O tempo para voltar a ter relações sexuais depois da cesariana dependerá de cada mulher. Em geral, é recomendado evitar as relações sexuais nos primeiros 40 dias após o procedimento. Isso porque durante esse período, o aparelho reprodutor da mulher está se readaptando, juntamente com outros órgãos internos. Além disso, o local da ferida operatória está em cicatrização.
Com essa readaptação, a mulher pode sentir algum desconforto com a relação sexual. Por isso, o tempo para voltar a ter relações sexuais fica muito individualizado.
É importante respeitar seu corpo e seus desejos e voltar a ter relações sexuais quando realmente se sentir confortável e segura para isso.
Na consulta pós parto, a mulher pode tirar suas dúvidas com o/a médico/a ou enfermeiro/a atendente.
O sexo pós-parto é tratado como tabu em muitas famílias, mas não precisa ser assim. O assunto deve ser conversado com carinho e respeito, já que é uma parte importante da relação.
Após o parto é natural que a mulher volte suas atenções para os cuidados com o bebê e não se sinta pronta para retomar a atividade sexual. Cabe ao casal buscar informação e ter paciência pois, mesmo após o resguardo, a rotina íntima pode não ser exatamente igual ao que era antes.
Então, antes de respondermos as principais dúvidas sobre o sexo pós-parto, nossa primeira dica é buscar o equilíbrio. A retomada da vida sexual não precisa ser tratada como uma meta a ser cumprida o mais rápido possível, mas sim um reencontro íntimo, que deve ser confortável e prazeroso para ambos.
Selecionamos as 10 principais dúvidas sobre sexo pós-parto:
1 – As relações sexuais podem ser retomadas quanto tempo após o parto?
Independente do tipo de parto, o casal deve aguardar até seis semanas após o parto para voltar a manter relações sexuais. É um prazo que varia de 30 a 40 dias, para que o corpo da mulher se recupere.
Além da necessidade da recuperação física, a mulher também passa por significativas mudanças psicológicas, emocionais e hormonais. Então é natural que a libido esteja em baixa nesta fase, marcada por cansaço e adaptações na rotina da família.
Não respeitar o resguardo pode culminar em relações sexuais dolorosas e ainda expõe a mulher a riscos de infecções no útero. Mas essas recomendações são para o sexo com penetração. O casal pode experimentar outras formas de contato íntimo, como carícias e o sexo oral.
2 – Mulheres que tiveram um parto normal, sem lacerações, podem retomar a vida sexual antes?
Não! Todos os especialistas são categóricos: o resguardo deve ser respeitado! Mesmo que a mulher se sinta disposta para manter relações sexuais logo após o parto, a prática não é indicada pois é alto o risco de contrair uma infecção no útero.
3 – O parto vaginal facilita ou prejudica a relação sexual?
Depende de como foi o parto. Em casos, a musculatura da vagina sofre mais, principalmente quando são bebês grandes e o médico fez uso de intervenções, como fórceps e episiotomia. Uma das consequências deste tipo de abordagem é a redução do tônus muscular na região.
Para evitar isso, uma dica é manter uma rotina de exercícios pélvicos, até durante a gravidez, para fortalecer o assoalho pélvico.
4 – Amamentação funciona como contraceptivo?
Um dos principais mitos do sexo pós-parto é o papel da amamentação como método contraceptivo. Mas não é bem assim!
A verdade é que a mulher realmente não recupera sua fertilidade de forma instantânea após o parto e que o aleitamento materno em livre demanda impede a ovulação. Mas não dá para prever por quanto tempo isso ocorre.
Quando a mulher volta a menstruar, ela já estava fértil há cerca de duas semanas – ou seja – poderia ter engravidado sem saber.
Para evitar uma gravidez logo após o parto, o médico deve indicar um método contraceptivo compatível com a amamentação.
5 – Quem fez cesárea, pode transar se o corte estiver cicatrizado?
Não! Mesmo que a região genital não tenha sido influenciada pelo parto, as mulheres que passaram pela cesárea também tem que respeito o tempo de cicatrização do útero. Então, todas devem aguardar o tempo de resguardo, que varia de 30 a 40 dias.
6 – É normal a lubrificação diminuir?
Após o parto é comum que a mucosa vaginal fique mais ressecada. Isso acontece em função da ação dos hormônios, que ficam mais baixos, além da amamentação, que inibe a libido.
Uma dica é fazer uso de lubrificantes artificiais (você encontra em qualquer farmácia), mas consulte um médico sobre opções seguras para o período e compatíveis com a amamentação. Investir nas preliminares e em exercícios de relaxamento também ajudam.
7 – É normal sentir dor?
Nas primeiras vezes é normal sentir um desconforto, principalmente porque a mucosa estará mais seca, conforme falamos acima. Mulheres que tiveram parto normal, com episiotomia, também tendem a sentir um incômodo maior. Já as que passaram por cesárea podem sentir pontadas na região do corte. Mas se a dor foi muito forte, converse com seu médico. A dor é sinal de que algo não vai bem!
8 – Há posições recomendadas? Ou proibidas?
Não há uma fórmula ideal para o sexo pós-parto. O casal deve encontrar as posições mais confortáveis para a mulher.
9 – Pode fazer sexo oral? E anal?
Não há contraindicação para o sexo oral, desde que não haja pressão sobre possíveis cortes que estejam em processo de cicatrização. Já o sexo anal ainda não é recomendado. O casal deve aguardar o final do resguardo, para inibir o risco de infecções.
10 – Como conciliar a vida sexual com os cuidados com o bebê?
É a dúvida que todos têm! Afinal, passados os 40 dias de resguardo, como encontrar tempo para um momento a dois?
Nossa dica é planejar! Sim, mesmo que não soe muito romântico. Sem marcar um encontro e trabalhar para que ele aconteça, vai ser difícil retomar a rotina sexual.
Prepare-se para a hora da soneca ou peça ajuda para alguém da família cuidar do bebê por poucas horas, para que o casal tenha um tempinho para namorar.
E lembre do nosso recado no início do texto: sem pressa! Retome a intimidade aos poucos, com beijos, carinhos e conversas sobre vocês. Com tempo, o sexo voltará a ser algo natural e uma nova “rotina” será estabelecida!
Leia mais
Cuidados na gravidez e um pós-parto mais saudável
Métodos contraceptivos no pós parto [Previna-se!]