro nós colocamos imagens detalhadas de praticamente todos os critérios. Exemplo:

Como diferenciar bloqueio de ramo direito e esquerdo

Curiosidade: o eixo do QRS no pcte com BRE costuma ser fisiológico (entre -30 e + 60 graus). Ou seja, BRE isoladamente não deve justificar um desvio de eixo para a esquerda.

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Sobre o autor

Como diferenciar bloqueio de ramo direito e esquerdo

Eduardo Lapa

Editor-chefe do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Ecocardiografia pela SBC

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Como diferenciar bloqueio de ramo direito e esquerdo

5 anos atrás 3700 Views

Todos nós já sabemos identificar os distúrbios da condução intraventricular e, mais especificamente os bloqueios de ramos esquerdo e direito. Se você ainda não conferiu esses temas, clique aqui.

Em muitos casos, são alterações relacionadas a uma série de patologias como doença arterial coronariana, valvopatias, entre outros (clique aqui para saber mais).

O bloqueio de ramo alternante (BRA) é uma forma não usual de apresentação de doença do sistema de condução intraventricular. Nela, é possível observar a alternância dos padrões eletrocardiográficos relacionados ao bloqueio de ramo direito e esquerdo no mesmo traçado. Vamos relembrar quais são?

Como diferenciar bloqueio de ramo direito e esquerdo

Figura 1: Padrão de bloqueio de ramo direito – morfologia rsR’ em V1 e qRs em V6, evidenciando o atraso na porção final do QRS e a manifestação do vetor tardio em direção ao ventrículo direito.

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Figura 2: Padrão de bloqueio de ramo esquerdo – morfologia rS em V1 e R “puro” em V6. O vetor tardio do ventrículo esquerdo é mais tardio e alarga a morfologia do QRS.

Como diferenciar bloqueio de ramo direito e esquerdo

Figura 3: Alternância de padrão morfológico de bloqueio – ramos direito e esquerdo são acometidos de forma alternada, apresentando morfologia distinta a cada batimento.

Como visto no exemplo, os BRA associam-se muito frequentemente a alterações do intervalo PR. Essa associação tem alto valor preditivo para o desenvolvimento de BAV total e, portanto, é obrigatório o implante de marca-passo definitivo. O mecanismo fisiopatológico pode ser explicado na figura abaixo:

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Figura 4: Representação dos supostos mecanismos de bloqueio AV.

A: Condução atrioventricular e intraventricular normais.

B: Alentecimento da condução pelo ramo esquerdo (ainda no feixe de HIS).

C: Bloqueio das fibras hissianas que originam o ramo esquerdo. O impulso desce pelo sistema hissiano direito, com alentecimento adicional da condução. Nesse momento, o ramo esquerdo, que ainda não havia se despolarizado, realiza a condução normalmente. Esse fenômeno é chamado de GAP. Por esse motivo é possível perceber o intervalo PR mais longo durante o bloqueio de ramo direito (Figura 3).

D: Bloqueio intra-hissiano da condução AV – mecanismo de origem de ondas P bloqueadas.

Dessa forma, é necessário ter vigilância redobrada em pacientes portadores de distúrbio da condução intraventricular associado à distúrbio da condução AV, em especial o BAV de 2º grau tipo I, comumente referido como benigno. A eletrocardiografia dinâmica (holter de 24h) pode auxiliar muito nesses casos.

Até a próxima, pessoal.

Referências:

1- Rustum et al. Bloqueio de Ramo Alternante e BAV Alternante em Holter de 24 horas Rev SOCERJ. 2009;22(1):59-62.

2- L.J. Wagenaar, I.C. van Gelder, D.J. van Veldhuisen. Imaging in cardiology. Netherlands Heart Journal, Volume 10, Number 5, May 2002

Como diferenciar bloqueio de ramo direito e esquerdo
Por Dr. Marco Antonio Bustamante de Lima
Cardiologista titulado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Especialização em Métodos Gráficos em Cardiologia.
Publicado em: 09/09/2017 | Atualizado em: 18/03/2020

Como saber se é bloqueio de ramo direito ou esquerdo?

O bloqueio de ramo direito pode ser de primeiro, segundo ou terceiro grau. O de terceiro grau, ou avançado, por sua vez, possui o clássico “sinal da orelha de coelho” com rsR' em V1. O bloqueio de ramo esquerdo pode ser de primeiro, segundo ou terceiro grau.

Como diagnosticar bloqueio de ramo direito?

A presença de bloqueio do ramo direito não está associada a nenhum tipo de sintoma. O eletrocardiograma permite o diagnóstico através da identificação de complexo QRS largo (>120ms) com padrão característico.

Quando suspeitar do bloqueio de ramo esquerdo?

Como confirmar o diagnóstico O diagnóstico geralmente é confirmar através do resultado do eletrocardiograma, quando existe uma duração aumentada do intervalo QRS, acima de 120 ms.

Como diagnosticar BRD?

Diante de um paciente cujo ECG revela um BRD, o médico da atenção primária à saúde deve considerar se há sintomas sugestivos de cardiopatia (dispneia, dor torácica), se existem alterações ao exame físico (impulso cardíaco apical desviado, presença de bulhas acessórias ou sopros, etc), e a duração do complexo QRS.