Como a Floresta Amazônica pode influenciar o regime de chuvas na região Sudeste do Brasil?

"A floresta amazônica está sob um sistema extremamente frágil, pois seus solos são pouco férteis e predominantemente arenosos; a floresta se mantem a partir da ciclagem de nutrientes, provenientes da decomposição das próprias folhas das árvores que caem e assim formam uma camada superficial rica em matéria orgânica", escreve Marco Antonio Ferreira Gomes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, em artigo publicado por EcoDebate, 14-12-2018.

Eis o artigo. 

No artigo veiculado em 2017 sob o título “A importância dos rios voadores e da floresta amazônica”, foi enfatizado pelo autor deste trabalho o quão é relevante a conservação do bioma amazônico para a manutenção e equilíbrio do regime de chuvas em todo território brasileiro. No entanto, o desmatamento na região amazônica continua sem controle.

Informações recentes, por exemplo, dão conta de que em 1 ano foi desmatada uma área equivalente a 13 vezes o tamanho de Belo Horizonte.

Por mais que vários estudos mostrem que a retirada da vegetação da região amazônica afetará, de forma dramática, todas as formas de vida no Cone Sul, parte do Caribe e até mesmo do Planeta, existe aquele segmento da sociedade que não acredita nas mudanças climáticas, contribuindo e até estimulando essa ação predatória em outros lugares. Tal segmento encontra, ainda, fragilidade na fiscalização contra o desmatamento, motivo pelo qual age de forma contínua e na certeza de que não serão afetados ou impedidos de agir.

A floresta amazônica está sob um sistema extremamente frágil, pois seus solos são pouco férteis e predominantemente arenosos; a floresta se mantem a partir da ciclagem de nutrientes, provenientes da decomposição das próprias folhas das árvores que caem e assim formam uma camada superficial rica em matéria orgânica. Nessas condições, uma vez desmatada a floresta, não ocorre sua regeneração, dando origem assim a uma vegetação típica de solos pobres.

Com a ausência da vegetação de floresta, as massas de ar provenientes do Oceano Atlântico, não serão mais condensadas e exportadas, como ocorre atualmente, seguindo a orientação norte-sul da Cordilheira dos Andes como anteparo até chegar aos estados da região centro-sul. Será então o fim dos chamados “Rios Voadores”. Como resultado, não haverá mais um regime regular de chuvas e o país ficará à mercê de mudanças abruptas de temperatura, aliadas a chuvas escassas intercaladas com temporais, quebrando assim a regularidade que existe atualmente. Ter-se-á então um regime climático implacável, semelhante às regiões desérticas.

Basta lembrar que o Deserto do Saara já teve uma floresta relativamente densa até 5.000 anos atrás. Embora ela tenha desaparecido por influência de fenômenos naturais, principalmente pelo aumento da insolação, de acordo com a corrente de estudos atualmente predominante, é importante saber que sua ausência influencia o modo de vida do povo do Saara, submetendo-o a um regime climático rígido, com privações de toda ordem.

Como brasileiros, principalmente, vamos então nos submeter também a esse regime climático rígido que pode começar daqui a 1 ou dois séculos?

Fonte:

Desmatamento na Amazônia aumentou 40% nos últimos 12 meses, diz instituto

Amazônia brasileira - Biodiversidade e clima floresta amazônica

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O desmatamento na Amazônia e sua influência no regime de chuvas do Brasil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU

Como a floresta amazônica pode influenciar o regime de chuvas na região Sudeste do Brasil explique com base na formação dos rios voadores?

A origem dos rios voadores acontece da seguinte forma: as árvores da Floresta Amazônica “bombeiam” as águas das chuvas de volta para a atmosfera, através de um fenômeno denominado evapotranspiração, ou seja, a água das chuvas que fica retida nas copas das árvores evapora e permanece na atmosfera em forma de umidade.

Qual e a relação da floresta amazônica com as chuvas no Sudeste?

A Floresta Amazônica emite vapores orgânicos para o ar por meio da evapotranspiração, provocando o condensamento e a formação de chuvas. Além disso, a floresta também produz o ar úmido que se desloca para outras regiões como centro-oeste, sudeste e sul do Brasil.

Qual a importância da floresta amazônica para o regime de chuvas no Brasil?

Portanto, os regimes de chuvas no Brasil dependem muito da Floresta Amazônica, pois é ela que emite a maior parte do ar úmido que se condensa em forma de chuva em outras regiões do país.

Como e possível a floresta amazônica influenciar em cerca de 70% o regime de chuvas do Brasil?

A floresta amazônica gera parte da chuva que cai em sua própria área, pois tira a água do solo e a transpira para o ar circundante, fazendo com que se crie um sistema retroalimentante. Segundo a pesquisa, a destruição da mata pode levar a uma queda de 55% a 70% da precipitação anual.