Bebê de 3 meses com diarreia o que fazer

Não é fácil identificar diarreia no bebê, já que nessa fase as fezes são líquidas

A diarreia é caracterizada por um aumento da freqüência ou por uma diminuição da consistência das fezes, em relação ao padrão habitual. Sendo assim, é importante observar as fraldas e conhecer o ritmo de evacuação do seu bebê.

Até os seis meses de vida, a Organização Mundial de Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam o aleitamento materno exclusivo. Quando não for possível, deve ser associado ou substituído por fórmula infantil própria para a idade.

Saiba mais: Alimentação indicada em caso de diarreia

O aspecto das fezes ao nascimento é escuro e pegajoso, conhecido como "mecônio". Em alguns dias, a tonalidade muda e pode haver uma variação normal da coloração, do verde ao amarelo e marrom. Deve-se atentar, após este período, para fezes avermelhadas, pretas ("melena") ou esbranquiçadas (referida como "acolia fecal"), situações que precisam ser investigadas.

O bebê pode evacuar após todas as mamadas, cerca de oito vezes ao dia, devido a um reflexo natural no estômago e intestino. As fezes costumam ser líquidas a pastosas, podendo inclusive ser explosivas. Com o passar dos meses, a tendência é uma redução do número de evacuações.

No entanto, vale ressaltar que o bebê em aleitamento materno exclusivo pode também demorar dias para evacuar, padrão considerado normal, se o bebê não demonstrar desconforto abdominal e mantiver o padrão de fezes pastosas.

Quando o bebê apresentar diarreia, esta pode ocorrer de forma aguda, com duração menor que quatorze dias e persistente ou crônica, quando ultrapassar este período. Os pais devem ficar atentos a possíveis sinais e sintomas associados, como dor abdominal, náusea, vômitos, febre e/ou irritabilidade; nesta situação, procure sempre a ajuda do seu pediatra. Além disso, deve-se observar os sinais de boa hidratação, como choro com lágrimas e presença de urina nas fraldas, sendo a redução desta um sinal precoce de desidratação.

Espera-se do bebê uma atividade normal, brincando e aceitando bem as mamadas. Caso contrário, leve-o para uma avaliação médica, pois pode ser necessário o uso de soro de reidratação oral ou mesmo uma terapia venosa. Outro fator importante a ser observado é o peso da criança, que deve estar em curva ascendente.

Não se recomenda o início, por conta própria, de dietas restritivas. A diarreia, quando presente, não tem como causa exclusiva a infecção, podendo ser também uma manifestação de alergia alimentar, alterações da imunidade e intolerância à lactose, entre inúmeras outras condições que precisam ser avaliadas pelo Pediatra e, caso necessário, pelo Gastroenterologista Pediátrico.

Para reconhecer a diarreia no seu bebê, note que deverá haver uma mudança no padrão habitual de evacuações. O que é normal para um, pode não ser para o outro. Observe as fezes a cada troca de fralda e com o tempo saberá identificar se houve diminuição da consistência ou aumento da freqüência das eliminações intestinais.

Quando o bebê apresentar diarreia, é importante estar atento ao seu estado de hidratação. Sinais como choro sem lágrimas, queda do estado geral, prostração ou irritabilidade indicam avaliação médica imediata. Mantenha o aleitamento materno, ofereça bastante líquido e não inicie dietas restritivas sem orientação médica.

Referência: Update on Diarrhea Nicholas J. CaJacob and Mitchell B. Cohen; Pediatrics in Review 2016;37;313 DOI: 10.1542/pir.2015-0099

A diarreia pode ser definida como um excesso de volume de fezes diário. De uma forma mais específica, há um aumento do conteúdo líquido das fezes (superior a 10 ml/kg/dia).

Em termos de duração, a diarreia pode ser classificada em:

  • Aguda (até aos 14 dias de evolução).
  • Persistente (entre os 14 e os 30 dias).
  • Crónica (entre os 30 a 60 dias).

A diarreia aguda pode ser provocada por:

  • Irritação ou infeção intestinal.
  • Outro tipo de infeções (otite, infeção urinária, pneumonia).
  • Alergia alimentar.
  • Medicamentos (especialmente antibióticos).
  • Toxinas.

Dentro das causas infeciosas, as mais frequentes são as infeções intestinais por vírus (70% dos casos), nomeadamente os rotavírus (40% dos casos) os enterovírus, os adenovírus entéricos, os astrovírus, os calicivírus, entre outros.

A diarreia pode provocar uma grande perda de líquidos do organismo, pelo que se torna essencial compensar essa perda com a ingestão de líquidos, com o propósito de evitar a desidratação.

Portanto, enquanto houver diarreia, a criança deve ingerir pela boca a quantidade correspondente de líquidos que é perdida pelas fezes. Chama-se a isto, a reidratação oral, e é a pedra angular do tratamento da diarreia!

Felizmente, as gastrenterites virais são geralmente autolimitadas, resolvendo-se entre 7 a 10 dias. Raramente, lactentes (crianças até 1 ano de idade) com gastrenterites virais graves podem ficar com diarreia (fezes mais moles) durante 2 a 3 meses – síndrome pós-gastrenterite.

