Alimentos que repara a bainha da mielina

6 dezembro 2010

Atualizado 7 dezembro 2010

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O estudo abre a possibilidade de estimular o cérebro a reparar os danos

Cientistas britânicos identificaram uma forma de estimular o sistema nervoso a regenerar-se nos casos de esclerose múltipla.

Os estudos, publicados na revista Nature Neuroscience, foram realizados em ratos nas Universidades de Cambridge e Edimburgo, na Escócia. A pesquisa identificou uma forma de ajudar as células-tronco no cérebro a reparar a camada de mielina, necessária para proteger as fibras nervosas.

A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica que destrói a mielina, uma camada que isola as fibras do sistema nervoso central, causando sintomas como visão embaçada, perda de equilíbrio e paralisia.

Em cerca de 85% dos casos, os pacientes têm uma forma de esclerose múltipla chamada de recaída/remissão, na qual as "crises" que incapacitam a pessoa são seguidas de uma recuperação de um nível da função física perdida. Nesta forma da doença, parece haver um reparo natural da mielina.

Mas, cerca de 10% das pessoas são diagnosticadas com a forma progressiva da esclerose múltipla, na qual o declínio avança sem qualquer período de recuperação.

Além destas pessoas, os pacientes com a forma recaída/remissão da doença também podem desenvolver a chamada esclerose múltipla progressiva secundária, que afeta o paciente da mesma forma que a progressiva.

Os cientistas têm tentado desenvolver tratamentos justamente para estes dois grupos.

Regeneração

Nos casos de esclerose múltipla a perda da camada de mielina, que funciona como uma camada de isolamento, leva ao dano nas fibras nervosas do cérebro.

Estas fibras são importantes por enviarem mensagens para outras partes do corpo.

A pesquisa britânica identificou uma forma de estimular as células-tronco do cérebro para que elas regenerem estas fibras. E também mostraram como este mecanismo pode ser explorado para fazer com que as células-tronco do cérebro melhorem sua capacidade de regeneração da mielina.

Com isso, os cientistas esperam poder ajudar a identificar novos medicamentos que estimulem o reparo da mielina nos pacientes que sofrem com a doença.

"Esta descoberta é muito animadora, pois pode abrir o caminho para elaborar medicamentos que vão ajudar a reparar o dano causado a camadas importantes que protegem as células nervosas no cérebro", afirmou o professor Charles ffrench-Constant, da Sociedade para Pesquisa em Esclerose Múltipla da Universidade de Edimburgo.

"Terapias que reparam o dano (causado pela doença) são o elo perdido no tratamento da esclerose múltipla”, afirmou o professor Robin Franklin, diretor do Centro para Reparo de Mielina na Universidade de Cambridge.

“Neste estudo identificamos um modo pelo qual as células-tronco do cérebro podem ser estimuladas a fazer este reparo, abrindo a possibilidade de um novo medicamento renegerativo para esta doença devastadora”, acrescentou.

Anos

Instituições de caridade britânicas, voltadas para tratamento de esclerose múltipla, afirmaram que, apesar de ser uma notícia animadora, ainda serão necessários alguns anos antes de um tratamento ser desenvolvido.

“Este é o começo de um estudo, em roedores, mas será muito interessante observar como se desenvolve”, afimou Pam Macfarlane, diretora-executiva da instituição de caridade voltada para pacientes com esclerose múltipla MS Trust.

A pesquisa britânica foi financiada por instituições americanas, a MS Society e National MS Society.

“Para pessoas com esclerose múltipla esta é uma das notícias mais animadoras dos últimos anos”, afirmou Simon Gillespie, diretor-executivo da MS Society.

“É difícil colocar em palavras como esta descoberta é revolucionária e como é importante continuar com as pesquisas em esclerose múltipla.”

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que ainda não tem cura. O tratamento consiste apenas em retardar sua progressão e combater os sintomas. No entanto, um novo estudo pretende encontrar um caminho para a cura ao descobrir sua origem no corpo.

Embora as causas profundas da esclerose múltipla permaneçam desconhecidas, é sabido que um fator para seus sintomas é a desmielinização --processo em que o sistema imunológico da pessoa identifica a bainha de mielina, revestimento dos neurônios, como um agente estranho e a ataca.