Diarreia: o que pode fazer?

1. Tratamento do bebé alimentado exclusivamente ao peito

  • Sem qualquer alteração (mantenha o peito, de preferência oferecendo-o, ainda, mais vezes).

2. Tratamento do bebé alimentado com leite artificial

  • Prepare o leite com a diluição habitual, mas preferencialmente com água de arroz. (como preparar).
  • Nas diarreias prolongadas, pode ser necessário alterar o leite da criança para uma fórmula sem lactose que se deverá manter entre 2 a 4 semanas.

3. Tratamento da criança mais crescida

  • Suspenda, transitoriamente (4 a 6 horas), os alimentos sólidos!
  • Nas primeiras horas, a criança deve ingerir líquidos (à temperatura ambiente).
  • Líquidos permitidos: “água chalada” (como preparar), “água de arroz” (como preparar), soluções de reidratação. As soluções de reidratação oral são os líquidos mais aconselhados. Apesar de muito populares a Coca-Cola, o Ice Tea e a Fanta não são líquidos apropriados, devido ao seu baixo teor em sais minerais e/ou osmolaridade elevada, não proporcionando uma hidratação eficaz.
  • Passado este período (4 a 6 horas), e se a criança já estiver melhor, inicie-lhe, lentamente, uma dieta mole, com chá e biscoitos/tostas, caldo de arroz ou de cenoura, carne ou peixe cozidos ou grelhados. Por exemplo: caldo de cenoura, arroz e peito de frango, bife com arroz, peixe e batatas cozidos, iogurte simples em vez de leite, maçã e pêra cozidas, banana. Não dar laranja ou qualquer outra fruta, nem alimentos ricos em fibra (farelo, legumes verdes).

4. Tratamento de outras manifestações associadas

  • Para a febre, prefira paracetamol em xarope.
  • Para os vómitos, por favor, veja aqui.

Diarreia: precauções a tomar

Procure sinais de desidratação:

  • Pele seca (chega a formar pregas quando beliscada).
  • Olhos encovados.
  • Fontanela anterior (“moleirinha”) afundada.
  • Ausência de micção (não urina) durante mais de 8 horas em lactentes ou mais de 12 horas em crianças com 12 ou mais meses.
  • Ausência de lágrimas com o choro.
  • Respiração acelerada.
  • Irritabilidade ou sonolência exageradas.
  • Perda acentuada do peso (superior a 5 a 6% do peso total).
  • Não dê antibióticos nem antidiarreicos, sem prescrição médica!
  • Se a criança está medicada com antibióticos que agravam a diarreia (amoxicilina, amoxicilina+ácido clavulânico) pode ser necessário alterá-los e/ou suspendê-los.
  • Reforço hídrico (oferecer muitos líquidos) enquanto houver evidência de desidratação.

Diarreia: prevenção

  • Aleitamento materno.
  • Melhoria das medidas sanitárias e de higiene pessoal, manuseamento adequado das fezes/fraldas e lavagem cuidadosa das mãos.
  • Vacinas, nomeadamente para rotavírus.

Diarreia: procure ajuda pediátrica imediata se:

  • Perda de sangue nas fezes.
  • Cólicas no bebé ou vómitos incoercíveis (muito frequentes) durante mais de duas horas.
  • Febre elevada (superior a 39,5 ºC).
  • Febre e diarreia em crianças com menos de três meses de idade.
  • Evidência de desidratação.

Diarreia: procure ajuda pediátrica dentro de algumas horas se:

  • Diarreia que aumenta em frequência ou em quantidade, com mais do que 10 episódios de vómitos ou de diarreia em 24 horas.
  • Diarreia que não melhora após 24 horas de dieta adequada, ou se prolonga por 3 a 4 dias.
  • Fezes com muco.
  • Febre durante mais de dois dias.

Diarreia: marque uma consulta se:

  • Diarreia ligeira durante uma semana ou mais.

Diarreia: o que poderá ser necessário fazer?

  • Análises às fezes e à urina e eventualmente, ao sangue.
  • Internamento (se desidratação importante).

Publicado no Mãe-Me-Quer com autorização do autor, Dr. Armando Fernandes. Centro Pediátrico de Telheiras – Pediatria do Desenvolvimento.

É normal bebê de 3 meses ter diarreia?

É muito frequente que os pais fiquem preocupados quando o cocó do bebé é líquido, pensando tratar-se de um caso de diarreia mas, nos primeiros meses de vida, é uma situação perfeitamente normal, uma vez que o bebé só é alimentado com leite.

O que fazer quando um bebê de 3 meses está com diarreia?

Quando a criança tiver diarreia, continue com o seu regime alimentar habitual e dê-lhe muitos líquidos. Se a criança for um bebé, consulte o médico em relação aos líquidos que lhe deve dar. Fale primeiro com o médico antes de dar à criança uma solução oral reidratante para evitar a desidratação.

Qual remédio é bom para diarreia em bebê de 3 meses?

Soluções de reidratação oral Alguns exemplos de soluções que podem ser indicadas para reidratação oral são o Floralyte, Hidrafix, Rehidrat ou Pedialyte. Saiba mais sobre os sais e soluções de reidratação oral.