Veja também:

  • Saiba o que é e quais são os sintomas da esclerose múltipla
  • "Acordei sem sentir os pés no chão": a vida com esclerose múltipla
  • Cientistas tentam entender causa de doenças neurodegenerativas

Como resultado desse dano, os sinais transmitidos entre as células nervosas são interrompidos, daí os problemas de visão, coordenação ou controle muscular. Portanto, o principal desafio para pesquisadores tem sido como promover a criação de uma nova bainha de mielina, para restaurar a transmissão dos impulsos nervosos.

Mas parece que eles descobriram um jeito.

Em um estudo publicado em fevereiro no periódico Acta Neuropathologica, cientistas do Reino Unido encontraram uma proteína chamada activin-A, que repara locais onde a bainha de mielina foi danificada.

Por meio de estudos em ratos e in vitro, os pesquisadores analisaram o mecanismo de produção de mielina pela ativação da ativina-A.

Veronique Miron, autora principal do estudo, diz que as descobertas do estudo atual podem, eventualmente, levar a um novo alvo de drogas: "Esta é uma descoberta realmente emocionante, porque podemos agora concentrar nossos esforços no desenvolvimento de medicamentos eficazes contra a doença.”

A alta ingestão de peixe foi associada a um risco 45% menor de síndrome clinicamente isolada ou esclerose múltipla

Imagem: iStock

Peixe diminui riscos de desenvolver doença

Um novo estudo realizado por Annette Langer-Gould, membro da Academia Americana de Neurologia, investigou os efeitos de algumas mudanças nutricionais, especialmente o consumo de peixes e suplementos de ômega-3, na redução do risco de esclerose múltipla e descobriu que esses alimentos podem, sim, ter um papel importante na prevenção da doença.

Para o estudo, Langer-Gould e sua equipe observaram 1.153 pessoas com idade média de 36 anos, das quais metade tinha uma síndrome clinicamente isolada, um primeiro episódio neurológico que pode virar esclerose múltipla, e a outra metade tinha esclerose múltipla. Os cientistas analisaram os hábitos alimentares dos voluntários, focando no consumo de peixe e suplementes de óleo de peixe.

Dependendo da quantidade de peixe que comiam regularmente, as dietas dos participantes foram categorizadas como: "alta ingestão", que foi definida como uma porção de peixe por semana (ou uma a três porções por mês), além da ingestão diária de suplemento de óleo de peixe; "baixa ingestão", que foi definida como menos de uma porção de peixe por mês sem ingestão de suplemento de óleo de peixe.

Alguns dos peixes ou frutos do mar que os participantes relataram comer eram salmão, atum e camarão.

Depois de analisar os dados fornecidos pelos participantes, os cientistas descobriram que uma ingestão de peixe regularmente alta foi associada a um risco 45% menor de síndrome clinicamente isolada e esclerose múltipla, quando comparado com uma baixa ingestão de peixe.

"Este estudo fornece mais evidências de que uma dieta rica em peixe e ômega-3 tem benefícios para a saúde", observou Langer-Gould. "Além de promover a saúde cardiovascular melhorada, uma dieta de peixe e frutos do mar também pode reduzir o risco de desenvolver esclerose múltipla."

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Tem como recuperar a bainha de mielina?

Normalmente a bainha de mielina pode sim se regenerar, no entanto quando ocorre um dano à célula, que seria o dano axonal a regeneração ja fica mais difícil. Por isso é importante procurar um médico neurologista para avaliar o seu caso.

O que fortalece a bainha de mielina?

A Niacina ou Vitamina B3, tem forte ação antioxidante e desempenha um papel importante na formação da bainha de mielina, que fica em torno das fibras nervosas. Um organismo com boa nutrição em B3 conseguirá ter uma boa comunicação entre os nervos.

O que comer para aumentar a bainha de mielina?

Coma alimentos ricos em vitaminas do complexo B. A vitamina B-1, também chamada de tiamina, assim como a B-12, são componentes físicos da bainha de mielina. Os alimentos que contêm B-1 incluem o arroz, o espinafre, as lentilhas e a carne de porco. A vitamina B-5 pode ser encontrada no iogurte e no atum.

Como reconstruir a bainha de mielina?

Na formação da bainha de mielina, a célula que irá formar esta bainha, oligodendrócitos no SNC ou neurolemócitos, também conhecido como célula de Schwann, no SNP, envolve o axônio em múltiplas camadas, até que o citoplasma quase desapareça, formando assim uma capa de isolamento lipídico do axônio.

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